Sexta Sei: Frescando com pisadinha e reggaeton na transa amazônica de Marcia Novo

Depois de temporada de sete anos em São Paulo, artista volta pra casa, em Manaus, para fase mais inventiva e pop da carreira

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Maninhu, vou te contar: faz tempo que não tenho um dedo de prosa digital  com uma artista tão interessante e sedutora quanto a cantora parintinense Marcia Novo, 34 anos, que deu uma aula de media training e simpatia (que, sabemos, é quase-amor) ao responder às minhas perguntas, por e-mail, sobre os lançamentos que têm feito em sua volta à terra natal, Manaus, no Amazonas, depois de uma temporada de sete anos em São Paulo. Na eletrizante “I Love You, Mas Num Fresque Não”, ela mistura pisadinha e reggaeton em uma boate neon com um Boi-Bumbá gogo boy (ui), e em “Sabíamos bem”, ela entrega brega de cabaré sobre homoafetividade e amor bandido, com clipe gravado na “Remulo’s beer”, a mais tradicional boate de entretenimento adulto de Manaus.

Até o fim do ano, ela tem dois lançamentos programados, “Num paga de doida”, dia 30 de novembro, feat com a paraense Lia Sophia, e a namorada, Thaianty dos Santos, e “Tinder”, que chega em 28 de dezembro. Falamos sobre a nova onda criativa com cara do Amazonas que mistura brega, boi bumbá, forrozinho elétrônico, pisadinha e reggaeton e também a “estética exagerada, colorida” que me fisgou. Também conversamos sobre visibilidade lésbica, autoaceitação, discriminação histórica e amor, esse assunto da maior importância. E, claro, não podíamos deixar de falar da defesa dos povos indígenas em contexto urbano, que ela abraçou, durante a pandemia, com a campanha  “Vidas Indígenas Importam”, e da música amazonense, do hit “Tic Tic Tac” do Carrapicho, ao Forró Brizado e ao brega de Nunes Filho. Ah, sextei demais.

Moreira – Você está em nova fase da carreira? Os dois últimos singles trazem um cuidado visual mais apurado, estou gostando de acompanhar e vejo um amadurecimento estético… Não que eu não gostasse antes, eu fiz um intensivão no YouTube e adorei o espetáculo “Eletroboi”… 

Márcia Novo – Fala, Fabiano, tudo bem, maninho? Vou te chamar de maninho porque, aqui no Amazonas, tu sabe né? É mano pra cá, mana pra lá. Vou responder por aqui tuas perguntas. Primeira pergunta, que legal que você deu uma passeada no meu canal do Youtube e acompanhou uma parte da minha trajetória. Eu me sinto exatamente assim… amadurecida, não só esteticamente, como artisticamente. Esses trabalhos que estou lançando, esses singles, inclusive com a Lia, todos foram produzidos na pandemia. E foi quando eu tinha recém chegado de São Paulo, eu voltei para Manaus um pouco antes da pandemia. Antes disso, morei em São Paulo por sete anos, e São Paulo é uma escola, eu aprendi muito, escutei muita coisa, vi muita coisa, trabalhei com grandes profissionais da música – e voltei para Manaus com aquela cabeça fritando, cheia de ideias, querendo produzir um novo trabalho, que tivesse ainda mais a minha cara, mas, sem perder essa cara do Amazonas que eu queria trazer, essa estética exagerada, colorida. Porque eu sou hiperativa, sagitariana, doida e acho que esse trabalho traz um pouco dessa loucura, e eu costumo dizer que esse momento de carreira é a fase mais assumida da minha vida, assumida em todos os sentidos, tanto no sentido musical, estético – assumi que eu sou brega, que sou da fuleragem mas que sou do boi bumbá, do forró também (que são as influências que nós temos aqui no Amazonas, os sons populares que comandam aqui) – e paralelo a isso, tenho uma grande parceira de carreira e de vida, que é a Thaianty dos Santos, minha esposa e parceira de trabalho, que inclusive compôs a música “I Love You Mas Num Fresque Não” comigo e algumas das outras faixas que a gente vai lançar agora nos próximos meses. Então, ela é uma mulher que sempre incentivou minha loucura e eu me senti preparada, queria assumir as rédeas e dirigir minha carreira. Esses últimos trabalhos todos têm sido dirigidos por mim – eu tenho uma equipe gigantesca que pensa nisso comigo, mas, tudo a partir do que eu acredito, e a Thai incentiva muito dessa loucura. Devo muito a ela essa contribuição de alimentar a minha loucura. Costumo dizer que a frase que define a gente é: quando a doida deu corda para a outra doida, acho que isso define a gente. Sobre o “Eletroboi” que tu perguntou, ele é um projeto especial de carreira, inclusive, ano que vem já vamos lançar o “Eletroboi 2”. 

