Sexta Sei: Da igreja e dos vagões do trem ao campo de golf, na beca, a trajetória estelar do Yòun

Duo de jovens da Baixada Fluminense, Shuna e Gian Pedro mostram talento e refinamento musical em seus disco de estreia, “BXD IN JAZZ”, um dos melhores do ano

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Shuna e Gian Pedro, só classe, nas fotos de Pedro Napolinário

Yoùn é uma palavra da língua crioula que significa “um só” e não poderia ter nome melhor para batizar o projeto dos jovens artistas Shuna e Gian Pedro, amigos de infância que acabam de lançar um disco lindo, celebrando o poder do jovem preto e periférico, “BXD IN JAZZ”, assim, em caixa alta, que os meninos chegaram com pé na porta, para ocupar espaços e mostrar que a periferia é culta, refinada, sabe das coisas, cheia de bossa. Eles processam rock, blues, jazz, swing, R&B, rap, soul e trap em uma nova MPB, bom pra nós.

Foto: Pedro Napolinário

Batemos um papo, por e-mail, no qual, extremamente generosos, dividiram comigo a experiência com os Gilsons, a trajetória que passou pela Igreja e pelos vagões do trem e do metrô, no Rio, sobre a necessidade de o povo preto ocupar espaços, como o campo de golf que aparece no clipe de “Follow me”, e também sobre os novos talentos e nomes da Baixada Fluminense, de onde vieram. Tempão que não encontro artistas tão dispostos ao diálogo. Gratidão.

Yòun e Gilsons em “Besteira”

Moreira – Eu sou muito fã do Fran, dos Gilsons, e conheci vocês a partir do feat com eles, e de cara acendeu o aviso para prestar atenção nesses meninos do Yòun. Acho Fran muito talentoso, gostei muito do disco com Chico Chico, como foi trabalhar com eles? 

Gian Pedro (GP) – Foi espetacular. É a primeira palavra que vem na cabeça. Foi nosso primeiro contato com a galera do Gil, que temos uma admiração muito grande. Ficamos muito felizes com essa troca e o feedback que recebemos quando mandamos a proposta da faixa para eles. E a gente logo marcou o estúdio juntos. Foi bem interessante estar junto com eles, produzindo, gravando as vozes, a harmonia. Uma troca bem legal de YOÙN e Gilsons, espero que aconteça mais. 

Shuna – Conhecer e trabalhar com os meninos do Gilsons foi muito gratificante. Foi bem legal. Conhecemos eles pelo trabalho que eles fizeram com a Sinara e, desde então, conectamos com o som deles. É gostoso, é vibe, é macio. Um som muito agradável. E a gente gosta muito desse tipo de som. Foi incrível conhecê-los, uma energia ótima dentro do estúdio, uma fácil troca na hora da composição. A música foi entendida e de bate pronto já criamos uma letra linda, o clipe foi maravilhoso, todos presentes. Foi bem bacana. Espero poder realizar novamente, colaborar de novo com eles.

Fotos: Guto Brown

Moreira – Não sabia da história de vocês, que começaram a se apresentar nas linhas do trem e do metrô do Rio, isso é tão potente e simbólico. Como foi essa fase? Muito aperto,  aprenderam muito, têm histórias boas pra contar? Li também que vocês começaram a fazer música na igreja, qual a importância disso na formação de vocês? Ainda têm ligação com esse ambiente?

GP – Eu nunca pensei que estaria nesses lugares fazendo música. Sempre acreditei em fazer música, sonhei com isso. Mas não imaginava que ia começar a trajetória levando o meu som para esses lugares. Foi também uma experiência interessante e sem igual. Aprendemos muita coisa no  decorrer dos anos, enquanto estávamos lá. Tanto pessoal, quanto profissional. Aprendemos a  lidar com o público, com as pessoas que acompanham nosso trabalho, que estavam ali todo dia dando um feedback legal. Isso agregou muito no nosso lado artístico. O trem e o metrô potencializam de verdade o trabalho e eu sou grato pelo tempo que passamos ali. A minha arte, a minha música e a minha pessoa são muito gratas. Passamos muito aperto, temos muita história boa para contar. Vivemos muita coisa, aprendemos muita coisa, boas e ruins. Conhecemos muita gente importante para nossa vida. Gente que agregou muito no nosso trabalho e não abrimos mais mão, viraram família. 

