Sexta Sei: Estancando o sangue que jorra com o emocore da banda Obey!

Grupo juiz-forano acaba de lançar seu terceiro EP, “[DES] Humano”, que mistura hardcore emocional e político embalado por lindas guitarras

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Filipe Tedeschi (bateria), Douglas Rodrigues (guitarra), Igor Santos (vocal), Matheus Pierrot (baixo) e Marcel Melo (guitarra),Foto: Renato Campos

Já tem um tempo que tenho acompanhado, muito atentamente, a trajetória da banda de emo e hardcore local Obey!, que tem mais de dez anos de estrada e acaba de lançar o EP “[DES] Humano”, com muito sentimento e revolta embalados por lindas guitarras. Este é o terceiro EP do grupo, que já lançou um álbum, “Da tempestade ao sol” (2014), e é formada por Filipe Tedeschi (bateria), Douglas Rodrigues (guitarra), Igor Santos (vocal), Matheus Pierrot (baixo) e Marcel Melo (guitarra).

Bati um papo, por e-mail, com o guitarrista Douglas Rodrigues, que também é um dos sócios, ao lado do vocalista da banda, Igor, e do amigo Tierez Oliveira, do bar e estúdio de música Rise Together, point jovem que foi batizado como nome de um festival que eles já realizaram. Falamos sobre o teor político do disco, que se revolta contra a violência policial às comunidades periféricas e o falso moralismo e a repulsa à vida do governo Bolsonaro. Também falamos sobre os desafios de se fazer rock independente em Jufas e o rótulo emo, para o qual eles não vêem problema algum. “Então, se fazer música de amor com distorção e peso for considerado emo, estamos dentro dessa conotação sem problema algum”, afirma Douglas.

“Desacato”

Moreira – Aonde foi gravado o clipe de “Desacato”? O efeito de arena é muito louco, uma ideia simples que causa grande efeito cênico. A música é um grito de revolta a partir do massacre na favela de Paraisópolis para inviabilizar um baile funk, em 2019. “A ordem de atirar/Vem daquele lugar/ Que julga trazer paz”, diz a letra. A truculência policial é um dos temas do EP, como a banda se rebela contra isso?

Douglas Rodrigues (guitarra) – O clipe de “Desacato” foi gravado na Casa D’Italia, que tem sido uma grande parceira da banda nesse último ano. A letra dessa música surgiu depois do Igor, nosso vocal e compositor, assistir às notícias de policiais invadindo um baile funk com extrema violência. Infelizmente, mais uma dessas abordagens extremas e covardes que a gente ainda vê dia sim, dia não, nos jornais, porém, dessa vez, fez nascer esse grande grito de resistência que é a “Desacato”

“Devolva a minha paz”

Moreira – A pós-verdade também é um dos temas que vocês abordam no disco. O mundo que vivemos virou uma loucura, né? Temos que explicar o básico… Falem mais dos outros temas do disco, como necropolítica, impotência durante o lockdown e governo Bolsonaro…

Douglas Rodrigues – Ah, essa virada de década tá bem surreal. Estamos tendo que explicar o óbvio e, ainda assim, tem gente que escolhe não entender. Desde a ascensão do movimento bolsonarista, o que rege a discussão no País é o ódio contra a vontade de viver. Deturpam abusos e crimes, dizendo que é liberdade de expressão, em nome de um falso moralismo que, na verdade, é a face mais crua de muitos preconceitos escondidos no inconsciente de uma grande parte da população brasileira. O EP “[DES] HUMANO” veio para expor essa questão e apontar um caminho em direção a um futuro progressista e mais justo. 

Obey! por Saul Carvalho

Moreira – Vocês se consideram uma banda emo? O termo já foi acompanhado de muito preconceito. Hoje, e acho que a partir desse ano, eu tenho adorado algumas bandas nacionais do estilo, como Fresno e Scalene, que comecei a ouvir recentemente. Vocês são emo? Ou apenas hardcore? As guitarras são brutais de lindas! 

Douglas Rodrigues – Essa história do emo é engraçada porque o que, antes, era um termo até pejorativo, hoje em dia, voltou com o hype lá em cima. Hoje, várias das bandas de rock melódico da década de 00′ estão colocadas nesse grande balaio emo, algumas se encaixam e se afirmam nesse gênero, e outras nunca quiseram saber. A OBEY! sempre viveu nesses dois mundos, letras sentimentais e guitarras melódicas e, logo em seguida, faixas brutais com mais peso, e que por muitas vezes também com o uso de letras e instrumentais melódicos e harmoniosos também. Então, se fazer música de amor com distorção e peso for considerado emo, estamos dentro dessa conotação sem problema algum. 

