Sexta Sei: A voz de faca cortante e o violão complexo e misterioso da “Senhora do tempo” Alzira E

Aos 67 anos, nossa Patti Smith de Mato Grosso do Sul lança seu 16º álbum, despida do rock, ao violão

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

(Capa do álbum com Foto: José de Holanda, arte Achiles Luciano sobre desenho de Alzira E)

Ícone roqueiro, underground, Alzira E, a nossa Patti Smith. completou 67 anos, essa semana, quando também celebra 48 anos de composições e lança  seu seu 16º  álbum de inéditas, o “Senhora do Tempo”. A seleção foi inspirada na pesquisa que fez para o documentário biográfico musical  “Aquilo que eu nunca perdi” dirigido por Marina Thomé e ganhador no Festival In Edit Brasil em 2021. “Ali brotou a vontade de resgatar essas canções até então inéditas, algumas até esquecidas! Eu não gosto de tocar solo, mas se trata de um álbum de compositora, e as músicas nasceram com o violão, sem roupa, vamos dizer, cruas, nuas, e isso é bem diferente pra mim, mas também é o natural”, me contou, em um papo com clima de comadres, por e-mail, com vários kkk, que a diva tem senso de humor. Falamos também da parceria com Itamar Assumpção, que completaria 75 anos nesta sexta, dia do lançamento, e da exposição no Centro Cultural Penha (CC Penha), Zona Leste de São Paulo, nos dias 21 e 22 de setembro, quando “o público vai ter pra ver, ouvir, parte da minha vivência nos palcos, com os parceiros musicais, meu álbum de fotos pessoais, de todos os tempos e as minhas outras tendências. O desenho, figurinos, e coisas antigas, como cadernos, discos etc, complementando com o documentário que vai passar no dia 22”, conta. E, claro, falamos das cascatas de maravilhas de ser mãe de  Iara Rennóó e irmã de Tetê Espíndola e parte de uma família de músicos.

Moreira – A data do lançamento desse álbum, atípico na sua trajetória de Patti Smith brasileira, sempre envolta com o rock e a vanguarda, coincide com a data de nascimento de Itamar Assumpção, que faria 75 anos caso estivesse vivo nesta sexta (13). Como foi a sua parceria com ele, quando ainda assinava como Espíndola, e qual a contribuição da obra dele pra cultura brasileira? Tem um vídeo lindo no YouTube de vocês cantando “Tristeza Não“, ao vivo no no “Empório Brasil”, em 1989, programa do Rolando Boldrin na Band. 

Alzira E – Pois é!!! Itamar Assumpção é meu mestre, ídolo, ícone da vanguarda paulistana, um artista que mesmo com o pouco tempo que teve, desenvolveu sua música, sua linguagem, sua carreira de compositor, cantor e seu legado formidável. Fora tudo isso, um amigo e parceiro de muitas canções da minha estrada até aqui. Não foi coincidência, mas também não foi planejado, tinha que ser assim e, pra mim, faz todo o sentido!

Moreira – Esse álbum te coloca no centro deste lançamento, sem coparticipações, somente você e o violão. Foi uma experiência muito diferente para você?

Alzira E – Sim, muito diferente, um mergulho na minha existência, digamos assim, começou em 2019, com o documentário “Aquilo que eu nunca perdi”, de Marina Thomé, um doc biográfico, musical, ali brotou a vontade de resgatar essas canções até então inéditas, algumas até esquecidas! Eu não gosto de tocar solo, mas se trata de um álbum de compositora, e as músicas nasceram com o violão, sem roupa, vamos dizer,  cruas, nuas, e isso é bem diferente pra mim, mas também é o natural.

Moreira – As composições deste álbum foram feitas em 48 anos e devem refletir vários momentos pessoais, várias histórias, quais marcos da sua vida essas canções pontuam? Quais dessas memórias estarão na exposição que marca o lançamento, no Centro Cultural Penha, em São Paulo, o que o público poderá conferir?

