A série “Acorda amor — Canções de rebeldia”, conta, em 13 episódios que vão ao ar toda sexta-feira, na Music Box Brazil, a história da música de protesto, dos festivais da canção ao ativismo queer
por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com
O diretor juizforano Jodele Larcher eo sambista Moacyr Luz, nos episódios “Samba de participação” e “Onde o Brasil aprendeu a liberdade”
O diretor juizforano Jodele Larcher, 66 anos, já assinou a direção de programas de TV como “Chico & Caetano” e “Xuxa Park”, além de novelas como “Perigosas Peruas” e “Rainha da Sucata”. Recentemente, realizou o i-Bit Mapping, com projeções extremas, em Ibitipoca. Hoje, ele estreia, no canal Music Box Brazil, às 22h30, a série “Acorda amor — Canções de rebeldia”, com 13 episódios que mostram que a música de protesto não acabou com os festivais, como decretou o estudioso José Ramos Tinhorão, mas segue pulsante no rap e no movimento queer. Os episódios, de meia hora cada, já estão todos disponíveis na plataforma Box Brazil Play. A produção reúne mais de 70 entrevistados.
A série pega emprestado o título da canção que Chico Buarque lançou, em 1974, no disco “Sinal fechado”, apenas como intérprete, com canções de outros compositores, como forma de driblar a censura. A única cancão composta por Chico era “Acorda Amor”, sob o pseudônimo de Leonel Paiva e Julinho da Adelaide. Pelos 13 episódios, Jodele convida a um passeio reflexivo pela história da música brasileira, começando pela bossa nova, o espetáculo Opinião e as alegorias para driblar a censura, no primeiro episódio, e as escolas de samba e as marchinhas, no terceiro episódio.
A série segue com capítulo sobre o samba, resssaltando a participação feminina, e ainda dedica episódio aos festivais da canção e à contracultura da Tropicália. “Acorda amor” ainda lança um olhar cuidadoso à música preta, com falas de Gog, Larissa Luz e MV Bill, entre outros, e ao rap nacional. No episódio 8, é a vez do Rock BR e o processo de redemocratização do país, com o fim da censura. Não podia faltar o punk e as bandas femininas do estilo, como Mercenárias e Charlotte Matou um Cara. As artistas juizforanas Laura Conceição e Laura Jannuzzi são acompanhadas por Márcio Guelber em uma versão de “Sobradinho”, de Sá & Guarabira, no episódio sobre o Meio Ambiente.
A série ainda traz episódios sobre o feminino, com Ava Rocha, Elza Soares, Joyce Moreno e Larissa Luz, e a causa LGBTQIA+, com Daniel Peixoto, do Montage, Edy Star, Maria Alcina, Rico Dalasam e a banda Sapataria, meu episódio favorito. A série foi produzida pela juizforana Lucilia Coelho, e Jodele Larcher divide o roteiro com Carlos Albuquerque, do Rio Fanzine, e apresenta depoimentos e pocket shows, todas as sextas-feiras, às 22h30. No site, ainda tem conteúdo extra, com prévias de gravações exclusivas. Batemos um papo, por áudios de Whatsapp, patra falar do que vem aí.
O diretor Jodele Larcher e Elza Soares
Moreira – A série foi inspirada no capítulo sobre Música de Protesto de “A Pequena História da Música Popular: Segundo seus gêneros”, de José Ramos Tinhorão. Ele diz que o gênero tinha se esgotado com os festivais em 1968. Sua série veio provar que não, mostrando novas formas de protesto?
