Sexta Sei: É a Bahia! Totô de Babalong: um homem latino, romântico e descarado, um ursão engolidor de espadas

Baiano lança seu segundo álbum, militando pela visibilidade ursa em “Pescoço Salgado”, que vai das bachatas ao pagodão baiano com muita sensualidade

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Fotos de Juliana Rocha

Entre românticas bachatas (híbrido de bolero rítmico, chá-chá-chá e tango), pagodinho, pagodão baiano e axé dos anos 2000, o baiano radicado no Rio Totô de Babalong, 27 anos, entrega o bom e sensual “Pescoço Salgado”, seu segundo álbum, que chega com participações de RDD, Rachel Reis e Gaby Amarantos. Na semana passada, “Blayblayde” passou aqui pela playlist sextante, já anunciando o clima de verão sensual do trabalho e avisando que “um pôr do Sol na Barra é pecado ver sozinho”. O clima é sexy, “comendo de bandinha” em “Hola Chica”, exercendo o “direito de sarrar” em “Blayblayde” ou embalando “em sonos de colher” em “Toca Metallica pra mim”. Na capa, ele aparece engolindo uma espada, em clima de tropicalidade sensual e perigo. Batemos um papo, por e-mail, no qual falamos sobre a sensualidade latina das bachatas, na persona do latino descarado que ele performa, de como RDD é o cristal da produção baiana e da intenção de engolir espadas, pois, enfim, “é a Bahia”, como ensina o meme, e da atitude corporal positiva de assumir e brincar com os pelos nas fotos de divulgação, nas quais criou uma regatinha cabeluda.

Moreira – Eu adoro acompanhar o som da diva argentina Naty Peluso, que me apresentou às bachatas. Como veio a inspiração para explorar o ritmo no álbum nas faixas “50 tons de pinga” e “Jogo de louça”? Ainda é um ritmo pouco explorado aqui no Brasil, apesar de parente do bolero, por nomes do sertanejo, como Marília Mendonça, Gusttavo Lima, Simone & Simaria… 

Totô de Babalong – Pois é! No desenvolver do álbum, eu sabia que queria explorar ritmos que iam de acordo com a persona que eu queria passar, o Totô, um homem latino, romântico, descarado, e foi nessa linha de pensamento que escolhi os ritmos que são bem marcados por essas características. A bachata traz muito desse sensualidade latina que tem tudo a ver com o que eu gosto de explorar e o massa é misturar com referencias pop pra buscar uma sonoridade nova

Moreira – Além das bachatas, o álbum tem pagodinho e pagodão baiano, axé dos anos 2000, toda uma latino-baianidade. Fala mais da sonoridade, das inspirações e do resultado final dessa entrega.

Totô de Babalong – Eu sou cria de Porto Seguro Bahia, então o axé dos anos 2000 era basicamente o que se escutava em todo canto por aqui haha esse saudosismo vai estar sempre presente seja em groove ou em composição. E eu sabia que o pagode ia representar muito bem essa persona do latino descarado que eu queria passar, quando escrevi “Desse Jeito” eu sabia que se a gente lançasse em pagode ia passar muito esse sentimento! E, apesar do corpo do “Pescoço Salgado” ser bem múltiplo em questões rítmicas, me deixou bastante contente o resultado final, pois esse sentimento que eu queria passar o deixou bem coeso!

Moreira – Me conta sobre as participações no álbum, como chegou a esses nomes maravilhosos de Rachel Reis, RDD (nossa, eu sou muito fã do ÀTTØØXXÁ, só perdem pros Beatles no meu coração), e a mãe Gaby Amarantos

Totô de Babalong – Foram featurings muito orgânicos! Que, na minha opinião, são os melhores tipo de featuring! Foi sentir a música depois da produção e falar “cara, isso é a cara da de fulana” e quando elas ouviram, toparam na hora! RDD tá comigo desde o começo, minhas duas primeiras músicas foram produzidas com ele, ele é o nosso cristal da produção baiana, extremamente inteligente e sabe valorizar muito bem os elementos que fazem a música groovar.

