Sexta Sei: O carimbó digital pelas lentes dos paraenses do Uaná System

Projeto multimídia mostra o carimbó diferenciado que combate preconceitos com produção musical do gênio Waldo Squash e visuais de enlouquecer de Luan Rodrigues

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

O duo audiovisual Uaná System: mestre e produtor musical Waldo Squash, e o artista multimídia Luan Rodrigues, em fotos de Pierre Azevedo

Se tem um produtor de música eletrônica que eu respeito é o mestre paraense Waldo Squash, o criador da Gang do Eletro, banda visceral de Belém do Pará que ganhou a cena nacional de assalto com o seu “treme” que misturava as tradições paraenses à música eletrônica. Quando foram se apresentar no Rio, no Studio RJ, Waldo pediu que eu fizesse a abertura do show com o set de mashups da Bootie Rio, processo que acabou desencadeando a fitinha de mashups paraenses, vapo atrás de vapo, com stems gentilmente cedidos por ele e por Gaby Amarantos. Aí, eu fui tocar esses mashups lá, em Belém do Pará, na Funk Me, festa da Meachuta do querido Maurício Vianna. Encontrei Gaby Amarantos, que é amiga do João Brasil, na Quintarrada, festa do guitarrista Félix Robatto, hoje Lambateria, e o querido Luan Rodrigues, que faz os visuais da Gang e também é “filho” de Jodele Larcher, como eu, rs, e me levou para tomar chope amazônico e Jambu na Estação das Docas, um lugar deslumbrante. Teve passeio no Mangal das Garças, um sonho amazônico. Eu pedi parte do cachê em mais dias para sorver a maior quantidade de sorvete Cairu possível, risos, que trem gostoso e de mil sabores. Bati um papo sobre mashups no Gotzakaen, conheci o meu amigo e guitarrista Lucas Estrela, que acabei levando para show no Rio, ai, o Pará, nunca me canso do Pará. Também levei o estado pras páginas da Transcultura, no Globo, pra contar sobre a Platô Produções, Félix Robatto, Leona Vingativa e mais, dá pra ler aqui. E parece que vem mais capítulo aí…

Me perdi falando de mim mesmo no Pará (saudades) para introduzir o bate-papo especial dessa semana com a dupla paraense formada por Waldo Squash e Luan Rodrigues, responsáveis pela produção musical e imagética,  respectivamente, do projeto multimídia Uaná System, que acaba de lançar o álbum “Carimbohton”, com releituras tecnológicas do carimbó, importante gênero musical da Amazônia brasileira. O projeto bebeu da tradição dos mestres para apresentar releituras eletrônicas. No site, dá pra acompanhar toda essa viagem, e também no nosso delicioso papo com sabor de cupuaçu.

Moreira – É uma alegria tão grande ter um álbum de Waldo Squash para ouvir, mestre, você sabe o quanto eu te admiro e respeito. Amei o remix de “Xirley” que você fez pro Zé Cafofinho, mas esse o álbum está uma pedrada, e o visual do Luan Rodrigues é uma viagem lisérgica, alucinante, um novo mundo que se apresenta e toma a gente. Como foi processar o carimbó pelos olhos do Moombatom e da música eletrônica? E o trabalho com Luan?

Waldo Squash – Moreira, te confesso que trabalhar o carimbó nessa releitura eletrônica não foi fácil. Principalmente, porquê boa parte dos mestres não simpatizaram de cara com a ideia de “modernização  eletrônica” de suas músicas. Foi então que o trabalho de Pierre Azevedo, pesquisador parceiro no projeto, facilitou esse diálogo musical que desenvolvemos em parceria com os mestres. Ele já havia feito trabalho audiovisual e acadêmico voltado para o ritmo e conhecia bem os mestres, passando-lhes confiança e seriedade de nosso trabalho. Quanto à parte de adaptação do carimbó aos moldes do Moombatom, foi um verdadeiro desafio. Nas primeiras musicas, fiquei buscando formas. Cheguei a fazer umas três versões diferentes da mesma música sem gostar do resultado. Até que uma agradou e fui desenvolvendo as demais baseadas nessa versão. Ao final, ouvi todas as faixas produzidas, várias vezes para sentir se não faltava mais alguma coisa na parte de arranjo, e enviei à equipe para audição. Todos curtiram o resultado e o processo seguiu com o trabalho do Luan na parte visual.

Moreira – Waldo virou empresário? Está trabalhando com a sua mulher, no comércio? O fim da Gang do Eletro foi meio traumático? O trabalho que vocês fizeram é muito importante, nível Chico Science e Nação Zumbi de inovação.

