Cantautor começou a desenvolver seu álbum de estreia, “Quebra-cabeça” a partir de experiência de virais no Tik Tok
por Fabiano Moreira
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Thomé, 28 anos, é cantautor e produtor audiovisual de São Paulo, formado em canto popular pela Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim (EMESP). Um dia depois de subir ao palco no Prêmio Multishow, ao lado de Jão, ele lançou o seu bom álbum de estreia, “Quebra-cabeça“, com parceria com Mestrinho, que meteu muito gol no goleiro Thomé em partidas de futebol que jogam juntos. Falamos da inspiração para compor, quase hipnótica, e das influências nesse momento, como Kokoroko, Castello Branco, Jota.Pê, ÀVUÀ, Marisa Monte, Luedji Luna e Jorge Drexler. Depois de viralizar com uma versão acapella de “Eu Só Quero Um Xodó”, na qual faz três vozes, ele me conta que começou a trabalhar no álbum.
Moreira – O que te inspira a compor? Como foi o processo de composição das canções de “Quebra-cabeça”? E o que você ouviu nesse período que influenciou diretamente no álbum?
Thomé – O que me inspira a compor são pequenos fragmentos de vida, momentos importantes, momentos singelos, pessoas, relacionamentos, a natureza, o cinza da cidade. Tem um pouco de tudo no meu processo criativo. Gosto muito de me sentir conectado com a música, e, muitas vezes, é de uma forma quase hipnótica e hipnotizada que começo a criar riffs de violão e ideias melódicas, às vezes, já com a intenção da letra. O disco começou a ser concebido em 2021. Primeiro eu compus a música “Quebra-Cabeça”, logo depois de uma tarde ociosa de domingo em que estava tomando sol e escutando uma playlist do spotify chamada “Divina MPB”. Algumas das músicas me inspiraram a compor e aí, no banho, surgiu a melodia junto da letra: “sou um pedacinho, eu profundo sou”, e, numa tacada, acabei escrevendo o restante. Depois disso, me juntei a Nando Diniz (meu produtor musical) e Sereno (booker e agente) e, juntos, começamos a pensar no repertório e a compor canções. Tiveram algumas influências diretas para os arranjos e composições do disco, como a banda inglesa Kokoroko, Castello Branco, Jota.Pê, ÀVUÀ, Marisa Monte, Luedji Luna e Jorge Drexler.
Moreira – Me conta como rolaram as participações do álbum e quais as suas conexões com Mestrinho, Fábio Leandro e Léo Middea.
Thomé – Mestrinho é um cara muito generoso e genial. Eu conheci ele jogando futebol em São Paulo, rs. Eu sou goleiro, e ele, um baita atacante, daqueles que fazem estrago na pequena área. Então, depois de muitos gols tomados por ele, ficou mais fácil de pedir uma participação. Ele topou e trouxe ideias muito criativas e com poucos takes, praticamente sem edição, tivemos o resultado que sonhávamos. No caso do Fábio, ele é amigo pessoal do meu produtor Nando Diniz e já tocou com ele em projetos, então quando pensamos no arranjo de “Ciranda pra Janaína” e de “Acaso”, o Nando logo já visualizou que as teclas do Fábio encaixariam perfeitamente. Sobre o Léo, conheci ele quando fui tocar em Portugal. A gente já se seguia nas redes e tinha bastante amigo em comum. Quando nos vimos, foi super massa e nos conectamos bastante. Ele estava no Brasil, e eu já tinha composto “Abrazo” e achei que seria um feat ideal. Ele aceitou, e o resultado provou que foi mesmo uma escolha feliz.
Moreira – Você começou a desenvolver esse álbum a partir de um perfil no TikTok e de um vídeo que viralizou por lá, em 2020? Qual foi esse vídeo e qual a importância da plataforma no seu trabalho?
Thomé – Eu já tô na música tem mais de dez anos, mas o meu trabalho solo surgiu em 2020 em meio à pandemia. Eu comecei a postar mais no instagram e um grande amigo (que hoje é meu manager), André Khaled, me incentivou a entrar no Tik Tok, pois ele sabia que o algoritmo estava muito favorável para artistas e que eu teria uma boa entrada na plataforma. Dito e feito, foi super impactante e eu ganhei muitos seguidores. Isso me instigou a seguir criando e sabia que chegava o momento de converter isso tudo em pessoas que poderiam conhecer o meu trabalho autoral, conceitual. Então, em 2021, comecei a escrever as primeiras ideias do que viria a ser o conceito para o disco. O vídeo que viralizou foi uma versão acapella com três vozes de “Eu Só Quero Um Xodó” e isso fez com que eu seguisse mais firme na ideia de produzir conteúdos com harmonias vocais, visto minha experiência em coral após participar como bolsista por quatro anos do Coral Jovem do Estado de SP.