A gente também passou esse tempo também na igreja. Antes do trem e do metrô, a gente passou a vida na igreja. Desde que me conheço por gente sou evangélico e acredito, tenho minha crença, só não frequento mais como era antes, mas tenho a mesma fé. A formação musical se inicia ao frequentar a igreja quando criança, o apaixonar pela música começa ali. Desde criança eu era louco para ter um instrumento, por estar ali dentro, os familiares serem envolvidos com música ali também. Foi essencial para a minha formação como pessoa.

Shuna: O período do trem e do metrô foi como uma escola, uma faculdade de vivência. É conquistar o pão de cada dia, todos os dias, literalmente. Todos os dias temos incerteza, não sabemos o quanto vamos fazer, como vai ser. Não é como uma empresa, que você tem seu salário X. Você faz o seu salário, todos os dias uma guerra. Foi um período que calejou e deixou a  gente com a sabedoria da real importância das coisas. Dar mais atenção às coisas boas que começaram a acontecer pra gente, dar mais valor pra esse nosso esforço. A gente passou muito aperto, a gente não entendia muito bem como era a dinâmica, ficamos um tempo trabalhando de uma maneira que não tava rendendo, aí fomos pegando maturidade, conhecimento, conhecendo mais pessoas, artistas, conectando mais nas linhas. Tem muita história legal que  vivemos ali. História de camelô que já pagou um show nosso e da Tabata Aquino, fizemos uma surpresa para a namorada dele que estava no vagão feminino. Pedimos licença e tal. Foi um pedido de casamento. E entramos no vagão, a gente começa a tocar, ele entra, pede em casamento, foi super emocionante. Até enquadro mesmo que passamos, apavoro por ter muito artista nas linhas e como o trem é muito povoado, todo mundo dividindo o mesmo espaço, aí tem um certo limite e respeito. A gente já passou por muitas ali de pessoas tentando nos impedir. Não era uma parada simples, de chegar e  fazer. Tem um sistema. Até conseguimos, de certa forma, ficar tranquilo, fazermos amizade.

E a fase da igreja foi a fase que a gente aprendeu tudo. A gente cresceu ali, cantando, tocando na igreja. Tanto eu, quanto o GP. E foi de suma importância, participamos do coral, que alimentou muito nosso conhecimento local.

“Follow me”, com os meninos em um campo de golf, mostrando a importância de se ocupar espaços

Moreira – Também é cheio de potência o clipe de “Follow Me”, com negros ocupando um campo de golfe com muito estilo, as roupas são demais, vocês estão bonitos pra caramba 🙂 Temos muito a trabalhar, no Brasil, com relação à questão racial? Quais são as maiores dificuldades que a comunidade negra enfrenta? Como a arte de vocês pode colaborar nesse debate?

GP – A gente tá bem feliz com esse lançamento. Cheio de potência. Com  certeza temos muito a trabalhar no Brasil com relação à questão racial. É o que a gente aborda no clipe, os negros ocupando o campo de golf, é o tipo de coisa que a gente nao vê com frequencia, nao é normal, nao é comum. E a gente quer passar essa sensibilidade pro nosso povo também, que a gente pode passar uma tarde respirando um ar tranquilo, indo passear no golf, porque isso é qualidade de vida. Quando a gente chegou no golf, a gente percebeu isso. A gente precisa ter essas possibilidades, abrir a mente das pessoas. É um debate super abrangente, vamos falar bastante sobre isso ainda. 

A dificuldade real é de se colocar nessas posições de destaque. É muito difícil ver o preto se destacando e é o que a gente corre pra ver. Como o Tiger Woods, o Lewis Hamilton, eles são de esportes que são totalmente elitizados e vemos os pretos chegando. Isso acontece também em vários outros lugares, tanto na música e além. Precisamos ver os pretos ocupando estes espaços. A dificuldade é essa, acharmos nosso espaço. Estamos aí para colocar as pessoas para pensar sobre isso, sobre lutar pelo seu espaço e sonho. É sobre isso. Nossa arte colabora dessa forma, chegando com clipe e as músicas que a gente escreve e faz, é a fim de fazer nosso povo se sentir dentro desses lugares que não são dominados por nós. Acho  que estamos fazendo um bom trabalho, as pessoas estão entendendo essa ideia de crescimento. A gente precisa crescer quanto nação, periférico, preto. O nosso trabalho grita isso.