Waldo Squash – Desde a pandemia, resolvi investir no mercado da moda no varejo com minha esposa, foi uma forma alternativa de gerar uma renda extra, já que os shows haviam sido cancelados por conta do lockdow. Seria algo de momento, mas o trabalho deu muito certo, tanto que resolvemos abrir uma loja e estudar melhores estratégias do negócio. Hoje, após quase três anos desde o início do projeto, já expandimos para o setor de calçados e temos planos de abrir novas lojas em outros bairros de Barcarena e cidades próximas. Atendemos cerca de 400 clientes fidelizados no nosso bairro e esse número cresce a cada dia, graças a Deus. Em relação à Gang, o fim foi de boa. Era esperado que uma hora todos iriam querer buscar carreira solo (assim como acontece em outras bandas), só não fizemos um anúncio oficial. Isso porque ainda pode haver a possibilidade de um reencontro para uma última turnê de despedida. Inclusive, no último Rock in Rio, houve um encontro entre eu, Keila e Will, falamos sobre essa possibilidade, mas ainda não conseguimos botar em prática a idéia. Todos do grupo continuam a se falar e somos amigos.

Moreira – Luan,  como foi essa descoberta do autismo, que doideira meu irmão. Quais mudanças provocou na sua vida? Vi que está fazendo quadros incríveis que podemos ver no perfil Kambocito, me conta tudo, que saudades de você… Você está morando em um barco? Aquele vídeo que me mandou do ateliê parece… Nosso encontro aí em Belém foi muito marcante, não esqueço (recordações queridas dessa tour aqui, aqui e aqui).

Luan Rodrigues – Oxe, meu amigo. É sempre uma alegria imensa esbarrar com você pelos entremeios dos rolês. Aquele nosso primeiro encontro em Belém foi marcante, e já tem uns quase dez anos. Inclusive, saudades das festinhas. Rapaz, esse negócio do autismo tem sido uma descoberta bem interessante. É transformador poder começar a ter consciência das próprias limitações e adquirir segurança para tomar as rédeas da vida. Eu sempre estive com a cabeça no “fantástico mundo de Bob”, com sérios problemas com o tato físico social e lidando com umas zonas de hiperfoco muito complexas e específicas. Problema foi quando o transtorno do mundo fora dessa zona começou a gerar absurdas crises de ansiedade aqui dentro. Aí, eu já não estava mais conseguindo conviver com os barulhos da cidade, luz branca… Enfim, muita onda. Até chegar nesse diagnóstico, foi uma belo caminho entre psiquiatras, neurologista e psicoterapeuta. Aí, fui percebendo que as coisas estavam correndo rápido demais e decidi pisar no freio e retornar para Cametá, cidade no interior do Pará onde minhas raízes estão. Cametá é formada por mais de 500 ilhas no baixo Rio Tocantins. Aqui tem o melhor açaí e o melhor peixe de água doce (Mapará) do mundo, além de ser rodeada por uma floresta deslumbrante que, pra mim, serve como infinita fonte de inspiração. Ahhh, o Kambocito era o meu projeto secreto (nem tão secreto) até um dia desses. O Kambô surgiu logo após o descanso que a Gang do Eletro deu. Um dia, eu acabei caindo de paraquedas na Art Basel, em Miami, e fiquei chocado por não ver nenhuma representação da Amazônia na maior feira de exposição de galerias de arte do mundo (apesar de pelo menos 20 galerias brasileiras presentes naquele ano). Eu sempre fui um grande entusiasta de arte urbana e, como já vinha desenvolvendo visuais para videomapping, tive o insight de mesclar pintura com arte digital. O Kambocito é a transmutação entre arte analógica e arte digital usando as visualidades do cotidiano amazônico como tema principal.

Moreira – Luan, explica todo o visual do trabalho, estas fotos e este clipe de assistir gritando, é tão estimulante, excitante, estridente… Como foi a pesquisa? Você viajou pela Amazônia continental por Brasil, Colômbia, Peru e Equador e fez registros nas aldeias? Como foi essa pesquisa?