Moreira – Eu fui fisgado pelo seu trabalho desde o primeiro single, “Ciranda Pra Janaína”, releitura da canção de Kiko Dinucci e Jonathan Silva. O que levou à escolha, já que a proposta é apresentar seu trabalho autoral? Ficou bem linda.
Thomé – Muito obrigado! Feliz em saber. “Ciranda pra Janaína” é uma música que me apaixonei desde que escutei pela primeira vez em 2018. Quando a música bate desse jeito, meio que ela “vira nossa”. Eu quis trazer mais para perto de mim tamanha beleza. Gravei vídeo e postei no youtube e deu uma viralizada. Eu sabia que ela era uma etapa importante para mim e quis registrar isso no disco, com uma versão (acima) que pudesse honrar a beleza da canção do Kiko e do Jonathan.
Moreira – Li você comentando no Instagram “Eu tenho um sonho ❤️ e ontem realizei o de cantar na TV! Amo vocês” sobre a participação no número do Jão no Prêmio Multishow. Como foi a experiência, como pintou o convite, quem são os outros meninos, qual artista você mais gostou de encontrar por lá?
Thomé – A experiência foi surreal. Eu, de verdade, não imaginava que cantaria na TV tão cedo, após só três anos de carreira. O convite veio da produtora do Jão no instagram, e eu mal acreditei na hora. Ela me chamou, assim como chamou também o Tom Ribeira e pediu indicações, aí mandei também o perfil do Luan Carbonari e do Mathias João, que são cantores que já admirava. Além disso, o pessoal da direção do Jão me pediu para fazer o arranjo vocal e eu me animei demais e acabei realizando esse arranjo que cantamos todos juntos. Eu amei encontrar o Milton Nascimento, um dos maiores ídolos que tenho na música. Dei oi para ele, e ele acenou de volta. Ganhei a noite! Fora ele, Iza foi sensacional conosco e elogiou nosso canto, além do Lulu Santos, que nos cumprimentou um a um e parabenizou pela apresentação.
Abaixa que é tiro!💥🔫
Estudante do bacharelado em Moda da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), mulher trans, produtora de moda e stylist, Maia Maria Pereira apresenta seu projeto “Meu universo trans” com exposição na galeria Espaço Reitoria, no campus. A série de 12 fotos do talentoso Gabriel Venzi celebra a identidade, a criatividade e a resistência da comunidade trans pelas lentes do surrealismo, a partir de fotografias inspiradas no movimento da estilista italiana Elsa Schiaparelli. O trabalho nasceu como experimentação em uma disciplina do curso de Moda da UFJF, ministrada pelo professor Luiz Fernando Ribeiro, do Instituto de Artes e Design (IAD). A ideia foi trazer a vivência como mulher trans, usando a dicotomia entre o estranho e o belo, presentes no movimento inovador de Schiaparelli. As imagens instigam os visitantes a conhecer um universo em que inconsciente e identidade se entrelaçam, convidando à reflexão sobre a beleza da diversidade e sobre a importância da busca pela autenticidade. “Quero que as pessoas que venham à exposição se sintam sensibilizadas, por meio das fotografias, a fim de contribuir para que nós, pessoas trans, possamos existir com mais tranquilidade, adentrando os espaços acadêmicos, o mercado de trabalho, estando onde quisermos sem que haja um olhar estranho sobre o nosso corpo”, conclui a artista. Na exposição, ainda serão exibidos filmes com direção criativa, styling e produção de moda de Maia Maria, que é também uma das modelos. No casting, estão Lucca Sad, Maitê Almeida, Samie Villela e Valentina Avelino.
Homem negro, gay e periférico, de Jardim Fontalis, São Paulo, o cantor, compositor e produtor cultural Trajano acaba de lançar “Bem Bolado”, que anucia uma nova era dentro de sua produção, marcada pelo EP “É sobre isso” (2022), que legitimou as perspectivas das minorias e enfatizou a importância da diversidade nos discursos artísticos. O single anuncia novo EP, que está vindo aí pela Fervo/yb music, com influências de blues, R&B e rap, gritando Djavan. O visualizer divertido é dirigido pelo próprio artista, com bom visual de moda. Trajano é defensor da pluralidade e da representação das minorias em suas músicas, utilizando sua arte como uma plataforma para destacar questões importantes e, muitas vezes, negligenciadas, como o machismo nas ruas, presente na vida das mulheres. “Pode cruzar a esquina, que o moço do ponto sou eu, deixa eu cruzar tua sina”, diz a letra djavaniante.