Jodele Larcher – Essa série, realmente, foi inspirada nesse capítulo do livro do Tinhorão, “A Pequena História da Música Popular”, na qual ele traça os panoramas e os gêneros. Junto à bossa nova, ele aborda esse tema, que era a música de protesto como um gênero. E ele afirma que ela começou ali, com Carlos Lyra, depois com Vinícius de Moraes, e teria acabado em 1968, com os festivais. Eu li aquilo e fiquei empolgado, pensei, isso dá uma série, dá caldo. Eu vivi muito intensamente os anos 80, o rock de Brasília, o punk, depois o começo do rap e toda essa movimentação atual, isso não acabou e rende uma série. Isso vem até os dias de hoje, talvez não tenha mais esse nome. Mas muito se usa, hoje em dia, ainda, esse termo música de protesto. Não se esgotou de jeito nenhum, existem novas formas de amar e novas formas de protestar.
O diretor com Larissa Luz e equipe
Moreira – Você dividiu o assunto em 13 episódios ou temas, que vão nova bossa ao ativismo. Fala um pouco mais de cada episódio ou tema?
Jodele Larcher – Existe esse padrão de treze capítulos, uma temporada, e aí eu fiquei pensando como que eu poderia dividir isto e abraçar isso, e aí foi agrupado. Vem a bossa nova, o samba, o samba enredo, as músicas de carnaval, os festivais. Depois dos anos 7o, a contracultura. Aí eu fui desenrolando o novelo, a música negra, o rock dos anos 80 e o agora, fortíssimo , com o feminino, a questão de gênero, a ecologia e o ativismo.
Moreira – As juizforanas Laura Conceição e Laura Januzzi participam do décimo episódio, sobre Meio Ambiente, com o talentoso Márcio Guelber. Essa turma é muito talentosa, né? Laura já tinha feito show no i-Bit Mapping… Quem mais de Jufas você tem acompanhado? Tem mais planos com artistas daqui?
Jodele Larcher – É o feat mais esperado de Jotaefe As duas são as trend na cena musical da cidade, cada uma com seu estilo . A Laura Conceição é uma rapper, slammer, que está crescendo muito, trabalhei com ela no recente festival i-Bit Mapping, em Ibitipoca, e a Januzzi conheci no estúdio. Eu gostei muito desse casamento, chamei o produtor Furmiga Dub para fazer esse rearranjo de “Sobradinho” e ficou super singular. Juntamos a Januzzi com o rap especial da Laura Conceição e o Guelber (Márcio) fazendo um acordeon lindo, eu já conhecia o Márcio, ele tinha uma banda com o meu sobrinho, a banda O Banco, com Marcelo Gehara. Agora, conheci mais o trabalho dele com a mulher, Nara Pinheiro, eu gostei muito de ter feito esse encontro, “Sobradinho” ficou, particularmente, muito singela e contundente.
Moreira – Eu adorei conhecer as meninas do Sapataria no episódio “Gente é pra brilhar”. Porquê existem menos projetos falando abertamente sobre lesbianismo? Eu sinto esse vácuo…
Jodele Larcher – Eu, pesquisando, assim, a série, tive muita essa preocupação de não ficar o Clube do Bolinha, uma coisa só masculina. Então, eu tinha preocupação de feminizar isso e atualizar essas pautas. Procurando nessa coisa punk , acabei descobrindo essa cena, Dyke core, com a banda Charlotte matou um cara e a música “Punk Mascuzinho“. Descobri várias bandas, elas são meio umas filhas das outras: começando com lá com Charlotte vendo as Mercenárias, e depois a Sapataria descobre a Charlotte e criam uma banda LGBTQIA+ só com as minas.
Moreira – E o i-Bit Mapping? Foi um sucesso, né? Muito bacana mesmo. Vocês vão repetir a experiência? Como está esse movimento de projetar e fazer mapping em cenários naturais, como o Cerrado Mapping e outros?
Jodele Larcher – O i-Bit Mapping foi um sucesso, foi espetacular, a gente conseguiu, realmente, fazer uma linguagem, uma experiência bem bacana e renovadora do mapping e das instalações. Trabalhamos o cruzamento de várias linguagens, do videomapping com laser a instalações luminosas. Então, assim, é claro que a gente pretende fazer o número dois, já estamos trabalhando nisso, já estamos procurando patrocinadores, inscrevendo em editais. Esse negócio de fazer projeções em cenários naturais é uma tendência. O evento do Cerrado já terá a segunda edição. Teve um festival também no Espírito Santo. Então, nós estamos nessa, vamos seguir. Mude o futuro, viva a ciência. Obrigado por tudo, querido.
