Álbum foi criado a partir da audição de muito Portishead, Björk e Metá Metá, além de hardcore e punk, ao lado dos parceiros Nobru e Dony Von
por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Fui capturado pelo trip hop de Marya Bravo, 53 anos, no meu primeiro contato com a sua música, por meio da audição do single ‘’Eterno Talvez’’, parceria dela com Dony Von, parte do trio que forma com Nobru na produção do álbum homônimo, que chegou esta semana às plataformas. Ela é filha do casal de músicos Zé Rodrix e Lizzie Bravo, e o álbum traz uma canção não-registrada dele, “Faca no Peito”, descoberta a partir do contato com a irmã, a também cantora Barbara Rodrix, que teve seu EP “Ar” resenhado por aqui, recentemente. “Minha maior referência musical é a minha mãe, Lizzie Bravo, que ouvia muita música em casa. Ela gravou com a nata da MPB e eu acompanhei muitas gravações com ela também. Em casa, ouvíamos Beatles, Mutantes, Tom Jobim, Cream, Chico Buarque, Mamas & the Papas, era bem eclético e rico”, me contou, em papo por e-mail aqui para a Sexta Sei. “A gente ouviu muito Portishead, Björk, Metá Metá, além de muito hardcore e punk também, que são as nossas raízes mais fortes”, afirma.
Moreira – Você chegou a cogitar abandonar a carreira de artista antes de aceitar participar do musical “Clube da Esquina – Sonhos Não Envelhecem”, com direção musical do Kassin. O que esse trabalho despertou em você e te trouxe até a criação de “Eterno Talvez”?
Marya Bravo – Acho que não era abandonar totalmente, mas queria ter novas experiências de vida, sou cantora profissional desde os 4 anos de idade. A peça me trouxe de volta ao Rio e me reconectou com a música, tanto dentro da peça, como proporcionou meu reencontro com meus parceiros, que moram aqui.

Moreira – Como ter nascido em uma casa de artistas influenciou a sua trajetória? Quais são as principais influências de seus pais no seu trabalho?
Marya Bravo – Minha maior referência musical é a minha mãe, Lizzie Bravo, que ouvia muita música em casa. Ela gravou com a nata da MPB e eu acompanhei muitas gravações com ela também. Em casa, ouvíamos Beatles, Mutantes, Tom Jobim, Cream, Chico Buarque, Mamas & the Papas, era bem eclético e rico. Nossa casa vivia cheia de músicos, sempre tocando e cantando.

Moreira – Como foi a parceria com Nobru, que participou dos seus três primeiros álbuns, e Dony Von? Você até se tornou sócia do Nobru em seu estúdio, Graveá, indo na direção contrária de quem pensou em abandonar as artes.
Marya Bravo – O Nobru eu considero meu irmão. Ele foi casado com a minha irmã muitos anos, e moramos juntos por um bom tempo também. Ele é primordial em todos os meus trabalhos, meu primeiro parceiro, primeiro a ensinar os primeiros acordes no violão. Eu sempre digo que, sem ele, eu não teria uma carreira na música. É o meu maestro. O Dony veio como um furacão nessa parceria. Ele é uma máquina de compor, muito talentoso e sensível, e se conectou totalmente com a minha essência. A sociedade aconteceu naturalmente, depois do meu disco, produzimos o disco solo do Dony, e temos planos de produzir mais. O trio funciona muito bem.

Moreira – Quais foram as principais influências sonoras no fazer de “Eterno Talvez”? O que vocês estavam ouvindo enquanto compunham essas canções?
Marya Bravo – A gente ouviu muito Portishead, Björk, Metá Metá, além de muito hardcore e punk também, que são as nossas raízes mais fortes. Eu só sabia que queria ter cordas de verdade no disco, e misturar com os eletrônicos, então, fomos buscando esse tipo de som.

Moreira – Conte também sobre as motivações para as letras deste volume, que fala de crises existenciais, relacionamentos conflituosos e tensões latentes. Qual é o principal tema deste disco?
Marya Bravo – Acho que o principal tema desse disco são as emoções, seja elas quais forem. Tem músicas só minhas, músicas do trio, e das duplas separadas também. Eu gosto de colocar muita visceralidade nas músicas, e canto de um lado muito pessoal. As letras refletem tudo isso, e eu tento colocar o máximo desses sentimentos na minha voz e nos arranjos também.
Abaixa que é tiro!💥🔫
Eu já falei do mineiro Haroldo Bontempo aqui, quando ele lançou seu EP “Indie Hippie Retrô Brasileiro”, e também aqui, quando saiu colaboração com João Donato, “Risada”. Esta semana, ele lançou o EP “Voz e violão”, seu primeiro lançamento ao vivo em voz e violão. Motivado pela vontade de circular o Brasil com seu instrumento ao lado, e inspirado pelos programas antigos da TV Cultura (‘’MPB Especial’’ e ‘’Ensaio’’), Haroldo propõe, em pouco menos de 15 minutos, uma experiência de música ao vivo. Com músicas e falas, o curto filme reúne versões em voz e violão de músicas já lançadas, como ‘’Manhãs no Cais’’, do EP ‘’Indie Hippie Retrô Brasileiro’’ de 2024, e ‘’Virgem’’, do álbum ‘’Músicas para Travessia’’ de 2020, assim como músicas inéditas. Das três músicas nunca antes lançadas duas são parcerias, ‘’Raiô’’ com Amélia Machado (poetisa e escritora mineiras, co autora da letra de ‘’Até Que Eu Gosto de Você’’) e ‘’Falando em saudade’’ com Caio Tavares