Regatinha by Totô

Moreira – O ensaio fotográfico que acompanha o álbum é bem sensual, tropical e safado, com você engolindo uma espada, na capa, ou  a segurando de forma bem sensual e fálica. É uma coisa meio “attoro perigon“, né? Ficou bem sensual e perigozo, rs. O álbum tem esse tempero safadinho, né, “comendo de bandinha”, “direito de sarrar”, “embalar em sonos de colher”…. “É a Bahia”?

Totô de Babalong – É A BAHIA!! A intenção é total de engolir espadas! Perigozo total! Mas tem um lance de ver um perigo, uma confiança, uma vulnerabilidade, um corpo suado, num fundo de tons tropicais, que em suma conseguem traduzir muito bem o que eu quis passar com o álbum!

Moreira – Vi um TikTok que a sua irmã fez para divulgar o álbum mostrando umas depilações absurdas de divertidas suas… Gente, isso tem que virar categoria do ballroom, ahahaha, de onde veio essa ideia? Vi também que tem todo um marketing de pelos com um kit do primeiro álbum com um sabonete com pelos… Em uma sociedade depilada, é importante falar e militar sobre pelos, né?

Totô de Babalong – Representatividade ursa importa!! Eu tenho muitos pelos e ousadia de sobra, tamo ai pra tirar uma onda! Ia ser por tudo uma categoria de bodyhair eu ia tá com minha mãozinha assim no estalo! Haha, mas, em geral, eu acho que sou muito orgulhoso do meu corpo e gosto de me amostrar com ele! Muita gente tem uma reação de nojo ou estranhamento, mas o Baba tá aí pra isso…

Abaixa que é tiro!💥🔫

Chorões da Pisadinha por Allan Dela Torre

Convocando os emos para o carnaval, os Chorões da Pisadinha, projeto musical liderado pelos cariocas Bruniño e Felispe, lança um pagodão baiano “para quem gosta de dançar, para quem gosta de chorar e para quem gosta de ambos” avisa o release de “Chora & Rebola”, primeira canção do duo, com clipe aqui. O projeto mescla clássicos de emo e rock dos anos 2000 a piseiro, arrocha e pagodão. O grupo já havia lançado remixes e versões especiais para “Tudo que ela gosta de escutar (Charlie Brown Jr) e “Razões e Emoções” (NX Zero). “Chora & Rebola” aborda a tristeza e a superação por meio da dança e da irreverência, risos, seguindo a máxima “levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima”, da canção imortal de ​​Paulo Vanzolini. Como não amar as peruquinhas de Joe Exotic nas fotos de divulgação? O lançamento é do selo 2Bit Records, iniciativa baseada em Campo Grande, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Capitaneado pelos craques Xavier2bit e Riko Viana, o selo dá visibilidade ao subúrbio real, do rap ao funk, do piseiro ao trap, amplificando vozes populares.

Eu conheci o Helleno no clipe dançante e clubber de “8:45 SP”, com Bal, lançamento da Cavaca Records que selecionei para a minha página de outubro lá na Revista Híbrida. Passei a acompanhar suas mídias sem ainda saber que ele foi o grande vencedor do programa de TV “Canta Comigo” (Record) do ano passado, no qual arrasou cantando Queen, Aerosmith e Bon Jovi. Helleno canta muito e sonha alto. “Eu quero ser um novo ícone do rock brasileiro com essa mistura de rock e MPB, podendo tocar com todos os artistas possíveis, de Marina Sena à Maria Bethânia“, me contou, no nosso chat animado pelo instagram, no qual falamos de muita música, Lulu Santos, Miranda, Gabriel Thomaz e muito mais. Esta semana, ele lançou o EP “Novos Tempos”, como a banda Helleno & Os Universais, formada por ele (voz), Marcos Wilder (teclados), Rodrigo Padin (baixo), Rodrigo Rosário (bateria) e Vitor Hernandes (guitarra). No volume, três composições deles, como “Próxima estação” e “Chuva Leve”, que ganharam clipes, Pássaros” e um cover para “Maluca”, tributo à canção e à voz imortal de Cássia Eller. O volume está uma boniteza só, e a sonoridade da banda celebra grandes pilares do rock na música brasileira dos anos 70/80.

