Sexta Sei: Vapo, novinha: Puterrier faz funk acelerado com pagodão baiano

Puterier prepara novo EP de funk super acelerado, “150 pra cima”, e flerta com o pagodão baiano em primeiro single do trabalho

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Fotos de Guilherme Milward

Entre os novos nomes da cena do funk, como RaMemes e Dornelles, Puterrier é produtor e MC que cresceu, na comunidade Bandeira Dois, zona norte do Rio de Janeiro, e estourou na cena, depois de algumas tentativas e nomes, como Mitoso, seu sobrenome. “Putaria 2000” hitou no TikTok e chamou a atenção para o seu bom EP “Atabragime”, que resenhei aqui na estreia.falando sobre a mistura do atabaque com o grime, ritmo que nasceu no Reino Unido a partir do UK Garage e que tem as as mesmas características de dubstep e bassline. Ele acaba de lançar o EP, “Salseiro”, com “Faz o esquenta” e “Garoto problema”, Solta a coleira, meu pitbull quer resenha”, avisa no clipe da última, gravado nos becos e vielas da favela do Vidigal, no Rio de Janeiro, cercado dos palhaços arruaceiros da tradição carnavalesca do bate-bola. Depois da era TikTok, ele quer experimentar. “A plataforma TikTok é boa. É bom para pros conteúdos, né, mas acaba formatando demais o que faz sucesso e impondo fórmulas também”, analisa. 

Moreira – É muito bacana esse holofote sobre a cultura dos bate-bolas, que conheci por meio de ensaios do amigo e fotógrafo francês Vincent Rosenblatt e, recentemente, vi sendo homenageados em trabalhos de arte como os clipes de Malía e Dornelles e até na runway de Drag Race Brasil. Definitivamente, o nosso Coringa é fashion e cheira a rebeldia. Porquê você escolheu este personagem pro clipe?

Puterrier – O bate bola é uma parada originária do Rio e é bem carnavalesca. As pessoas botam essas roupas e vão pra rua para fazer disputa, tá ligado? Tanto que tem uma rapaziada de uma área que usa bate bola de um jeito, rapaziada de outra área que usa de outro. É uma parada bem carnavalesca e típica do Rio, não tem em nenhum outro lugar. Fiz o bagulho baiano, misturando com funk carioca, tá ligado? Falei, já que eu vou fazer isso na sonoridade, vou trazer isso no clipe, né? Pra fazer essa fusão de culturas, coloquei o bate bola do Rio, os instrumentos de percussão no pique da Bahia. E é isso. Eu sou carioca, né, mano? Então eu falei, vou colocar alguma coisa do Rio também pra jogar minha essência.

Moreira – A sonoridade de “Garoto Problema” é muito interessante e traz o pagodão baiano para o funk carioca. O ritmo é um dos mais potentes entre os mais recentes, né, um dos meus prefeitos, e adoro quando é vestido de forma mais undeground, como no trabalho do ÀTÓOXXÁ, de A Travestis e no pagotrap. A faixa anuncia um novo EP, “Salseiro”, que contará com duas novas faixas. Qual vai ser o caminho? Mais grime e drill? Como definir o drill? 

Puterrier – O caminho desse EP, “Salseiro, é funk mesmo. O pagodão baiano já foi nesse single e, agora, vai ser funk mesmo, mas não esse  funk que as pessoas estão esperando de mim, tá ligado? Vai ser uma parada diferente, não esse funk atual, TikTok, não.

Moreira – Eu adoro o EP que te revelou e que já anuncia a pesquisa de ritmos do seu trabalho, “Atabagrime“, que promove a fusão do grime com o atabaque do funk, de onde veio essa boa sacada? Logo de cara, você já teve as bençãos e feats com nomes da pesada, como FBC, Kevin O Chris e Rennan da Penha. A parada estourou primeiro no TikTok? A plataforma é boa para música, né?

