Sexta Sei: Entre o engove e o telecoteco, entre Rio e Lisboa, com Moacyr Luz e Pierre Aderne

Dupla de brasileiros, criadora do Samba do Trabalhador e do Rua das Pretas, em Andaraí e Lisboa, mergulha da ponte que liga os dois países com o álbum “Mapa dos Rios”

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Moacyr Luz e Pierre Ad AF Rodrigues

Essa senana, estou entre o engove e o telecoteco, entre Rio de Janeiro e Lisboa com Moacyr Luz e Pierre Aderne, a dupla que comanda dois rolês musicais importantes nas duas cidades, o Samba do Trabalhador e a Rua das Pretas, em Andaraí e Lisboa. Eles mergulham da ponte que liga os dois países com o álbum “Mapa dos Rios”, produzido por ambos. Batemos um papo sobre a Copacabana e seus personagens que orbitam em torno da “Prado Júnior”, uma as canções mais emblemático do álbum, das semelhanças entre as músicas feitas em países de língua portuguesa, com o baixo marcado,e da parceria de Moacyr Luz com Marcelinho da Lua, que rende EP com participações de Frejat e Jards Macalé, Lenine, Xande de Pilares e uma faixa já lançada com Martinho da Vila. 

Moreira – Acho que os anos mais felizes da minha vida, os vivi em Copacabana, na Rua Cinco de Julho, vizinho de Danilo Caymmi. Por isso a canção  “Prado Juniorme conquistou de forma instantânea. Eu coloquei até na minha playlist sobre o bairro, a “Em Copacabana tudo é rei e rainha”, que rouba o título de verso de Geraldo Azevedo. Como o bairro inspirou tanto esse álbum? Na verdade, vários bairros aparecem no álbum, mas Copacabana aparece de forma emblemática… 

Moacyr Luz – Bom, a história de Copacabana começa com o Pierre. Mas eu morei em Copacabana em três endereços e estudei no colégio Penedo, estudei no Castelo Nuevo, eu vi o Rodrigues Neto, que era um jogador do Flamengo, e na época serviu o exército ali onde depois virou o Parque Garota de Ipanema, estudei no curso Xerez, quando me separei fui morar em Copacabana, então, Copacabana, realmente, é um elo que une a parceria, né. Talvez tenha sido isso, inconscientemente, que fez com que a gente falasse tanto de Copacabana. 

Pierre Aderne – É engraçado o Moa falando assim de Copacabana. Ele costuma dizer que nós temos as mesmas angústias , mesmo ele sendo da Zona Norte, e eu, da Zona Sul, mesmo tendo passado a infância na Ilha do Governador. Eu acho que Copacabana é como se fosse uma interface entre a Zona Sul e a Zona Norte, né? É como se fosse um um principado. Copacabana não está nem no lugar nem no outro, né,  é um estado independente, né? 

Moacyr Luz – A Barra da Tijuca é chamada de emergente, mas Copacabana é Copacabana. Ali mora o sujeito mais rico, o mais pobre, na mesma calçada, né? Copacabana, né? O cara vai ter tudo contigo na Siqueira Campos, acabou de vender um talher da família, pra poder comer um salgadinho na Adega Pérola. Isso é coisa Copacabana. 

Pierre Aderne –  Eu já fui muito feliz na Adega  Pérola . Entre os 20 e 25 anos, início de carreira, Copacabana era aonde era possível viver, então eu vivi em oito diferentes endereços no bairro. Voltando à pergunta sobre a Padro Júnior, um dos meus primeiros endereços foi na Viveiros de Castro com o Prado Júnior, né? Então, acho que as memórias vieram dali e não só né? Eu acho que Copacabana pra mim e também pro Moa, é um bairro que teve, ao longo da vida, muitos personagens nos quais a gente se inspirou, não é? Como se a gente estivesse dentro de um livro, né, eu vivia, por exemplo, na frente da Farmácia do Leme, então eu tinha aquela figura, do Zé das Medalhas, que trabalhava na farmácia, e tinha também o Cabeleira, que era um um flanelinha, um guardador de carro, debaixo do meu prédio, e que ele falava de um jeito acelerado. Quando falamos do bairro, pensamos nessa Copacabana plural, né? Onde se pode ser poeta, borracheiro, tocar samba pra inglês ou ser goleador do Posto 3.