.A canção de estreia, ‘’Voz e violão’’, é uma música metalinguística que aborda o ato de apresentar uma música ao outro, de forma crua, entregue ao entendimento daquele que ouve. Junto a este material, Haroldo prepara uma turnê pelo sudeste, centro oeste e nordeste do Brasil. O filme foi gravado no Estúdio Central, em Belo Horizonte, de Gabriel Elias Sadala (integrante da Mineiros da Lua, junto à Haroldo), responsável pela captação do som em microfone de fita para uma sonoridade nostálgica e não convencional, a mixagem e masterização foram realizadas pelo também amigo de Haroldo, o sextante Arthur Melo.
Entrevista bacana que já rolou aqui na página, o produtor e DJ paulistano BADSISTA acaba de lançar seu segundo EP, “Cuteboyz”, na esteira do EP “Gueto Club”, de 2023, e o disco “Gueto Elegance”, de 2021. São cinco faixas inéditas, uma delas em colaboração com EVEHIVE. O EP é resultado de pesquisas feitas pelo DJ ao redor do mundo e também nas pistas brasileiras, territórios em constante mutação estética e que são, ao mesmo tempo, espaço de criação e inspiração. Criado na Zona Leste de São Paulo, onde reside até hoje, BADSISTA foi forjado no rock, no dub, no reggae e também nos “ao vivos” de barzinhos. Expoente da música eletrônica brasileira contemporânea, o produtor fez do funkbeat seu ponto de partida e, atualmente, explora este lugar com elementos emprestados do bass, da house music e do psytrance, entre outros.
“Faz uns bons anos que estou caçando e estudando as centenas de probabilidades dentro dessa mistura sonora e através dessas tentativas com erros e acertos, consigo chegar em lugares muito interessantes”, explica. O EP é dedicado aos clubbers e traz, na capa desenvolvida e dirigida por Thais Regina, referência ao anime “Hajime no ippo”, abarcado no universo do boxe, mas que também traduz a subjetividade motriz do novo trabalho: o fim dos embates internos de BADSISTA em relação a importantes sentimentos sobre si mesmo.
Jufas – Na sexta (23), Gramboy comanda a Bang!, às 21h30, no Beco, recebendo o DJ Abud (SP).
No Clube Contra da gente, sexta (23) tem Club Indie com Amanda Fie, Beire, Crraudio, JuliØ e Taian.
A Festa Country 2025 rola no estacionamento do Estádio Municipal, com Matuê e Belo, sexta (23), e João Gomes, no sábado (24), dentre outros.
Beloryhills – “Quanto mais eu como, mais fome eu sinto” é o show de lançamento do álbum do rapper Djonga, nesta sexta (23), às 23h, no BeFly Hall, com abertura do nosso RT Mallone.
O Festival Sarará rola no sábado (24), às 12h, no Parque das Mangabeiras, com Liniker, BK´, O Kannalha, Budah, Arlindinho cantando Arlindo Cruz, Iza Sabino, Baile Room e grande elenco.
Rio – João Bosco lança turnê com show de sucessos e canções do novo álbum “Boca cheia de frutas”, com estreia no Vivo Rio, nesta sexta (23), com um quinteto formado por Ricardo Silveira (guitarra), Guto Wirtti (baixo), Kiko Freitas (bateria) e o maestro Cristóvão Bastos (teclados e arranjos). Do Rio, a tour segue para Porto Alegre (30), São Paulo (07/06), Salvador (15/08) e Belo Horizonte (06/09).
Na sexta (23), às 21h, Fausto Fawcett faz show no Solar de Botafogo, com o Animakina de Paulo Beto nas programações, sintetizadores e guitarra, Mari Crestani, no sax e no baixo e Jodele Larcher nos visuais. O show ainda tem participação de Crystal Duarte, vocalista do grupo Vera Fischer era Clubber.
A pernambucana Banda Eddie comemora os 35 anos de estrada com show sábado (24), às 18h, no Galpão Ladeira das Artes, no Cosme Velho.
No sábado (24), às 23h30, tem festa Danado, com line-up estelar com Mau Mau, Gustavo Tatá, Educastelo, Jerônimo Sodré, Maurício Lopes e grande elenco, na The Home.
Poa – Simone passa com a nova tour pelo Salão de Atos da PUCRS, sexta (23), às 21h.