“Baby, keep it tranquilo”, nos pede o vocalista Sebastian Pringle em “Tranquilo”, lead single de “Light +“, o novo e quinto álbum da banda anglo-espanhola Crystal Fighters. A banda mescla instrumentos tradicionais bascos com eletrônicos abrasadores e ganchos emocionantes. Os visuais, nas artes de capas e os figurinos, é hippie e psicodélico, provavelmente movido a cogumelos, e quem não quer, né? O álbum é uma celebração da vida, e a banda, além de Sebastian (vocais principais, guitarra), atualmente, conta com Gilbert Vie-rich (eletrônicos, guitarras, percussão) e Graham Dickson (guitarra, txalaparta). O álbum, curiosamente, foi feito com os integrantes espalhados pelo mundo: Seb na costa caribenha da Colômbia, o co-autor Gilbert Vierich no Reino Unido e banda Graham Dickson em sua nova casa nos Estados Unidos. A banda conseguiu se manter conectada por chamadas telefônicas, reuniões pelo Zoom e grupo no WhatsApp, o que levou à composição de 60 faixas. Seb trouxe para o álbum os ritmos da Colômbia, como cumbia, champeta e bullerengue, vivendo na Sierra Nevada de Santa Marta, na costa caribenha do país. A ideia desse álbum é dar aos fãs uma nova definição do Crystal Fighters, retornando aos seus valores essenciais. “Queríamos voltar às raízes do que somos e como nos sentíamos quando estávamos começando, quando só queríamos fazer música para nós mesmos e fazer as pessoas dançarem em nossos shows”, destaca o cantor Seb.
Nesta sexta (17), a banda pernambucana Mombojó lança o single “Estação da Luz”, com olhar roqueiro sobre o clássico do conterrâneo Alceu Valença, anunciando o primeiro álbum de versões da banda, em homenagem ao mestre. “Visitar o trabalho de Alceu é mergulhar nas raízes profundas de nossa herança musical”, analisa Felipe S., vocalista e guitarrista, empolgado com as gravações deste que será o sétimo álbum de carreira da banda. “Neste arranjo, quisemos trazer a vibração efervescente que o verão tem em nossas vidas e a expectativa que sentimos quando se aproxima este período quente e colorido. Então, começamos a tocá-la juntos e, em pouco tempo, estávamos instigados, tocando e cantando em coro”, festeja Vicente Machado, baterista e percussionista.
✨🍄 Vamos de shimagic? 🍄✨ O Mushroom Sunset 🍄 rola neste sábado (18), das 14h às 22h, na praia do Ibiti Projeto, com apresentações de Roça Nova, Rafael Cardoso e Marcelo Magaldi, Ventania (só para loucos, avisa a bio do insta), do hit “Cogumelo Azul”, e o DJ carioca Zedoroque. O curador Marcello Dantas, fala às 15h, sobre “Fungos Sapiens: cogumelos psicodélicos e suas surpreendentes aplicações”. Ingressos aqui.
O festival Meca faz edição no Rio, neste sábado (18), na Marina da Glória, com shows de IZA, Peter Bjorn & John, Bomba Estéreo, Whitney, Seun Kuti & Egypt 80, Donavon Frankenreiter, Pedro Barros & Nouvella, Quantic (que lançou belíssimo álbum na última sexta, “Dancing while falling”), Francisco, el Hombre, Lee-Ann Curren, Os Garotin, Shugi, Roda Cultural da Rocinha e Vincent Moon’s Live Cinéma.
O Maquinaria tem final de semana com bons shows, com os paulistanos da Ombu e a local Legrand no sábado (18) e a cantora francesa Laure Briard (que canta em português) e a nossa querida Varanda, no domingo (19).
Esta sexta é noite de heavy metal no Cultural, às 20h, com shows de Edu Falaschi, na turnê “Eldorado Tour”, Broken Pices, Void e Helloud. No sábado, às 19h, tem Banda do Ben, Helgi e Sandra Portella.
Jota Quest (com a turnê “Jota25” – De volta ao novo!), Pato Fu (turnê “Pato Fu 30 anos”) e Nando Reis são as atrações do Arena Music Festival, sexta (17), às 20h, no Terrazzo.