Luan – Em relação aos visuais, na real, sei lá. Pra te falar bem a verdade, eu juntei uma galera incrível, peguei uma câmera e fui fazendo. Sempre me amarrei nas video art do leste europeu do final dos anos 70 começo dos 80. Tem um doidão polaco de nome estranho pra onde eu sempre recorro quando preciso tirar um coringa da manga, o Zbigniew Rybczynski. Ele sempre foi transgressor nas trucagens de montagem audiovisual. Fazia umas coisas cabulosas de forma analógica nessa época, usando técnicas de rotoscopia (Um rotoscópio é um dispositivo que permite, aos animadores, redesenhar quadros de filmagens para serem usados em animação), colagem sobre película 35mm, viajava nas narrativas, cores e ritmo, sem ter um computador na mão pra ajudar. O cabra era muito sagaz no processo dele. Além dos magos dos videoclipes da MTV dos anos 90 (Michel Gondry, Spike Jonze, Chris Cunningham). Os visuais do Uaná System vem da mistura desses mestres da video art com as visualidades amazônicas. Aí joga umas cores cítricas, uns glitch, tucupi, bacaba (palmeira nativa da Amazônia.), cupuaçú e cachaça de jambú, rebola um pouquinho, e pronto. Sucesso.

Making-of de "Curupira bicho brabo'

Moreira – Bacana também o lado da pesquisa do projeto. O produtor cultural Marcel Arêde (outro querido paraense) e o pesquisador Pierre Azevedo fizeram pesquisa, em campo, com estúdio portátil de gravação e edição de áudio, e equipamentos de vídeo e fotografia, realizando encontros com grupos de Carimbó em seus espaços nativos, onde gravaram suas músicas e performances ao vivo, assim como entrevistas com seus mestres compositores. Quando esse material chega ao site e qual a importância de toda essa documentação? Expliquem a origem do ritmo para nós, sudestinos…

Luan – O projeto do disco surgiu a partir de uma necessidade de mapeamento. Era preciso entender melhor as variações das cadências rítmicas do carimbó nas diferentes regiões do Estado do Pará. Tivemos contato com mestres da região do Salgado Paraense, Tapajós, periferia de Belém e Marajó. Cada canto desses tem suas particularidades, seja na cadência rítmica ou na temática das letras. Tem carimbó mais modernoso, de contexto urbano. Tem carimbó de pescador e vaqueiro. Tem o chamegado. O carimbó é bem extenso nas suas variações e muito rico nas suas visualidades. O resultado dessa pesquisa já pode ser visto no nosso site e canal do Youtube.

Abaixa que é tiro!💥🔫

Pupillp por Fabio Fraga
Alceu Valença por Leo Aversa
Alexandre Gois e Joaquim Pessoa por Fabio Pedrosa

O que pode ser mais gostoso do que um frevo no nosso carnaval? O ritmo musical que fusiona marcha, maxixe, dobrado e polca e a dança, influenciada pela capoeira, são invenções dos pernambucanos, esses danados, e teve data comemorativa essa semana, o Dia do Frevo, dia 9. O ritmo ganha homenagens, nesse pré-carnaval, deles mesmo, os pernambucanos, com os lançamentos do segundo volume da Orquestra Frevo do Mundo, do produtor Pupillo e de Marcelo Soares, com colaborações de Martins em “Energia”, regravação de sucesso na voz de Elba Ramalho que chegou na semana passada, e de Nando Reis em “Não Existe Pecado ao Sul do Equador” e Bala Desejo em “Chão da Praça”, que estão por vir, dia 15 de fevereiro.. O primeiro volume, em 2020, foi grandão, com Caetano Veloso, Céu, Duda Beat, Otto, Tulipa Ruiz, Siba, Arnaldo Antunes, Beto Barreto, Almério e Henrique Albino.

Orquestra Frevo do Mundo e o primeiro single com Martins
“Mentiras e Verdades que eles odeiam”
Alceu Valença e a versão frevo de "Estação da luz"

Alceu Valença lançou a versão em tempo de frevo de “Estação da Luz”, um de seus maiores sucessos, com arranjo dos maestros Tovinho e Duda. Na gravação, seis metais da melhor escola pernambucana do gênero, e o clipe é uma animação inspirada na obra do artista Wellington Virgulino. Ontem, Dia do Frevo, a dupla pernambucana Alexandre Gois e Joaquim Pessoa lançou a inédita “Mentiras e Verdades que eles odeiam”, com a Orquestra Malassombro, pela gravadora Biscoito Fino. “O single é quase uma provocação bem humorada de quem voltou a ver o sol, depois de quatro anos de escuridão no país do Carnaval. Do alívio do frio que se vai indo embora, para devolver à nossa gente o calor de nosso deboche “do fevereiro apinhado” de cá”, define Alexandre. É o frevinho da ursal, pros comunistas, travestis, quilombolas, trabalhadores, pobres, feministas, marxistas, ateus, artistas e pretos. No dia 17, eles lançam “Panela”.