Na sua 27a edição, a Mostra de Cinema de Tiradentes acontece de 19 a 27, abrindo o calendário audiovisual no país. Serão exibidos 145 filmes, sendo 43 longas, 3 médias e 99 curtas-metragens de 20 estados brasileiros em 61 sessões de cinema. A edição homenageia os mineiros André Novais Oliveira, cineasta, e Bárbara Colen, atriz, e conta com pré-estreia mundial dos filmes “Quando Aqui” (André Novais) e “Roubar um Plano” (Lincoln Péricles e André Novais). Na programação, cineastas como André Novais Oliveira, Paula Gaitán, Julio Bressane e Isael e Sueli Maxakali, entre outros, parecem seguir em desafio e desarranjo a um estado exigente das coisas que quer sempre tudo muito rápido. Na programação online, de 20 a 27 de janeiro, serão disponibilizados diversos títulos da programação, simultaneamente à realização presencial. Entre 31 de janeiro a 9 de fevereiro, cinco curtas estarão na plataforma IC Play

"Cabinda"

O curta “Cabinda”, produzido e dirigido por Swahili Vidal, está entre os selecionados para a mostra. A obra de ficção apresenta um recorte da ação de liberdade de Roza Cabinda, mulher africana mantida sob escravidão por Henrique Halfeld, considerado um dos fundadores de Juiz de Fora. Referência na pauta racial, Roza, interpretada pela  atriz Danyela Silvério, entrou para a história como exemplo de coragem por ter lutado na Justiça pelo direito de tornar-se uma mulher livre. O primeiro trabalho do diretor, “Cabelo Bom”, realizado em parceria com Claudia Alves, conquistou 13 prêmios, inclusive um Kikito no Festival de Gramado em 2017, na categoria Prêmio Especial do Júri.

Fotos por Natalia Elmor

As musicistas ligadas a Juiz de Fora Sarah Vieira, Tata Rocha e Alice Santiago (do grupo Tata Chama e as Inflamáveis) e Clara Castro, além deas mineiras Luiza Brina,  Ceumar, Gabi Viégas, Maria Zanuncio e Luiza Gaião participam, como parceiras na composição e na gravação, do EP “Minas”, da banda Čao Laru, lançamento do selo Pequeno Imprevisto. O processo envolveu desenvolvimento de letra, melodia e harmonia de maneira coletiva. O EP homenageia a música de Minas Gerais, que, de Clube da Esquina a Graveola, vem inspirando os caminhos da banda desde o seu surgimento, em 2015, na França. O grupo já teve uma integrante juiz-forana, minha prima Nicolle Bello, filha do saudoso Bello, cartunista. Ela participa de cinco faixas.

Gabriel Thomaz volta ao Maquinaria em noite que ainda conta com a banda
...Martiataka!
Boogarins no Circo Voador. Foto: Diógenes Muniz
O jovem Luccas Carlos na Lapa
Eli Iwasa comanda projeto no D-Edge Rio
Banda Uó retorna com turnê que começa no Hopi Pride Festival
Marcio Guerra e Phellipe em LGBT+60. Foto: Gab Meinberg
Orquestra Voadora por Andre Rola
Chuverão na Fundição com o Céu na Terra. Foto: Larissa Vasco
Forfun no Terrazzo
Trupicada
Ator Bruno Quiossa em “Minas Impura”, da Cia. Sala de Giz. Foto: Paula Duarte

Meu amigo e ídolo Gabriel Thomaz toca com a banda local de amigos Martiataka, nesta sexta (19), às 20h, no Maquinaria.

O pré-carnaval segue nos clubes da cidade, com Só Love (20) e DJ Felipe Matos no Muzik e Muvuka, Xota Éfe (19) e Bloco das Colheres (20) no Beco.

