Sexta Sei: Três anos de Sexta Sei socando novidades

Top 5 do terceiro ano de jornalismo independente confirma que o leitor da página gosta mesmo é de curadoria de novidade

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Mais um ano se passou sextando, e a página chegou ao ano 3 quase sem interrupções, tirando dois breves recessos de fim de ano. E o tradicional levantamento dos posts mais acessados do período confirma o óbvio, que o leitor aqui quer mesmo é saber de novidades, como as de Antonio Sobral, Festa Tempestade, Ballroom Kunt JF, Tatá Chama e as Inflamáveis e Marina Mathey. Um salve às novidades, que venham sempre quentes. Aguardem que, em breve, divulgo as infos da festa comemorativa de aniversário.

Antonio Sobral – Geral sentiu o jeito diferente e  inspirador de fazer música e cinema do multi-artista paulistano criado no Rio, Antônio Sobral, 37 anos. O álbum audiovisual filmado em super-8, “Marulho”, na Residência São João, no centro-oeste fluminense, é cru, íntimo e confortável. Essencialmente anticapitalista e artístico.

Festa TempestadeOs leitores da Sexta Sei estão ávidos por novidades, como a do duo paulistano Festa Tempestade, que serve poesia, fantasia e mistério. Zé Ferraz e Guilherme Tieppo misturam Clube da Esquina, a discoteca dos Bee Gees, a energia de Marcos Valle, elementos dos anos 70/80 e estética latina. Ao mesmo tempo luz e mistério.

Ballroom Kunt JF em frenre ao Central por Natalia Elmor

Ballroom Kunt JFFilha da pandemia, a Sexta Sei botou a cara no sol pela primeira vez no dia do Miss Brasil Gay, com a repórter fotográfica e craque Natalia Elmor, para registrar a revolução ao vivo do Ballroom, o hip hop das gays, que quebrou tudo em frente ao Cine-Theatro Central. Lindo post. Me marcou demais.

Tatá Chama e as Inflamáveis. Foto: Natalia Elmor

Tatá Chama e as Inflamáveis – “Bate o tambor! Treme terra!” O “Fogo-fátuo” universal que grita Minas Gerais da banda juiz-forana Tata Chama e as Inflamáveis mostrou o valor das pautas locais e o interesse do público pela música de qualidade made in Jufas.

Marina Mathey por Ferrerin

Marina Mathey“A travinha lambe todo o matagal” e “chupa toda a fruta até o caroço!”. A cantora e compositora paulistana Marina Mathey, 29 anos, abalou as estruturas com o seu álbum de estreia, o conceitual “Boneca Pau Brasil”, “madeireira pintada de sangue”. No álbum, ela questiona o apagamento da comunidade travesti dos livros de história, do modernismo e até do Tropicalismo e apontou a necessidade de uma perspectivas de prosperidade. 

Abaixa que é tiro!💥🔫

Congadar.Foto: Davi Mello

Uma grata surpresa conhecer o encontro entre a ancestral potência dos tambores e cânticos do congado mineiro com a pulsação eletrizante do rock’n’roll e do blues no som inovador da banda Congadar, de Sete Lagoas (MG), que lança, esta semana, o EP  “Morro das Três Cruzes”. O trabalho sucede dois álbuns, “Retirante” (2019) e “Chora N’Goma” (2022), todos com produção de Giuliano Fernandes, guitarrista da banda que assina trabalhos de artistas como Lô Borges e Vander Lee. A gravação do EP foi realizada de forma analógica no icônico estúdio ForestLab, do produtor musical Lisicel Franco, em Petrópolis, em sonoridade mais orgânica, que casa com as caixas de congado. Na faixa-título, “Morro das Cruzes”, eles relembram que “toda favela ainda é cativeiro” e que “quarto de empregada é uma senzala”, como questionei, recentemente, sobre os backdrops de favela na noite juiz-forana,

Gabriel Aragao. Foto: Murilo Amancio

Conhecido pelo trabalho como guitarrista, tecladista e vocalista da banda cearense Selvagens à procura de lei, o artista Gabriel Aragão se reinventa em bom álbum de estreia solo produzido por Marcelo Camelo, o instigante “Rua Mundo Novo”. A capa faz referência aAll Things Must Pass, de George Harrison, que também mostrava uma reinvenção artística. Aqui, Gabriel se despe do indie em prol de uma MPB contemporânea. O álbum chegou com clipe para “A Sorte”. “Em ‘Rua Mundo Novo’, percebi, ainda em estúdio, que eu estava falando sobre o nordestino que mora no Sudeste, por vários ângulos: a luta pelo seu lugar ao sol, estranhamento, saudade de pessoas e da terra natal, situações difíceis, adaptação e dar a volta por cima”, reflete Gabriel.  Com participação especial de Laura Lavieri, o álbum traz parcerias com Roberta Campos, Tagore, Mateus Fazeno Rock e com o próprio Marcelo Camelo

