4 novas bandas de Juiz de Fora pra você falar mal

por Francis Hempi
fotos de Filipe Furtado

A internet é um território sem lei e por isso escolhi quatro bandas da minha bolha pra falar mal, não estou falando de cena, talkei? O critério de escolha é o mesmo dos paredões do Big Brother Brasil, a convivência e a afinidade.

PS. está em ordem alfabética para não ter briga.

Baco Doente

A Baco Doente fez um dos melhores shows que presenciei ano passado, seguido do disco mais intrigante de 2019. O nome surgiu de uma belíssima pintura de Walner Del’Duca, que acabou virando a capa do primeiro disco. Vale a pena fofocar que a Saginata copiou a “escolha barroca” meses depois, quando convidaram o artista Guilherme Melich para encapar seu debut. Picuinhas à parte, Stéphanie Fernandes (Papisa, Cinnamon Tapes) e Victor Fonseca (Basement Tracks) fecham a van hippie drogaiada do mal e esticam um tapete úmido e bolorento para as composições punks, folks, secas, dançantes, poéticas e cacofônicas de Walner e Fred Arruda. Depois do single Sick Baco eles soltaram um disco pelo selo local Pug Records.

Blizterin’ Sun

Ana Luisa e Rafael formam o duo Queimadura de Sol, na livre tradução. Imigrantes de duas cidades da Zona da Mata mineira (Matias Barbosa e Cataguases, respectivamente), Ana e Rafa se encontraram em Jufas para dar início ao projeto stoner. Em 2019 lançaram o EP Target, com a faixa homônima seguida de Roses and Bones e Hanged. A produção é do André Medeiros (que só vai ser citado aqui, porque produziu as quatro bandas da lista e é muito humilde para ser nomeado a todo instante). Nas rimas curtas e semântica roqueira, Ana e Rafa dividem o mesmo osso franco-armeno do System of a Down e o coletinho do Black Keys, colecionando elogios pelas performances enérgicas e bem ensaiadas, caminho certo para sensibilizar a juventude roqueira.

Saginata

Cria do clube NCSSR (que só vai ser citado aqui pois é o local de todos os crimes relatados na lista, e isso não é um publipost :), esse conjunto desorientado e infeliz teve início em meados de 2017 quando Pablo (baixo e voz) e Francisco (bateria) decidiram tocar a cover da cover de Take on Me, do Cap’n Jazz. Frustrados com o resultado, convidaram Raphael Vegano e Igor Zoffoli para assumir as guitarras e orquestrar o grupo, mas Zoffoli deixou o projeto pouco depois por não encontrar o swing que gostaria.  Como um cometa lindo e ensolarado, Thiago Mangia aportou na segunda guitarra e somou forças na ala psiquiátrica da banda em 2019, assinando o segundo single Snow Candy. Anterior a esse, o single Kill Me Money contou com Bruno Santos na segunda guitarra. A banda lançou Mal Resolvido no carnaval de 2020, com oito faixas cruas. 

Silver Gloom

Lucas Cesca é o último grunge de cabelo colorido da Zona Norte. Depois de dar a vida para manter os ex-colegas ao seu lado (não rolou), abandonou o horroroso nome Sinestesia para entrar correndo na turminha dos drogados. Em 2020, ao lado dos novos amigos Thiago Mangia (Saginata) e Allan Cardoso (Ghoró), lançou o primeiro single, Outsider, mijando no túmulo da grunge music. Acho que não tem como ver o Cesca tocando sem imaginar uma queda livre no rio Paraibuna, uma briga na saída da escola ou um ônibus da tusmil em chamas – isso é puro elogio.

Gostou? Não? Que pena…

Talvez você possa se interessar por outro conteúdo de Música

1 thoughts on “4 novas bandas de Juiz de Fora pra você falar mal

  1. Pingback: Fugere, o universo paralelo de Frederico Arruda

Comentários não permitidos.