Shuna: Temos muito espaço para abrir, conquistar, sem pedir licença. Porque a gente é bom e a gente merece. Tem muito a ser feito ainda. ainda tem muitos eventos e festas de rap que o principal não tá ali, que é a raiz, a  comunidade preta. Você vê no line up do evento e tem vários caras não pretos fazendo e ganhando muita grana. Tem muita gente preta, de qualidade, fazendo o corre, mas não tem relações, não é envolvido. Demora muito mais para fazer acontecer, se destacar. O Brasil ainda tem muito pra entender o que é o povo preto nesse país, que somos maioria, merecemos respeito. Somos inteligentes, capazes, bonitos e auto suficientes. Não precisamos da licença de ninguém pra nada. O povo preto ainda não tem equipamento de qualidade para trabalhar. Tudo é caro. E quem tem são as pessoas que tem uma grana e essas pessoas não moram na periferia, moram na zona sul. Aí  tem o deslocamento, que é uma grana. Falta muito ainda. Temos muita dificuldade de progredir por falta de recursos. De fazer um clipe bom, que é caro. São várias as dificuldades e a nossa forma de colaborar com isso e debater, está no álbum. O disco destrincha, literalmente, tudo isso. O próprio clipe de “Follow Me” é um protesto. A gente ocupa um lugar que a gente não costuma ver. Apesar do maior jogador da história do golf ser negro, não é comum ver pretos nesse lugar. Estamos atrás desses lugares. Eu queria ir, sempre achei incrível, a primeira vez que entrei em um golf foi para o clipe. Em “Cores e peles”, a última faixa do álbum, a gente tá falando da importância disso tudo. A gente fala da nossa revolta contra os assassinatos das pessoas pretas. Satirizando muita coisa, sobre o termo Brasil, que não tá na moda e na boca das pessoas com muito vigor. Tem uma galera que vibra o Brasil e quando a gente abre a boca pra cantar Brasil, é um risco. Estamos tentando entregar isso tudo e passar uma mensagem com isso tudo, o que a gente acha sobre isso. A nossa forma de militar, com excelência e propriedade, e sabendo o que tá dizendo é pela letra, pela composição. Nossa forma de colaborar é o álbum, ocupar o lugar que estamos ocupando,  entregar material de qualidade, um clipe de qualidade, divulgação de qualidade. Todo um projeto amarrado, conceito todo de qualidade. Isso já é protestar, somos dois jovens pretos, da baixada fluminense, que estão fazendo um trabalho desse nível. 

Moreira – Como foi o processo de criação e composição do disco? Quais foram as principais influências? Que som vocês dois mais estão ouvindo, no momento?

GP – Foi lindo o processo. A real é que foi prazeroso demais estar com pessoas importantes para a música brasileira. O processo criativo de produção foi muito legal mesmo. A questão da composição do disco, elas foram criadas antes desse processo de produção do álbum. A gente já escrevia essas faixas desde muito tempo. Antes de YOÙN pensar em existir,  a gente já escrevia algumas delas. A maioria. A gente já tinha uma conexão, a gente se conheceu na escola, saia da aula e vinha pra casa escrever músicas. E começamos a ter várias. Nosso primeiro disco tinha que ter nossas primeiras canções. A gente trouxe essas primeiras faixas de verdade. E o processo foi bem distante do que estamos vivendo agora, foi em 2014, 2012…cada uma tem um sentimento, uma fase de vida. Tanto minha, quanto do Alisson. Cada uma tem uma história peculiar e diferente. E tentamos colocar nessa produção do álbum, nos instrumentais, passar esse sentimento também. Bons sentimentos nessas faixas. 

As nossas influências, como sempre digo, veio de berço. Das nossas casas. Dos primos e tios sempre tocando. Essa vontade de estar com o instrumento na mão desde cedo. Para escrever as faixas, temos muito o Djavan como influência. Gilberto Gil, Cartola...foram influências fortes. Fora as influências de voz internacionais, como o Donny Hathaway e a Lala Hathaway. Tem muita gente que a gente gosta muito, instrumentistas que aprendemos muito. É bem abrangente essa ideia de influência, Anderson Pack, com referências bem antigas e com som contemporâneo. Tentamos trazer isso, a antiguidade com ideias novas. 

