Sexta Sei: Luedji Luna, o momento da música popular brasileira

Cantora acaba de lançar, ao lado companheiro, o rapper Zudizilla, faixa dedicada ao jovem filho Dayo, 1 ano, “Ameixa”

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Fotos: Helena Salomão

A cantora baiana que é o momento da música popular brasileira, Luedji Luna, 26 anos, acaba de lançar, ao lado do parceiro, o rapper Zudizilla, faixa dedicada ao jovem filho Dayo, 1 ano, “Ameixa”, em referência a uma das frutas que o pequeno mais gosta de comer. Primeiro lançamento após o excepcional disco “Bom Mesmo é Estar Debaixo D’água” (2020), a música foi produzida por Nave Beatz e o instrumentista Feijuca, e o clipe, dirigido por Joyce Prado, mostrando a intimidade familiar, bem solar, com ares de realeza Carter à brasileira.

“Ameixa”, a fruta que ele gosta é tão cara

Para Luedji, a maternidade bagunçou tudo pra melhor. “Um grande portal, mudou tudo, dentro e fora de mim. O corpo é outro, a cabeça é outra, a postura diante do mundo e dos outros. Dayo me fez superar limites, em dizer não, em me impor e me priorizar. Só é possível amar o outro, quando você se ama e se respeita. Estou me educando, me desfazendo de velhos padrões, para poder educar o outro. Ser mãe é uma grande revolução mesmo”, comenta Luedji. O papai acaba de lançar o EP “Manhã, Tarde & Noite”, que antecipa o primeiro disco cheio, “Zulu volume 2: De César a Cristo”.

“Ameixa”

Batemos um papo, pelo e-mail, e falamos das mudanças com a maternidade, da gravação do especial Afropunk do NPR, aqui no Brasil, do estreitamento dos laços com a África nas gravações do último disco, do flerte com o hip-hop, as expectativas para o primeiro show com galera e a gratidão pela repercussão emocional e afetiva de “Banho de Folhas”.

Em tempo, ela faz show, neste sábado (11), às 17h, no Amazon Music Festival, com Marina Lima, Liniker e Marina Sena.

Moreira – Esse bebê está a coisa mais linda 😉 Como a maternidade te transformou, como afetou a sua criação e a sua arte? Você estava deslumbrante grávida na divulgação do disco “Bom mesmo é estar debaixo d’água”. Quando fala em Ameixa, eu lembro imediatamente de “Bolo de ameixa”, do Mundo Livre S/A. Aqui em Minas não tem essas delícias não, desejo, rs. Seu filho Dayo ama ameixa, né?

Luedji LunaSim, ele ama ameixa e outras frutas, Dayo ama comer, graças às Deusas! A maternidade mudou tudo, eu hoje sou uma mulher que se respeita mais, capaz de impor suas vontades e limites. Acho que isso é ser adulta, né? Não dá pra ser mãe de outro jeito. Criativamente,  a gestação foi pouco frutífera pra mim, eu só queria comer e dormir. “Ameixa” foi a primeira e única canção dedicada a ele.

Luedji no Afropunk do NPR, vídeo completo aqui

Moreira – Foi muito emocionante a sua participação no Afropunk do NPR…. Eles são muito referência de cultura negra contemporânea, gosto de acompanhar. Como foi pra você participar desse rolê, como rolou esse contato? Orgulho nacional, viu 😉

Luedji LunaFoi um convite que surgiu muito em cima da hora, mas que deu certo no final. A gravação foi aqui mesmo no Brasil, por conta da pandemia Um sonho e uma meta realizada.

Lueji e Dayo

Moreira –  Outro dia, você tuitou que o primeiro show pós-pandemia vai ser “Like a virgin”. O disco novo ainda não teve show com público, né? Qual a sua expectativa para quando esse show rolar? Eu quero ouvir “Origami” ao vivo, amo 😉

Luedji LunaEu posso até morrer! Eu vivo pra esse momento, fazer o show desse disco ao vivo!

Moreira – Eu vi um show seu no Circo Voador no Ar apenas com o DJ Nyack , foi aí quando eu enxerguei uma nova dimensão sua, também como uma artista de hip-hop. Qual seu envolvimento com essa cena? Pedrada esse show

Luedji LunaAhh, esse projeto foi demais pra mim, me explorar em outras linguagens. Eu amo o rap, apesar de não ter talento pra isso, acabei casando com um MC, e quero sempre estar perto desse universo.

