Sexta Sei: Laura Conceição se encontra com a canção no disco “Espelho”

Buscando novas formas de trabalhar a poesia, cantora lança segundo disco, com produção de Everbeatz e Álvaro Borges

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Laura Conceição em fotos de Natalia Elmor e direção de arte Radha Damasceno 

A página acaba de completar dois anos, e Laura Conceição, 26 anos, uma das primeiras entrevistadas por aqui, também é a primeira personagem que volta a sextar, em sua segunda página por aqui. O motivo é mais do que justo, a chegada, ao streaming, nesta sexta (5),  de seu segundo álbum, “Espelho”, no qual abraça a canção e solta voz, lapidada da sua trajetória de sucesso e prêmios nas rodas de slam, com produção de Everbeatz e Álvaro Borges. O resultado é um disco delicioso de ouvir. que mistura rap, trap, samba, funk e bossa.

Batemos um papo, por e-mail, no qual ela me conta que continua a ser a mesma artista,  buscando novas formas de trabalhar a poesia, das parcerias com a artista visual Jéssica Filipino, que assina as capas dos EPs e do disco, e com Caetano Brasil, com quem fez dobradinhas em  “Naquele tempo”, no disco dele,  e “Jazz Brasil”, no disco dela, e de como “Espelho” é uma viagem interior. O público tem duas oportunidades para assistir ao show do disco, neste sábado (6),  às 19h30, no Parque Halfeld, no festival Mulheres no Volante, e no dia 12, no Beco, onde também serão expostos os originais da artista Jéssica Filipino. Hoje, ela participa do show de Caetano Brasil no Festival Jazz de Montanha

Moreira – Você tem feito aulas de canto e investido cada vez mais em fazer mais do que rap e poesia falada, né? Esse disco é o resultado dessa nova artista que você vem construindo? Como foi esse caminho até o disco?

Laura Conceição – Tenho feito preparação vocal com o Helgi, que é um artista incrível. Acredito que a preparação vocal é muito importante pra quem trabalha com voz. Isso, de forma geral, independentemente do estilo de música que faça. Tô vivendo um momento diferente na minha carreira, porém a mesma artista que sempre esteve aqui continua buscando novas formas de trabalhar a poesia. 

Capa de "Espelho" por Jéssica Filipino

Moreira – Como foi a troca com a artista Jéssica Filipino, que assina as capas dos EPs e do disco? Tenho gostado de acompanhar o trabalho dela, conheci na Sala da Casa, onde ela estava expondo lambe-lambes.

Laura Conceição – A troca com a Jéssica foi incrível. No dia que a conheci, já sabia que ela faria a capa do meu disco, sabia que eu queria trabalhar com ela. Ela é muito sensível e captou a ideia e o sentimento do álbum de forma extraordinária.

“Naquele tempo”, Laura e Caetano Brasil  

Moreira – Você estava no disco de Caetano Brasil com spoken world em “Naquele tempo” e, agora, ele participa de “Jazz Brasil”, uma das melhores faixas do disco. Como tem sido essa troca com ele e essa mistura de universos erudito e popular? 

Laura Conceição –  Eu e o Caetano fizemos essa dobradinha e ela foi muito importante, principalmente, para mostrar as diversas vertentes musicais que podem se conectar de forma potente. Nossa troca é muito livre, é muito leve. A nossa conexão é muito forte e gosto muito de trabalhar com Caetano. Ele é uma grande referência pro meu trabalho.

Moreira – Você vai apresentar o disco ao vivo no festival Mulheres no Volante e também no novo espaço Beco, no dia 12. Acredito que vai ser um show com banda, diferente daquele formato com DJ que você costumava fazer…

Laura Conceição – O formato do meu show nesses dois eventos, nesses dois festivais, vai continuar sendo com DJ, principalmente porque o álbum não foi produzido com banda, mas com beats. Acredito que manter o formato com a DJ é uma forma, também, de trazer a minha experiência e a minha referência do movimento hip-hop.

