Sexta Sei: Márcio Guelber e a música que costura os aprendizados e as vivências cotidianas

Violonista, pianista, acordeonista e compositor juiz-forano lança álbum de estreia, “Futuras Paisagens”

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Marcio Guelber em fotos de Vinicius Terror

O violonista, pianista, acordeonista, multi instrumentista e compositor juiz-forano Marcio Guelber, 36 anos, é um dos artistas mais importantes da nova geração na cidade, ao lado da esposa, a flautista, cantora e compositora Nara Pinheiro, 33 anos. Juntos, eles são emblema da música instrumental e da busca pela excelência na cidade. E ainda são simpáticos, risos. Depois do “Tempo de vendaval”, a estreia em disco de Nara, chegou a vez daele em álbum, com “Futuras Paisagens”, que chega nessa sexta (3) com oito composições inspiradas em processos e ciclos de vida. Batemos um papo, por e-mail, no qual falamos como o álbum aborda múltiplas emoções e vivências cotidianas, da paixão pelo piano, que começou quando ele tinha seis anos de idade, das novas possibilidades abertas pelo acordeon, já na fase adulta, da necessidade de políticas públicas de cultura que valorizem os profissionais da área e de como a paternidade transformou a sua vida com Cainã e Rudá, que viraram faixas do álbum e vivem em uma casa pontuada pela música. “Tem música pra tomar banho, pra almoçar, pra dormir… As melodias vão “costurando” os aprendizados e as vivências cotidianas”, me conta.

Moreira – Quais foram as principais inspirações e influências na composição das oito faixas desse trabalho de estreia, “Futuras Paisagens”? 

Marcio Guelber – Cada faixa representa um aspecto das múltiplas emoções e vivências cotidianas.Futuras Paisagens” é um disco atemporal, que fala sobre os processos e ciclos de vida, das infinitas possibilidades de nascer e renascer, da relação intrínseca entre a humanidade e a natureza.

Moreira – Quando você descobriu sua habilidade para a música e como foi a trajetória de preparação para, hoje,  ser um multi instrumentista que toca acordeon, piano e violão de 7 cordas no álbum de estreia? 

Marcio Guelber – Eu tinha seis anos quando o piano chegou na minha casa. Abrir esse tampo foi abrir uma porta para o caminho da música… Tatear as teclas de maneira intuitiva me levou a inventar sons. Eu ficava ali, imerso, e o dia passava sem que eu percebesse. Com o tempo, vieram outros instrumentos, mas o piano sempre esteve muito presente, principalmente porque sempre busquei por essas sensação e conexão de menino. Minha trajetória musical foi marcada por encontros com artistas de várias partes do mundo. Conhecer novas culturas, novos instrumentos e diferentes maneiras de me expressar por meio da música sempre foi minha busca.

Moreira – Você tem uma relação especial com o acordeon, por causa da banda de forró, o Baile do Cambará?

Marcio Guelber – O acordeon foi um instrumento que chegou na fase adulta. Eu fazia parte de um grupo de música instrumental, “Quinteto São do mato”. e foi lá que, a partir de um repertório de músicas ciganas, músicas folclóricas da Turquia e do Oriente Médio que comecei minha trajetória neste instrumento. Logo depois, veio o universo do forró, que é uma escola e abriu pra mim um novo universo musical.

Moreira – Quais são os principais desafios de se fazer música instrumental? Como definiria o seu público?

Marcio Guelber – São muitas as dificuldades em se fazer música instrumental no Brasil, a começar pelo público super restrito. Primeiro, é necessário reafirmar e assegurar o lugar da cultura na sociedade brasileira. Precisamos de políticas públicas neste setor e todo um trabalho de valorização dos profissionais da cultura no Brasil. 

Moreira – Seus dois filhos, Cainã e Rudá, ganharam faixas no álbum, como eles te inspiram e quais as habilidades que eles já têm para a música? Acredito que seja um ambiente muito musical a casa de vocês.

Marcio Guelber – Ser pai é, sem dúvida, o maior acontecimento da minha vida. O amor que sinto por meus filhos é imensurável e é fonte de inspiração pra vida como um todo. O ambiente na nossa casa é bastante musical, os instrumentos estão sempre abertos e disponíveis para a curiosidade deles e estamos sempre cantando. Tem música pra tomar banho, pra almoçar, pra dormir… As melodias vão “costurando” os aprendizados e as vivências cotidianas.