O Amazonas, os estilos populares que imperam aqui são o forró, o brega e o boi bumbá, então eu tenho o meu lado da fuleragem, o brega, mas tenho meu lado do boi bumbá e eu sou de família tradicional de Parintins, onde acontece o maior festival folclórico, quiçá do planeta. É algo cultural nosso, quando chega na época de junho, a cidade pára na expectativa do festival de boi bumbá, então, todo ano estou no festival de Parintins, brincando com a minha família – e eu queria muito fazer o meu boi bumbá, numa pegada eletrizante, com teclados, timbres diferentes. Então, eu inventei, junto com o Manoel Cordeiro, esse projeto que é o “Eletroboi” e ano que vem tem mais. Quando chega junho, o pessoal aqui só sabe falar de boi bumbá e tem um circuito muito grande de boi bumbá nessa época – daí criei o “Eletroboi”, que deu a origem àquele mascote que você pergunta na outra pergunta, com cabeça de boi e corpo de gogo boy – mas ele está com uma outra roupa nesse videoclipe. Depois conto essa história, mas, basicamente é isso.

“I Love You Mas Num Fresque Não”- Marcia Novo, Vitinho Imperador & BuxxiTV

Moreira – “I Love You, Mas Num Fresque Não” é muito contagiante, uma mistura de piseiro, pisadinha (qual a diferença entre os dois ritmos?)  e reggaeton, que mostra a influência latina, sempre presente na Amazônia… Ainda é possível ouvir rádios latinas aí, pela proximidade? Ir pra “casa do Caribe”, como diz a canção? Fiquei curioso com essa meia máscara que você usa no clipe, que lembra a série coreana “Squidgame” e até essa DJ que remixou o Frozen da Madonna, Sickick, que máscara é essa? Dá pra ver alguma coisa? Risos. E esse gogo boy de Boi-Bumbá? Vi que ele apareceu em outro vídeo antes, “Urê rê rê“. Gostoso demais, rs. Deve ser por tudo isso que você tem esse apelido de “Lady Gaga da Amazônia”…

Márcia Novo – Maninho, essa pergunta que você está fazendo sobre a diferença entre piseiro e pisadinha é praticamente uma discussão filosófica do forró – porque, na verdade, em 2000, criaram o forró elétrico, que era a pisadinha, no interior da Bahia e tudo mais. Depois criaram um lugar para dançar a pisadinha que se chamava piseiro. É que nem a história do beiradão, um som que tem aqui no Amazonas, que o Teixeira de Manaus foi o propulsor, que era um local também, um lugar que as pessoas iam para dançar. Só que o Teixeira não sabia cantar, ele era saxofonista, aí ele botava um som caribenho e orquestrava com o saxofone dele, tocando, aí virou o beiradão, que era um lugar na verdade e depois se tornou um estilo musical, é meio que isso piseiro e pisadinha, sabe? O lugar e a dança, mas, quando a gente fala de som, é a mesma coisa, forró elétrico. E eu escolhi colocar piseiro, pisadinha no meu som porque sou filha de Amazonense e neta de Cearense, então, por parte de mãe, minha família toda é do Nordeste, por parte de pai, toda do interior do Amazonas, Parintins, então, a gente tem uma influência muito grande, até nas nossas gírias, aqui no Amazonas, dos nordestinos, teve muita migração, nos tempos da borracha. Por isso que o forró tem muita influência aqui, forró, brega e boi bumbá, os sons do Amazonas são esses. Aí, nesse trabalho, queria incorporar um forrózinho elétrico, com as gírias daqui, e o reggaeton decidi colocar para dar uma quebrada porque acho que mostra muito desse Amazonas atual que vivemos hoje, tivemos migração muito forte dos venezuelanos para cávamos viver um novo momento de música com certeza, e era cultural do amazonense ir para a Venezuela, estamos mais perto de lá do que de qualquer outro lugar e nossas estradas são rios. É muito caro voar, então, apesar de não ser fronteira, o pessoal sai muito de Boa Vista, Roraima e vai pra lá. Eu fui muito. Hoje em dia, pela situação financeira e política, a galera deixou de ir com frequência, mas tivemos essa vinda. Quanto a rádio, não escutamos reggaeton na rádio, às vezes, antigamente, pegava de fronteira, mas a gente escuta forró, brega, boi bumbá – mas, percebemos a influência no centro de Manaus, você vai lá e escuta muito reggaeton. Sobre a máscara, é um óculos de sol, queríamos muito trazer essa estética futurista no trabalho, pois estávamos fazendo algo novo, misturando as gírias daqui em um piseiro, aí achamos que é uma boa trazer essa onda futurista para o videoclipe – e dá para enxergar sim, dá atá para sair na rua com ele. Nesse videoclipe, o mascote está de sunguinha para dar uma quebrada, mas, ele é um mascote da minha carreira, está sempre nos meus shows, tinha que trazer um pouco de boi bumbá. Depois que ganhei o apelido de Lady Gaga da Amazônia do grande Klinger Araújo (cantor e radialista, o furacão do Boi) posso tudo, porque ele é o grande furacão da Amazônia. Eu falo, hoje em dia não tenho mais vergonha de nada, sem vergonha e assumida, e bem feliz com os resultados que tenho alcançado.Antes que vire outra discussão filosófica, o termo que o pessoal usa é forró eletrônico, não elétrico, que é a inserção dos sintetizadores nessa onda do forró, bota isso se for usar que se não o pessoal me liga depois.