O Rise Together transpira juventude

Moreira – Quais os principais desafios de se fazer música independente em Juiz de Fora e no Brasil? Vocês estão na estrada desde 2011, é muito tempo, parabéns pela resistência.

Douglas Rodrigues – O maior desafio sem dúvida é alcançar novos públicos a nível nacional. A banda, regionalmente, é bem conhecida e respeitada, mas ainda vivemos no underground. Sem a verba necessária, o acesso, contatos e planejamentos de grandes gravadoras e distribuidoras, fica mais difícil levar esse som para a grande massa de pessoas. Fazemos o trabalho de formiguinha, e sem preconceito com isso. Somos muito realizados dentro do que já conquistamos, e claro, queremos mais.

A capa do EP “[DES]HUMANO]” pelo ilustrador Arthur Gomes,

Moreira – A capa do EP e dos singles foram feitas pelo ilustrador Arthur Gomes, ele também é de Juiz de Fora? Como foi essa história contada em imagens?

Douglas Rodrigues – O Arthur é de Juiz de Fora sim, grande ilustrador e amigo de toda a banda. Assim que as músicas foram gravadas, já encomendamos as artes para cada single e também pra capa do EP. Enviamos as músicas antecipadamente pra ele com um briefing rápido da letra, e a partir disso, ele fez todo aquele trabalho maravilhoso. Sem dúvida é um cara muito talentoso, uma fera.

Abaixa que é tiro!💥🔫

Capa de Coniiin para "O Dono do Lugar"

Djonga criou um feriado para si mesmo, o dia 13 de março, data quando lançou os cinco álbuns que antecedem “O Dono do Lugar”, que chegou nesta quinta (13) ao streaming com o trabalho do maior rapper mineiro. Djonga chega invocando o imagético de “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes, lutando contra um moinho, em foto de Coniiin, clicada na Espanha, na capa do álbum. “O dono do lugar… Uma experiência musical, sobre minha luta contra os moinhos de vento, contra inimigos maiores que eu, ou que não existem, uma reflexão sobre indústria da música, masculinidade preta…Sobre como as pretas que me cercam me seguram, sobre como meus filhos me salvam…Um disco que diz mais do que isso tudo, porque sou um geminiano impetuoso demais pra seguir o protocolo”, explicou o artista ao postar a capa. Cata aqui a coletiva de imprensa.

Linn da Quebrada. Fotos por Bruno di Torino
Pabllo Vittar
Emicida
Djonga
Marina Sena
Ludmilla

O Spotify lança projeto musical inédito e original, Atemporais“, com canções dos mestres Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento e Paulinho da Viola interpretadas por nomes da nova geração. Nascidos em 1942, todos eles completam 80 anos.  

A série começa no dia 19, com Mari Fernandez e Marina Sena interpretando “Você não entende nada” e “Da maior importância”, de Caetano, e segue no dia 26 de outubro, aniversário de Milton Nascimento, com “Travessia” na voz de Djonga e “Maria, Maria” na de Ludmilla.

Três dias antes do aniversário de Paulinho da Viola, 9 de novembro, chegam ao canal “Argumento”, por Criolo, e “Não quero vingança”, por Emicida. O último homenageado será Gilberto Gil, 16 de novembro, com Pabllo Vittar em “Back in Bahia” e Linn da Quebrada em “Babá Alapalá”.

Banda Graveola no Sensorial.
DJ Ramemes no Danke
Ney-Matogrosso no Central. Foto: Marcos Hermes
O grupo vocal BeBossa Kids no Teatro Solar
A banda Roca Nova que eu gosto no Beco
Lollapalooza Brasil revelou o line-up para edição em março de 2023
“Sopa de Letrinhas” no Paschoal
Stain e a exposição "Quarentela"
Espaço Hip Hop

O finde no Beco tem Hugo Schettino Blues Trio e Chá das 5, sexta, e Roça Nova e Assombro de bixo, no sábado, às 20h. No domingo, rola Beco do Samba, às 18h.