Lueji e Dayo

Moreira –  Outro dia, você tuitou que o primeiro show pós-pandemia vai ser “Like a virgin”. O disco novo ainda não teve show com público, né? Qual a sua expectativa para quando esse show rolar? Eu quero ouvir “Origami” ao vivo, amo 😉

Luedji LunaEu posso até morrer! Eu vivo pra esse momento, fazer o show desse disco ao vivo!

Moreira – Eu vi um show seu no Circo Voador no Ar apenas com o DJ Nyack , foi aí quando eu enxerguei uma nova dimensão sua, também como uma artista de hip-hop. Qual seu envolvimento com essa cena? Pedrada esse show

Luedji LunaAhh, esse projeto foi demais pra mim, me explorar em outras linguagens. Eu amo o rap, apesar de não ter talento pra isso, acabei casando com um MC, e quero sempre estar perto desse universo.

“Banho de folhas”, a faixa que abre caminhos

Moreira – Quando esse horror todo passar, você precisa se disfarçar e ir a algum rolê aonde toque “Banho de folhas”. Você já viu como os ambientes reagem, sem ser nos shows? Aqui, rola uma emoção, algo corta o ar, fica todo mundo feliz e envolvido, é bonito de se sentir. Essa canção é uma benção, né? Como ela foi composta? Está chegando a 5,5 milhões no YouTube…

Luedji LunaBanho de folhas é fruto de uma história real, de busca pela minha ancestralidade, é a canção que encerra o disco, e é a mais alegre dele, fico muito feliz em ver o quanto ela trilhou.

Abaixa que é tiro!??

Foto: Igor Tibiriçá

Após indicação ao Grammy Latino como “Melhor álbum instrumental” por “Cartografias” (2019), o clarinetista, saxofonista e compositor juizforano Caetano Brasil anuncia o disco “Pixinverso – Infinito Pixinguinha” com o single  “Carinhoso”, que chegou hoje ao streaming. A ideia do disco, previsto para março de 2022, é estreitar os laços entre choro, jazz contemporâneo e world music com um novo olhar para o repertório de Pixinguinha. O que esperar do novo disco? Clássicos como “Carinhoso” e “Rosa”, e faixas mais desconhecidas do grande público, como “Canção da Odalisca”. Tô com muitas saudades das rodas de choro que ele organizava, às quartas-feiras, no Experimental Container Bar, bactéria filha da puta!

Single “Carinhoso”, anunciando disco com repertório de Pixinguinha

Helgi em foto de Deborah Linhares

Eu sempre vejo o Helgi e seus dreadlocks loiros, aqui no Manoel Honório, e não tinha dúvidas que ele é artista. Ele lançou, hoje, nas plataformas de streaming, o seu primeiro single, o bom “Flores pra enfeitar”. “Desprezar a desigualdade de classes é abandonar as minorias, e o atual  governo brasileiro tem feito isso com maestria. Por isso, é preciso lutar“, me conta, pelo e-mail. Gracinha, né? A produção da faixa, um reggae estilo Steel Pulse, é de Henrique Villela.

Foto: Brendon Campos

O ​​Inhotim em Cena segue esquentando o coração da gente com shows impecáveis, e sábado (11) é a vez da cantora e compositora baiana que eu gosto Xênia França, às 11h. O repertório é embalado por jazz, música eletrônica, ritmos cubanos e afrobrasileiros e foi gravado entre as Patas de Elefante, um dos elementos mais fortes do jardim do Inhotim. Se perdeu, não sofra mais e assista aos episódios anteriores com Arnaldo Antunes, Otto e Pedro Luís. Recomendo demais.

Di Ferrero no Encontros Nova Orquestra. Foto: Luis Martino

Di Ferrero lança clipe com a Nova Orquestra,  formada por estudantes de música, na quarta (15), no YouTube, dentro da série “Encontros – Edição Vale Música”. As gravações foram individuais e à distância, e Di Ferrero interpretou “Sentença”. No dia 29, é a vez de Roberta Campos e a orquestra mostrarem novo arranjo para  “Minha Felicidade”. O projeto é da Agência Olga, em parceria com o  Instituto Cultural Vale, e 15 jovens da orquestra participaram das gravações.