Abaixa que é tiro!💥🔫

Foto: Artur Souza

Promete o álbum “Mirantes emocionais”, o quarto da carreira do mineiro de Beloryhills Arthur Melo, há três anos sem lançar música. É o que anuncia o single “Álvaro Almeida”, com sonoridade que remete aos anos 80, brilhos e texturas e mixagem de Kassin. As referências são “Lilás”, de Djavan, e “Beat Acelerado”, do Metrô, o New Wave brasileiro. Arthur montou um coletivo, O Ministério da Consciência, para gravar o álbum e também fazer shows ao vivo, como o que acontece, no dia 8 de dezembro, na A Autêntica, em BH,  quando fazem show de abertura para Ana Frango Elétrico.  “A música fala sobre querer se conectar com outras pessoas e situações e, ao mesmo tempo, precisar de seu espaço e tempo sozinho”, explica. “Interação cansa o coração”, diz a letra. 

Fotos: Tom-Ambrois Fenaille

A violonista clássica Gabriele Leite lança nesta sexta (3) “Melodia Sentimental”, composição de Heitor Villa-Lobos que integra o seu álbum de estreia “Territórios”, que chega dia 8, pela gravadora carioca Rocinante. Além de Villa-Lobos, o disco conta também com composições dos brasileiros Sérgio Assad, Edino Krieger e Heitor Villa-Lobos e do inglês William Walton. Filha de uma costureira e um mecânico industrial, a paulista demonstrou o fascínio pelo violão desde criança. Ela estudou no Instituto Guri (Centro Cultural São Paulo), no Instituto de Artes da Universidade do Estado de São Paulo (Unesp) e fez mestrado em Performance Musical na Manhattan School of Music, em Nova York. Hoje, é doutoranda em Performance Musical pela renomada Stony Brook University – também em Nova York.

O talentoso e belo Massot compôs o pop eletrônico e dançante “Sugar daddy” e usa o shibari, no clipe, para mostrar como é se sentir amarrado e preso, comum nas relações pautadas por grana, em amarrações feita por Luís Ferraz, do Arte Shibari Brasil. Shibari é um verbo, em japonês, que significa amarrar, e ganhou novo sentido, no século XX, com o uso da corda no contexto erótico. Ele é um dos dez destaques da música LBBTQIA+ de outubro na minha seleção especial lá para a Revista Híbrida. “Os relatos de quem passa por relações assim são de se sentir amarrado, preso, apesar dos benefícios”, me contou, em áudio de WhatsApp. O clipe tem direção de arte acertada de Tarcísio Brandão e belos dançarinos, AlexieEvandro Almeida. “Gastando toda a grana em mim”…

Ao mesmo tempo quando “Nosso sonho”, a emocionante cinebiografia sobre Claudinho e Buchecha, torna-se o filme brasileiro mais visto no ano, com mais de 430 mil ingressos vendidos, um trio carioca chama a atenção pela excelência musical no trio Os Garotin, formado por Anchietx, Cupertino e Leo Guima, todos crias de São Gonçalo, que fizeram a estreia com o EP “Live Session”, em agosto, um pacote bem embalado com samba, soul, funk, R&B, e black music. Em outubro, um dos vocalistas, Leo Guima, soltou mais um EP, o também envolvente “Só vem”, confirmando a turma como boa novidade de verão, com a sua nova roupagem para a soul music brasileira.

Leo Guima
Bemti no Maquinaria
Toquinho a cantora Camilla Faustino no Central
O Rock tne Mountai abalando Itaipaiva
Roger Waters e a turnê de despedida "This is not a drill"
Mundo Bita em duas apresentações
"Murilo Mendes: o poeta brasileiro de Roma" no MAMM
Filipe Catto em foto de Juliana Robin
Debbie Harry e Majur em Salvador
Jonathan Ferr no Festival Ultrasonidos. Foto: Renan Oliveira

Sou muito fã do mineiro Bemti, que sextou aqui, há dois anos, como belíssimo álbum “Logo ali”, que acaba de ganhar versão instrumental. e clipe para a linda “Livramento”, que foi gravada por Fernanda Porto. Pois ele faz show, sexta (3), às 21h, no Maquinaria, com abertura de Laura Jannuzzi e Renato da Lapa.

