Sexta Sei: Todo love love, explodindo tudo com os Gilsons

Banda formada por netos e filho de Gilberto Gil faz show em Jufas, no domingo (12), no Independência Vibra, mostrando o bom disco de estreia, “Pra gente acordar”

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Fotos: Lucas Nogueira

Bati um papo com Fran, dos Gilsons, grupo formado por netos e filho de Gilberto Gil que fazem show em Jufas, no domingo (12), às 15h, no Independência Vibra, no estacionamento do Independência Shopping., em tarde que também terá show do grupo Só Parênt. Conversamos como foi crescer à sombra da referência do artista e do ser humano Gil, tocar com o patriarca no festival Coala, explodir tudo no clipe de “Proposta”, um filme de elenco estelar, e da quarentena dentro da quarentena que foi o isolamentos dos músicos em Araras, aonde criaram o disco de estreia, “Pra gente acordar”, e se fortaleceram como grupo.

Moreira – Ser filho e/ou neto de Gil é muita responsabilidade, né? Foi bem legal o show com ele no Coala, logo no início da pandemia. Qual a relação e a participação dele com e na produção de vocês? Esse nome é genial, pisou muito em Caetano e Filhos, risos (brinks, amo todo mundo igual).

Fran – Com relação ao seu Gilberto, pra gente nunca soou como responsabilidade ser filho e/ou neto dele, nunca chegou pra gente isso dessa forma. É muito mais sobre o privilégio de ter alguém tão incrível e tão expressivo, de tantas formas pra gente. É uma referência imensa de tudo, de artista, de ser humano, de músico, de caráter. A relação dele com o nosso projeto é mais associada a isso, a essa referência, ele nunca foi de dar pitaco. A relação que se deu, naturalmente, é muito saudável e de muito respeito e admiração pelo nosso corre, por fazer, por correr atrás, por produzir. O Coala foi justamente essa oportunidade de juntar isso, nosso repertório com o repertório dele, ele amarradão tocando as nossas músicas. Ele tem um gosto, cai em um lado vaidoso dele de nos ver fazendo música, ele sempre fala sobre isso.

Moreira – Como foi o processo de elaboração e criação do clipe de “Proposta”, que tem estrutura, elenco, produção e grandeza de um filme? Foi bom demais explodir tudo no final?

Fran – Esse filme foi uma ousadia da nossa parte, é continuidade de uma parceria já longa que a gente tem com o Pedro Alvarenga, que vem trabalhando com a gente desde “Várias queixas”, foi ele quem dirigiu o clipe. A gente fez o clipe de “Devagarinho” também junto com ele. O “Proposta” veio pra ser o primeiro audiovisual do nosso disco, o primeiro lançamento do disco, e a gente quis chegar com o pé na porta mesmo, é meio literal a intenção em relação ao que acontece no clipe, a gente explodiu tudo. E ter ali o Fábio (Assumpção), o Lázaro (Ramos) e o Caio (Blat) foi um privilégio gigante. Foi tudo maravilhoso, tivemos um cuidado muito grande. Eu me relaciono diretamente com isso, é um trabalho que eu toco com o Pedro, desde a c composição da ideia à realização, eu assino como produtor criativo, artístico. É mais um viés do nosso trabalho, uma coisa que a gente tem gosto. Agora vai sair o filme do nosso disco, o grand finale desse momento.

Foto:  Zabemzi

Moreira – E como foi o processo de criação e gravação do disco, pegou justo o período mais puxado da pandemia, né? Vocês se isolaram no sítio dos Gil em Araras, no Rio, como trabalharam? O disco tem um clima de “confiança numa nova manhã”, como diz o release de Carlos Rennó. Quais foram as principais inspirações?