Abaixa que é tiro!??
Fotos: Roberto Peccioli
O paulistano Leo Quintella, 24 anos, lançou a sua versão para o clássico “Meu Sangue Ferve por Você”, um dos maiores hits de Sidney Magal, com pitadas de house e disco music. “Tomei a liberdade de mudar o arranjo original, mas deixei uma pegada disco, com uma linha de baixo estilo Dua Lipa, que dá um ar diferente à versão do Magal”, pontua Leo Quintella. Esse é o único cover que estará no disco de estreia do artista, recheado de inéditas, “Camaleão”, previsto para setembro. O disco está sendo produzido no NAVE 33 Studio, por Juliano Cortuah. Outros dois singles com clipes já ganharam o mundo, como o country inspirado em Paul McCartney “Slowmotion Cameran” e a retrô “Jangada”.
A V Semana Rainbow da UFJF continua, às 20h, no YouTube, com show de Hélio Flanders & As Folhas da Relva , inspirado na poesia do americano Walt Whitman, pai do verso livre e conhecido como o poeta da democracia, hoje (27) , e o filme “Gazelle – The love issue”, de Cesar Terranova, no sábado (28), sobre a minha amiga de Fotolog. Gazelle é o alter ego do comissário de bordo Paulo, que serve looks em clubes ao redor do mundo, cata o trailer.
No Sesc ao vivo da semana, às 19h, tem Renegado, hoje (27).
Sábado e domingo (28 e 29) tem a edição virtual da Game XP, com shows transmitidos por Twitch, TikTok e Instagram, além da SporTV. Tem Criolo e Duda Beat, no sábado (28), e Xamã e Malía, no domingo (29), sempre às 16h.
Neste sábado (28), às 16h30, Ágar Ágar Trio apresenta o show Trilhas Musicais de Moacir Santos. Logo depois, às 18h, rola show ao vivo, na Twitch e no YouTube do JF Rock City, com Laura Conceição e Caetano Brasil. Também às 18h, rola o encontro de Carlinhos Brown e Titãs.
A final dos Slams 2021 de Juiz de Fora da Confraria dos Poetas rola sábado e domingo, a partir das 18h, em três slams.
No sábado (28), às 19h, na Redes da Maré, tem Teresa Cristina e o grupo Novas Raízes do Samba.
No sábado (28), tem #ViradaSP, com Oswaldo Montenegro e flautista Madalena Salles (12h) e Dudu Nobre (22h). O Blue Note segue com série de lives, às 21h, com o pianista sueco Anders Helmerson. Filipe Catto continua a Love Catto Live, às 23h30, sábado (28).
No Acorde, do Circo Voador, domingo (29), ao meio-dia, tem show de Ella Fernandes e Jonathan Panta (29).
A Natura Musical recebe inscrições de 8 a 28 de setembro para o edital desse ano, que terá vagas específicas para Minas Gerais, além de Amazônia, Bahia, Pará e Rio Grande do Sul. Aguardem o edital.
As inscrições para o nosso Festival Primeiro Plano 2021 foram prorrogadas até o dia 30 de setembro.
O juizforano Carlos Bracher pintando ao vivo, no Teatro Municipal de Ouro Preto, ao som da Orquestra de Pilar, em fotos de Felipe Lage
Morador de Ouro Preto há 50 anos, o pintor juizforano Carlos Bracher participou das comemorações dos 310 anos da cidade. No começo de julho, ele fez uma pintura ao vivo, “O Heroísmo de Tiradentes”, ao som do quinteto da Orquestra de Pilar, no Teatro Municipal de Ouro Preto, antiga Casa da Ópera. A obra está na Câmara Municipal de Ouro Preto, em pinceladas vermelhas que fazem menção à bandeira mineira, com o Pico do Itacolomi ao fundo.
