Artista de Santa Catarina quebrou barreiras territoriais com potente trabalho que parte da sua própria figura
por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com
Deivid Hodecker: autorretratos
O jovem designer catarinense Deivid Hodecker, 30 anos, vem fazendo uma pequena e colorida revolução gay, na Internet, ao misturar fotografia e ilustração em um dos trabalhos gays atuais mais potentes. Ao lado das colunas sobre os artistas Lucas Nova e Victor Libório, essa aqui aponta novos caminhos na representação iconográfica da comunidade gay por uma geração que cresceu na web, sob novos ares de uma sociedade bem mais tolerante.
O hedonismo e o culto à beleza são algumas das características desses artistas, mas a atitude positiva e confiante é o que mais chama a atenção. Deivid estudou pintura e desenho desde a infância e se graduou em Design Gráfico na Univale (SC). Desde os 17 anos, trabalha em criação na moda, já que sua cidade, Brusque, é pólo do setor, e passou por uma grande empresa da área, aonde mesclou desenho manual e digital para criação de estampas. “Me incomodava o lance da cópia, tinha angústia em repetir coisas, por isso sempre fiz minha arte. Resolvi sair desse ramo, sentia um vazio criativo, já executava tudo com muita facilidade e sentia falta de me expressar”, me conta, por áudio de Whatsapp.
Quando saiu do emprego, ele começou a fazer experimentações com a fotografia, que sempre foi uma paixão. “Eu sempre amei fotografia e sabia que precisava me dedicar muito para ser bom nisso. Comecei a me fotografar, o meu próprio corpo, curto essa perfomance de estar na foto e no personagem que eu quero, tem um rolê performático também. Quando eu estou lá, fotografando, encarno esse personagem que eu quero também. Fui refinando esse trabalho, já tem uns três anos que comecei a fazer intervenção em fotografia“, conta.
Memória gay com Jorge Lafond e Lacraia
O trabalho de Deivid fala muito de erotismo e vida LGBTQI+, sexualidade e liberdade sexual. “Quero mostrar de uma forma pop esse rolê sexual gay. Nós, a minha geração de 30 anos, vimos, na TV, ser gay como um grande tabu. Tive a necessidade de gritar isso. Brinco um pouco sobre objetificar o corpo masculino como forma de protesto à objetificação que foi feita do corpo feminino pela indústria”, analisa. “Comecei a sentir a necessidade de interagir com outras pessoas também, identificando modelos, trabalhei com vários meninos do Instagram e do Twitter, muita gente incrível”, conta.
Com a repercussão do trabalho, surgiu o convite para ilustrar artistas para o festival Cubo, em Chapecó, com nomes como Glória Groove, Lia Clark e Mateus Carrilho. Ele também ilustrou foto de Pabllo Vittar, a partir de uma imagem de um show em Fortaleza. Mesmo não sendo uma ação oficial, a artista usou a imagem na época da divulgação de “Amor de Que”.
Deivid enxerga seu trabalho como algo político. “Eu falo muito sobre erotismo LGBTQI+ e minhas experiências. Um trabalho tem verdade quando fala sobre você e o que vive e sabe. Meu trabalho é muito político. Tudo que eu faço é. Colocar dois homens coloridos beijando é político. No mundo que a gente vive, é. Ganhar grana com um trabalho que fala sobre isso é muito legal”, analisa. “Falo sobre coisas que não são tão alegres, mas minha estética é alegre. Meu trabalho é só sentimento e emoção, aonde deixo o meu drama”, conta o artista, que também fez trabalhos mais políticos, com temas como Lula, Marielle Franco, Bolsonaro, Havan e vacinação, mostrando uma veia crítica.
As camisetas
Uma aplicação comercial do trabalho original dele são as camisetas numeradas que ele comercializa pelo canal no Instagram. “Eu tenho muito a ver com a pop art, as minhas camisetas, por exemplo, eu faço dez reproduções de uma ilustração. Isso deixa tudo mais exclusivo, uma roupa que fala alguma coisa, explica. “Sempre fiz camisetas. Estou na terceira coleção. Falo sobre sereias, fadas, peixes e pássaros, moro em um sítio maravilhoso, está ouvindo o barulhinho de rio? Amo essa mistura de natureza com o mundo contemporâneo. Estou vendendo até para fora do Brasil”, conta.
Cartaz para ópera theca “Pinkbus”
Hoje, ele comemora o barulho que faz na web com contatos que quebraram barreiras territoriais. “Atraio um público americano e europeu e comecei a fazer vendas para estes países. Fiz o cartaz de um espetáculo de dança e ópera contemporânea com drag queens em Praga, na República Tcheca. Fiz trabalhos para EUA, França e Alemanha”. Devid tem trabalhado bastante, como free-lancer, aprendendo a lidar com a própria criatividade, mesmo em momentos nem tão criativos, na pandemia. “Tem hora quando é preciso aprender a desligar um pouquinho”, receita.
Abaixa que é tiro!??
O Cria na Área é um coletivo criativo formado para auxiliar pessoas em situações de vulnerabilidade em meio à pandemia, comandado por nomes como Sanvtto e Evehive.
A primeira ação é o Festival Cria Na Área, de hoje a domingo (11 a 13), às 18h, na Twitch, com um line up babadeiro com nomes como o coletivo aqui de Jufas que amamos Makoomba, Zegon e Tropkillaz, Evehive, Glau Tavares, Ardlez, MC Xuxú e todos os nomes do cartaz acima.