Visibilidade lésbica: Lia Sophia e Zélia Duncan

A visibilidade lésbica está em pauta, hoje, no single “Não vou pedir licença” , que Lia Sophia lança com participação especial de Zélia Duncan, em ótima fase. Todo poder à mulher sapatão! A canção foi escrita para o documentário Assim como o ar, Sempre nos levantaremos”, que dá visibilidade a mulheres lésbicas, bissexuais, trans e travestis, da diretora pernambucana Clara Angélica. O filme traz depoimentos de mais de 20 mulheres. Lia lançou,  esse ano, o bom disco “Eletrocarimbó”, com produção de Lucio K, o primeiro residente da Bootie Rio. O clipe entra no ar às 11h aqui.

Majur na estreia do Experimente, no Canal Bis
Gal Costa na Virada Sustentável
Zeca Baleiro em espetáculo infantil Zoró Zureta na Virada Sustentável
Trio Macaíba no Sesc em Casa
A Cia Coisas Nossas de Teatro em temporada virtual de O Corsário do Rei do meu pai
Mostra Luz da África

Tem forró pé de serra do Trio Macaíba neste sábado (11), às 19h, no Sesc em Casa.

A 11ª Virada Sustentável está rolando, com show de Gal Costa, sábado (11), às 21h, transmitido do Teatro Sérgio Cardoso.  No domingo, às 15h, tem espetáculo infantil Zozó Zureta”, com Zeca Baleiro e banda.

A Virada SP faz edição sábado (11h), com shows de Gali Galó e Gabeu, do pocnejo (13h40), Fundo de Quintal (17h) e Maria Gadu (19h10). No sábado, às 18h, tem Guilherme Arantes no Cultura Livre, na TV Cultura.

A mostra “Luz da África”, sobre o cinema africano feito por mulheres, está rolando no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, e tem uma série de exibições online até o dia 19. As sessões, na faixa, rolam no site, e trazem 13 filmes premiados no New York African Film Festival (NYAFF), que ficam no ar somente no dia de exibição. Entre os filmes, estão “Vibração do Silêncio’’ (hoje,  19h), “Garotas de Ouaga” (dia 11, 18h), “Min Alesh?” (12, 17h), “Lua Nova” (12, 19h), ” “Subira” (13,  19h), “Prof. Busia: o legado” (14, 19h), “À Procura)’’ (15, 19h), “Um dia com Jerusa” (16, 19h), “O Som das Máscaras” (17, 19h) e “Iemanjá, sabedoria ecológica no coração do Brasil” (18, 17h). O encerramento, domingo (19), é com sessão especial do cinema brasileiro que exibirá  “Sem Asas”, de Renata Martins, “Alfazema” e “Rainha” da minha amiga Sabrina Fidalgo. A juizforana Lucimar Brasil, que foi minha colega na Tribuna de Minas, participa da roda de conversa “Amefricanidades, a descolonização do pensamento”, domingo (12), às 16h. You go girl.

A Cia Coisas Nossas de Teatro está em temporada virtual, até 20 de setembro, às 20h, todos os dias, com a peça “O Corsário do Rei do meu pai”, adaptação do texto original de Augusto Boal e músicas de Chico Buarque e Edu Lobo.

Na terça, tem as mineiras da Fenda no programa Experimente, às 23h, no Canal Bis. Anota a agenda, aliás: Marina Sena (21/09), Yoùn (28/09), Fran, dos Gilsons (05/10), Lukinhas (12/10), Morenna (19/10), SD9 (26/10), Urias (02/11) e Bryan Behr (09/11). A estreia foi com Majur (foto).

O crowdfunding da coluna está no ar e já atingiu 72,7% da meta, Ajuda a terminar?

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano.  Aqui tem as playlists de 2020.

Playlist de videoclipes com Couer de Pirate, Sigrid, Little Mox, Tokischa + Rosalía, Alice Caymmi, Bastille, Marieme, ETC + Hotelo, Drake + Future and Young Thug, Jason Derulo, Little Simz, Ruxell, Tiësto + Karol G, Luísa Sonza, Royal Blood, Djonga, Lana del Rey, Malu Magalhães, Sofi Tukker + John Summit, Emicida + Cesar MC + Jaddy

Sexta Sei, por Fabiano Moreira