Sexta Sei: Abseduzida! Mãeana lança segundo disco, falando do resgate da dimensão feminina de Deus

Álbum foi foi produzido pelo marido, Bem Gil, e conta com participações dos filhos, Dom e Sereno, da melhor amiga, Letrux, e de Mateus Aleluia Filho e Banda Tono

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

A mãe de Sereno e Dom com os filhos, na capa do disco, “Mãeana2”, em foto de Ana Alexandrino

Ana Cláudia Lomelino, 35 anos, mergulhou tão fundo na maternidade que adotou o nome Mãeana para assinar os seus dois discos de estúdio já lançados, “Mãeana” e “Mãeana2”, o último recém-chegado ao mundo, com os dois rebentos, Dom e o divertido Sereno, na capa e no recheio. O disco foi produzido pelo marido, Bem Gil (violão e guitarra), que conta com os exímios músicos Domenico Lancellotti (bateria e percussão) e Bruno Di Lullo (baixo)  na base instrumental. Além dos filhos, o disco tem participação de sua melhor amiga Letrux, e ainda de Mateus Aleluia Filho e da Banda Tono, da qual já fez parte.

Fotos: Ana Alexandrino

Para falar do universo tão feminino de Mãeana, o disco conta com compositoras mulheres na maioria das faixas. Batemos um dos melhores papos já publicados aqui na coluna, por e-mail, no qual falamos da “urgência do resgate da dimensão feminina de Deus”,  da importância do cuidado, da maternidade, de sua amizade com Letrux, o convívio com a musical família Gil, e os lookinhos- loucurinha, esse “acúmulo exagerado colorido e brilhante que conta uma história de amor pelo mundo das coisas“, e os ETs, claro, que a fazem essa cantora “Abseduzida”.

Moreira – A maternidade e o feminino estão sempre muito presentes no seu trabalho. A maioria das composições do disco são assinadas por mulheres, como Amora Pêra, Luana Carvalho, Letícia Novaes, Giulia Drummond, Celina Kushnir e Luz Marina. O próprio nome artístico, Mãeana, faz referência a esse universo. Qual a principal mensagem do seu trabalho relacionada a estes temas?

Mãeana – Eu gostaria que a principal mensagem do meu trabalho fosse a importância do cuidado em nossas vidas. Numa cultura individualista e machista, a maternidade está diretamente ligada ao sacrifício. Somos todos filhos e sempre cabe reverenciar, honrar e cuidar de nossas mães, e tudo aquilo que nos nutre e nutre vidas. Deus é tido como uma divindade masculina há milênios, e isso não é uma suposição minha. A Deusa e as entidades femininas foram extintas nas culturas dominantes, então é urgente o resgate à dimensão feminina de Deus, o resgate das histórias dos povos originários da Terra e o resgate da dignidade do corpo feminino no mundo.

Moreira – O seu visual é impressionante, eu sou muito fã de todo o colorido e de toda a viagem que você nos convida a fazer. Você tem formação em moda e/ou artes? Já foi clubber? Vejo que costuma assinar os lindos cenários dos shows. Tem uma outra história sendo contada no visual? Pois a música é tão calma, e o visual, full-on. Me conta seu processo e as inspirações para o visual. E também a piração com alienígenas, um tema recorrente, que aparece nesse disco na ótima “Abseduzida”.

Mãeana –  Sim, a história que meu acúmulo exagerado colorido e brilhante conta é uma história de amor pelo mundo das coisas, a terceira dimensão em potencial na sua relação com o mundo multidimensional. A inspiração é a criação de novos universos e, no meu caso, esta é uma criação antiga, pois os objetos sempre me fizeram companhia e me inspiraram amor. Minha relação com questões ufológicas também é antiga, experiências pessoais me trouxeram esse interesse e é um assunto que eu amo estudar e explorar.

“Vovô gostou do nome Sereno!” Ele aparece com dois anos aqui no clipe de “Coração Sereno”. No disco, participa de “Tudo dom”  e é homenageado com a faixa mais bonita do disco, “Sô rei” ?