FurmigaDub por Eric Luna

Conheci o paraibano Fabiano Furmiga, o FurmigaDub, em 2014, embalado pelo seu irresistível hino maconhista “Aindadápadá”, de 4:20 minutos, risos, que me levou a entrevistá-lo para a TransCultura, no Globo. A faixa, um cocostep, está na minha playlist “Tem alguém queimando coisa” a mais acessada da moreiridade. Recentemente, descobri que, assim como eu e Luan Rodrigues, do Uaná System, ele também é filho de Jodele Larcher, risos, o que torna a nossa família cada dia mais bonita e criativa. Na sexta passada, esteve aqui na playlist sextante “Deep Coco”, faixa no foco do seu álbum  “Grave da Mata Vol. 2”, que dá continuidade ao seu trabalho de mestre em unir a cultura popular nordestina com música eletrônica. O trabalho com vocalistas da cultura popular continua, mas aqui o brilho intenso mesmo está em faixas como as belíssimas instrumentais “Viva a natureza” e “Quadrilha ácida”, um convite à viagem por esse Brasil maravilhoso pelas lentes do mestre, multi-instrumentista que explora as nuances da música regional.

Também amei “Bala de Prata”, canção de Kiko Dinucci e Douglas Germano. Músico de formação acadêmica pela Universidade Federal de Paraíba (UFPB), seu som é resultado de uma pesquisa extensa sobre os mestres do Nordeste, influências afro e indígenas, a cultura da mata e referências tropicais. No álbum, estão ritmos como coco de roda, ciranda, caboclinho, maracatu e baião.

Kanduras. Fotos: Fernando Vianna

Nome da música independente paulistana, a banda Kanduras acaba de lançar o seu segundo álbum, “Tudo Vira Moda” , entre a MPB, o rock e o indie, com perfume de anos 90 e participações de Samuel Samuca (Samuca e a Selva), Luiza Kolya e também da banda Vitrola Sintética. O quarteto é formado por Raphael Thebas (voz e guitarra), Junior Breed (bateria), Thomaz Marra (guitarra) e André Bedurê (baixo). Adoro o romantismo de “Gaveta do Meio”. O álbum todo tem esse tom ao mesmo tempo divertido, dançante, crítico e reflexivo.“Percebi que o álbum é sobre aquilo que vira cotidiano e como nem tudo que vira moda é bom”, reflete Raphael Thebas, que assina a maioria das letras sozinho ou em dupla com Thiago Romaro.

Ana Cañas canta Belchior

“Ana Cañas Canta Belchior”, vencedor de Melhor Show do Ano de 2022 pela Associação Paulista dos Críticos de Arte (APCA), tem apresentação nesta sexta (7), às 21h, no Teatro Paschoal Carlos Magno. Entrevistei a cantora há dois anos, no lançamento do primeiro EP do projeto.

No sábado (8), às 15h, tem mais uma rodada do tradicional Festival de Bandas Novas, de Adriano Polisseni, no Parque Halfeld, comemorando 25 anos de história. O festival continua nos dias 22 de julho e 12 de agosto.

O Maquinaria tem finde agitado com as bandas Overdrive Tropical e Pedra Relógio, às 21h, no sábado (8), e Meu Funeral, às 18h30, no domingo (9).

O nosso Espaço Hip Hop chega à décima edição com clima de festa julina, no domingo (9), às 14h, no Viaduto Hélio Fadel, com os DJs DuValle (RJ) e os residentes Anditaum e Alex Paz. Pela primeira vez, vai rolar uma batalha de duplas, em clima de São João, com o tema Lampião e Maria Bonita.

O Palco Central continua com a temporada de sucesso, sempre às tercas, às 18h30, com Recital de música brasileira com o Duo Arão, (flautista Alessandra Arão e pianista Kássio Arãoo), no dia 18, e “ O Circo da Pedra do Meio-Dia”, do Contaê, no dia 25. A distribuição de ingressos começa sempre na quarta anterior ao show.

Juiz de Fora sempre se supera no saudosismo e, este final de semana, tem Paula Toller, Humberto Gessinger e Barão Vermelho, nesta sexta (7), e Os Paralamas do Sucesso e Biquini Cavadão, no sábado (8), no Arena Music Festival, sempre às 20h, no Terrazzo.

O Fórum de Coletivos e Mulheres Feministas de Juiz de Fora (Fórum 8M-JF) segue com a segunda edição do “Julho das Pretas”. Esta semana, tem Oficina de Samba de Roda da Makamba, às 15h, na Ca D’Ori, na Rua Antônio Passarela (8), leitura de textos de Conceição Evaristo, às 19h, no Teatro João Carriço (11) e Oficina e Imersão “TrançArte”, com contos e práticas das tranças afro, às 18h, na Sede da ABAN, no Dom Bosco (13).

Na quinta-feira (13), rola o cortejo de abertura do 20° Feijão de Ogum às 18h, saindo da Praça da Estação.

Playlist com as novidades musicais da semana. Todas as playlists do 2012, 2021 e 2020 nos links.

Playlist de clipes com Elza Soares, Letrux, YMA e Jadsa, Aluminé Guerrero + Yeahman, Rita Ora, Lucas Sfair, Shakira + Manuel Turizo, Dornelles + Malharo + Christopher Luz, Anne-Marie + Shania Twain, Jon Batiste, Netta, Christine and the Queens, Blur, Fresno, Beck G + Gabito Ballesteros, Diogo Nogueira + Orquestra Ouro Preto e Lurdez da Luz.

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