Alzira E – Elas me soam como novas, porque a maior parte delas nunca cantei, nem gravei ,e as histórias se ressignificam trazidas para o momento atual e, de agora em diante reunidas no álbum, elas passam a ser um marco para mim, entende? Na exposição, o público vai ter pra ver, ouvir, parte da minha vivência nos palcos, com os parceiros musicais, meu álbum de fotos pessoais, de todos os tempos e as minhas outras tendências. O desenho, figurinos, e coisas antigas como cadernos, discos etc, complementando com o Documentário que vai passar no dia 22.

Alzira E e Iara Rennó

Moreira – Outro dia, falei de você aqui, com Gustavo Gallo, de quem sou fã, sobre a canção  “Pensando em Alzira E”, que fala de uma tradição botânica na música brasileira, como isso aparece na sua obra?  A letra fala de você criando folhas com as filhas, e queria falar da sua relação com sua filha, Iara Rennó, que deu uma das melhores entrevistas aqui da página. Adoro “Mata rara”, com ela e Tetê, como a música está presente em família, como vocês trocam? Essa já é nesse tema botânico.

Alzira E – Ahhh também sou muito fã do Galo!! Eu conheço de mato e de Mata Grossa kkkk, Iara é um talento nato, eu vi e comprovo rs!! Volta e meia, compomos, cantamos juntas, subimos ao palco, ela é filha – amiga – irmã – ídola e tudo junto ao mesmo tempo agora!! Com Tetê, trabalhamos muito nossas raízes fronteiriças, por anos, compomos algumas canções e isso começou antes mesmo da gente saber tocar, temos muitos recuerdos!!!

Alzira E com Tetê e Celito

Moreira – Quando você deixou de usar o Espíndola e passou a assinar como E? As comparações com Tetê incomodaram, no sentido de querer trilhar um próprio caminho? Ela fez muito sucesso com “Escrito nas estrelas”, lembro do impacto, ainda criança, de vê-la pela TV, aquele canto incomum e erudito. Toda a sua família é envolvida com a música?

Alzira E – A tentativa de mudar de nome começou muito lá atrás e, depois que a Tetê Espíndola ficou conhecida nacionalmente, houve alguns enganos, achavam que eu cantaria como ela ou me confundiam também com meus irmãos, com Celito e Geraldo kkk,, os compositores, isso na imprensa impressa, ou em rádios e tal, aí veio a confirmação de que seria uma soma eu mudar pra E e demorou ainda a se normalizar só mesmo em 2007 que assumi a ficar mudando tudo. Porque envolve muita coisa, dá trabalho, mas eu acreditei que seria uma soma bonita pra minha própria família que é cheia de talentos musicais, somos seis irmãos na música, um nas artes plásticas, Humberto Espíndola, e os da nova geração, como Iara, Dani Black, Luz Marina e Joy Espíndola, o meu caçula, que acabou de lançar seu primeiro álbum!

Abaixa que é tiro!💥🔫

Arte por Avelino Resende

Tudo tem o seu momento, e agora foi o propício para a gente “dançar com você”, Liana Padilha, em um par de singles que o seu parceiro de Noporn, Lucas Freire, lançou na última sexta-feira, depois da partida da diva do spoken word, em março, o EP “I know you”. E como não tinha sido lançado antes esse feat das estrelas de Liana e Jup do Bairro, em “Noite triste”, que já chega como uma das melhores faixas de ano, na mesma pegada do hit “Tropicalismo dark”, a última faixa lançada antes do adeus. A faixa “Dançar com você” chega com “I Know you”, uma regravação do projeto paralelo Tintapreta (formado por Liana, Lucas e Cassius Augusto). Achei legal que, além do nome do NoPorn, o de Lucas Freire aparece nos créditos, meio que dando início à sua nova trajetória solo, que será sucesso, visto suas imensas sensibilidade e talento. Para todos nós, que seguimos órfãos, esse EP e o sucesso do Lucas são feixes de luz na escuridão que ficou a pista sem Liana. “Quero seguir mexendo nesse grande baú de rascunhos que colecionamos ao longo dos anos para que possamos continuar nos deleitando e celebrando o legado maravilhoso da música e da mensagem da Liana”, conclui Lucas. O Noporn já sextou duas vezes, com seus dois últimos álbuns, aqui e aqui.