“Sabíamos bem” e a homoafetividade

Moreira –  Achei bacana você falar abertamente que a música foi inspirada em uma cantada que uma fã deu na sua namorada e que você respondeu com “I love you, mas num fresque não”, o título da canção. Acho que existe uma menor presença de mulheres gays falando sobre essa pauta nessa perspectiva artística, no Brasil. Precisamos de mais visibilidade lésbica? Sua postura é muito corajosa e  pioneira, acho que acompanhamos uma geração, anterior à sua, que lidava de outra forma.

Márcia Novo – Sim, aconteceu essa situação. A menina foi dar em cima da minha namorada, e aí eu olhei bem na cara dela e me veio essa frase, “I love you mas num fresque não”, e a pessoa não sabia se estava brigando com ela ou brincando, mas ela foi embora e ficou tudo bem. Sobre visibilidade lésbica, eu acho que muitas mulheres ainda se escondem, e eu já fui uma dessas mulheres. Para mim, é fundamental a autoaceitação, pois, assim que você se aceita, nada te dói da mesma maneira, como doía antes, porque você sabe quem você é. Meu propósito é somente ser feliz e amar muito e foi um processo doloroso pra mim. Mas vale ressaltar que esse lugar de dor é um lugar onde a mulher não precisa estar, já passamos tanta discriminação histórica, né? Ainda mais sendo lésbica, sempre tentam jogar isso para um fracasso amoroso com um homem ou coisa do tipo, quando, na verdade, é tudo sobre amor, independente do gênero ou orientação sexual. Se você gosta de alguém, o importante é o amor. A geração anterior sofreu isso tudo calada e não tiveram a coragem que a nossa geração vem tendo, mas isso é normal, mas nos incentivaram muito. Já a geração que está vindo aí está super acelerada, e isso é parte do processo de desconstrução. A mulher, de maneira geral, já esteve em um lugar muito mais atrasado e continuamos ocupando, resistindo, correndo atrás do nosso espaço e cuidando da nossa própria vida. Nós não precisamos de um homem pra ter sucesso, precisamos trabalhar dignamente e amar, e se for uma mulher, tenho certeza que vai ser um sucesso, porque eu acredito que a união de duas mulheres é algo muito forte, muito potente. E por acreditar nesse tipo de relação que eu resolvi me assumir, que foi há cinco anos, mais ou menos, e foi fundamental na minha vida.

“Réquiem”, com Iraticuna 

Moreira – Li que você é idealizadora do projeto “Vidas Indígenas Importam” que, durante a pandemia, arrecadou e distribuiu cestas básicas, materiais de higiene e máscaras para as populações indígenas vulneráveis. Essa é uma população que foi negligenciada nesse último governo. Você convive com essa população aí no Amazonas? O Brasil tem contas a acertar, né?