Polish

Meu amigo e cantor Leopold Nunan foi quem me indicou o perfil no Instagram de Sete Genet-Piauhy, codinome artístico do cientista social e antropólogo Marcelo Reges Pereira, 45 anos, há 7 deles, professor na área de  antropologia na Universidade Estadual do Piauí (UESPI). “Sete é teresinense. Marcelo é anapolino (nascido em Anápolis, em Goiás)“, me conta, por e-mail. “Os seres antropomórficos e zoomórficos das minhas obras evidenciam as pulsões  animalizadas das experiências humanas. Considero que podemos caracterizar minha arte a partir do Naïf. Portanto,  não tenho formação acadêmica em artes plásticas, sendo assim, minhas obras não têm a necessidade de responder a expectativas academicistas. O meu único objetivo como artista é trazer à superfície todo o mundo simbólico que grita  nos meus desejos eróticos, sonhos e pesadelos.”, segue o lindo e-mail. Os cerrados goiano e piauiense têm as suas fauna e flora representadas nas obras. Apesar do orgulho de se apresentar como outsider do circuito de arte, expõe desde 2017 e e já ganhou o Prêmio Arte como Respiro (Itaú Cultural 2020), Prêmio Josenildo Suassuna de Arte Naif 2021 (Fundação Cultural de João Pessoa) e o  Prêmio RemixPonto (Brasília/2022). Slay. 

Titiago comanda o Bloco das Cores
Çorrão", tem Chloe na Treta
Realce! Quanto mais purpurina melhor.
REP Festival, no Rio, com todos os nomes do setor

Continuamos sobre o reinado de Momo prolongado, que é gay que eu sei, ahahaha. Comprovando: sexta (10) tem Bloco das Cores na rua com mais de 20 artistas LGBTQIA+ da cidade e da região comandados por Titiago. Concentra às 17h, na Praça do Riachuelo, indo, pela Rua Getúlio Vargas, até a Praça Antônio Carlos. No trio, som com os DJs Fábio Laroque, Nicey e Heyleldj e performances com as drags Bruna e Loren Z e o rei momo gay Narciso (shantay, you stay). Ninguém vai se cansar não, está no contrato, e as gays seguem para o Rocket Pub, aonde Fabio Laroque e Titiiago comandam o som e sim, tem mais performances com os boys Artur Marasco e David Cirilo e as drags Andy Mendes, Jessie Dutra e Saraah. Titiago vai lançar clipe de “Renascer remix carnaval”, com Saraah. Ingresso aqui.

Claro que não tem gay cansada e, no sábado (11), o pacto é renovado com edição da festa carioca Treta, às 22h, no Rocket. No line-up, os cariocas Chloe (drag queen gata-e-gato), Toni Romanhuki e Kiarah Pucca e o local (gato também, hein, é carnaval, e eu tô sincerão) Ranges.

Quer mais agenda carnavalesca? No sábado (11), às 15h, rola o Baile do Come Quieto, no Terrazzo, com Bateria Milagrosa, Grupo NTI, Samba a La Carte e DJ Kallô.

O carnaval não descansa, a agenda oficial está aqui. Sexta (10) tem Bloco do Ben, às 17h, saindo da Praça Jarbas de Lery Santos, em São Mateus, e Realce, no mesmo horário, no Parque Halfeld. No sábado, tem Só Love, às 12h, na  Rua Dom Viçoso, no Alto dos Passos,  Meu Concreto tá Armado, às 12h, na Praça Jarbas de Lery Santos, e toda a potência do Ingoma,  às 14h, no Parque Halfeld. No domingo (12), tem Parangolé Valvulado, às 12h, na Av. Getúlio Vargas, concentração em frente ao prédio da Cesama. Na quinta (16), prepara o coração que o Recordar é Viver leva emoção ao Parque Halfeld, às 16h30.

Jardim Norte faz Bailinho de Carnaval sábado (11), das 14h às 18h, com Tio Macarrão e a bonequinha Gabi Gabizoca.

No Beco, tem Bang!, com Gramboy, na sexta (10), Cabaré do Cambará, no sábado (11) e Samba de Colher, no domingo (12). No Sensorial, tem Grupo Alquimia nesta sexta (10), 22h.

Neste sábado (11), o Museu Ferroviário  será palco da primeira edição do Slam Poético da Ágora do ano, às 14h30, com entrada franca e promoção da Confraria dos Poetas.

A tradicional Roda de Samba do Muzik retorna com Sandra Portella, quarta (15), às 21h.

Na quinta (16), às 21h, rola o baile de carnaval “Cheguei pra ficar”, no Clube Sírio e Libanês, nos Passos (alto da Rio Branco), com Muvuka e bateria da Unidos de Santa Luzia.