Um das canções mais importantes da minha playlist andarilha e estandarte da resistência à repressão da ditadura em 1968, “Para não dizer que não falei de flores (Caminhando)”, de Geraldo Vandré, ganhou nova versão na voz de  Rappin Hood, com produção de Thiago Barromeo, lançamento do selo pernambucano Estelita. Inspirado pela letra e em busca de batidas do reggae som feito nas celebrações de datas importantes da comunidade Rastafari, na Jamaica, conhecidas como Nyabinghi. A dupla faz um encontro do reggae com o rap. Geraldo Vandré, 88 anos, mesmo recluso, fez a introdução da música junto ao rapper. Rappin Hood apresenta o programa RapDuBom, na rádio Street. 

O Exo Laboratório Criativo, triunfo da Getulhão, completa um ano com dois findes de casa aberta. Fotos: Alice Ruffo
Nenhum tipo de opressão será perdoada no Exo Laboratório Criativo. Foto: Alice Ruffo
"Pippin: o Filho do Rei" no Teatro Paschoal Carlos Magno. Foto: Débora Agostini
A banda Roca Nova que eu gosto
Vontade de ir aonde o Don L está
Renato da Lapa apresenta o EP "Sotaque"
Foto: Victor Curi
A Alma das Coisas"", de Douglas Soares e Felipe Herzog,, curta em cartaz no Sinédoque
Molho Negro no Se Rasgum. Foto: Lucca Miranda
Na Amazônia, YPU_. Foto: Cadu Andrade

Lembra que eu falei aqui das cascatas de maravilhas do Exo Laboratório Criativo, na Getúlio Vargas 540? O Lab está completando um ano, com festa no sábado (14), às das 17h às 22h,  entrada franga, no rooftop, com os DJs @ever.beatz, @sbmd_roko, @sbmd_gg, @______analuisa e a residente @starbabyyyyy_, além de lojinha com as marcas @meghusta_salvemaria, @necessum e @trickandtreatstore além de flashes tattoos com @flow.ninjatattoo, @salvemar.ia e @starbabyyyyy_. E o aviso é claro: “Nenhum tipo de opressão será tolerada no nosso ambiente”. A casa também estará aberta para a continuidade das comemorações no dia 21.

Sábado (14), às 22h, a seleção da @ninguemtocaissoemjf  toca na Marginal Lab, com Amanda Fie, Crraudio, Ever Beatz, GG, Roko, Starbabyy e Redbotegga.

No sábado (14), tem show da Roça Nova que eu gosto, às 22h, no Cultural.

“Pippin: o Filho do Rei” será apresentado de sexta (13) a  domingo (15), sempre às 20h30, no Teatro Paschoal Carlos Magno pela companhia Contempoul. O espetáculo conta a história do herdeiro ao trono de Carlos Magno. No elenco, todos os olhos para o talentoso César, que faz o MC.

Tem Don L esta sexta (13), às 21h, na Autêntica, em BH. O homem estará no Rio, no Circo Voador, no dia 4 de outubro.

Onze anos de viadagem militante e cultural não é pra qualquer um, mas é a marca que meu amigo Educastelo comemora com a V de Viadão no sábado (14), com a festa “11 anos brilhantes”, na Sacadura Cabral, no Rio.

Artista Cesar Balbi lança exposição 'O aprendiz - antologia secreta'

No sábado (14), tem Mamba Negra Alta Tensssawn no Edifício Martinelli, a partir das 23h. Com Alírio, Carlos do Complexo, RHR e Mari Herzer.