Márcia Novo – “Vidas Indígenas Importam”, esse projeto foi um projeto social que a gente criou na pandemia. Na verdade, ele nasce assim, eu gravei uma música chamada “Réquiem” com a Iraticuna, que é uma indígena que mora próxima a Manaus na aldeia Umbé, gravamos um clipe no Teatro Amazonas, tinha até uma cena com vários indígenas carregando um caixão, encenando um funeral indígena no palco do Teatro. Quando passou alguns meses do videoclipe, estourou a pandemia, o lockdown, daí a Iraticuna pediu ajuda para a aldeia dela, de cestas básicas e daí a gente começou a montar vaquinhas informais por grupos de Whatsapp. Aí, eu descobri o abismo que os indígenas em contexto urbano vivem, porque segundo a legislação brasileira, o indígena que sai da sua tribo, ele praticamente deixa de ser indígena, porque ele não tem apoio dos órgãos que amparam os indígenas. Então, quando estourou a pandemia, esses indígenas em contexto urbano foram muito negligenciados, passaram por situações muito delicadas, e foi aí que entendemos que não dava para parar de fazer aquela vaquinha e que nasceu o projeto “Vidas Indígenas Importam”, uma rede de apoio aos indígenas, em que foram muitas pessoas participando, amigos, empresários, ONGs, indígenas na outra ponta que nos ajudavam a escoar essas doações para as demais comunidades aqui da região. O projeto tomou tamanho gigantesco, tivemos apoio do Whindersson Nunes, e também ajudamos muita gente com oxigênio, então, eu fico muito feliz de poder dar visibilidade para a causa em um momento tão importante – já tinha conexão com a causa indígena, canto muito sobre a cultura indígena, mas, óbvio que, na pandemia, isso me conectou com eles ainda mais. Eu participo dos projetos deles, eles participam do meu, a gente se ajuda muito, a gente troca muito. Acho muito importante porque o Pará perdeu muito de suas populações indígenas e sua floresta, mas o Amazonas tem a maior população indígena e a maior floresta do mundo, então a gente precisa sim cuidar e acertar as contas. Eles viraram meus grandes amigos e eu aprendo muito com eles – fico honrada de poder contribuir.

O brega de Nunes Filho, “Subindo pelas Paredes”

Moreira – A música amazônica é uma das músicas mais inventivas. Eu adoro acompanhar WaldoSquash (gênio), Zé Cafofinho, Gaby Amarantos, Dona Onete, Fafá de Belém, Manoel e Felipe Cordeiro, Félix Robatto, Lucas Estrela, Kid From Amazon, que são paraenses. Bem, me atualiza nas referências e em quem prestar atenção por aí no Amazonas? Vi que seu próximo single é com a talentosa Lia Sophia, que teve clássicos mixados pelo amigo Lúcio K

Márcia Novo – Eu também acho a música da Amazônia muito inventiva, acho que é um pouco desse Brasil paralelo que a gente vive aqui, sei que as coisas aqui tem um tempo diferente, um olhar diferente. Tive a experiência de morar fora de Manaus, São Paulo, como falei, e também fora do país e, cara, acho que a gente realmente vive em um Brasil paralelo, acho que isso nos torna inventivos porque é um Brasil a ser descoberto também. Fico muito feliz de ouvir todos esses nomes que você diz, que são amigos paraenses, a maior parte. Inclusive, quando cheguei em São Paulo, a música que estava bombando mesmo era paraense, muitos desses são amigos pessoais meus. O Manoel Cordeiro, por exemplo, é o co-criador do projeto “Eletroboi” e, inclusive, ajudou a compor a música que gravamos com a Lia, junto comigo e a Thai. Acho assim, mesmo que a Amazônia tenha sido conhecida pelo Brasil por meio do Pará, por mais que a gente seja muito parecido, a gente é muito diverso, e o Amazonas está nessa onda do forró, do brega, do boi e acho que isso dá um molho bem diferente do Pará e aí, dentro dessas influências, queria citar, no boi, o Carrapicho, saudoso Zezinho Correia, que faleceu na pandemia, dono do hit “Tic Tic Tac”, que é o nosso boi pop que ganhou o mundo. No forró, eu diria o Forró Brizado, uma banda nova de Manaus aqui, que tem um forró elétrico, com identidade de letra muito massa. E no brega, eu diria Nunes Filho, ele já fazia dancinha de TikTok mesmo antes de existir o TikTok, inclusive já gravei um hit dele, “Subindo pelas Paredes”, e Lia Sophia, né? Essa maravilhosa que sempre fui fã, quando fui para São Paulo, comecei a conhecer mais o som paraense e sempre quis gravar com ela, porque ela também levanta muito essa bandeira do som do Pará, fiquei muito feliz dela participar dessa música minha. Manaus tem uma conexão muito forte com a cultura paraense