Arnaldo Antunes passa pelas Pampas com o show de seu último álbum, “Novo mundo”, sábado (24), às 21h, no Opinião.
Sampa – Na Casa Natura Musical, sexta (23) tem encontro de rappers com o brasiliense Murica e o carioca Sant, às 19h30, e, no sábado (24), Mariene de Castro apresenta o show “Dona da Casa”, reverenciando as rodas de samba do recôncavo, às 19h30.
As Irmãs de Pau fazem show de lançamento do recém-lançado “Gambiarra Chic Pt. 2” nesta sexta (23), na Zig.
Nos dias 23 e 24 de maio, às 22h, a Casa de Francisca recebe Alaíde Costa e Gilson Peranzzetta para duas apresentações que marcam os 20 anos do lançamento do álbum Tudo que o Tempo me Deixou (2005). O disco foi indicado ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum Romântico”.
Tudo vai dar Sesc: Benito Di Paula e Rodrigo Vellozo apresentam show em dois pianos sexta (23), às 20h, no 24 de Maio; Letrux como mulher girafa sexta (23), às 20h, no Guarulhos; BNegão na sexta (23), às 20h, no Pinheiros; Donatinho faz Tributo a João Donato com participações de Trio Mocotó e Manoel Cordeiro sexta (23), às 20h, no Pompeia; Black Pantera com a participação especial de Clemente (Inocentes), Cannibal (Devotos) e Natália Matos (Punho de Mahin) no sábado (24), às 20h30, no Belenzinho; FBC no sábado (24), no Bom Retiro; Boogarins sábado (24) e domingo (25), às 21h e às 17h, no Belenzinho; Otto, sábado (24) e domingo (25), às 21h e às 18h, no Pinheiros; Pato Fu, sábado (24) e domingo (25), às 23h30 e às 18h, no Pompeia; Tasha & Tracie, sábado (24) e domingo (25), às 22h e às 18h, na Vila Mariana; Zé Manoel com participação de Luedji Luna, quinta (29), às 20h, no 14 Bis; Gabriel Ventura na quainta (29), às 20h30, no Vila Mariana.
A Virada Cultural 2025 terá mais de 30 atrações nos palcos. Entre os destaques, o Palco Butantã recebe o punk das bandas Punho de Mahin e Inocentes no sábado (24), às 20h e 21h, e Dead Fish e Sepultura, no domingo (25), às 15h30 e às 17h. O espaço “Piano na Praça”, na Praça Dom José Gaspar, terá Arrigo Barnabé sábado (24), às 22h, e Adriano Grineberg domingo (25), às 6h. No sábado (24), o manguebit de Mundo Livre S/A estará às 22h na Casa de Cultura Chico Science. No domingo (25), tem Liniker no Palco Anhangabaú, às 15h. E também tem programação pras clubbers, com Mamba Negra no sábado, na Ipiranga com a 24 de maio e Jup do Bairro, Crazed e Alma Negrot, e Batekoo, no domingo, das 6h às 12h, com @freshprincedabahia, @clementaum, @afroboneca e grande elenco, na Rua Aurora 776.

C6 Fest 2025 acontece no Parque do Ibirapuera, em São Paulo, até 25 de maio e, entre os destaques, estão Pretenders, Air tocando o “Moon Safari”, Perfume Genius, Gossip, no sábado (24), e Nile Rodgers & Chic, Wilco e DJ Marky, no domingo (25).
BSB – O mais do que tradicional festival Porão do Rock faz edição com shows de Sepultura, Velvet Chains (EUA), CPM 22, Raimundos, Little Quail and the Mad Birds, Black Pantera e Dead Fish, na sexta (23), e Stone Temple Pilots (EUA), BaianaSystem, The Mönic, Matanza Ritual, Terno Rei, menores atos e Adorável Clichê (24), dentre outros.
Recife – Idlibra é a grande atração do aniversário de seis anos do selo Nbomb, no sábado (24), às 21h, na Concha Acústica da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), em noite que ainda tem Badsista, Cherolainne e mais.
Ouro Preto – No sábado (24), às 21h, a Praça Tiradentes será o cenário do show de Orquestra Ouro Preto e Alceu Valença, celebrando 25 anos da orquestra
Playlist com as novidades musicais da semana, que consolida às 2h da sexta. Todas as playlists de 2024, 2023, 2022, 2021 e 2020 nos links
Para melhores resultados, assista na smart TV à playlist de clipes com Haute & Freddy, Polo & Pan, Charli xcx, Selvagens à procura da Lei, JMSN, eliminadorzinho, Finneas, Arca, Jorge Drexler + Conociendo Rusia, Majur, Laura Becker + Daniel Benflos, Traste, Joy Crookes, Givēon, Lisa + Tyla, Manoel Cordeiro + Pupilo + Kassin, Tagua Tagua, Milky Chance, Kesha, Dornelles + Kalef Castro + PZZS.
A campanha de crowdfunding da coluna continua, e já atingimos 48,9%. Prefere fazer um PIX? O pix da coluna é sextaseibaixocentro@gmail.com. A página agora tem um canal no Whatsapp com a atualização semanal.