Toquinho faz show, nesta sexta (3), às 21h, no Cine-Theatro Central, com participação da cantora Camilla Faustino

O Rock the Mountain faz edição em dois finais de semana, entre os dias 4 e 6 e também 11 e 13, em em Itaipava, com um line-up monstrão, com Maria Bethânia, IZA, Pitty, Marisa Monte, Margareth Menezes, Alcione, Daniela Mercury, Majur, Paula Toller, Marina Sena, Maria Rita, Vanessa da Mata, Katu Mirim, Gaby Amarantos, Jup do Bairro, Negra Li, Sandra de Sá, Karol Conka + MC Carol, Tati Quebra Barraco + Valeska Popokuda, Illy, Preta Gil, Dona Onete, Bixarte, Rachel Reis, Carol Biazin, Luisa e Os Alquimistas, Tuyo, Ana Frango Elétrico, Abronca X Shury, Clarice Falcão e mais.

Um dos maiores nomes do rock e do ativismo político, Roger Waters traz a turnê de despedida, “This is not a drill”, para o Brasil, passando por seis cidades, e tem show no Rio de Janeiro, no Engenhão, no sábado (28), e em Belo Horizonte, no Mineirão, no dia 8, ambos às 21h. Ele lançou, este mês, o “The dark side of the moon redux”, uma uva.

Sábado (4) e domingo (5), rola o evento “Aprendendo a Crescer – Música para todos os sentidos”, com shows de Galinha Pintadinha, Mundo Bita, Patati Patatá! e Trupicada, dentre outros, do meio-dia às 19h.

Exposição na galeria Poliedro do Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM) da UFJF, “Murilo Mendes: o poeta brasileiro de Roma”, reúne 12 obras italianas da Coleção Murilo Mendes, com textos do escritor e crítico de arte, retirados de “A invenção do finito”, sobre os artistas, entre nomes como Antonio Corpora e Giuseppe Capogrossi

O Festival Ultrasonidos chega à segunda edição, entre sexta (3) e domingo (5)  no Futuros Arte e Tecnologia, no Flamengo, no Rio, mantendo a busca de conexões entre a música brasileira e aquela produzida por seus vizinhos sul-americanos. Além de mesas-redondas, tem shows, sexta (3), às 19h30, com  Jonathan Ferr e Filipe Catto recebendo os argentinos Fèmina e Kaleema. Essa será também a noite de abertura do Festival Multiplicidade 18 anos, que também abraçou a sefunda edição do NFT Rio, de 15 a 19 de novembro, com exposições, talk shows, performances, encontro de comunidades e workshops. Tudo com entrada franca e aquecimento pro Multiplicidade, de Barman Zavarese, que vai até 26 de novembro, 

O festival internacional Liberatum faz sua primeira edição no Brasil, entre sexta (3) e segunda (6), em Salvador, com entrada franca. Entre as atrações, estão Debbie Harry em show com Majur, Viola Davis, Angela Bassett, IZA, Luedji Luna, Alcione, Taís Araújo, a ministra da Cultura, Margareth Menezes, e o vencedor do prêmio Nobel de literatura, o nigeriano Wole Soyink.

 Itamar Vieira Júnior, autor do romance “Torto Arado”, faz palestra gratuita nesta sexta (3), às 19h, no Teatro Paschoal Carlos Magno,O O

O Prêmio Multishow acontece no dia 7 de novembro, às 20h30, no Rio de Janeiro, Este ano, este jornalista qie vos escreve compôs a academia do prêmio.

Na quinta (9), o uruguaio Jorge Drexler apresenta show do belo álbum “Tinta y tempo”, às 21h30, no Espaço Unimed, em São Paulo.

Playlist com as novidades musicais da semana, que consolida às 2h da sexta. Todas as playlists do 2012, 2021 e 2020 nos links.

Para melhores resultados, assista na smart TV à playlist de clipes com Idles, The Kills, Arca, Laufey + beabadoobee, Within Temptation, Yòun + Duquesa, Marisa Monte, Black Pumas, Jungle, Dj Caique e Kamau, MC Carol + MC Gorila, Milton Nascimento + Criolo, Nathy Peluso, Pedro Sampaio + MC Ryan SP, Masego + Wale + Enny,  Caio Prado, Jota.pê, Tuyo ,Mika e  Don L + Luiza de Alexandre e Junior

A campanha de crowdfunding da coluna continua, já atingimos 71,4%. Prefere fazer um PIX? O pix da coluna é sextaseibaixocentro@gmail.com

One thought on “Sexta Sei: Márcio Guelber e a música que costura os aprendizados e as vivências cotidianas

  1. Pingback: clindamicina interacciones medicamentosas

Comentários não permitidos.