Abaixa que é tiro!💥🔫

Fotos: Vincent Rosenblatt

Eu sou louco pela dupla de rap paulistana formada pelas gêmas Tasha & Tracie, as preta alfa. Pra mim, “Cerol finin” já é uma das músicas de 2022. No Rio, o equivalente a elas parece ser o duo Abronca, formado por Jay e My que,  direto do Vidigal, acabam de lançar o bom álbum de estreia “De Cria pra Cria”, evidenciando a vivência da mulher preta e periférica em batidas de trap e funk. A força da mulher foi homenageada com títulos alternativos para as faixas, que prestam tributo a nomes como Valesca Popozuda, Tati Quebra Barraco, Katia, a Fiel, Ludmilla, Mc Carol, MC Marcelly, Dricka, Kamila CDD e Dina Di, que inspiram a dupla. Recheado de reflexões sobre a realidade marginalizada pela elite social, o álbum versa sobre os variados assuntos da vida cotidiana da mulher de comunidade, incluindo o amor, a lealdade, a violência nas favelas do Rio de Janeiro e o desejo de vencer na vida.

A faixa-foco, que dá título ao álbum, ganha um videoclipe assinado por Invasori. O álbum tem participações de outras vozes femininas do rap, como Shury, Lizzie, Iza Sabino, e Lis MC.

Antonio Carlos e Jocafi e Russo Passapusso em fotos de Filipe Cartaxo

Quem acompanha aqui as playlists sextantes já ouviu a algumas faixas de “Alto da Maravilha”, o recém-lançado álbum de Russo Passapusso e Antonio Carlos e Jocafi, como “Pitanga” e “Mirê Mirê”, essa com participação de Gilberto Gil.  “Alto da Maravilha” conta ainda com as participações de Djalma Corrêa e Karina Buhr em “Olhar Pidão”. O álbum celebra a parceria entre os artistas baianos com produção musical de Curumin, Zé Nigro e Lucas Martins. O namoro entre Russo Passapusso e Antonio Carlos e Jocafi começou no álbum “O futuro não demora” (2019), do BaianaSystem, como co-autores e intérpretes de “Água” e “Salve”, e seguiu no single “Miçanga“, em 2020.

Alto da Maravilha”

A influência de ritmos africanos presente nas canções de Antonio Carlos e Jocafi sempre fizeram a cabeça do vocalista e compositor do BaianaSystem, que tem nos artistas uma de suas maiores influências musicais.  “Alto da Maravilha’ é a síntese da união musical entre o nosso afrofunk e o afrobeat, com a poderosa e potente atmosfera ancestral e afrofuturista de Russo Passapusso. É um grande orgulho para nós este projeto e, assim esperamos, o primeiro de muitos”, afirma Antonio Carlos. Recentemente, falei aqui na página do EP “Afro Funk Brasil”, da dupla baiana.

O Primeiro Plano – Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades acontece entre os dias 21 e 26 de novembro, de forma presencial, no Shopping Alameda, exibindo 58 curtas e cinco longas inéditos em Juiz de Fora. A abertura é na segunda (21), às 20h, com exibição dos curtas “Pivete”, de Júlia Gama Fernandes e Ariel Rezende, e “Umbaúba”, de Maurício Nascimento, e do longa “Carvão”, de Carolina Markowicz. Na terça, na quarta e na sexta-feira (22, 23 e 25), as sessões começam às 15h, horário que muda para às 19h, na quinta (24), e 14h, no sábado (26), dia do encerramento. Além dos muitos curtas em exibição, a melhor parte do festival, os longas em exibição, às 21h, são “O curto verão de Hilda”, de Agustín Banchero (22) e “A maldita”, de Tetê Mattos (23 e Seguindo todos os protocolos”, de Fábio Leal (25). No sábado (26), às 18h, tem Espero que esta te encontre e que estejas bem”, de Natara Ney. Entre as oportunidades das oficinas gratuitas com inscrição pelo site, estão imersões voltadas à assistência de direção, captação e edição de som, técnicas para fazer filmes usando o telefone, escrita para série de ficção e narração para inclusão de pessoas com deficiência visual. Mantendo a tradição, todos os dias tem after party, passeando por São Bartolomeu (22), Vizú (23), Me Gusta Pubs (24), Gema (25) e Beco (26).