“Corpo Urbano | Skate & Rua: Edição Especial VIII Rolê das Minas” rola nos dias 18 e 19, com atividades gratuitas no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM), no Beco da Cultura e na Praça Antônio Carlos (PAC).
O AFROPUNK Bahia veio pra ficar e faz a sua terceira edição, nos dias 18 e 19, no Parque de Exposições, em Salvador, com transmissão ao vivo pelo YouTube, chique demais. O line up é de primeira, com Pivoman e Manigga, Trapfunk & Alivio e Tash LC, Gaby Amarantos, Majur, Carlinhos Brown canta “Alfagamabetizado”, Luccas Carlos convida O Poeta , Victoria Monét (foto), Tasha e Tracie convida Tati Quebra Barraco, Djonga e O Kannalha (18) e Lunna Montty, Karen Francis, Olodum, Ajuliacosta, Alcione convida Mangueira, Vandal, IZA, KayBlack e Caverinha e BaianaSystem convida Patche Di Rima & Noite e Dia (19).
Eu adoro os artistas da Balaclava Records, sinônimo de curadoria única no Brasil há mais de dez anos, como selo musical, produtora cultural, agência, editora fonográfica e revista. No domingo (19), às 15h, em São Paulo, eles fazem o Balaclava Fest 2023, no Tokio Marine Hall, com shows de Unknown Mortal Orchestra (NZ), American Football (EUA), Whitney (EUA), Hatchie (AUS), Thus Love (EUA), PVA (UK) e terraplana + Shower Curtain! (BR).
O Festival Fado Rio de Janeiro regressa à Cidade das Artes nos dias 21 e 22, com o tema “O Fado e a Guitarra Portuguesa”. O primeiro dia da edição de 2023 recebe o concerto único a duas vozes de Cuca Roseta e Cristina Branco, além da exibição do filme “Guitarras à Portuguesa”, de Ivan Dias, às 19h30. No dia 22, é a vez de Bernardo Couto, aluno de Carlos Gonçalves, se apresentar em um concerto dedicado à guitarra portuguesa, com certeza.
O festival Macuca das Artes 2023 🐂🏃♀️ acontece na fazenda Macuca, no interior de Pernambuco, em Correntes, com shows de Silva, Liniker, Bala Desejo, Lamparina e Bella Kahun (17) e Gilberto Gil, Nação Zumbi, Rachel Reis, Almério e Martins, Gabi da Pele Preta e Revoredo (18) e cortejo do Boi da Macuca com a Orquestra do Maestro Oséas, em Poço Comprido (19).
A agenda Novembro Negro continua com três apresentações gratuitas no Teatro Paschoal Carlos Magno, sempre às 20h, com Sararau Crioulos, na sexta (17) , a peça “Orixás, Flores e Amores”, com texto de Marcos Marinho encenado há 22 anos pelo grupo Embaixo de Céu e com nova montagem do grupo Encruza de Teatro, no sábado (18), e “Omokonrin, o menino de caracóis na cabeça – Recontando sonhos e caracóis”, , baseado em “O menino de caracóis na cabeça”, do escritor juiz-forano Edimilson de Almeida Pereira.
A banda Eminência Parda vai gravar o show dessa sexta (17), às 18h, no ClandStudio, bar e estúdio no Novo Horizonte.
A turma paulistana da GF Posse, especializada em dancehall jamaicano, chega para somar nos toca discos com Gramboy, sexta (17), às 21h30, na ☆BANG!☆, no Beco.
No sábado (18), às 20h30, a Orquestra Imperial de Moreno Veloso, Nina Becker, Matheus VK e Rubinho Jacobina faz show no Museu Boulieu, em Ouro Preto, com ingressos solidários (1kg de alimento não perecível ou agasalho). Na sexta, tem solo do Matheus VK,que também lança single, “Ondas de calor”. O show faz parte do Festival Os Sons do Brasil.
Playlist com as novidades musicais da semana, que consolida às 2h da sexta. Todas as playlists do 2012, 2021 e 2020 nos links.
Para melhores resultados, assista na smart TV à playlist de clipes com Sevdaliza + Grimes, Tory Lanez, Day Limns, Dua Lipa, Priscilla, Pedro Sampaio, Rei Ami, Jack Harlow, Arlo Parks, Keynan, Dizzee Rascal, Fireboy DML, Jungle, Yemi Alade, Tierra Wack, Laura Pausini, Siamese + Clementaum, Simone, Cat Dealers + Lukas Vane, Luísa Sonza + Tokischa e Tetine.
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