A Sinédoque – Festival nacional de documentários curtos, acontece até domingo (15), no Estação Botafogo, no Rio de Janeiro, e para todo o Brasil, no site.

Meu sonho de princesa é ir conferir o festival Se Rasgum, cuja 19ª edição acontece, até o dia 14, em diversos pontos da cidade de Belém, no Pará, com dois dias de shows gratuitos e um line-up estelar com Novos Baianos, Jards Macalé, Céu, Ana Frango Elétrico, Fiipe Catto canta Gal, Molho Negro com Jair Naves, Bebé e muito mais. Tudo isso enchendo a cara de jambu Meu Garoto e sorvete Cairu, que a vida pode ser assim, cheia de sabor.

A 8ª edição do Festival Mucho! com Newen Afrobeat (Chile)
Deep Purple por Deal Mickie
Rogério Skylab lança a“Trilogia do Fim"
Batuque Delas
) Movimento Samba das Mulheres na Praça JF na Praç a do Manoel Honório
Renato da Lapa no Beco
Eliardo França

A 8ª edição do Festival Mucho! acontece sábado (14) e domingo (15), com entrada franga, no CC Tendal da Lapa, em Água Branca, em Sâo Paulo, com Ghetto Kumbé (Colômbia) no sábado e Daymé Arocena (Cuba) e Newen Afrobeat (Chile).

O Festival Sarará faz edição neste sábado (14), no Parque das Mangabeiras, em BH, e super line-up com Baco Exu do Blues, Nação Zumbi convida dona Lia do Itamaracá (PQP), Tasha & Tracie, Jaloo, Yago Oproprio (comprando o salgadinho, amor), Rachel Reis convida Afrocidade, Os Garotin, Paige e mais. Bafão.

Nesta sexta (13) tem show do Deep Purple, às 22h, no Espaço Unimed, em São Paulo. 

No sábado (14), Rogério Skylab, que encontrei na rodoviária do Shopping Independência outro dia, lança a trilogia de álbuns “Trilogia do Fim”, às 20h, no Circo Voador. Cada volume teve um produtor, no caso, Cadu Tenório, Leandro Braga e Lois Lancaster.

Roda de samba? Temos duas. No sábado, a partir das 14h30, tem Batuque Delas na Praça do Cruzeiro. No domingo (15), às 14h, o Movimento Samba das Mulheres na Praça JF volta à Praça Alfredo Lage, na Praça do Manoel Honório, com a sua roda de samba. É nóis que voa.

No domingo (15), às 18h, o craque gentil Renato da Lapa faz show de lançamento de seu EP “Sotaque”, com abertura de Alice Santiago e Laura Jannuzzi, no Beco.

NO CCBBM, Eliardo França mostra retrospectiva d seu trabalho de encantamentos, até 26 de outubro, conforme matéria que publiquei na Tribuna de MInas.,

Após 20 anos sem expor em Juiz de Fora, o artista Cesar Balbi retorna à cidade para a exposição, “O Aprendiz – Antologia Secreta”, com 11 obras, com abertura dia 19 e um mês em cartaz no Empório Lourdes Square, no Spazio Design, às 20h.

Playlist com as novidades musicais da semana, que consolida às 2h da sexta. Todas as playlists de 2023 2022, 2021 e 2020 nos links

Para melhores resultados, assista na smart TV à playlist de clipes com Franz Ferdinand, Sugar Kane + Jup do Bairro, Empress Of, Thus Love, Glass Animals, Keiynan Lonsdale ,Empire of the sun, , MOMO + Jessica Lauren, , Rachel Reis, Keiynan Lonsdale, , Victória Monet + Usher, Camila Cabello, The Chainsmokers + Kim Petras, Paris Hilton + Megan Thee Stallion, Halsey, Toro Y Moi, Gustavo Bertoni, Budah, Tz da Coronel + Raflow. Cochise, , Abbot, Jovem Dionisio e Matuê

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