Sexta Sei: O reggae híbrido do BRAZA não deixa deixar a peteca cair

Quarteto carioca que faz mistura de reggae, rap e ritmos regionais brasileiros faz show em Jufas, dia 30, no Cultural

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

BRAZA. Credito: Gabriela Machado

Os cariocas do grupo BRAZA fazem show neste sábado (30), às 22h, no Cultural, dentro da tour de divulgação do bom disco “EITA”, lançado em fevereiro, pela Deck, mostrando o híbrido de reggae, rap e ritmos brasileiros que marcam a trajetória do grupo carioca. Bati um papo, por whatsapp, com o baterista Nicolas Christ, que integra o quarteto ao lado de Danilo Cutrim (guitarra, voz) e Pedro Lobo (baixo e voz) e Vitor Isensee (teclados e voz). Falamos da mistura da banda, da capa modernista e geométrica do disco, criada pelo grande DØNASC, e do talento pra dança sensual do vocalista Danilo ;).

Credito Gabriela Machado

Moreira – Vocês são um soundsystem de reggae que mistura o ritmo a brasilidades? Tem funk carioca, rap, kuduro, xaxado, ragga, baião eletrônico e muita pesquisa musical, mas o reggae parece ser sempre o fio condutor. É uma nova abordagem para o ritmo?

Nicolas Fassano – Quando começamos o BRAZA definimos o reggae (e suas vertentes) como um de nossos pilares, juntamente com o rap (e suas vertentes), e a música brasileira com o amálgama destes dois universos. No “EITA”, nosso mais recente trabalho, mergulhamos ainda mais profundamente na pesquisa dos ritmos e poesias brasileiras, mas sempre tendo como um dos nossos temperos principais o ritmo do reggae e seus desdobramentos.

Capa do DØNASC

Moreira – Essa capa do DØNASC é a coisa mais linda, hein. Como foi a troca de vocês com o artista?

Nicolas Fassano – O Don é realmente um artista fantástico! Foi muito importante tê-lo (juntamente com o Marcel, outro cara fantástico) desde o início do BRAZA fazendo parte de todos os processos de criação da nossa identidade visual. Pra essa capa, especificamente, conversamos muito sobre como fazer dialogar nossa brasilidade e também muitos dos temas presentes em nossas letras. Após algumas possibilidades e estudos, ele apresentou essa ideia das geometrias que, ao mesmo tempo, sugerem uma feição que alude ao nome do álbum, “EITA”, como também faz referência ao modernismo brasileiro, principalmente Tarsila do Amaral. E, isso tudo, sempre dialogando com tudo que já havíamos feito e, ao mesmo tempo, agregando sempre uma novidade interessante. Ficamos muito felizes com o resultado.

“Olinda”- BRAZA & Nêgamanda

Moreira – As definições de moreno cintura de mola foram atualizadas com o molejo de Danilo Cutrim em “Olinda”, é muito gingado, vocês até deram RT (rs) em um tweet meu sobre o assunto. No primeiro clipe do trabalho solo dele, “Somos um”, o homem também nos brinda com o seu balanço. Qual seu envolvimento com a dança, e quais os planos com o trabalho solo?

Nicolas Fassano – O Danilo sempre teve uma relação estreita com a dança!  E nós, no BRAZA, também sempre colocamos a expressão da dança como um dos principais pilares para aquilo com o que queremos dialogar e propor. É umas das expressões mais viscerais e diretas que nos ligam às nossas ancestralidade e visceralidade. Quanto aos planos com seu trabalho solo, posso dizer que está vindo um disco solo dele muito lindo! No mais, vou deixar pra ele mesmo comentar sobre.

Moreira – Quando vocês mudaram de ForFun para Braza? O que moveu a banda nessa mudança? A banda fez bastante sucesso, né?

Nicolas Fassano – Não mudamos de uma banda para outra. O Forfun acabou, e 3 dos 4 integrantes resolveram se unir novamente para começarem um outro projeto diferente, que é o BRAZA. Temos muito carinho pelo Forfun, mas cada projeto tem sua história própria. Um não é uma mudança do outro. Assim como o nosso baixista e vocalista Pedro Lobo também tinha uma banda muito boa chamada Família Gângsters.

Moreira – O que o público pode esperar do show?

Nicolas Fassano – Muita energia, muita troca, muita presença, intensidade, reflexão, e celebração ao milagre da Vida.

Abaixa que é tiro!💥🔫

Hoje, vamos comemorar dois anos de Sexta Sei com festa de lançamento do livro de artista “Vai, caminhante!”, editado por Mariana Bretas, da Sala da Casa, com projeto gráfico de Nathalia Serra. Vai ser às 18h, no Memorial Presidente Itamar Franco, quando vamos distribuir 50 exemplares, gratuitamente, até o fim da primeira tiragem. Também vamos projetar as imagens que estão no livro e muitas outras, que estão no meu Instagram, no paredão do Memorial, ao som dos DJs e amigos Pedro Paiva e Alex Paz. As fotos serão de Natalia Elmor. Entrada franca.

Laura Conceição. Foto: Natalia Elmor
Tatá Chama e as Inflamáveis. Foto: Natalia Elmor

Bruna Provazi, Tainá Novellino e Paula Velloso comemoram 15 anos do festival feminista Mulheres no Volante com edição de 1 a 7 de agosto, ocupando diversos espaços da cidade com eventos gratuitos, pela primeira vez com apoio do Programa Cultural Murilo Mendes, da Funalfa. O tema é “Todo recomeço é uma forma de resistência” e abalou. O festival reúne oficinas, debates, mostra de filmes, exposições e shows protagonizados por mulheres. Entre as atrações, estão Mc Xuxú, Tata Chama e as Inflamáveis e Laura Conceição, que se apresentam no “Palco Nêga Lucas (inserir meme da Mulher Pepita arrepiada aqui), que será montado no Parque Halfeld, no dia 6, das 14h às 22h.  