BK'f az show de álbum lançado hoje no Cultural
Vera Holtz no monólogo “Ficções"
Hateen no Maquinaria
Parangolé Valvulado no Pátio Mirador
Quatro anos de Samba de Colher no Beco
Maria Monte no show "Portas". Foto: Leo Aversa

Na sexta (18), o rapper BK’ faz show, às 22h, no Cultural. Ele nacaba de lançar o disco “Icarus”. No sábado (19), também por lá, a banda Planta e Raiz faz show, às 22h, em noite que ainda terá shows de Sou Rueiro e Mulamba.

O Maquinaria traz o rock de volta em uma noite, sábado (19), às 20h. com show da banda paulistana Hateen, que tem quase 30 anos de estrada e bons serviços prestados ao rock’n’roll. Seu fundador, Rodrigo Koala, assina composições da CPM 22. A noite ainda tem shows da bandas Obey! que eu gosto e da Liberta.

Parangolé Valvulado, Banda do Ben e Só Love se juntam, pela primeira vez, na festa “Love’s in the air!”, sábado (19), às 14h, com seis horas de open bar, no Pátio Mirador.

Banda do Ben toca nessa sexta (18) no Baile do Ben, às 20h, no Beco, com discotecagem dos amigos Aravena e Snupin. No sábado, às 20h, o Samba de Colher comemora quatro anos de rolê.

Mais uma chance pra conferir a exposição “Quarentela”, de Stain, que está em cartaz no Fórum da Cultura até 25 de novembro, com visitação de segunda a sexta-feira, das 10h às 19h.

O espetáculo “As mulheres de Carlos Gomes” chega ao Cine-Theatro Central na terça, (22), às 20h, com árias e cenas das principais óperas do compositor, interpretadas por alunos e ex-alunos do curso de Canto do Instituto de Artes e Design da UFJF. Os ingressos podem ser retirados na recepção do teatro, de terça a sexta, das 9h às 12h e das 14h às 17h30.

Devido à alta demanda para os shows da Paramore, a banda fará um show extra em São Paulo, no dia 12 de março, no Centro Esportivo Tietê..

Depois de mais de 20 anos, Marisa Monte está de volta a Juiz de Fora com show da turnê “Portas”, 1 de abril de 2023, no Expominas.

Daniel Pandeló Corrêa. Fotos: Pedro Freitas

Jornalista e assessor de imprensa de alguns músicos de Jufas, como Caetano Brasil e o Duo Nascente, o boa-praça Daniel Pandeló Corrêa, de Petrópolis, lança EP de spoken world, o viajante “Em Glória ou em Ruína”, com produção musical “indie eletrônico experimental” de Hugo Noguchi, de projetos como Ventre, SLVDR e Posada e o Clã. No EP, um fluxo de palavras é acompanhado de riffs e beats, de uma ambiência que soma à urgência das estrofes. 

“Em Glória ou em Ruína”,

Comecei a escrever coisas que estão nesses dez minutos em 2015, no início do processo do golpe e de uma guinada do país rumo a um obscurantismo que me deixava completamente desesperançoso. Mas algo aconteceu no começo de 2020: nasceu minha filha, a Flora. Várias coisas deste EP foram escritas com ela dormindo no meu colo de madrugada, chorando, pensando se foi um erro ter colocado uma criança nesse mundo de merda. Mas uma coisa aprendi com ela: por mais que fosse difícil a noite, a manhã sempre vinha. Esse é o mote por trás desse projeto: trazer coisas muito ruins, mas com uma esperança lá no fim do túnel. Não sabemos como vai ser o amanhã há alguns anos, estamos acumulando calos e cicatrizes, mas vai passar. Em glória ou em ruína, nós vamos chegar ao fim”, conta Daniel, que já lançou, antes, o EP “Invocações” e o disco “Voando Reto num Muro de Tijolos”, entre outros.

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Ainda tem as playlists de 2021 e 2020.

Playlist de clipes com Noporn, Cleo, Heavy Baile, Nathy Peluso, Lali, Black Eyed Peas, Tuyo, Davi Sabbag, Pedro Sampaio + Pabllo Vittar, Hate Moss, NPKN, Games we Play, Day Limns + Di Ferrero, Kamau, Poze do Rodo, Mc Trans + Mc Xuxu + Dj Jhow Beats, Danny Bond, A.X.L. + DJ Caique e FBC .

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