Puterrier – É agora falando sobre o “Atabagrime”, eu sempre gostei pra caraca de funk, sempre escutei mais DJ do que MC mesmo, aqueles podcasts, né? Set mixado de 50 minutos, só funk mesmo de favela, eu sempre gostei, tá ligado? Só que aí, depois, eu conheci o grime, tá ligado? Eu gosto de rimar no beat de grime. Aí eu juntei, mano, taga, já existia essa junção do funk com o grime, só que eu boto mais funk do que grime, e o funk que eu coloco é o atabaque. Então, quando eu lancei, um fã falou que isso era atabagrime, aí, eu peguei pra mim mesmo. Se eu pudesse agradecer esse fã. Eu agradeceria. O que estourou no meu EP foi “Putaria 2000”. A plataforma TikTok é boa. É bom para pros conteúdos, né, mas acaba formatando demais o que faz sucesso e impondo fórmulas também.

Moreira – Percebo que, hoje, a nova geração está explorando outros lados do funk, ritmo que é, essencialmente, negro e periférico. Como vocês olham pro funk? A parada agora é a velocidade dos beats, chegando aos 200bpm? Quais são os novos nomes da cena? Estou de olho em você, RaMemes,  Karan!, Buarky, Mu540…. Em quem mais devemos prestar atenção?

Puterrier – Então, cara, é, eu vejo o funk como uma parada de libertação, que me dá inúmeras possibilidades, né? Porque, em outros estilos, eu me sinto um pouco preso, sabe, nas ideias, até no meu ânimo mesmo, que o funk é uma parada muito animada. E eu gosto muito por causa disso, então é um bagulho que me dá inúmeras possibilidades. Mesmo com pessoas que dizem não gostar, você tocou na festa, vai dançar pra você. As pessoas deviam ter orgulho do funk  Essa é minha opinião, porque a parada que nasceu aqui é daqui Brasil. Então, né, a gente tinha que ter orgulho, tá ligado? E não preconceito. E é aqui, olha, Mano, todo mundo dança quando toca mesmo quando fala que não gosta, então a parada que acho. Eu acho que é até um bagulho espiritual, mesmo, tá ligado. E é isso e ajuda muita gente. Bota a comida na mesa de muita gente e às vezes, nem isso. Tipo assim, tem muita gente da antiga que não ganha um dinheiro com funk, né? Porque hoje em dia o funk está dando mais dinheiro, antigamente nem dava, só que eu sinto que salvou a vida de muita gente, tá ligado? A velocidade do limite é aquele pique mesmo, né? Eu gosto dos 150 pra cima, mas tem uns 130 bem maneiro também. Só que Puterier, filha, é 150 pra cima. Eu gosto muito. Mas claro que vou lançar um bagulho marcado também, né, mano? Mas aí o ritmo é acelerado. Quanto aos novos nomes da cena, eu tenho ouvido muitos caras se São Paulo.E tem Kevin O Chris, Pocah, MC Soffia que, embora faça trap, tem a raiz de funk também. E Pedro Bala, Pique Raro, moleque que estamos trazendo no selo, DJ Taleco, esses caras são brabos, tem que prestar atenção.

Abaixa que é tiro!💥🔫

O rapper, cantor e compositor BNegão lança, nesta sexta (16), o single “Canto da Sereia”, antecipando o seu quarto álbum solo, “Metamorfoses, riddims e afins”. A canção, de Osvaldo Nunes, originalmente lançada em 1969, agora é cantada como um lamento que remete às tradições dos antigos corais afro, misturando o afro-futurismo e o popular com produção do próprio artista e de Gilbert T. A sonoridade é diferente de tudo o que BNegão fez até o momento. Este primeiro single resume a proposta do novo álbum: a recriação e a transformação radicais.