Essa dica é da amiga Mariana Mansur, diretora artística e produtora do QTV Selo: hoje (14) tem DJ RaMeMes, o Rei do Lança, tocando funk no Danke. Achei essa playlist dele sickening.

Este sábado (15)  tem Luiza Brina, que já foi destaque aqui da página como Clube das Exaustas, comandando o show da banda Graveola, às 23h, no Sensorial.

Também no sábado (15), às 20h, Ney Matogrosso faz show “Bloco na Rua” no Cine Theatro Central

Com texto de Cláudio Ramos e direção de Sandra Almeida, o espetáculo “Sopa de Letrinhas”, da SAL Produções, tem apresentação sábado (15), às 16h, no Teatro Paschoal Carlos Magno.

No domingo (16), às 16h, o grupo vocal BeBossa Kids apresenta, no Teatro Solar, o musical “É o Bicho!”, com canções sobre animais. O acesso será gratuito, com retirada de ingressos no app do Diversão em Cena ou uma hora antes do evento na bilheteria.

No domingo (16), às 13h, tem DJs e dança de rua no Espaço Hip Hop, no vão do Viaduto Helio Fadel.

O artista urbano que eu gosto Stain está em cartaz, com a exposição Quarentela”, até 13 de novembro, no Centro Cultural Dnar Rocha, no Mariano Procópio. Fiz o texto de apresentação da primeira exibição, cata aquiA visitação é de segunda a sexta-feira, das 8h às 16h.

Marcado para os dias 24, 25 e 26 de março de 2023, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo, o festival Lollapalooza Brasil revelou o line-up  da edição, com nomes como Drake, Billie Eilish, blink-182, Tame Impala, Rosalía, Lil Nas X, Jane´s Addiction, The 1975, Kali Uchis, Tove Lo e mais. Ingressos aqui.

Crédito da Imagem: Mario Luiz Thompson

Os 80 anos de Milton Nascimento, a serem completados no próximo dia 26, ganharam uma playlist comemorativa da gravadora Warner Music, a “Milton 80”. Na playlist, o carioca mais mineiro do País, que escolheu Jufas como sua casa, desfila sucessos como “Travessia”, “Maria, Maria”, “Nos Bailes da Vida”, “Coração de Estudante”, “Caçador de Mim”, “Canção da América” e “Paula e Bebeto”. A seleção traz ainda uma raridade: a faixa “Irmãos Coragem”, gravada em 1995 para o remake do folhetim e inédita nas plataformas de streaming e que já passou aqui pela playlist sextante.

A playlist tem primeiro bloco em homenagem ao Clube da Esquina, a terra e os tambores de Minas Gerais, o lado intérprete de Milton, em regravações de “Mas Que Nada” e “Beatriz”, as canções de amor e os grandes duetos de Milton, como o encontro com Chico Buarque em “Cálice”, um registro ao vivo de “Mania de Você”, ao lado de Rita Lee, “O Que Foi Feito De Vera” com Elis Regina e a contemporânea “Não Existe Amor em SP”, com Criolo

Está rolando o Edital 2022 da “Mostra da Diversidade Cultural – Imagens da Cultura Popular”, realizada pela ONG “Favela é Isso Aí”, como parte do programa Forma e Transforma, promovido pela Fundação ArcelorMittal. O edital está com inscrições abertas até 26 de outubro e vai selecionar 25 projetos locais. Cada um receberá R$ 3 mil cada (valor bruto).

No edital, podem se inscrever artistas das mais diversas áreas, como música, teatro, circo, dança, cultura popular, cinema, fotografia, culinária, agroecologia, etc. Os selecionados deverão produzir uma atividade artística em formato de apresentação (feiras, concertos, desfiles, cortejos, exposições fotográficas ou artísticas, publicação de livros, etc.) para exibição em mostra presencial

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Ainda tem as playlists de 2021 e 2020.

Playlist de clipes com Willow, Tove Lo, IAMDBB, Carly Rae Jepsen + Rufus Wainright, Hot Chip, Tiesto + Black Eyed Peas, Aíla + Rincon Sapiência, Luthuly + Bivolt, Bala Desejo, Tony Lanez, Anna Ratto, Duquesa, Owerá, Kaike, jupi77er + Gabrelú, Sevdaliza, Charlie Puth, Elton John + Britney Spears, Moby e Måneskin.

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