Moacyr Luz –  Ali, onde você falou que você morou ali no Zé das Medalhas, ali tinha a galeria onde tinha o dono do botequim do balcão era o Pedro, ele emprestava o apartamento dele para um cineasta que eu não lembro agora fazer seus filmes, e o garçom tinha o cabelo enorme, o apelido dele era Xampu (risos).

Pierre Aderne – Copacabana é a própria sinopse do filme né? . É uma uma infinidade de possibilidades que te dá, né? E sobre a playlist, estamos bem ladeados então, parceiro. Só a Papa Fina, parabéns. Ó, o Zé das Medalhas aqui (diz, mostrando um quadro). Acabei de receber essa foto aqui de um fotógrafo inglês. Eu recebi hoje esta moldura com o Zé das Medalhas aqui ó.

Moacyr Luz – Lembro bem dele. Eu vou contar uma coisa que não vale para a entrevista. Eu falei do Bar do Pedro, no Beco da Fome, né? E uma vez ali, eu promovi um campeonato de cuspe. Copacabana me permite isso, na Zona Sul, né? Na Zona Norte, todo mundo cospe o dia inteiro. 

Pierre Aderne – Copacabana é esse estado mesmo, é um principado, né?

Moacyr Luz – É, gente, agora, o disco tem mais assunto, né?

Moreira – Tem. Vocês podiam contar mais sobre a dinâmica dos rolês que comandam, Moacyr com o “Samba do Trabalhador”, às segundas, no Andaraí, Rio de Janeiro, que não parou nem com a pandemia, e Pierre Aderne com o “Rua das Pretas”….

Moacyr Luz – Olha, em relação a Moacry Luz e o Samba do trabalhador, você não queima meu filme não, na pandemia, fui obrigado a parar sim, e quando foi liberado para voltar, em novembro, a gente fez duas duas edições e viu que a tristeza era muito grande ainda pra ter samba. Propusemos ter samba de volta só em junho. 

Pierre Aderne – Olha, eu nunca tinha pensado nisso que estava muito triste para ter samba. 

Moacyr Luz – Pois é, bicho, não tinha cabeça, não funcionava. A gente olhava, assim, não tinha graça nenhuma aquilo ali. 

Pierre Aderne – Eu acho que esses movimentos, eles funcionam mais ou menos como as festas do Divino Espírito Santo, que acontecem, principalmente no interior de Minas e de Goiás. Meus pais eram professores da Universidade de Brasília (UNB), e a gente tinha uma casinha em Goiás, numa aldeia chamada Olhos D’água, e a nossa casa era pouso de folia do Divino Espírito Santo.E como é que funcionava aquilo? Funcionava em mutirão, ou seja, por mais que a minha mãe organizasse, ali, a chegada do cavaleiros, que cantavam, dançavam, tocavam catira. A comunidade toda se envolvia pra fazer os adereços da casa, a comida, o curau, a pamonha, então o que eu sinto que acontece na Rua das Pretas e no Samba do Trabalhador são movimentos que envolvem uma comunidade e não só da música, né. O Moacyr gera ali com com o Samba do Trabalhador uma dezena de possibilidades para aquelas pessoas que trabalham com a terem sustentabilidade a partir daquele projeto. E eu acho que a Rua das Pretas e o Samba do Trabalhador tem isso em comum, né? São a tradução desse movimento mestiço, misturado, que mistura música e também a vida, né? São movimentos muito humanos, aquele churrasquinho que tem lá antes de começar o Samba do Trabalhador, ele é um ele é um abre alas assim pra comunidade, né, Moa.