Todo o dinheiro arrecadado será doado para instituições como Mães da Favela e Salve A Graxa. É claro que é um rolê 100% Fora Bolsonaro.
Hoje (11) a agenda de lives começa com Izzy Gordon, às 19h, no Sesc em Casa. Depois, às 21h, rolam as lives das coleguinhas Simone e Simaria, Marcelo Jeneci e o Arraiá do Zé Vaqueiro, tudo no mesmo horário. Logo depois, às 22h, o Circo Voador no ar reapresenta show da Orquestra Imperial, em 2012, no tradicional baile do Dia dos Namorados. Entre os integrantes, nomes como Rodrigo Amarante, Moreno Veloso, Domenico Lancellotti, Kassin, Nina Becker, Thalma de Freitas e Rubinho Jacobina, entre outros.
E as lives de Dia dos Namorados? Tem sim, com Diogo Nogueira, a partir das 19h, em show transmitido direto do Theatro Municipal de Niterói. No mesmo horário, tem Supla, às 19h, no Sesc em Casa. Às 19h3o, é a vez de Flávio Venturini. Já Alceu Valença entra às 20h no TikTok. A orquestra de cordas São Paulo Chamber Soloists faz apresentação, às 20h, na prévia do Festival das Marias no Brasil, com repertório de obras musicais criadas por mulheres.
A banda potiguar radicada em São Paulo Plutão Já Foi Planeta apresenta a nova vocalista Cyz Mendes, rondoniense que foi protagonista da ópera rock dos Titãs, “Doze Flores Amarelas”, em show neste sábado (12), às 20h. Os ingressos custam de R$ 30 e R$ 40 na plataforma ShowlivrePlay. O repertório terá novas músicas, abrindo terreno para o álbum que sai no segundo semestre. A plataforma tem alguns shows gravados no catálogo, a R$, 6,90, como Chico César, Jaloo, Coruja BC1, Braza, Raíssa Bittar, Marina Peralta e Moacyr Franco, dentre outros.
No domingo (13), dia de Santo Antônio, tem live junina com o encontro do mestre Gilberto Gil e Juliette, vencedora do BBB, às 18h, no Globo Play, aberto para não assinantes, com transmissão simultânea no Multishow.
Na quinta (17), 22h, rola mais uma edição do quinzenal Baile Solto, na Rádio Cafuné, com 3 horas de festaA festa foi inspirada no disco de Siba, “De Baile Solto”, e agita o Zoom com remixes e edits da nova música brasileira ao som de DJ Galalau e VJ Raton, do Rio, e Canepa, de Porto Alegre.
A ideia é transformar aquele tapetinho que não dizia muita coisa em um cartão de boas-vindas, com frases espirituosas, como explica o sócio Bruno Nottoli, criador da marca O Capacho. Os capachos que contam pequenas histórias arrancam um sorriso logo na chegada, com frases como “Buonasera Natasha”,”Nuna foi sorte, sempre foi macumba”, “Entra, vai ser só uma cervejinha”e “Eu e minha casa servimos à Beyoncé”.
Só quem viveu sabe: na minha adolescência, o sinónimo de status máximo era ter boné e mochila da Company. Eles tinham uma loja enorme, ao lado da Maxi Pão, na então Avenida Independência. Muitas outras grifes marcaram essa época, os anos 80 e 90, que era até meio ingênua, como Rato de Praia, OP, Zoomp, K&K. Achei um instagram vendendo esses bonés, pura nostalgia.
A 13ª edição do In-Edit Brasil, o Festival Internacional do Documentário Musical, vai rolar de 16 a 27 de junho, com mais de 50 filmes inéditos, como “Secos & Molhados”, de Otávio Juliano, “Jair Rodrigues – Deixem que Digam”, de Rubens Rewald, e “Paulo César Pinheiro – Letra e Alma”, de Andrea Prates e Cleisson Vidal.
A mostra rola no site do evento e também nas plataformas do Sesc Digital e do Spcine Play. Outros títulos disponíveis são “Alzira E. Aquilo Que Eu Nunca Perdi”, de Marina Thomé, “Dois tempos”, de Pablo Francischelli, “Brincando com Maracatu”, de Mike Felipov, “Speedfreak$: Psicopata Camarada”, de Rafa Porto, “João Bosco e Aldir Blanc. Parceria é Isso Aí”, de Pedro Pontes. Uma iniciativa que merece aplausos.
Foto: Larissa Bracher
Hoje (11) a artista plástica Fani Bracher completa 77 anos de vida e, para comemorar, o Ateliê Casa Bracher exibe o documentário inédito “A Casa Verde de Todas as Cores”, dirigido por sua filha, Blima Bracher, que apresenta ao público, pela primeira vez, um recorte da carreira da pintora, por meio de seu mais recente trabalho: 13 grandes painéis pintados nas paredes na casa da família em Piau, na Zona da Mata mineira.
O doc será exibido pelo Youtube e pelo Instagram, às 20h, de graça. Fani ganhou 14 prêmios de pintura e tem seus trabalhos incluídos em 34 livros de arte.
Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Aqui tem as playlists de 2020.
Playlist de clipes com Lorde, Marina Sena, Chet Faker, Djonga + Coyote Beatz, IZA, Dua Lipa, O Crioulo, TXT, Getúlio Abelha, AC/DC, Duran Duran, Kafé + Rincon Sapiência, Salma e Mac, Igor de Carvalho, Zélia Duncan, Colomy, José, Francisco, el Hombre, Marcelo Perdido, Liniker, MARINA, Marisa Monte, José e São Yantó