No Circo Voador, no Rio, sempre às 22h, a banda que amamos Boogarins faz show para comemorar os dez anos do álbum “As plantas que curam”, sexta (19), e  Luccas Carlos lança o álbum “Dois” no sábado (20).

Sábado (20), às 23h, rola mais uma edição da festa Closer, que traz visibilidade para talentos femininos, como Eli Iwasa, Joyce Muniz, Larissa Jennings, Nana Kohat e Pluma Bea, o line up desse finde na D-Edge Rio

Grande amigo e comparsa no fanzine Bat Macumba, quadrinista, animador e arquiteto Leo Ribeiro lança a graphic novel “Amazônia – histórias de beira de rio” (imagem acima), que está em pré-venda aqui. Ele criou o volume durante uma aventura pela bacia do rio Madeira, além de trechos dos rios Amazonas e Negro. Uma declaração de amor ao bioma mais importante do mundo e um retrato de um Brasil que poucos conhecem.

Trupicada convida Abracadabra neste sábado (20), das 10h30 às 14h, no carnaval da Rua São João, com pinturinha facial, picolé, pula pula, algodão doce e  escultura de balões.

Também no sábado (20), a partir das 12h, tem Batuque na Roda na praça de Santa Luzia.

No domingo (21), o Parangolé Valvulado faz Esquenta para a Getulhão, a partir das 13h, na Quadra do Batata Bowl,no Bandeirantes.

A montagem “Minas Impura”, da Cia. Sala de Giz, abre a temporada 2024 do Teatro Paschoal Carlos, dias 20 e 21, às 20h. O texto é recorte de pesquisa sobre Minas Gerais e o amor entre dois homens, com os atores Bruno Quiossa e Felipe Moratori, com trilha original de Nathan Itaborahy.

O Céu na Terra terá seu segundo ensaio na Fundição Progresso, neste domingo (21), às às 11h, com participação da Charanga Talismã e intervalos comandados pelo DJ Seu Zod. Com o tema “Os 15 Carnavais da Orquestra Voadora”, a fanfarra carioca faz o seu primeiro ensaio técnico da temporada, domingo (21), a partir das 16h, na pista do Aterro do Flamengo, na Zona Sul carioca.

Formada em 2011, na cidade de Goiânia, pelos amigos Candy Mel, Mateus Carrilho e Davi Sabbag, a Banda Uó anuncia seu retorno após seis anos longe dos palcos com a turnê “O Reencontro”. O primeiro show anunciado acontece dia 20 de abril no Hopi Pride Festival, que também terá Pabllo Vittar, Urias e Bixarte, Marina Sena, Lia Clark, Jaloo, Day Limns, Chameleo e Irmãs de Pau. O grupo ainda se apresenta em diversas capitais ao longo do ano com datas a serem divulgadas.

Meu professor Márcio Guerra, 63 anos, que me indicou ao primeiro emprego como jornalista, na Rádio Solar, em 1993, está dando aula, de vida, no YouTube, contando a história de amor e coragem do jornalista, de 63 anos, e do esposo, Flávio, ao adotarem o jovem Phellipe, destaque da premiada websérie “LGBT+60: Corpos que Resistem”, que já soma mais de 2 milhões de views nas plataformas digitais. O desafio é segurar uma lágrima. 

Playlist com as novidades musicais da semana, que consolida às 2h da sexta. Todas as playlists de 2023,  2022, 2021 e 2020 nos links

Para melhores resultados, assista na smart TV à playlist de clipes com IDLES, Omah Lay, Fat Dog, Ariana Grande, Kali Uchis + Peso Pluma, Tuyo, Sant & LP Beatzz, Reddy Allor + Diego Martins, João Gomes, Darwin Del Fabro, Jambu, Dizzee Rascal + JME & D Double E, Residente, Apeles + Fransia, Ju Dourada, Orquestra Mundana Refugi, Rodrigo José, Fireboy DML, Júnior Almeida + Mart’nália e Julico + Winnie Souza

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