Moacyr Luz – Eu, às vezes, sinto-me cansado, mas a responsabilidade é muito grande, porque você envolve muita gente que depende de você pra viver mesmo. O  sustento da família né? Eu ontem fui parado na rua por uma por uma mulher de meia idade, ela me abraçou chorando, por gostar do meu trabalho. Ela conhece o meu trabalho pela resistência do Samba do Trabalhador, que eu nunca dependi da televisão pra poder mostrar as minhas músicas, elas foram surgindo desse movimento de resistência, de insistência, de acreditar no repertório. A Rua das Pretas e o Samba do Trabalhador são aparelhos, é como se a gente ganhasse na resistência mesmo, né? Formando um repertório.

Pierre Aderne – Outra coisa que caracteriza os dois movimentos, né ,Moa, é que a gente dá muito espaço para artistas novos, né? O mercado da música, em um determinado momento, se fechou pra isso, né? E o Brasil, que sempre foi um país de de movimentos, né, que veio da Bossa Nova, da Jovem Guarda e da Tropicália, do sítio dos Novos Baianos e Raul Seixas com as coisas dele. Chega um momento que as pessoas se isolaram, né? E as cantoras deixaram de ser cantoras, ficaram mais divas que cantoras.

Moacyr Luz – Antigamente, o artista o consagrado, ele ia nos lugares, assistia aos shows, assistia às coisas. Hoje é muito difícil um artista consagrado se expor. Então, a gente não consegue mais mandar música a tempo para os artistas. Então, você precisa de um espaço pra respirar a sua música, e esses espaços como a Rua das Pretas e o  Samba do Trabalhador, permitem uma visibilidade boa. No meu caso, toda semana são mil a 1,5 mil pessoas, né? 

Moreira – E na Rua das Pretas, são quantas pessoas? 

Pierre Aderne – Então, a Rua das Pretas, a gente está fazendo amanhã (1) o Coliseu, que é o maior teatro português, e amanhã a gente tem mil e cem pessoas. O evento começou na sala da minha casa, no Rio de Janeiro, para receber os amigos, um sarau, Quando eu não tava trabalhando, não tava na estrada, não tava em turnê, eu tava chamando os amigos, né? Wagner Tiso, Gabriel Moura, a Maria Gadú, uma das primeiras vezes que ela cantou foi no sofá de casa. Então, quando eu vim pra Lisboa, acontecia muito isso, e aí uma vez, a minha minha companheira, que é produtora também, falou assim, olha essas noites aqui em casa aqui que chegam quarenta pessoas e, no final, termina com 50 garrafas de vinho encostadas na parede, a gente tem que acordar e limpar isso, vamos começar a cobrar ingresso pra isso, hein? Eu achei que ela estava brincando, mas, no próximo sarau, tinha vendido uns 40 bilhetes para  pessoas de fora.  Eu achei aquilo tão engraçado, tão diferente. E esse público que veio começou a oferecer suas casas, né? Ó, eu tenho uma casa que é maior, com vista. A gente botava a tralha toda dentro de táxis. Me lembrou de novo aquela coisa que eu falei dos Cavaleiros do Divino Espírito Santo, né? Eu virei o cavaleiro e ia pra casa de outras pessoas, né? Então a gente fez umas oito vezes assim e, nisso, um desses novos amigos, um francês, tinha comprado um palacete no Príncipe Real, que é um bairro assim tipo Leblon. Era uma sala linda, com vista pro Rio Tejo, pra Basílica da Estrela, Ponte 25 de Abril e aquilo cabiam cem pessoas. A gente foi pra ficar duas semanas e ficou quatro anos, todo sábado, né? E aí depois, uma das pessoas que ia muito lá apresentou o dono do Coliseu, de Recreio, e ele perguntou se a gente não queria ir pra lá. A gente já fez 12 vezes o Coliseu dos Recreios, o Coliseu do Porto, e aí começamos a fazer um show, como um Buena Vista Social Club, os Novos Baianos, Projeto Pixinguinha. Itinerante. Começamos a fazer todos os teatros portugueses e ir pra Madrid, Paris, Nova York, Berlim. Mas sempre mantendo esse espírito de comunidade do que tem no Samba do Trabalhador, né? O Samba do trabalhador fez 18 anos ontem, a Rua das Pretas está com 12, né? Somos um celeiro de composições, porque o que a gente tem de informação ali e de personagens. No Rio também tinha muito esse tipo de encontro, “Mina do condomínio”, que eu escrevi a letra, depois o Gabriel Moura musicou e Seu Jorge e Pretinho da Serrinha mexeram… 