Moreira – Eu adoro acompanhar o Sereno nas suas mídias, ele parece ser muito engraçado e criativo. Tem música em homenagem a ele, música com a participação dele, ele é seu parceiro de criação? Como é o convívio com a família Gil? Você já gravou com Gil, como é a troca com ele? Ah, adoro os Gilsons, sou muito fã. E a música que o vovô fez sobre o nome do Sereno é linda.

Mãeana – O Sereno é carismático e palhaço desde que nasceu, ele e o Dom são muito parceiros em tudo que eu faço. Eu também adoro Os Gilsons! Adoro todos os filhos e principalmente os netos (e a bisneta Sol) do Gil, todo mundo muito gente boa! Já com o próprio Gil eu não tenho uma relação próxima, sinto que ele já está numa fase de se isolar das intensidades (enquanto nós jovens estamos mergulhando de cabeça né) para poder ter saúde e paz aos quase 80 anos bem vividos.

Foto de divulgação do show “Letrux e Maeana cantam bruxas” por Letícia Brito

Moreira – Você é tijucana, né? Quando eu morava no Rio, lembro que, sempre que falava com Letícia Novaes, ela estava indo ou voltando de algum rolê com você. Vocês são superamigas, né? Desde a infância? Já fizeram turnê juntas, “Letrux e Maeana cantam bruxas”, ela participa do disco, fala mais dessa sinergia e das participações do disco, que também tem Mateus Aleluia Filho, Banda Tono e seus filhos Dom e Sereno. 

Mãeana –  Sou tijucana sim e, graças a isso, conheci muito de perto a Letícia em 2007. eu sou, sempre fui e sempre serei completamente apaixonada por ela. Onde a Letícia for, eu estarei jogando confetes e soltando fogos de alegria, é uma honra muito grande ser amiga dessa artista gigante, tão inteligente, responsável, irreverente, surpreendente, talentosíssima e deusa! Mateusinho Aleluia é um grande irmão, uma pessoa muito iluminada e sempre que eu puder quero estar perto dele, quero ser sempre ouvinte entusiasta da música dele. Sinto saudades do Tono e daquela época e a faixa “Tudo Dom” me traz aquela atmosfera de volta. Dom e Sereno são intrínsecos, sempre!

mãeana no MAM, em foto de de Bárbara Almeida  

Moreira – E essa piração com a Xuxa? Você fez um show com o repertório dela, né? Em ritmo de samba reggae? Li em algum lugar que sai esse disco, ao vivo. Eu fui baixinho, confesso.

Mãeana –  Sim, o fato de chegar naquela nave rosa linda cheia de beijos pirava comigo, uma gata sexy, deusa, que se colocava de igual com as crianças e quebrava protocolos sendo moleca, engraçada, sempre zoando, eu passei a infância inteira muito encantada com ela. O disco está pronto, mas eu não gostei DE MIM na produção toda, entrei em crise e achei melhor abandonar por hora.

Abaixa que é tiro!??

A sétima edição do festival mineiro Palco Ultra aposta no hip-hop como música do futuro com a exibição de shows de grandes nomes brasileiros do estilo, hoje e amanhã (30 e 31), com a exibição de shows pré-gravados no YouTube,  a partir das 20h.

Larissa Luz
Kdu dos Anjos
Rico Dalasam - foto: Larissa Zaidan
Drik Barbosa - foto: Bruno Gomes
Fenda - foto: Bruna Brandão
Tássia Reis - foto: Caroline Lima
Emicida - foto: Wendy Andrade

O  line-up tá dos sonhos, anota aí, com Larissa Luz, Kdu dos Anjos, Rico Dalasam e Drik Barbosa, hoje (30), e Fenda, Clara Lima, Roger Deff, Tássia Reis e Emicida, sábado (31). Alerta amigo: os shows serão exibidos apenas nos dias do evento.