No Rio de Janeiro,o REP Festival tem mais de cem atrações em dois dias de flow, sábado e domingo (11 e 12), com nomes como os headliners Matuê, L7nnon, Filipe Ret, Poze e Orochi e  diversos nomes já consagrados na cena, como Flora Mattos, Tasha & Tracie, Cynthia Luz, Budah, Djonga, Xamã, Black Alien, BK’ e Baco Exu do Blues.

Na Súbita, o boa praça do Projeto Emuni
Bem foto o filho da Flavinha e do Guy, Yan Cafiero, no Offbeatr
Kureb (à direita), o anfitrião do rolê, e o parceiro Marcellus Reoli
Adorei as minas de preto! Slay!
O artista Gaffaria, dos viadões, ea Capivara de Tróia,
O menino mais bonito da estaçãio: Gustavo Resende
Ramon Brandão aproveitou a inspiração
O capitão no Espaço Hip Hop, gênio da raça, Stain
Foi grandão!
Grandão!
Água a R$ 2, evento popular, só chegar
Painel Rainbow, do Stain, com MC Xuxú, Pekena nLumen, Caetanos Brasil e Fernanda Muller
Gloobmund
As crianças do Hip Hop,, Amara e Lohan
Didi Big Art e os grandes lábios
Manueliton Trevenzoli, o 021manulira
Renaya Dorea
RT Mallone em aç˜åo
😉

Esse finde eu esqueci todas as preocupações com a Covid e resolvi sair sem máscara pela primeira vez em muito tempo, depois que entrei na roda do BaianaSystem e fui ao show do Maglore. No sábado, quase fui assado vivo sendo bem feliz na Súbita, o carnaval eletrônico do Kureb com entrada franca e bebedouro público de água no Museu Ferroviário. Rolê muito agradável, com pessoas queridas e uma vibe paz e amor, sem carão e sem ódio, olha, eu fui bem feliz. Tinha muita gente transante fantasiada, e o set final, do Kureb e do Marcellus Reoli, carnavalizou e trouxe cores e ritmos da folia, tocou até nossa ministra da Cultura Margareth Menezes, é carnaval em Wakanda (não foi essa que tocou, mas essa é desse ano e a-mo)!No dia seguinte, no domingo, a chuva me desanimou do bloco e rumei pro Espaço Hip Hop, criação do artista plástico e grafiteiro Stain, descendente de uma linhagem de reis e rainhas, olha, nunca vi tanta gente bonita em Jufas de uma só vez, meu coração de piscianjo segurou bem, mas se apaixonou umas oito vezes. A garotada estava toda lá, enfeitando a valer, tinha skate, bike, batalha de break, batalha de rima, grafite sendo feito ao vivo por craques como Renata Dorea e Didi. A turma do grafite estava em peso, Gloobmund, CND, Pekena Lumen e mais, orgulhosa da galeria de arte a céu aberto que virou o nosso rolê. Rolou até emocionada homenagem de Claudin Mello à nossa Casa Absurda. A noite acabou com show do RT Mallone, o cara é o maioral.  A água tava R$ 2, isso que é cultura acessível. O Espaço Hip Hop é a ocupação pública mais importante da cidade, vida longa. Viva Stain!

A capade "Corpo & Calma" por José Bonifácio

Semana passada, aqui,na playlist, já veio sextando “Joia rara”, faixa do cantor e compositor capixaba Fabriccio e do produtor musical paulistano DJ Will com participação de Rael. Essa foi a faixa que focaram para a divulgação do EP “Corpo & Calma”, que tem participações ainda de Zudizilla, Diego Amani e Aura Soul. Com o afeto como ponto de partida, o projeto colaborativo mostra a multiplicidade de narrativas de homens pretos falando de amor, trazendo o contraste de suas diversas vivências.“Há uma tentativa de deixar uma pista dos cuidados e reflexões que, como homens negros, precisamos cultivar pra viver os afetos, lidar com os esteriótipos, frustrações e hipersexualidade geralmente linkadas a nós”, explica Fabriccio.

Fabriccio por André Lima
DJ Will por Gustavo Sena

Playlist com as novidades musicais da semana. Todas as playlists do 2012, 2021 e 2020 nos links.

Playlist de clipes com Ludmilla + Tasha & Tracie, Jader, GA31, Marina Melo, CorujaBC1 + MU54O, Criolo, Planet Hemp, Lizzo, Yemi Alade, Ara Ketu, Pedro Mann,,@, Lagum, Wax Audio, Yeah Yeah Yeahs, Ashnikko, Orbital, Gorillaz e Ludmilla.

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