Moreira – Como o álbum de vocês une Brasil e Portugal? No release, Pierre fala em movimento musical mestiço, que nasce da comunhão do samba, do fado, das mornas (ritmo de Cabo Verde). E é tudo muito interessante.

Moacyr Luz – Então, essa última geração de artistas portugueses se aproximou muito da música brasileira através do Zambujo e daquela cantora Maria João, Então, essa coisa aproximou muito, e a gente descobriu, no nosso disco, que fazíamos parte dessa história também. Pierre, com a sua vivência lusitana, sabia os versos certos para as músicas, e eu fui ali correndo atrás, mantendo a minha linha, mas pensando em Portugal, né. No ,Rio de Janeiro, aonde a coroa portuguesa morou durante algum tempo, ficou na genética da nossa arte, aqui ,carioca, dos botequins, dos azulejos, das calçadas, das padarias, dos palavrões, ajudou a construir o alicerce desse trabalho, né? A gente já nascia com isso dentro da gente, né? E o português do botequim, a mulata que o português gosta do samba.

Pierre Aderne – A gente está brincando dessa coisa do palavrão porque se você for pro norte de Portugal, principalmente Porto e Trás os Montes, eles 

falam palavrão como vírgula, né? E foi exatamente esse imigrante que veio pro Rio de Janeiro nos anos 20 e 30, né? A gente pegou muito dessa cultura, né? Então eu acho que Portugal sempre teve no subconsciente do carioca, por várias razões, né? Lembro da Casa Nelson, em Ipanema, e na Freguesia, todos os pequenos comércios eram portugueses.

Moacyr Luz –  Meus avós por parte de pai eram portugueses, de trás dos montes, de frente dos montes, do lado dos montes (risos), aquele português brabo,a minha vó era feirante.  A minha vó não sabia nem escrever, ela veio aqui pro Brasil,  como todo português que precisava de um espaço para viver, vieram pro Brasil sem dinheiro e conseguiram sobreviver e formar família no Brasil. Isso tudo está na música que a gente traz no disco.

Pierre Aderne – A gente viveu durante muitos anos, muitas décadas, assumindo que a música em língua portuguesa era música brasileira, a gente  sabia muito pouco de Portugal e da África Lusófona. A gente sabia que existia Amália Rodrigues, a Cesária Évora em Cabo Verde e o pop-vira do Roberto Leal, que a gente achava que era música portuguesa, não é? Então, quando venho pra cá fazer shows, há vinte anos, eu tomo um susto, né? Quando eu vou eu encontro Tito Paris, Bana, Jorge Palma, Sérgio Godinho, um letrista do quilate do Carlos Tê, todo esse esse legado do fado e perceber as similitudes com a nossa música, essa coisa dos  baixos que unem o choro, as mornas, os fados, isso tudo faz parte de uma mesma linhagem, e essa cultura toda foi repassada para todos os países e latitudes que falam e cantam em português, né? E também os instrumentos, né? A gente imaginar que a viola caipira é a mesma viola braguesa, de Braga

Moacyr Luz – De onde surgiu o cavaquinho…

Pierre Aderne -E o cavaquinho que surgiu em Braga, depois virou ukulele no Havaí, passou pra Cabo Verde, que também toca cavaquinho. Portugal tornou-se a capital da música em língua portuguesa. Eles tiveram muito mais acesso à nossa cultura, do que a gente a deles, por conta das novelas. As trilhas sonoras de novela nos anos setenta era só chumbo grosso, né? Dori Caymmi, né? Texto de Jorge Amado. 

