Sexta Sei: Miss Brasil Gay, Baile do Manifesto, o novo Beco, House of the Dragon e os novos discos de Owerá e Josyara

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

O concurso em 2018. Fotos: Luciano Lima Jr

Evento de celebração da cultura e da identidade LGBTQIA+ mais antigo do Brasil, o Miss Brasil Gay Oficial completa 40 anos desafiando as tradições e o status quo ao promover a disputa da melhor transformista do Brasil neste sábado (20), às 20h, no Terrazzo, com produção e direção artística de André Pavam. São 27 candidatas, que desfilam em trajes típicos e de gala, no formato criado pelo cabeleireiro Francisco Mota, o Chiquinho, que meteu a principal regra: os concorrentes devem ser do sexo masculino, não podem ser  travestis ou transexuais, sendo proibidas as intervenções cirúrgicas estéticas com prótese. O evento tem apresentação de Sheila Veríssimo, Miss Brasil  Gay 2013, e Paulo Nahal, e performances de Andréa Gasparelli, Danny Cowltt, Suzy Brasil, Ravell (revelada pelo reality “Queen stars Brasil”, da HBO Max), Lizandra Brunelly e Radha Vasconcellos. O after party é lá mesmo, com as festas Stomp e Funhouse. O mais legal é que o evento terá transmissão, ao vivo, pelo YouTube, com show de Gloria Groove.

Hoje (19), às 22h, no Rocket Pub, tem festa Treta, com meus amigos e DJs Thiago Araujo e Ravena Creole, além de Caíque Meirelles e Alan Rissato. A hostess é TiTiago.

O Rainbow Fest rola na sexta (19), das 18h às 22h, e no sábado e no domingo (21), das 12h às 22h, de volta ao Parque Halfeld, com shows de drag queens, como Nayla Brizard, Wandera Jones, Titiago, Ursulla Scavolinni e + e som com DJs Coldhans Queiroz, Stevix, Junior Queiroz, Fábio Laroque, Daniel Ribeiro e +.

No sábado (20), a partir das 13h, em frente ao Cine Theatro Central, vai rolar o Baile do Manifesto da comunidade local do Ballroom, reivindicando inclusão e verbas prometidas que não chegaram. E o bonde vai ser pesadão, com MC Xuxú e Crraudio, ACósmica e Dona Chapa, do Makoomba.

Fotos da pré-inauguração or Natalia Elmor
Laura Conceição e ACósmica

Acho que nunca uma cidade sonhou tanto com um espaço como a gente sonhou o Beco, que inaugura, este final de semana, depois de alguns eventos de teste, como o que eu fui, no ano passado, quando recolheram sugestões de nomes para a casa, a segunda foto mais curtida do ano no meu Instagram, e o show de Laura Conceição, na semana passada. Como diz o slogan da casa, “O Beco é a saída”. Aonde a gente assina? A nova casa surge na antiga sede da marca A Camareira, ao lado da extinta boate Sayonara, na margem esquerda do Rio Paraibuna, e é fruto da união de sócios que comandam outros negócios que a gente já adora: São Bartolomeu, Uthopia e OAndarDeBaixo. Não tem como dar errado, minha gente.

Foto: Natalia Elmor
A banda Roca Nova que eu gosto no Beco
Mauloa
Gabirel Acaju
Mamão e Carlos Fernando Cunha. Foto: Taua Klonowski

O Beco fica ali na rotatória da Avenida Garibaldi Campinhos s/n, pertinho da clássica feira de domingo (prevejo afters na feira), e a proposta de ocupação inclui teatro, exposições de arte, poesia, música, gastronomia e festa, que a gente tá precisando de muita festa. A programação do primeiro finde tá bem elegante e tem shows de Mauloa e do Roça Nova que eu gosto e discotecagem de Viella e Arrassstta, na sexta (19), e shows de Gabriel Acaju e Muvuka e DJs Mcastro e Pedro Paiva, no sábado (20). No domingo (21), começa mais cedo,  a partir das 16h, com show especial de Carlos Fernando Cunha e Mamão, que dá início às comemorações de seus 84 verões (parabéns, mestre, salve a música) e Forró Sagarana (que é classe, formado por Leandro Domith/sanfona, Priscilla Frade/voz/triângulo e Victor Guelber/7 cordas), além do DJ Kalango. Nas paredes, a beleza dos trabalhos da artista Luiza Costa. Ingressos antecipados e preços tudo aqui.

Quem é cachorrinha de “Game of Thrones (GOT)”, como eu, está contando os dias para o tão aguardado spin-off “House of the Dragon” (“A Casa do Dragão”), que estreia neste domingo (21), na HBO Max, seguindo a mesma onda dominical da série-mãe. Dessa vez, tem co-criação de George R. R. Martin, o autor dos livros que inspiram a série, como “Fogo & Sangue” e “O Mundo de Gelo & Fogo”.  Isso levou a um trono de ferro com design diferente do apresentado em GOT e mais parecido com a descrição dos livros. E dá-lhe sexo, incesto, intrigas políticas, dragões e guerras, os principais elementos do universo de GOT.