“Welcome”, do nosso álbum, foi uma das que mais surpreendeu. E, quando ela foi se formando, trazendo o piano do Luiz Otávio, o Diogo do trompete, a música foi crescendo ao decorrer do processo criativo do álbum. Quando começamos a  ouvir mix e master eu fiquei fissurado na faixa. E ouço muito ainda como uma coisa nova. Eu escuto tudo com um ouvido crítico, para ter uma visão de onde melhorar.

Shuna – O processo de criação do disco foi de amadurecimento. A gente aprendeu muito, a dividir a ideia, abrir o coração, partilhando e se alegrando. E no dia a dia ali era uma surpresa. Quando ligava o rec até terminar, foi incrível. As principais influências estão sempre em casa. Desde a família, as coisas que escutávamos em casa, a música gospel. Até Djavan, Donny Hathway, Anderson Paak, Cartola…tem muitas pessoas que a gente escuta e entende essa poesia. A gente gosta muito da poesia musical. A gente nadou muito na MPB, com João Bosco, Ed Motta, toda essa galera influenciou muito nosso som. Assim como Ella Fitzgerald, John Coltrane, Mile Davis, essa galera toda é referência. Tem os da nova safra, mais experimental como Robert Glasper, Christian Scott…com  flow, melodia. Esse período de composição de disco eram coisas que a gente ouvia bastante nessa  fase…

Foto: Pedro Napolinário

Moreira – Vocês vieram da Baixada, né, outro fato que descobri somente agora. Recentemente, acompanhei um evento virtual, o festival instrumental Mulambo Jazzagrário, com vários bons nomes de lá. O que a gente precisa urgentemente conhecer da cultura na Baixada? O que vocês recomendam? 

GP: É um  fato super importante. A Baixada Fluminense precisa muito desses espaços culturais que trazem essa vertente de música urbana, jazzística e erudita também. Porque pouco se vê. Eu não conhecia esse que você trouxe na pergunta. Temos alguns lugares culturais na baixada, que a gente frequenta, o Instituto Enraizados, em Belford Roxo tem o Instituto Donana, que traz muito evento cultural, muito r&b e rap, poesia e sentimento nas faixas. Rolam alguns eventos lá, agora não sei como  tá, na verdade. Sempre foi meio escasso de Jazz aqui na baixada, pouco se vê uma casa de jazz dentro da baixada. Quero muito ver isso acontecer, esses grandes eventos tomarem a região, as grandes marcas. Porque é o que gente deseja, a gente grita baixada no nosso disco para que todos olhem pra esse lugar com outra perspectiva, para trazer arte e, cultura, esses grandes eventos e marcas que vão acrescentar bastante no nosso cotidiano. aqui tem muita  gente talentosa, que trabalha com música, que vive de arte, não traz a parada pra cá, não vive a arte dentro da baixada, tem que se locomover pra viver disso… Até a gente, tava morando fora da Baixada pra gravar, pra viver disso. O grito de Baixada no nosso disco é trazer tudo pra cá, essas vertentes que a gente curte, o jazz,  r&b, rap…

Shuna – Baixada Fluminense é um lugar incrível, de beleza natural, tem muita coisa para ver, montanha, serra, cachoeira. Tem de tudo aqui. Baixada Fluminense é um lugar interessante. E tem muita cultura. Tem muita gente de todos os segmentos possíveis, do jazz ao pagode. E essa galera toca em várias bandas famosas  de artistas estourados. Muita gente sai da Baixada para poder ficar mais perto, assim como a gente já saiu algumas vezes, para ter mais acessos. Muita gente percorreu esse caminho e percorre até hoje por falta de cena na baixada. Uma cena sustentável. O desejo não era sair, mas sim trazer uma cena e oportunidade para que a gente possa ter mais cultura ainda. Uma cultura de alto nível. A cultura que a gente tem é aquilo que a gente busca, é o samba, o hip hop, que tem em todo tipo  de periferia. E tem inúmeros artistas aqui, fenomenais, que todos tem que ficar de  olho…tem o Marcão Baixada, o Zen, a Ebony, tem a Raiza, uma artista  que está chegando agora de São João do Meriti. Eu poderia ficar falando de vários, um tempão, é bom ficar de olho  nessa galera que vem com energia e visão ampla, de qualidade, bom trabalho, boa estética, boa ideia.