Fran – A gente se isolou em Araras, no nosso sítio, aqui na serra do Rio de Janeiro, a gente ficou lá duas semanas, imersos, uma quarentena dentro da quarentena. Foi maravilhoso. Toda imersão relacionada à criação é uma coisa muita preciosa, a gente teve essa oportunidade, a gente viajou com o Elton Bozza, que é nosso técnico de som, gravou e esteve ao nosso lado em todo o processo do disco, Pep Starling, beatmaker que veio da cena do rap e trabalhamos com ele desde o primeiro EP, “Várias queixas”. Foi muito bom, pudemos, ali, criar, compor, saímos de lá com o repertório fechado. Foi muito bom a gente lá, trabalhando o dia inteiro, fez com que a gente se fortalecesse enquanto grupo. O disco é isso, onde culmina nosso processo todo, uma continuação de tudo o que gente fez em termos de métodos e fórmulas, esse nosso jeito de misturar elementos tradicionais, como violão de nailon, tambores a elementos modernos, bases, beats, teclados, programações. Isso é o nosso disco. Essa viagem foi aonde criamos o embrião sobre tudo isso.

Sobre a inspiração, essa confiança numa nova manhã, é algo que inspira a gente, esse sonho que a gente enxerga, acredita e defende. “Pra gente acordar”, a canção que dá o nome e que abre o disco, é uma canção pré-pandêmica que fala sobre essa crença, essa esperança, esse olhar. Por ser pré-pandêmica, na verdade, ela era sobre o contexto político que a gente está vivendo, esse cultura do ódio, essa opressão, o conservadorimo, estamos no avesso disso. Era um manifesto em relação a isso e acabou se ressignificando com a pandemia. Quando a gente fala “sem medo de ser, sem medo de amar, sem que nada posa nos machucar”, a gente está falando tanto do nosso governo atual quanto do vírus, que nos impede de estar junto e machuca. São duas realidades que machucam, e a gente acredita que um novo amanhã vai chegar, e lançamos esse disco em 2022, no ano que temos eleição, a consolidação da vacinação. É sobre isso tudo.

Abaixa que é tiro!💥🔫

*Eu avistei o Stain pela primeira vez em 2017, em uma festa na extinta Casa Absurda, no Granbery. Cabelo black pow escultural, pente afro pendurado no colar, camisa estampada africana, aquilo tudo já anunciava que, ali, estava um cara para se prestar atenção. Algo que se confirmou, logo depois, quando ele pintou o emblemático mural afro na Praça Antônio Carlos, ao lado de Dorin, que reflete o desejo de orgulho negro de toda uma juventude que dança, ali mesmo, ao som dos DJs do coletivo Makoomba, no Makoombloco. Uma nova Juiz de Fora, orgulhosa de si, que balança.

Ele também é o responsável pela ocupação do Viaduto Helio Fadel com o Espaço Hip Hop, aonde a juventude negra dos subúrbios pode expressar as artes urbanas do grafite e do break ou b-boying em total liberdade. Ele participou da execução de dois murais de grandes dimensões, um em homenagem aos Thundercats, na Rua Belmiro Braga, no Alto dos Passos, e outro louvando à Família Dinossauro, na Rua Duque de Caxias, no Poço Rico, ao lado dos companheiros da UGC Crew. O menino é a maior diversão.

Na nossa entrevista, ele me confidenciou que vem de uma linhagem de reis e rainhas, como mostra na série de esculturas com linhas trançadas (string art) “Linhagem”, nessa missão de criar esse imaginário negro. Autodidata, a sua arte nasce da precariedade, do improviso e do trabalho duro, de onde esse deus negro se levanta colorido e nos estende faíscas de beleza e luminosidade. A “Princesinha de Minas” é black, as meninas negras posam com a “Melanina Melancia” e um bebê negro é visto dormindo entre um vidro estilhaçado em “Frágil”. “Dizem que o amor e amarelo”, mas não é não, é negro.

*texto de apresentação que eu tive a honra de fazer para a exposição “Quarentela”, que tem abertura hoje, às 19h, na Galeria Ruth de Souza do Teatro Paschoal Carlos Magno, com som do amigo Alex Paz. A mostra fica em cartaz até o dia 10 de julho, com visitação de segunda a sexta-feira, das 9h às 21h.

