Sexta Sei: Banda juiz-forana Varanda brilha na estreia com os vocais de Amélia do Carmo em “Beirada”

Grupo mistura indie rock, MPB e pop oitentista sob a produção musical de Paulo Emmery, que masterizou e mixou o último da Letrux, “Letrux como mulher girafa”

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Varanda por Yan Gabriel

Tenho adorado acompanhar a trajetória da banda juiz-forana Varanda, que vi, pela primeira vez, abrindo para a Maglore, no extinto Sensorial, em 2022. Nesse dia, o comentário geral era que o show trazia a estreia da Amélia do Carmo nos vocais, o que mudou os rumos do trabalho do grupo formado por Mario Lorenzi (guitarra), Augusto Vargas (baixo e voz) e o gentil Bernardo Merhy (bateria). A banda estreia, essa semana, em álbum, com “Beirada”, que mistura indie rock, MPB e pop oitentista. Batemos um papo, por e-mail, sobre como a banda conseguiu furar a bolha e se apresentar em São Paulo e Belo Horizonte, apadrinhada por ninguém menos que Alexandre Matias, do Trabalho Sujo, que tieta a banda a valer. “Nossa meta agora é expandir as fronteiras para além do sudeste e das capitais, mas claro, reforçando nosso espaço onde já estivemos”, me contou Bernardo, no papo por e-mail. No dia 6, a banda faz show do álbum na Versus, às 21h, e no dia 12, às 20h, no auditório do Sesc Vila Mariana, em São Paulo, com  participações de Manu Julian (Pelados) e Dinho Almeida (Boogarins).

Moreira – Bem, eu não sei ainda de onde vem a inspiração para o nome da banda e também não conheço a história da criação da Varanda, me contem mais dessa gênesis e do que estão propondo nesse álbum de estreia?

Augusto Vargas (baixo e voz) – A banda começou em 2019, o nome veio por acaso, gostamos bem e vimos que foi um nome que combinou com a gente, não tem inspiração pro nome, mas percebemos que casou muito bem, no final das contas. Para esse álbum de estreia, a gente apresenta o som da banda de uma forma que a gente não apresentou até então. Foram muitas coisas que aconteceram até aqui, é o nosso material mais completo, mais amadurecido.

As capas da Amélia> "Beirada"

Moreira –  Eu conheci A Varanda já com a Amélia na formação. A impressão que dá é que a moça causou um imenso impacto, né? E Amélia faz tudo, compõe, cria as lindas capas artísticas dos singles e do álbum, roteiriza o clipe… Um grande achado, né? Ela ainda dá receitas no insta (acho um charme), muito diva. 

Bernardo Merhy (bateria) – Realmente, a entrada da Amélia teve um grande impacto na banda. Num primeiro momento, ela já trouxe uma outra dinâmica de palco, o que fez com que todos nós buscássemos forma de acompanhar isso. Depois, tanto com as composições quanto com a maneira de cantar, ela acabou ajudando a moldar o que hoje é o som da banda.

Moreira – Como foi trabalhar com o Paulo Emmery? Quais as contribuições ele trouxe ao trabalho coletivo que já tinham? Ele é um músico em linda ascensão, né, masterizou e mixou o último da Letrux, “Letrux como mulher girafa”, estava na banda de Jards Macalé em tour, um nome pra se acompanhar.

Augusto Vargas (baixo e voz) –  O Paulo ajudou muito a banda nessa questão da produção musical, chegou o arranjo das músicas no lugar, ajudou a gente a encontrar e construir caminhos para algumas canções que estavam meio “agarradas” na fase de faixa demo.

Moreira – Vocês fizeram uma trajetória muito bonita e veloz, nacionalmente, tocando em capitais, como Belo Horizonte e São Paulo, e chamando a atenção de jornalistas do tamanho do Alexandre Matias, do Trabalho Sujo, que ama e festeja vocês sempre. Isso acho que descolou vocês um pouco de Jufas, né, vocês são daqui, mas também são do Brasil, né? Quais os desafios para ter essa relevância nacional?

