Sexta Sei: A família e o grande senso coletivo dos mineiros da banda Lamparina

Músicos voltam a São Paulo para se apresentar no Cine Joia, no dia 20 de maio, depois de participação no festival Lollapalooza

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Fotos: Sarah Leal

Surgida em 2016, a banda Lamparina, antes Lamparina e a Primavera, faz parte de um timão de artistas mineiros que está dando nova cara à música feita aqui no estado. Depois de participação no festival Lollapalooza, eles fazem novo show em São Paulo, no dia 20 de maio, no Cine Joia, confirmando o novo tsumani mineiro que não se entrega pros caretas, como anunciam no grande hit “Não me entrego pros caretas”, que já ultrapassou a marca de 5.5 milhões de streams no Spotify e mais de 850 mil visualizações no YouTube.

Bati um papo, por e-mail, com Marina (vocal), Coto Delamarque (guitarra e vocal), Calvin Delamarque (baixo), Stênio Ribeiro (guitarra), Fabiano Carvalho (percussão e efeitos) e Thiago Groove (bateria), que responderam coletivamente sobre como Minas está revelando mais artistas que todo o resto do Brasil, da festividade como ferramenta política, da parceria azeitada com os baianos do ÀTTØØXXÁ e do grande senso coletivo que une a banda.

Moreira – Eu conheci vocês quando comecei a fazer Sexta Sei há quase dois anos e, vindo de uma longa temporada no Rio, me reencontrei com a nova e vibrante música mineira de Beloryhills, pelas mãos do amigo e DJ Luiz Valente. As coisas estão acontecendo na capital mineira, né, Marina Sena grandona no Fantástico, FBC e Vhoor estouradaços, “Deus pra mim é Djonga”, rs, os meninos do Lagum, tem mais olhos voltados pra cena a cada dia. Quais artistas a gente deve acompanhar? Já papeei com o menino encantado Kaíke, Kdu dos Anjos, Dedé Santaklaus (piro), BemTi e As Exaustas… Adoro demais a mineirada.

Lamparina – Opa! Realmente há um terreno muito fértil em BH e, atualmente, talvez esteja revelando mais artistas que todo o resto do Brasil. Acho que devemos acompanhar tudo sempre que possível, principalmente aqueles que, como nós, estão conquistando espaço pra além das montanhas de Minas.

“Não me entrego pros caretas”

Moreira –  Quando conheci vocês, a banda se chamava Lamparina e a primavera, que é um nome bem bonito. Eu sou pisciano, gosto dessa dramaticidade, rs. Como foi esse processo de encurtar o nome? Li que vocês são o resultado da junção de duas bandas universitárias. 

Lamparina – O nosso próprio processo de amadurecimento levou ao encurtamento do nome. Não foi nada pensado demais ou complexo de fazer, apenas entendemos que um nome grande era alternativo demais. Nunca nem ficamos falando sobre isso ou na época chegamos a avisar os fãs… Apenas resolvemos abdicar do sobrenome rs.

“Amarelou”

Moreira –  Vocês passam a ideia de que estão se divertindo imensamente, grandão, nos clipes, e de que são muito transantes. O release fala em “expoente de uma geração que toma a festividade musical como importante ferramenta política”. A gente está precisando de festa, né, depois de dois anos trancados em casa…

Lamparina – A festa é momento de encontro, diálogo, criação, além de ser a projeção real da diversão, e como diz Chico Science, o mais importante é se divertir. O exercício de festejar não existe em detrimento ao trabalho, e é importante dar ênfase nisso, porque falamos sobre a festividade como ferramenta política de forma organizada. Uma parcela careta da população, guiada por olhos de deuses que eles mesmo inventam, faz pensar que quem festeja livremente está se passando de vagabundo, como eles mesmo dizem, mas não é por aí, é muito mais sobre saber viver a vida de forma intensa e feliz.

“Pequim”, Lamparina e ÀTTØØXXÁ 

Moreira – Eu sou completamente apaixonado pelo ÀTTØØXXÁ <3 Como foi fazer esse feat com eles? Foi pandêmico, à distância, como sugere o clipe? O pagodão é uma revolução, né? Eu amo, queria aprender a mexer, risos. Fui ouvir a discografia completa de vocês tem muita influência de música baiana e nordestina, né?

Lamparina – Quando surgiu essa oportunidade, ficamos muito felizes. Hoje em dia, já os conhecemos pessoalmente e vamos dividir alguns palcos juntos. O pagode baiano é um gênero que ainda está sendo assimilado aqui no Sudeste, mas que na Bahia já é cultural. Temos bastante influência de gêneros nordestinos de fato, mas mais precisamente baianos e pernambucanos.

“Ela joga”

Moreira – Você passam uma ideia de coletividade, parece que tem até mais gente do que tem, nos clipes, risos, tanto que vocês se misturam e somam. Como é a convivência entre vocês, rola uma coisa comunitária? Me lembra Novos Baianos, viajei? Como é o processo de composição de vocês e principais influências? E os planos pra esse ano… Tem lançamentos vindo aí?

Lamparina – Na verdade não temos nada em comum com os Novos Baianos hahah. Estamos bem distantes de um lifestyle hippie e comunitário. Mas não quer dizer que não tenhamos um grande senso coletivo e que não formamos uma família sempre que estamos juntos. Acho que não temos estrutura para bancar esse estilo de vida, talvez até fosse possível em outro contexto social brasileiro, mas atualmente parece impossível hahah. A nossa convivência é ótima e isso acontece pelo respeito acima de tudo; é preciso aceitar a outra pessoa da forma como ela é, e ter consciência de que é necessário estar disposto a dar mais do que receber. As composições são feitas por mim, Marina e Calvin, mas os arranjos são feitos por todos. Esse ano, planejamos lançar mais alguns singles e seguir tocando pelo Brasil e quem sabe fora dele.