A série conta a trama da família Targaryen 300 anos antes dos eventos de GOT e o fim da dinastia, com a disputa dos irmãos Rhaenyra Targaryen e Príncipe Aegon II Targaryen pelo trono. Em dez episódios, a série foca muito também em nove dragões com personalidades diferentes e na sua extinção. Ansiedade é pouco, solta os bichos, George!

OWERÁ por Igor de Paula

Guardo muito carinho pela minha entrevista com o Owerá (raio), que ainda estava no processo de mudança de nome, abandonando Kunumi, que significa jovem, pequeno. Eu sou completamente apaixonado pelos áudios que ele mandou na entrevista, pelo papo e também pelo clipe lisérgico de “Jaguatá Tenondé”, música de rezo, em guarani com animação de Dejumatos. Nesta sexta (19), ele lança o seu aguardado segundo disco, Mbaraeté” , no qual evoca a resistência (tradução do título do álbum) indígena em uma narrativa cheia de revolta, dor, amor, acolhimento e paz, com patrocínio da Natura Musical.

Capa de  Mbaraeté” por Jeff Corsi com foto de Igor de Paula

Ao seu lado, nos registros, estão seus familiares, Pará Retê, companheira e parceira musical, Tupã Mirin, seu filho, Olívio Jekupé, o pai, e, além deles, o artista também convidou para participar do álbum Kelvin Mbarete e Bruno Veron (Brô Mc’s), Célia Xakriabá, Djuena Tikuna, Txana Ibã e OzGuarani. Este é um disco feito para os povos indígenas, e os trechos em guarani não terão tradução. Além disso, é uma obra que traz para o primeiro plano a diversidade de povos no Brasil ao reunir as etnias Guarani Mbyá, localizada no sul da cidade São Paulo,  Huni Kuin e Tikuna, da Amazônia, Xakriabá, de Minas Gerais, e também Guarani Kaiowá, que está em uma das regiões mais violentas do país, onde se concentra um grande número de fazendas, Mato Grosso do Sul. A produção é de Owerá e Rod Krieger, que colaboraram à distância.

Aqui na Sexta Sei, habemus papos com outros músicos indígenas, como Nativos MCs e Brisa Flow.

Josyara em foto de Maria Mango

O Tuta me falou para prestar atenção na baiana Josyara e, bum!, foi como mágica, a gata começou a aparecer em discos que gosto, como o “Logo ali”, do BemTi, em lives na quarentena, cantando “Pelas Tabelas”, de Chico Buarque, na trilha sonora do documentário “The Coup d’État Factory”, e aí, quando eu percebi, tava fanzão. Quatro anos após a sua estreia com o aclamado “Mansa Fúria”, ela volta ao disco, pela Deck, com “Àdeusdará”, trabalho no qual se apresenta, também, como produtora musical, assinando os arranjos e a direção do disco. Iniciado na pandemia, em 2020, o processo de criação do álbum foi atravessado pelo período de isolamento social e pela impossibilidade da artista de realizar shows e trabalhos criativos com outras pessoas. “Mergulhar nesse estudo da produção musical me salvou criativamente, porque eu tinha um elemento novo, uma paixão nova para me mover. Acabei me debruçando ao que eu tinha em mãos para criar e fui aprendendo a usar sintetizadores, samples, fazer bases, gravações, enfim, a compor músicas de outra maneira”, conta, sobre o processo.

“Essa Cobiça” já tinha passado por aqui na playlist

Uma outra novidade é a presença forte da percussão, elemento condutor de todo o processo criativo do álbum e desejo primordial de Josyara para este trabalho. O universo musical afro baiano foi uma das principais influências da artista na produção do disco, e como ponte para essa sonoridade ela contou com a parceria de Icaro Sá, que assina o arranjo das percussões, e Seko Bass na co-produção de três faixas, ambos músicos do BaianaSystem, além do feat com Margareth Menezes na canção “ladoAlado”. Divulgado antes do disco, o single “Essa Cobiça” é um xote que ganhou clipe falando sobre afeto entre pessoas negras do mesmo sexo em um lindo baile no Centro histórico de Salvador.

Dora Morelenbaum faz show voz e violão, dia 25, às 21h, no Café Muzik. Amo demais o clipe de “Jaoão”  e vou protegê-lo.

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Ainda tem as playlists de 2021 e 2020.

Playlist de clipes com BaianaSystem, Superorganism + CHAI, Boa Constrictors & Pi Ja Ma, COMANAVAGO & Rêve, THICK, Megan Thee Stallion, Billy Idol, Anitta vs. Missy Elliott, Santigold, Zuzuka Poderosa + Captain Planet + Raphael Futura, Djavan, Antonio Sobral, Chorou Bebel + Duarte, Lívia Matos, Bella Poarch, MØ, Tiesto + Charli XCX, Lizzo, Borges, Froid e Trixie Mattel.

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