Bernardo Merhy (bateria) –] Apesar de Juiz de Fora ser uma cidade muito bem localizada geograficamente, é uma cidade do interior e tem sua bolha. O primeiro grande desafio é furar essa bolha e acho que nós conseguimos isso num misto de bom trabalho e sorte, como a sorte de ter chegado até o Matias, que foi quem abriu a primeira porta pra gente em SP. A partir daí, os desafios passam a ser se manter relevante em cenários muito mais concorridos e achar maneiras de ampliar esses horizontes. Nossa meta agora é expandir as fronteiras para além do sudeste e das capitais, mas claro, reforçando nosso espaço onde já estivemos.

Abaixa que é tiro!💥🔫

“Estopim” é o quinto álbum de Chico Chico, “música em estado bruto”, como avisa o release de seu novo trabalho. Desde 2023, ele vem trabalhando com Pedro Fonseca, produtor e tecladista que tem “lapidado” o trabalho, dando contornos que sempre enaltecem a personalidade de Chico Chico. As 11 faixas do álbum passeiam por diversas influências. “Toada” tem uma levada roqueira e referências de bumba meu boi, do Maranhão. “Terra a Vista” é quase um dance, uma house, ao mesmo tempo em que flerta com o carimbó. O álbum mostra os vários mundos de Chico, do bucólico, do regionalismo, do folk e ao mesmo tempo do urbano, do dançante, do noturno. As cantoras Juliana Linhares e Julia Vargas participam do delicioso samba de roda “Altiva”. A gravação contou com um time excelente de músicos: Chico Chico (voz e violão), Guto Wirtti (contrabaixo), Thiaguinho Silva (bateria), Pedro Fonseca (teclados e arranjos), Walter Villaça (guitarra e violão de aço), Thiago da Serrinha (percussão) e Jorge Continentino (sax barítono, flauta e pife). Além dos luxuosos arranjos de sopro feito pelo mestre Marlon Sette para as múscas “Vai”, “Jogo de Chapéu” e “Terra à Vista”, nas quais ele também toca trombone.

Fotos por Maria Magalhães
Obra da capa: Arjan Martins

Na semana que passou, “Branca de trança” foi destacão aqui da playlist sextante, mostra do trabalho inspirador de Caxtrinho em seu álbum de estreia, “Queda Livre”, pelo selo QTV. O selo está comemorando uma década de serviços prestados à música experimental. O álbum repensa o samba com estética experimental e vê o Brasil a partir da Baixada Fluminense, um reflexo de um Rio não visto pela mídia e próximo ao dia a dia. O artista é guiado por seu violão percussivo e composições com teor pop e estranhas, cheias de suingue e críticas sociais.  “Gosto de falar dos figurantes, o protagonista não me interessa tanto”, comenta o artista Paulo Vitor Castro, 25 anos, conhecido como Caxtrinho, de Belford Roxo, na Baixada Fluminense. No álbum, ele é acompanhado por Eduardo Manso (produção musical, guitarra, sampler, Rhodes, sintetizador, escaleta, harmônio), João Lourenço (baixo), Phill Fernandes (bateria) e Vovô Bebê (produção musical, guitarra e flauta). O disco também conta com as participações de Ana Frango Elétrico (coro, piano, vocal), Bruno Schiavo (voz), Kau (cavaquinho, percussão, cuíca), Marcos Campello (guitarra, trompete), Negro Leo (voz), Pablo Carvalho (percussão), Paulinho Bicolor (cuíca), Thomas Harres (percussão), Thomás Jagoda (Rhodes), Renato Godoy (sintetizador, mixagem e masterização), Tori (voz) e Xuxuvevo  (coro e voz), além de parcerias de composição com Romulo Fróes.