Abaixa que é tiro!??

Um evento alucinante vai acontecer em Conceição de Ibitipoca, o primeiro i-Bit Mapping, com projeções extremas feitas pelos VJs Spetto, Vini Fabretti, Luv, Carol Santana, Lê Pantoja, Eletroiman e Homem Gaiola, com curadoria de Jodele Larcher. Eles vão projetar sobre Lago dos Espelhos, Paredão de Santo Antônio, fachada da Comuna de Ibitipoca e as igrejas Matriz Nossa Senhora da Conceição e Nossa Senhora do Rosário. A transmissão vai ser nos dias 5 e 6 de junho, em comemoração pelo dia do meio ambiente.

Agora, até o dia 6, estão abertas as inscrições para duas oficinas gratuitas e virtuais, “Animação e ilustração digital”, ministrada por LUV, e “Pixel Mapping”, por Homem Gaiola, artista digital e VJ de Belo Horizonte, integrante do coletivo internacional Darklight Studio. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail ibitmapping@gmail.com, e  são dez vagas para cada oficina. 

As oficinas terão duas aulas cada, dias 11 e 12 de maio, sendo a segunda aula transmitida diretamente de Ibitipoca, com dia e horário a definir. As transmissões, em junho, vão misturar VJ arte e fervo DJ. Todas as infos estão no site, como não amar esse beija-flor voando?

A Orquestra Ouro Preto abre a temporada 2021 com uma homenagem inédita ao trio norueguês A-Ha, com transmissão ao vivo pelo YouTube neste sábado, dia 1º, às 20h30, direto do Grande Teatro do Sesc Palladium, em Beloryhills. No repertório, sucessos como “Take on me”, “Crying in the rain”, “Hunting high and low” e “You are the one”. Quem viveu sabe.

A V de Viadão é um sucesso de conceito e, além disso, as embalagens que a Mamma V, Eduardo Castelo, designer de mão cheia, cria, são pra lá de especiais. A lojinha do Instagram está bombando com prints de artes da VDV e uma cartela de stickers da M de Melancolia que é uma graça só. Todas as quartas, ela faz festa, no Twitch, alternando edições da V e da M, sempre às 22h. Ah, prepara que tá vindo T-shirt da V aí.

Banda Pietá no Sensorial
Funmilayo Afrobeat Orquestra
As Baías no Festival Feminino. Foto: Saullo Moreira
Estômago (2007), de Marcos Jorge, no Festival do Rio

O Circo Voador No Ar desta sexta, 30, 22h, tá abençoado com toda a beleza e a graça da banda Pietá. Será exibido show de outubro de 2016, com a gataria reunida: Frederico Demarca, Juliana Linhares e Rafael Lorga. Uns queridos. Eles apresentam o primeiro disco, “Leve o que quiser” (2015), pautado nas diferentes raízes da música brasileira. Semana passada, Lorga lançou disco com a parceira Vittória Braun, “Salto no Breu” (teve faixa com Zé Manoel na última playlist), e a Juliana Linhares também está de disco solo novíssimo, “Nordeste Ficção”.

Hoje, Dia Internacional do Jazz, rola a transmissão, ao vivo, das 15h às 22h, da 5ª edição do Art & Jazz, direto do palco do Bourbon Street Music Club, em São Paulo, com shows de Alex Albino, M Jazz, Funmilayo Afrobeat Orquestra, Afrojam, Sweet Jazz, O Jazz Não Morde e Yuri Prado Mardi Grass Brazoocas. O evento ainda terá live paintings com Milenna Saraiva e Robson Eleut.

E o Festival Feminino, que foi adiado por causa da pandemia, retomou a programação, mostrando que a deusa é mais. Hoje tem Naruna Costa e As Baías (maravilhoses, que eu amo), às 19h.