Moacyr Luz – Toquinho,Vinícius…

Pierre Aderne – Tom Jobim. Então, eles têm muito mais acesso. Então, pra gente foi um susto você imagina. Há doze anos,  na minha casa lá na Nascimento Silva, em Ipanema, um jovem como eu me pediu uma canção porque ia gravar o primeiro álbum e era o Antônio Zambujo. Eu escrevi “O guia”, que batiz ou oprimeiro álbum dele no Brasil. Depois, eles se aproximaram tanto da música brasileira, que o português chamava o Zambujo de fadista que não canta fado, porque ele se aproximou tanto da bossa nova. Esse álbum fala muito dessa fusão,

não só dos temas, mas dos personagens, das cidades, das ruas, das memórias, dos bairros, mas também dessa fusão rítmica, da estrutura, do processo da composição, né? O fado é muito rico nessa estrutura poética das quadras, das sextilhas, dos decassílabos, então, tem muitas canções,como, por exemplo “Vidigal – Cais do  Sodré”, que é em cima dessa estrutura poética de escrita. E também tem a coisa do imaginário da travessia, né? Eu acho que a gente sempre a gente sempre viveu a vida inteira imaginando como é que era que aquele português atravessou o mar todo e foi parar no Brasil, né?

Moacyr Luz – E uma vez eu fui ver a caravela, a caravela, bicho, a caravela é um negócio mínimo. Casquinha de ovo. 

Pierre Aderne – Eu acho que tem uma coisa legal também, essa coisa da gente pensar nessa volta, né? Como é que seria essa volta, né? Como é os Lusíadas, né? Do Camões. É aquela epopeia, aquela coisa toda, como é que seria fazer o contrário, né? Ou seja, esse processo de você sair então do Rio de Janeiro e você leva nessa caravela, seja ela qual for, tudo que você quer levar né, como é o “Vidigal – Cais do  Sodré”.

Moacyr Luz – Modéstia à parte, a importância do nosso disco é essa. É como se fosse uma criança pequena e você primeiro olha, é a cara do pai, depois, é a cara da mãe, não é a cara da vó, é a cara do tio, tá tudo ali, né? E, no nosso disco, é a mesma coisa, essa música parece brasileira, a cara do samba, do fado, é essa simbiose, essa costura, essa fusão do mapa dos rios, né? O Rio de Janeiro, o Rio Tejo, o Rio Douro…

Pierre Aderne – Quando eu gravo alguma coisa que eu começo a cantar junto, é porque aconteceu, sabe? Esse disco, quando eu escuto, eu começo a cantar ele como se ele fosse um disco de outro artista. Sabe quando você sai cantando uma música na rua? Então eu acho que aconteceu isso, e fruto dessa dessa pureza. E aí eu vou falar uma coisa pra você do meu parceiro, o Moacyr Luz foi uma das maiores prendas que eu tive na vida. Eu pude me reencontrar na pureza dele, da pessoa e do compositor, eu  redescobri novamente porque que eu comecei a fazer música. 

Moacyr Luz – Isso é muito importante pra gente, a gente não se prendeu a modismo nenhum, a gente fez o que o coração mandava. É música brasileira, música portuguesa, é música.

Moreira – É bem brasileiro, né? O Brasil ganhou…

Moacyr  Luz –  Predomina o Brasil, que nós somos brasileiros, né?  