Caxtrinho por Rafael Meliga

 “Figa of the Dark é o quarto álbum da banda que amo e idolatro Gangrena Gasosa, do meu amigo Diego Padilha (baixo), que já apareceu aqui com fotos lindas do Rio e o canal Grime Show. Ele forma a banda ao lado de Davi Sterminiun (voz), Angelo Arede (voz), Vitor Cofhanos (guitarra), Paula Perez (percussão) e Alex Porto (bateria). O disco traz oito faixas autorais inéditas, além de uma versão de “Pra Fuder”, canção de Kiko Dinucci eternizada na voz de Elza Soares. A arte da capa é de Senegambia. O álbum tem show de lançamento gratuito, domingo (8), às 18h30, no Teatro Rival Petrobras, no Centro do Rio. O nome do disco, seguindo a tradição da banda de fazer trocadilhos, lembra “Fear of the Dark”, do Iron Maiden. Pela primeira vez, o ábum é cheio de participações, Eder Santana (ex-vocalista)em “Bate-Bola“, Lis MC em “Pra Fuder”, o puxador de samba Igor Vianna em  “Deus do Metal” e Mao, vocalista dos Garotos Podres, em “Gangrenas Podres”. A banda tem 34 anos de estrada e, ao invés de cultuar os demônios do black metal, homenageia exus, pretos velhos, caboclos e pombagiras dos terreiros do Brasil.  

Arte de Senegambia
A festa Súbita da gente volta ao seu palco principal, o Museu Ferroviário.
Leo Janeiro é o pai da house
Um dos grandes nomes do rap contemporâneo, a norte-americana Rapsody
Flor, filha de Seu Jorge
Marcelo D2 no Sensacional
Moyseis Marquesem foto Elena Mocagatta
A Oasis anunciou retorno, com 14 shows em 2025.

A festa Súbita da gente volta ao seu palco principal, neste sábado (31), a partir das 14h, no Museu Ferroviário. Os residentes Kureb e Reoli e Emuni recebem J. Januzzi, Femmenino, Anag e Is on the edge. Depois, a festa continua no after da Marginal Lab,  com os DJs Amanda Fie, Crraudio, Gabiv1c, Hrkn, Juliø e Stwarth

No sábado (31), o Maquinaria recebe a estreia da festa Urbana, a partir das 19h, com entrada franca e uma mistura de R&B, rap, reggaeton, funk, pop e house, com o DJ João Lucas.

No sábado (31), das 17h às 22h, Snupin e Aravena tocam vinis na Praça dos Namorados, a Menelick de Carvalho.

Na Lapa, no Circo Voador, no domingo (1), um dos grandes nomes do rap contemporâneo, a norte-americana Rapsody, faz show com abertura de Flor,  filha de Seu Jorge, com pista da DJ Tamy Reis, às 19h.

A D-Edge Rio tem noite de house no sábado (31), a D-Housers, com os craques Alucas do Trópico Sul, From house to disco, Godi Osegueda e Leo Janeiro, a partir das 23h

O Manouche segue caprichando na programação e apresenta Moyseis Marques no novo show “Baile de Quintal”, na sexta (30), e “Com Carinho, Rodrigo Penna”, com o DJ do Bailinho, no sábado (31) sempre às 21h.

O Festival Sensacional! Celebra 2024 rolas nos dias 31 de agosto e 1º de setembro, no Parque Municipal Américo Renné Giannetti, em BH, com Mart’nália, Luedji Luna, BNegão e A Ponta do Diamante cantando “A Tábua de Esmeralda”, João Bosco, Tulipa Ruiz, Letrux, FBC, Tizumba, Adriana Araújo, Augusta Barna e Ayom convida Juliana Linhares. 

A Oasis anunciou retorno, com 14 shows em 2025. Os ingressos das apresentações começam a ser vendidos no sábado (31), e os shows da banda serão realizados no Reino Unido e na Irlanda.

Playlist com as novidades musicais da semana, que consolida às 2h da sexta. Todas as playlists de 2023 2022, 2021 e 2020 nos links

Para melhores resultados, assista na smart TV à playlist de clipes com Sofi Tukker, Belinda, Travis Scott, A$ap Rocky, Omah Lays, Kayode + 808Luke, Aqno, Sabrina Carpenter, Kaytranada + Dawn Richards, Ruger, Traeme, Priyanka, Eminem + Jelly Roll, Juliana Linhares, Tiësto + Poppy Baskcomb (KREAM Remix), Caverinha + Kayblack + Wall Hein + Yokame, MC Daniel + Ludmilla, Allie X + Empress of e Bryan Ferry

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