Elas também vão ocupar a Praça CEU, em Benfica, aonde rola o encerramento, no domingo (7), às 14h, com batalha de slam e oficinas de skate e colagem, o Anfiteatro João Carriço, com a exibição de filmes feitos por mulheres, nos dias 4 e 5, às 19h, e o Teatro Paschoal Carlos Magno, com as oficinas de poesia falada, pintura intuitiva com geotintas, pandeiro, produção cultural, skate, colagem e lambe-lambe e marketing digital. A programação completa está no site, passa lá. Achei bem bacana.

Alles Club por Caio Deziderio
O Coral da UFJF nas comemorações do Fórum da Cultura
O NUN – Grupo de Dança apresenta a montagem “Amanhã talvez eu faça a mesma coisa”
Gladston Vieira, no Festival Jazz de Montanha. Foto: Érika Elke

Neste sábado, a banda Alles Club faz show, às 22h, no Café Muzik, lançando o single duplo “Andromeda//Omuamua”, que sextou aqui. “É também uma celebração da amizade da banda e das pessoas em torno. Como estou morando fora, gosto de aproveitar as minhas visitas para reunir a banda e os amigos, esse contato é muito importante para a gente seguir trabalhando juntos até um dia quando poderemos realmente estar mais próximos”, me conta o guitarrista e amigo Rodrigo Lopes.

Espaço cultural mais antigo da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), o Fórum da Cultura está celebrando 50 anos. O Coral da UFJF, a soprano Michelle Flores e o violinista Guto Cimino encerram a semana de comemorações, hoje (29), às 20h.

O NUN – Grupo de Dança apresenta a montagem “Amanhã talvez eu faça a mesma coisa”, sábado e domingo (30 e 31), às 20h, no Teatro Paschoal Carlos Magno

O monólogo “Riobaldo”, interpretado pelo ator Gilson de Assis, terá apresentações sábado e domingo, 30 e 31, às 19h, no Museu Ferroviário.

No domingo (31), às 16h, no Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM), o MusicaMAMM apresenta recital de piano com os alunos do curso de Música da UFJF Gabriela Nunes, Nícolas Glanzmann e Samuel Colli, organizado pelo Prof. Fernando Vago, com repertório de composições de Liszt, Chopin e Bach.

O Festival Jazz de Montanha faz sua quarta edição, entre os dias 4 e 6, no Bar da Fábrica e no Sensorial Art. No dia 4, às 20h, no Bar da Fábrica, tem show de Gladston Vieira, lançando o álbum “À Vontade”. Na próxima semana, conto mais dos outros shows de Caetano Brasil,  Laura Jannuzzi, Nara Pinheiro, e Carolina Serdeira.

A Sexta Sei vem acompanhando toda a trajetória de lançamento de “Mestiço”, o bom disco do mineiro Nobat. Passaram aqui pela página a trilogia de clipes que anteciparam o trabalho,  Menina Erê, Me Deixa Sambar, com BNegão e dona Elza Soares, e Aqueles Homens, com Mariana Cavanellas, celebrando a música brasileira de todos os tempos. “É resultado de uma pesquisa profunda sobre a cultura do Brasil, a qual acendeu um lugar que sempre pareceu ser meu, porém nunca tinha ganhado sua devida importância na minha discografia. Foi a forma que encontrei de salvar o Brasil que amo e que está sob o ataque total de uma ala conservadora e intolerante no país“, conta Nobat, que é um tremendo gente fina, o último gentil, e me tascou esse elogio aqui. Obrigado.

Maurício Pereira e Tonho Penhasco. Foto: Biel Basile

Agora o disco que tô torando no repeat sem clemência aqui é “Micro”, que o cantor e compositor paulistano Maurício Pereira gravou com o guitarrista Tonho Penhasco. Quem acompanha aqui as playlists já ouviu Um teco-teco amarelo em chamas, Pan y leche e “Um dia útil”. Maurício Pereira foi um integrante da banda oitentista Os Mulheres Negras, ao lado de André Abujamra, e também é pai de Tim Bernardes, da banda O Terno, que acaba de lançar o maravilhoso “Mil Coisas Invisíveis”. “A maneira ‘micro’ de ver o mundo é sem firulas, com poesia e guitarra pura”, conceitua o disco, que se firma em sua poesia, irônica e sofisticada. No disco,  os músicos, que trabalham juntos desde 2007, revisitam canções do seu repertório com um amplificador Fender Twin de Lucinha Turnbull e um “microfonaço da antiga, desses que o Elvis usaria”, sem maquiagem, como um diamante bruto. Adoro as canções que brincam com as palavras, como “Andas seca” e “Criancice”. Um discaço.

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Ainda tem as playlists de 2021 e 2020.

Playlist de clipes com Glue Trip, The Kooks, Totally Enourmous Extinct Dinossaurs, Röyskopp, The Weeknd, Christina Aguilera, Luisa e os Alquimistas, Bruno Capinan, Vitão, Getúlio Abelha + Aretuza Lovi, Kylie Minogue, Sofi Tukker, Muse, Black Pantera, Marcelinho da Lua + Hélio Bentes, Yemi Alade, Djavan + Milton Nascimento, Duda Brack, Stromae + Camila Cabello e Boys World

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