Alice, Imbapê e Laura Januzzi em foto de Natália Elmôr

Eu adoro acompanhar a trajetória do Imbapê, jovem artista de Jufas, desde  “Sou de Humanas”. Hoje (10), ele lança seu EP de estreia, “Bicho solto”, com duas inéditas, “Coroação”, com Alice e Laura Jannuzzi em visualizer gravado no Cine Theatro Central, e “A Nova”, com uma mistura de percussão digital e orgânica.

O EP traz ainda duas faixas que já tinham passado aqui pela página, “As Paquitas”, aqui, e “Pisciano”, um pagodão baiano, aqui. O lançamento é do selo Sensorial Centro de Cultura, e o EP tem produção musical de Muxima e Imani. Achei bem bonito e criou expectativa para um disco cheio. A maioria das faixas traz a talentosa Laura Jannuzzi na composição, com exceção de “As Paquitas”, assinada pelo artista e pela carismática Dona Chapa.

Foto: Marcella Calixto

Nara Pinheiro no XXI BDMG Instrumental. Foto Élcio Parraíso

A flautista juiz-forana Nara Pinheiro foi uma dos quatro musicistas vencedores do 21º Prêmio BDMG Instrumental, no final de maio, ao lado de Duo Flávio Danza e Rodrigo Mendonça (flauta transversal e violão 7 cordas/Poços de Caldas), Sillas Prado (saxofone e flauta/Francisco Dumont) e Ulisses Luciano (trompete/Recife). O júri foi coordenado por Badi Assad em dois dias de apresentações no Teatro Sesiminas, em Belo Horizonte. O prêmio é de R$ 12 mil e inclui ainda um show no teatro do Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-BH) e uma apresentação no programa Instrumental Sesc Brasil.

Além do prêmio, a talentosa Nara está também fazendo campanha de financiamento para seu disco de estreia, “Tempo de Vendaval”, como cantora, instrumentista e compositora. O financiamento faz pré-venda do CD e levanta recursos para o lançamento e divulgação do trabalho. O disco foi gravado por ela (voz e flautas),  Marcio Guelber (violão), Camila Rocha (contrabaixo) e Antônio Loureiro (piano, synth, bateria, produção musical e arranjos).

Foto: Marcella Calixto
Ravell, do programa Queen Stars, da HBO Max
Crraudio na festa de 23 anos do Café Muzik
Pedro Paiva na edição de quatro anos de AFeira
A turma bonita do ballroom local faz o Trava Ball
Grupo Corpo Coletivo em cartaz no Moinho
A poetisa Júlia Wyne.em foto de Ítalo Oliveira no Slam na Ponte Preta
Liniker no Cultural
BK' no Cultural

O Miss Beleza Gay Juiz de Fora acontece nesse sábado (11),  às 20h, na quadra da escola de samba Real Grandeza, e vai escolher duas candidatas para concorrer ao Miss Brasil Gay, em agosto, representando os estados de Acre e Tocantins. O evento terá shows de Ravell, que participou do programa Queen Stars, da HBO Max, Uiara Cardinally e Wandera Jones. A apresentação é de TITIago.

Também no sábado (11), às 22h, o Café Muzik faz festa para comemorar 23 anos de pista com os DJs Kureb, Femminino, Crraudio, Marizótica e Ruan.

No domingo (12) tem edição de aniversário de quatro anos de AFeira, no Experimental Bar, das 12h às 20h, com mais de 40 expositores e som com os DJs Pedro Paiva e Alex Paz e show de Pedro Brum. Entrada franca.

No domingo (12), às 16h,  a comunidade Ballroom faz o Trava Ball, exaltando corpas tranvestigeneres, no Teatro Paschoal Carlos Magno. A entrada vale item de higiene pessoal, material que será destinado a travestis que estão no sistema prisional.

No Cultural Bar, o Festival Singular tem shows de Liniker, BK’, Kalli, Roça Nova e mais, a partir das 14h, no sábado (11). Diogo Nogueira e Alessandra Crispin fazem show na casa no dia 12, às 16h. No dia 15, às 22h, tem Yunk Vino. No dia 16, tem Angra, Obey!, Martiataka e + no JF Rock City, às 14h.