Marcelo Lobato por Rodrigo Ferraz

O renomado músico, produtor musical e compositor Marcelo Lobato, conhecido por seu trabalho com O Rappa e com a cultuada Afrika Gumbe, anuncia o lançamento de seu primeiro EP solo, “Carregador de Piano”, para o dia 29 de março. Com produção de Lobato e Zé Nóbrega, o EP contará com participações especiais de Elizza e Rodrigo Suricato. O projeto solo surgiu durante o período pandêmico e foi totalmente gravado em casa. “‘Carregador de piano’ é um termo que vem do futebol. O cara que exerce várias funções no time. Não fica acomodado com o resultado cômodo, óbvio… Gosto de experimentar timbres diferentes, ritmos diversos, combinar estilos musicais distintos. Já faz parte da minha natureza em relação à música. Participo de todas as etapas que fazem parte do trabalho“, conta o artista. “Carregador de Piano” será lançado pela Lobo Records, selo do artista.

A última playlist sextante começa com Liniker cantando “Vale quanto pesa” e termina com Criolo entoando “Pérola Negra”, ambas faixas de “Pérolas Negras: um tributo à Luiz Melodia”, EP com direção musical e produção da craque Mahmundi. O lançamento da Universal faz parte das comemorações dos 50 anos do álbum “Pérola Negra”, Além de Mahmundi (Estácio, Holly Estácio“), Criolo e Liniker, o volume ainda traz Anelis Assumpção e Zezé Motta (Magrelinha“), Mart’nália (Estácio, Eu e Você“) e Sandra Sá (Pra Aquietar“). Luiz Melodia tinha apenas 22 anos quando, em junho de 1973, lançou essa que é a estreia fonográfica das mais prodigiosas da música brasileira. O repertório surpreendia pela fusão de gêneros, ao transitar com propriedade por choro, samba, bolero, blues, rock, forró, soul e jazz. Esse  disco de estreia de Melodia teve versos deliberadamente cortados e duas faixas excluídas pela censura da ditadura militar, o que determinou a sua curta duração, menos de 28 minutos. As seis faixas ganharam registro audiovisual, gerando um documentário a ser lançado em breve.  “O repertório é todo lindo, muito profundo, e tem uma coisa do Rio de Janeiro ali, em cada canção”, conta Mahmundi.

Batalha no Espaço Hip Hop por Matheus Pereira Pires
Os autsralinos do Men at work
Beto Jamaica e Compadre Washington: o É O Tchan
Novo musical "Jeathers"
Madalena Arrependida
Ressaca de Carnaval do Skylab

Se liga que tem Espaço Hip Hop em ritmo de carnaval 🎭 , , no domingo (18), a partir das 13h, com Ti Doido, Vermin e DJ Greg.

No dia 17 de fevereiro, tem show da banda australiana Men at Work no Rio de Janeiro, às 19h, no Qualistage, dentro de tour que passa ainda por São Paulo e Curitiba. 

Também no dia 17, às 16h, tem Carnaxé no MAM, no Rio, com É o Tchan e Tchakabum.

Tem roda de samba com Pretinho da Serrinha, sexta (16) e Ressaca de Carnaval do Skylab, sábado (17)m às 20h, no Circo Voador, no Rio.

O musical “Heathers”, da Fact! Produções, tem apresentações nos dias 17 e 18 de fevereiro, às 19h, no Teatro Paschoal Carlos Magno, abordando dramas adolescentes e temas sensíveis como violência, depressão, abusos físicos e psicológicos.

Neste sábado (17), tem rock com a banda Madalena Arrependida e o DJ Muller, às 20h, no Maquinaria.

Na próxima sexta, 23, por motivos de abibersário desde jornalista, que completa 49 anos, não haverá pulicação da pågina.

Playlist com as novidades musicais da semana, que consolida às 2h da sexta. Todas as playlists de 2023,  2022, 2021 e 2020 nos links

Para melhores resultados, assista na smart TV à playlist de clipes com Justice, Idles, BaianaSystem + Antonio Carlos e Jocafi, Jembaa Groove, Beyoncé, Dizzie Rascal, elanie Martinez, Lara, GZLZ, Tetine, Jorge Drexler, Maria Chiara Argirò, Clara Tannure,  Zara Larsson, Kacey Musgraves girl in red,  ¥$ + Ye + Ty Dolla $ign  + North West, PaulWetz e Jota,pê

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