Fotos: Luya Brudi

Meu querido amigo Vicente Coelho, 36 anos, integrante da Banda Biltre e um dos criadores do bloco Minha Luz é de Led, lança hoje, no streaming, seu primeiro EP solo, o divertido “Pessoas Fritas”, com o codinome artístico Billy Crocanty. O trabalho traz oito faixas, das quais três já tinham ganhado o mundo como singles, como “Glitter” e a excelente “Expurgar”, que passou aqui pelas playlists da coluna. Hoje, sai também clipe dirigido por Daniel Sakê para a inédita “Volta do sol”.

Capa de “Fritas”, pintura sobre foto de Thiago Gadelha e Luciano Aguiar

“O EP traz a pessoa todinha quarentenada saindo do casulo, trocando de pele”, explica o ator, multi-instrumentista e compositor sobre essa fritura crocante, poética e fora da curva.

João Gurgel e Marina Lutfi, filhos de Sérgio Ricardo, em foto de Grazi Pinheiro

Filhos do músico, ator e diretor de cinema Sérgio Ricardo, que nos deixou no ano passado, aos 88 anos, vítima de  insuficiência cardíaca, complicação da Covid, João Gurgel e Marina Lutfi lançaram seus primeiro trabalhos sem o pai, “Conversação de Paz” e “Barravento”, reverenciando a obra dele.

“Conversação de Paz”, de 1971, ganhou clipe com animações e ilustrações de João

“A música está cada vez mais atual, principalmente agora, com a volta da ameaça fascista no mundo. Uma verdadeira conversação de paz se fez necessária há 50 anos, quando música foi composta, e continua em pauta, enquanto existir ditadura, guerra civil, genocídio, miséria, fome, corrupção, abandono, violência, injustiça, intolerância e, principalmente, a cultura de ode à guerra“, atesta Gurgel.

Sérgio Ricardo participou de diversos movimentos culturais brasileiros, como a bossa nova, o Cinema Novo, a canção de protesto e os festivais de música. ​​

Seus dois filhos lançam seus respectivos álbuns neste segundo semestre, a partir de agosto. O primeiro lançamento com data marcada é o de Marina, chamado “Outra Dimensão”, a ser lançado no dia 20 de agosto.

Ibiúna (SP) Foto: Clara Izabela
Dom Viçoso (MG) Foto: Clara Izabela
São Paulo (SP) Foto: Clara Izabela
Foto: Clara Izabela
Cananéia (SP) Foto: Clara Izabela
Carmo de Minas (MG) Foto: Clara Izabela
Barra do Sahy, São Sebastião (SP) Foto: Zé Inlê
São Paulo (SP)
Dom Viçoso (MG) Foto: Clara Izabela
Belmonte (BA) Foto: Clara Izabela
Sul da Bahia Foto: Clara Izabela
Canavieira (Bahia) Foto: Clara Izabela
Canavieiras (BA) Foto: Clara Izabela
São Paulo (SP) Foto: Zé Inlê

Outro dia, postei uma foto da pastelaria ambulante Ipanema, aqui de Jufas, parada ali na Praça Antônio Carlos. Minha amiga Luisa Condé, destaque recente aqui da coluna, marcou logo o Instagram HandpaintedBrazil. “A ideia do Instagram é mapear e divulgar a arte vernacular brasileira, o recorte são pinturas que têm como objetivo a comunicação visual ou escrita. Tipografia, paleta de cores, composição, o universo poético e simbólico das imagens e títulos são elementos que norteiam a curadoria”, me conta a cineasta Clara Izabela, 35 anos, de São Paulo.

Foto: @felipelatge e @joliabastos

Fiquei encantado com o show do niteroiense Sávio, 22 anos, no final de semana que passou, no Festival Pomar Convida. Na última sexta, ele lançou o single “Devo te Contar”, balada que antecipa seu álbum de estreia. Dá pra ver o moço em ação aqui, ao lado de Anna, em “Tudo bem”. Filho de músicos, seu som mistura canções de amor urbanas, indie pop, MPB e elementos eletrônicos.