Moreira – Quero perguntar ao Moacyr como foi colaborar com o Marcelinho da Lua em “Partidão (Partido Alto)”,, com Martinho da Vila.

Pierre Aderne – A gente falou dele hoje, hein

Moreira – Ele é uma pessoa muito querida, uma das pessoas mais gentis do Rio de Janeiro, é o Marcelinho da Lua.

Moacyr  Luz – Ele é uma pessoa maravilhosa. Eu tenho um projeto com ele, chamado “A Luz da Lua”, já está pronto, cinco músicas já estão prontas. Temos para lançar uma com Frejat e Jards Macalé, uma com Lenine e uma com Xande de Pilares.

Moreira – Bem já ouvi então, está bonitão.

Pierre Aderne –  Ele é um craque, Falamos de chamá-lo para fazer um remix para “Prado Júnior”.

Abaixa que é tiro!💥🔫

Walter Mercado shora

Eu já tinha falado do trio mineiro UTOPIXXXTA na primeira sextada do ano, aqui, jogando “a intenção” de como eles me lembram uma época boa do electro rock, quando houve essa valorização dos MCs e dos vocais na música eletrônica. Nesta sexta (2), eles lançam seu EP de estreia,  “Pausa Pressa Pulso”,  com três faixas inéditas, entre elas a deliciosa “Animais noturnos”, que  mistura esoterismo, dance, hyperpop e tecnobrega com participação da potiguar Luisa Nascim, de Luisa e os Alquimistas, que já sextou aqui. O trio é formado por Fernanda Polse, Kleyson Barbosa e Rodrigo Moreira, e o EP tem produção da craque Vivian Kuczinky e também do capixaba radicado nos Estados Unidos Louzada.  “Hoje eu vou beijar estranhos” cantam, em doce ameaça, em “Estranho”, com participação de Leaan e um sample da voz de Freud. Já tinha falado aqui das faixas já conhecidas, como “Secos e Molhados” e “Troca de Carícias”. A ideia é dar ritmo a todos os momentos da festa. O EP ainda tem a participação da cantora sotero-jamaicana Neftara em “É gostoso quando encaixa”

Castello Branco e Bella Valhosa
Foto: Lumina Kikushi

Eu já tinha falado do Castello Branco aqui, sobre seu quarto álbum, “Niska: uma mensagem para os tempos de emergência”. Ele lança, nesta sexta (2), o single  “Cuidar”, com participação da artista estreante na música Bella Valhosa, artista visual talentosa, e clipe. “Se Cuida”  é um single-manifesto pela gentileza e autocuidado, parceria com o Festival Verbo Gentileza, de Belo Horizonte, que realiza, há 8 anos , o Festival Multicultural Social e Ambiental, que promove shows e palestras de pessoas ligadas às iniciativas de sustentabilidade, este ano,  nos dias dias 2 e 3 de setembro. A produção é de Rafael Fantini, de Belo Horizonte, que passou por aqui na sextada com Kdu dos Anjos.

A cantora e compositora curitibana Jenni Mosello, revelada ao público no programa X-Factor Brasil (2016), apresenta o seu segundo álbum, “Femmina”, refletindo sobre o papel da mulher no mundo das artes com sonoridade darkpop e um time de peso nas participações, com Alice Caymmi, Bivolt, Carol Biazin, Carolzinha, Day Limns, Cleo, Jade Baraldo, King e Rafa Villella, em um álbum feito por mulheres em todas as frentes. O clipe de “Palmas”, é um plano sequência com direção de Ygor de Oliveira, emendando com “Femmina”.  Vapo atrás de vapo. Jenni já compôs sucessos para Luísa Sonza, Cléo, Carol Biazin e Rebecca, entre outras.