Abaixa que é tiro!💥🔫

FBC & Vhoor
Tuyo e Luedji Luna
Tasha & Tracie e Fenda

Fotos: JP Sofranz

Ano passado eu falei aqui do mineiro Palco Ultra com a mineirada que eu gosto Kdu Dos Anjos e  Fenda e ainda teve Emicida, Rico Dalasam, Larissa Luz, Tássia Reis e grande elenco. Este ano, olha que delícia, tem o rolê virtual de novo, com um line up estelar com Tuyo e Luedji Luna, Carla Sceno e BNegão, Clarissa, Clara x Sofia, Nobat, Pretinho da Serrinha e Curumin, na terça (17), e FBC & Vhoor, Tasha e Tracie, Fenda, Kdu dos Anjos, Lirios, Jean Tassy e Ruby, na quarta (18), sempre às 19h, pelo YouTube. A curadoria é de Barral Lima e Carol Daves.

Foto: João Paulo Souza
Guida (baixo), Yroxe (percussão), Gustavo (guitarra e voz), Henrique Villela (guitarra) e Hugo Moutinho (bateria)

MPB mineira de tempero caliente tropical é o menu que o boa-praça Gustavo, o Megusta Xagusta, apresenta hoje (13), às 19h, na Ncssresort, acompanhado da banda formada por Henrique Villela (guitarra), Yroxe (percussão), Guida (baixo) e Hugo Moutinho (bateria).

“Calos” ao vivo

A mítica que acompanha o personagem único e o trabalho antecipa um clima de magia, espiritualidade e mistério, como nos versos poéticos de “Calos”, “A chuva quando cai reforça o matagal”, um dos destaques do seu bom disco de estreia, “Arriba, o menino que queria ser um foguete” (2019). O som é temperado no caldeirão mineiro  com perfumes de Tropicália, Pink Floyd e Red Hot Chilli Peppers.

Foto: Callum Mills

As superestrelas pop globais do Little Mix fazem show da turnê “Confetti” com transmissão ao vivo, a nível mundial, como uma despedida antes da pausa que fazem para focar nos projetos solo. Vai ser neste sábado (14) às 16h (horário Brasil), direto da O2 Arena, de Londres, com ingressos a £13.00 (cerca de R$ 81.47). Jade Thirlwall, Leigh-Anne Pinnock e Perrie Edwards são a maior banda feminina do mundo, com mais de 50 milhões de discos vendidos, mais de 22 milhões de ouvintes por mês no Spotify e 3 bilhões de visualizações no YouTube. No clipe de “Confetti“, as gatas aparecem caracterizadas como drag kings.

Trailer

Gay, se você não assiste à série competitiva “Legendary”, você está tomando só metade do chá. A 3ª temporada começa na quinta (19), na HBO Max, com dez casas disputando o título e US$ 100 mil. O programa mostra a cultura da comunidade ballroom, aquela mesmo, do voguing, com muita moda e comportamento gay. É fechamento. O time de sucesso continua com a apresentação de Dashaun Wesley e os jurados Megan Thee Stallion, Leiomy Maldonado, Law Roach e Jameela Jamil. Eu acompanho tudo pelas deusas da Fuzzco, que postam players com os episódios legendados.

CPM 22 no Cultural
Andre Medeiros. Foto: Caio Dezidério
Oruã por Raiza Falcão_
Guilherme Melich no segundo piso do Jardim Norte,
César Brandão e o site specific Checkmate na Sala da Casa

Hoje (13), às 22h, no Cultural, tem show com CPM22 e as boas bandas locais Obey! e Martiataka.

Sábado (14), no Café Muzik, o boa-praça André Medeiros Lanches estreia show solo, abrindo pros cariocas da banda Oruã, que já antecipam novidades de seu quarto disco, com duas baterias no palco. No domingo (15), a partir das 18h, tem Samba de colher.

Sábado (14), às 13h, rola o I Festival Literário da Zona Norte, na Praça CEU, às 13h, com Slam Confraria dos Poetas, Sarau da LEIA-JF e contação de histórias.

O artista Guilherme Melich expõe duas telas, da série “Incêndios” no segundo piso do Jardim Norte, no mesmo piso aonde estão seis esculturas em ferro oxidado de Yure Mendes, da série “Fragmento Filosófico”.

Fica em cartaz até o dia 20 a exposição do site specific “Checkmate”, de César Brandão, na Sala da Casa. A obra surgiu da observação do assoalho de tacos de madeira quadriculados, em duas cores, um tabuleiro de xadrez.

Já tem perfil no Instagram a nova casa de Jufas, na Avenida Brasil, o Beco, ao lado do Sayonara, e resultado da união de Oandardebaixo e Uthophia.

 A Prefeitura de Juiz de Fora anunciou a realização de desfiles de carnaval em 2023, nos dias 19, 20, 21 e 24 de fevereiro.

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Ainda tem as playlists de 2021 e 2020.

Playlist de clipes com Rosalía, Jack Harlow, Christina Aguillera, Chorou Bebel, Arcade Fire, RT Mallone + CorujaBC1, A$AP Rocky, The Offspring, Tove Styrke, The Avener, Zeca Veloso, Guitarricadelafuente, Sabrina Claudio, Giulia Be, Kylie Minogue, Lady Gaga, Renegado + Rebecca, Héloa e Ana Ratto.

 

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