A performance, registrada em vídeo, será exibida no Instagram e no Youtube do Ateliê Casa Bracher, sábado (28), às 20h.
Instamoments meus no museu
Para os juizforanos que, como eu, morrem de saudades do livre acesso ao parque do Museu Mariano Procópio, trago boas-novas: o parque será reaberto no dia 12 de outubro, Dia das Crianças, é nóis que voa, segundo informações apuradas junto à assessoria de imprensa da Funalfa. Estão em curso intervenções emergenciais para viabilizar a reabertura do parque, como obras de contenção, limpeza geral e sinalização, ainda segundo a assessoria,. Tem até cisne de volta no lago. Nature is healing, rs (não resisti à brinks). Quanto a uma pouco provável reabertura próxima do museu, leia mais aqui.
Na mesma data, 12 de outubro, a Prefeitura abre o novo Parque Municipal, o antigo Sesc pousada, na Rua do Contorno, s/n no bairro Nova Califórnia. É pra louvar de pé, Igreja!
Depois do fabuloso mural dos Thundercats na Rua Belmiro Braga, no Alto dos Passos, a UGC Crew volta a se inspirar no universo infantil dos anos 9o com um painel duplo dedicado à Família Dinossauro, dessa vez na Rua Duque de Caxias, no Poço Rico, conforme eu já tinha mostrado o processo aqui. Os grafiteiros fizeram uma vaquinha virtual para arcar com os custos e, depois de 12 dias de trabalho, a belezura ficou pronta. Participaram da pintura, os juizforanos da crew Stain, Dorin, Aneg e Cnd, e os cariocas Ploom, Lid e Zika, além do convidado Hoot. “A gente, da UGC, tem um estilo de graffiti que remete ao old school e ao mundo do hip hop. A família Dinossauro é dos anos 90, marcou muito a nossa infância. Gostamos de temáticas de animes e desenhos”, me conta, por áudios, Stain.
O universo das trilhas sonoras é o tema da sétima edição do Musimagem, que integra as comemorações dos oito anos do CCBB BH e é totalmente online. Em debates, workshops, apresentações e games interativos, o evento reúne músicos, compositores e especialistas para celebrar e discutir as trilhas sonoras de cinema e TV. Nos “palcos virtuais”, destaque para convidados nacionais, como Edu Lobo e Wagner Tiso (hoje (27), às 19h), e internacionais, a exemplo de compositores como Heitor Pereira (Angry Birds; Smurfs; Minions), no domingo (29), às 16h, John Ottman (X-Man; Superman, o retorno), no domingo (29), às 19h, Bruce Broughton (Silverado), Richard Band (Re-Animator – A hora dos mortos vivos), Craig Safan (O último guerreiro das estrelas; Cheers), Ivan Martínez Lacamara e Manel Santisteban (A casa de papel). Toda a programação é gratuita.
O encerramento será com a Orquestra Ouro Preto, domingo (29), às 20h30, com trilhas nacionais e internacionais e inserções de realidade aumentada, aqui. O evento ainda tem sala de cinema virtual com interação e jogos imersivo, o “Passeio virtual” e “A música certa para a cena certa”.
Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Aqui tem as playlists de 2020.
Playlist de clipes com Marisa Monte, Ana Cañas, Zélia Duncan, Gaby Amarantos + Liniker, Kayblack + Oroshi + Xamã + Tropkillaz, John Mayer, Shawn Mendes, Lost Frequencies + Calum Scott, Azzy, Leo Quintella, Keiynan Lonsdale, Lorde, Adrian Jean + Carol Biazin, TH4i + MC Tha, André Abujamra, Izzra, Rico Nasty, BK’ + Filipe Ret + Sain + Maolee e +, St. Vincent