Já tem umas quatro semanas que eu estou tentando colocar o artista Pirikito, cantor e compositor de Vitória (ES), na playlist de clipes, com a animada  “Yes I Was Wrong”, primeiro single do seu álbum de estreia, “Safira”, que está vindo aí em julho. Mas eu sempre tiro, pensando que merece uma nota, como essa aqui que saiu hoje, rs. A faixa mostra como neo-soul, R&B, rap, MPB e jazz se encontram na sonoridade do artista, que nesta faixa, teve colaboração com 6ok e Magro, ex-integrantes do grupo de rap Solveris. Pirikito é o projeto autoral de Gabriel Barbosa, vocalista da banda Pura Vida Original, com produção de Rodolfo Simor, guitarrista que já trabalhou com SIlva e André Prando. Ouçam também “It’s been a while”, “Incertezas” e “Um sol a cada dia”.

Pirikito por Lucas Henrique
Chiico Chico <3

O Festival MITA faz o seu segundo finde, agora em São Paulo, no Novo Anhangabaú, sábado (3), com Lana del Rey, Flume, Natiruts, Badbadnotgood, Jehnny Beth, Duda Beat, Djonga convida BK e Àvuà & Rodrigo Alarcon e domingo (4), com Florence + The Machine, Haim, The Mars Volta, Capital Inicial, NX Zero, Sabrina Carpenter, Don L convida Tasha & Tracie e Far from Alaska convida Supercombo.

Entre os dias 2 e 4, rola o Festival de Inverno Pátio Mirador com Zona Blue, (2), Hugo Schettino Blues Trio (3), DJ Marcelo Castro e Grupo Alquimia (4). Pet friendly e com área kids

O finde no Sensorial está animado, com Júlia Mestre e o show do bom disco “Arrepiada”, sexta (2), Chico Chico e Posada, no sábado (3), e Zeca Baleiro, na quinta (8). A notícia triste é que, depois de  11 meses de casa, o Sensorial fecha as portas no dia 10 de junho. Vão entregar o imóvel, a pedido do proprietário, e deixam a cidade após uma excelente temporada com shows de relevância cultural e ética e gentileza nos relacionamentos.

O espetáculo “Seu Zé”, de Gabriel Bittencourt, da produtora Axé Deles, terá nova temporada, nos dias 2, 4, 9, 11, 16 e 18 de junho, sempre às 20h, na Estação Cultural. Foi muito bem comentada a estreia no distrito de Humaitá, no início de maio. “Seu Zé” é inspirado em Zé Pelintra, entidade da umbanda.

O grupo de artrock carioca Kartas faz show com misturas dissonantes e experimentações guiadas, sábado (3), às 14h, no Necessaire, com show de Clube da Montanha, DJ set de Rafael Cloudwave e exposição de Clóvis Faria e Flávia Valle. Os shows começam às 21h. 

Baile ZumZumZum convida Vinil é Arte domingo (4),  das 14h às 20h, no vão sob o Viaduto Hélio Fadel, no Centro, com os DJs FaustoZ, Pedro Paiva e Fofão, que tocam de samba a manguebeat.

O festival Soberano, de jazz, acontece em Petrópolis com shows da banda Bebel & Eles (sexta/2), às 20h, Hamleto Stamato (3) e Marcos Sacramento (3), às 21h, no Shopping Estação Itaipava.

Filme musical em animação, “O Menino Beethoven visita o Brasil”, estreia domingo (4), às 17h, no YouTube, com direção artística do Grupo Giramundoque assina também a criação dos bonecos.

Playlist com as novidades musicais da semana. Todas as playlists do 2012, 2021 e 2020 nos links. A playlist do streaming consolida lá pelas 2h de sexta.

Playlist de clipes com ​​Royal Blood, Estranhos Románticos, Ashnikko, Jimmy Whispers, Guilherme Held, Arlo Parks, Rincon Sapiência, Barro, Murilo Chester, Ana Cañas + Ney Matogrosso, Colomy, Dadju, Jungle,  Dua Lipa, Kesha, Machine Gun Kelly, Illegal Joe, Foo Fighters e Dorian Electra.

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