Criolo Samba em 3 Tempos. Foto: Monique Gardenberg
Criolo Samba em 3 Tempos. Foto: Monique Gardenberg
Petrobras Sinfônica. Foto: Daniel Ebendinger
Coletivo Afrobapho Foto: Edgar Azevedo.
Zeca Baleiro em espetáculo infantil Zoró Zureta
Zeca Baleiro em espetáculo infantil Zoró Zureta
3YE
Festival do Rio Te silence of the rain. Foto: M. Vianna

A Petrobras Sinfônica segue com a tour virtual, com concertos às 20h, no YouTube, com concertos sinfônicos Sertanejo, hoje (30), Tom Jobim e Villa-Lobos (31) e Mix Bahia (1). 

Nesta sexta (30), às 20h, tem Arraial do Gabeu. Logo depois, às 21h, o site do Teatro Unimed irá exibir o filme-concerto “Criolo Samba em 3 Tempos”, dirigido pela cineasta Monique Gardenberg. ​​No repertório, Noel Rosa, Cartola, Nelson Cavaquinho, Nelson Sargento, Mauro Duarte e Caetano Veloso. No mesmo horário, tem Margareth Menezes no YouTube do Blue Note, e também tem live dos juizforanos do Dubdogz.

No Sesc ao vivo da semana, sempre às 19h, tem Zé Manoel, hoje (30) e Manoel Cordeiro e Felipe Cordeiro (31).

No sábado (31), às 20h, o trio de k-pop sul-coreano 3YE apresenta show virtual exclusivo para a América Latina, com ingressos a partir de R$25

Pela primeira vez, Rogerio Skylab e banda apresentam uma live, dia 31, às 21h. Cada disco de Skylab será representado por uma faixa.

Domingo (1), às 16h, Zeca Baleiro apresenta versão adaptada do show infantil Zoró Zureta. No repertório, o artista reúne seus discos infantis, “Zoró” (1) e “Zureta” (1 e 2).

Drag Race Spain mal acabou, e Mama Ru, que não dorme e nem descansa, já anunciou a segunda temporada de Drag Race Holland, que começa no dia 6, na WOW+. Dá pra ver as concorrentes aqui. Enquanto houver RuPaul haverá esperança! Eu assisto tudo aqui.

Vão até o dia 10 as inscrições gratuitas para seis imersões artísticas do coletivo baiano Afrobapho que vão acontecer nos dias 14 e 15 de agosto. As imersões são voltadas para os eixos de dança (Stiletto e Vogue Dance), música (composição e melodia) e performance (maquiagem artística e expressão corporal),  com 50 vagas limitadas para cada aula. O projeto tem apoio da Natura Musical.

Entre os dias 5 a 15 de agosto, o Festival do Rio apresenta  a Première Brasil 2020, com uma uma seleção de 45 filmes entre os inscritos no ano passado. São 20 longas – 12 de ficção e 8 documentários – e 25 curtas, disponíveis na plataforma Innsaei.tv. O acesso é gratuito. Em novembro, acontece a edição completa do festival em versão híbrida, presencial e on-line.

Ah, e nessa sexta (30), às 18h, entra set do DJ Crraudio que eu gosto, da Makoomba.

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano.  Aqui tem as playlists de 2020.

Na playlist de clipes, tem Paul McCartney + Beck, Terno Rei, Sofi Tukker + Amadou & Mariam, MC Carol, Shygirl + Slowthai, Camila Cabello, Lucas Frota + Agnes Nunes,  Anne-Marie + Little Mix, Lagum + L7nnon + Mart’ nália, Alessia Cara, Ava Max, GKay + Israel Muniz, Kynnie, Angélica Duarte + Juliana Linhares, Rincon Sapiência, MC Soffia, Costa Gold + Kawe e a freira irmã Letrux.

Sexta Sei, por Fabiano Moreira