O grupo Corpo Coletivo está em cartaz com o espetáculo “EspaçoNave” no Moinho Zona Norte, com últimas apresentações de hoje (10) e segunda (13), às 20h30. O espetáculo tem direção e dramaturgia de Hussan Fadel e Suzana Nascimento, com supervisão do diretor, ator e teatrólogo mineiro Amir Haddad. A montagem traz um grupo de desconhecidos que parte rumo a uma expedição com o objetivo de localizar extraterrestres. A trilha sonora original é de  Hussan FadelDJ Poty e Federico Puppi.

Termina amanhã (11) a exposição de fotos “Roda de Poesia nas Quebradas – Versos das Periferias”, com registros fotográficos de Antonio Carlos Pereira, Alice Gervason, Gustavo Deolindo e Italo Oliveira, entre outros, nas cinco edições de slam do projeto “Roda de Poesia nas Quebradas”, promovido pela Confraria dos Poetas. A visitação é gratuita, sexta-feira, das 10h às 18h, e sábado, das 10h às 15h.

Fica em cartaz até o dia 30 de junho a exposição “Fare Juiz de Fora”, parceria da Fundação Museu Mariano Procópio com a Casa D’Itália, com 27 imagens que pertencem ao acervo do museu e retratam parte da própria trajetória da Cia. Pantaleone Arcuri, principal empresa da construção civil em Juiz de Fora na primeira metade do século XX. As imagens estão no saguão de entrada da Casa D’Itália e podem ser vistas de segunda a sexta-feira, das 9h às 11h e das 13h às 17h. A entrada é gratuita.

A Mostra Purencontro chega à décima edição, sábado e domingo, (11 e 12), das 8h às 19h, com cem artistas de Brasil, México e Portugal produzindo um painel coletivo, com 500m de extensão, no muro da Escola Municipal Professor Augusto Gotardelo (Rua Dnar Rocha – Caiçaras).

O Programa Boniteza da Prefeitura de Juiz de Fora lançou o edital “Caminhos das Artes Urbanas (CAUR)”, para selecionar propostas de projetos artísticos de grafite a serem desenvolvidos em 52 abrigos de pontos de ônibus, com recursos de R$ 40 mil. As inscrições poderão ser feitas até o dia 23 de junho.

A 14ª edição do In-Edit Brasil – Festival Internacional do Documentário Musical acontece de 15 a 26 de junho, de forma híbrida, em salas de cinema na cidade de São Paulo e na plataforma do festival e parceiras, para todo Brasil. São 67 títulos, entre longas e curtas, nacionais e internacionais, inéditos no circuito comercial. Entre os filmes em destaque, “Me Chama Que Eu Vou”, que conta a trajetória dos 50 anos de carreira de Sidney Magal, o longa “Belchior – Apenas um Coração Selvagem”, “Manguebit”, sobre o movimento nascido em Recife, “RAP – Revolução Através da Palavra”, com rappers como Thaíde, MC Soffia e Rappin’ Hood, e os internacionais “A-ha – The Movie“ e “Bitchin’: The Sound and Fury of Rick James

Com mais de 40 horas de conteúdo e foco no protagonismo feminino no mundo da música, a WME Conference faz sua sexta edição, de 16 a 19 de junho, em São Paulo, com transmissão ao vivo pelo site da plataforma. A cantora e compositora carioca Teresa Cristina será a madrinha do evento, que também terá como convidadas Tulipa Ruiz, Letticia Muniz, BadSista, MC Danny, Karina Buhr e muitas outras mulheres da música.

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Ainda tem as playlists de 2021 e 2020.

Playlist de clipes com Megan Thee Stallion, Mavi Veloso, Alaska Thunderfuck + Stephanie Child, IZA, Negra Li + Rincon Sapiência, Doja Cat, Viagra Boys, Bad Bunny, L7NNON + Biel do Furducinho, Chet Faker, Dada Yute, Michael Love,  MV Bill, Gloria Groove, Zé Manoel + Luedji Luna, Sub Urban, Belle and Sebastian, Black Alien, Jack White, Isis Broken + Aqualien e Alaíde Costa.

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