A mineira Roberta Campos faz show voz e violão nesta sexta, 30, às 20h, no Festival Música Boa Brasileira

“Hoje” rola a última noite de um programa especial do Festival do Rio no Canal Brasil, à meia noite e meia, com a exibição de “Estômago” (2007), de Marcos Jorge, que ganhou como melhor Filme Júri Popular, ator, diretor e Especial do Júri para Babu Santana. O filme está na lista dos cem melhores filmes nacionais de todos os tempos da Associação Brasileira de Críticos de Cinema (Abraccine).

Trap, rap, R&B, pop, baladas românticas e reggae estão na live da mineira Cynthia Luz para o Festival Bem Bolado, segunda, dia 3, às 20h, em dobradinha com a ShowLivre.

Lio Soares, do Tuyo, modelando as T-shirts do trio

Eu sou totalmente cachorrinha do trio curitibano Tuyo, que me ganhou logo que ouvi em  “O sonho da Lay”, feat com o Luccas Carlos. Quando vi “ao vivo”, no festival brasiliense Porão Rock, aí bateu mesmo, é amor sincero, eles são muito carismáticos e fofos, além de extremamente virtuosos. Quer incrementar o look pras reuniões de Zoom? Ahahah… A marca Heart Merch tem T-shirts bem legais com frases de músicas da Tuyo, como “Eu vou sumir”, o refrão-mantra de “O sonho da Lay”, e “Eu não sou pra você”, trecho da canção “Solamento”. A Merch ainda tem outros produtos, como canecas, eco bags, moletons e posters de Vivendo do Ócio, Thiago Elniño, Samuca e a Selva, Pitty, Pabllo Vittar, Marcelo D2, Francisco, el Hombre, Duda Beat, BNegão e mais.

Enquanto houver Ru Paul haverá esperança! Mama Ru não pára de trabalhar, e a TV nunca foi tão gay, amigos. A versão australiana da disputa drag que amamos estreia sábado, 1º de maio, versão “Down Under”, pelos canais Stain (Austrália) e TVNZ (Nova Zelândia). Haverá transmissão pela WOW e, aqui no Brasil, a gente assiste tudo sem baixar nada nos players com legendas das lendas do site Fuzzconews, que traduz toda a programação gay.

Serão dez participantes e, entre elas, Art Simone, celebridade local com programa na WOW. Entre os jurados, estão Ru Paul, Michelle Visage e o humorista Rhys Nicholson.

No dia 2, domingo, estreia a terceira e última temporada da maravilhosa e tocante “Pose”, série da FX que já tem duas temporadas disponíveis na Netflix e um trabalho de atuação tocante e impecável de Billy Porter como Pray Tell, o mestre de cerimônias do ballroom que vive o drama do HIV no momento mais dramático da doença, os anos 90.

A série também dá completo protagonismo à comunidade trans, sendo a produção com maior número de atores trans em papéis de destaque. A temporada final acontece em 1994, e o HIV segue golpeando a comunidade gay. A diva absoluta e mother Bianca (MJ Rodriguez) é enfermeira e vive com um novo parceiro. Um dos criadores é Ryan Murphy, garantia de viadagem e quebradeira sempre.

É no Fuzzco que também vamos acompanhar a segunda temporada de Legendary, a partir do dia 6, o reality babadeiro criado para homenagear os clãs da cena ballroom. Os jurados, um show à parte, estão de volta, com Megan Thee Stallion, Leiomy Maldonado, Law Roach e Jameela Jamil. São dez novas “houses” competindo em bailes temáticos e batalhas de voguing por US$ 100 mil. Participarão como convidados Tiffany Haddish (amooo), Normani (amooo), Adam Lambert, Demi Lovato, Taraji P. Henson, Amiyah Scott e Nicco Annan. As casas confirmadas são as “houses” Balenciaga, Chanel, Garcon e Icon.

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano.  Aqui tem as playlists de 2020.

Playlist de videoclipes, com The Chemical Brothers, Bixarte, Tássia Reis + Zeferina, Metronomy, Colomy, Martins, The Weeknd + Ariana Grande, Easy Life, Jovemdex, Little Simz, Orang Thum, MC Xuxú, Doyo (Heavy Baile), Gwen Stefani, Clichê + Papillon, Macy Gray, Lucas Vasconcellos, Arthur Nogueira + Hiran, Billie Eilish, Clarice Falcão + GA31

Sexta Sei, por Fabiano Moreira