“Caos”

Moreira – Como é o seu processo de composição e criação? O que te inspira? E quais são as principais influências na criação desse disco?

Laura Conceição –  Minha principal inspiração é tudo que acontece no meu cotidiano, no cotidiano das pessoas com quem convivo e que amo. “Espelho” foi criado por mim na pandemia, tanto as letras, quanto algumas melodias. Por isso, vejo que a principal inspiração desse álbum foi uma viagem pra dentro de mim. É meu reflexo no espelho, realmente.

Abaixa que é tiro!💥🔫

Slamousike por José de Holanda

Taí um dos melhores e mais elegantes discos do ano, Slamousike  traz canções que cruzam o jazz afro-brasileiro e o rap e foi idealizado pelo contrabaixista, produtor,  compositor e arranjador Marcos Paiva e gravado com sexteto MP6 com colaborações de MCs como Max B.O., Kivitz, Killa Bi e Juliana Jesus. A ideia é juntar a palavra falada e a música instrumental afro-brasileira”, explica o músico, que levou cinco anos na realização do disco. O sexteto MP6 é formado por Paiva e os músicos Edu Ribeiro, Gustavo Bugni, Daniel D’Alcantara, Jaziel Gomes e Cássio Ferreira. O disco traz citações de grandes compositores pretos e brancos brasileiros como Pixinguinha, Moacir Santos, Milton Nascimento e Tom Jobim.

Glue Trip em fotos de Bel Gandolfo

Quem acompanha aqui as playlists sextantes já ouviu a “Marcos Valle” e também “Bessa Beat”, com Otto, da banda psicodélica Glue Trip. As faixas estão terceiro álbum de estúdio do projeto, “Nada Tropical”,  que faz referência – e reverência – a grandes artistas que não só moldaram, mas influenciaram os caminhos da banda, que eu conheci este ano. “O único Brasil possível é o musical” canta Lucas Moura, líder da Glue Trip, na faixa que dá nome ao disco. Marcos Valle, Cátia de França e Arthur Verocai, que participa com sua orquestra de 12 músicos em “Lazy Days”.  são alguns dos homenageados. A produção musical é de Zé Nigro, e o disco tem participações de Felipe S e da cantora paulista YMA.

“Nada Tropical”

A capa @rroboboy_por Ana Alexandrino

“Kobra”, regravação de sucesso da diva italiana Rettore, é uma das músicas que mais tem tocado nos meus headphones, com o duo transante formado por Letrux e Rohma, com produção dos craques Jonas Sá e Thiago Nassif. Nesta sexta (5) chega ao streaming o terceiro disco do italiano radicado no Brasil há mais de 20 anos, “@rroboboy”, com produção da dupla. No disco, ele canta “Esquinas”, de Djavan, em italiano, que virou “Solo Io” e ganha clipe no dia 10, ao mesmo tempo quando emula o som do Gorillaz, Nine Inch Nails e Stromae. Tem momentos polêmicos e bem gays, como “Strong Golden Shower” e “Manda Nudes”.

Fernanda Porto por Ítalo Macedo

Era tanta programação e drum and bass em cima da voz de Fernanda Porto, nos anos 90, no “Sambassim”, que nem dava pra gente perceber a beleza de sua interpretação. Ela acaba de lançar sua versão piano e voz para “Olhos Vermelhos”,  de Jão, já divulgando o novo álbum “Contemporâne@”, que chega, no dia 10, com direção artística da véia DJ Zé Pedro, pela gravadora Joia Moderna. Arrepiou aqui, viu?

“Olhos Vermelhos”,  de Jão

Além de Jão, ela vai interpretar canções de novos compositores do pop brasileiro, apenas ao piano, relendo nomes como Paulo Vieira, César Lacerda, Bemti, Nina Oliveira, Mallu Magalhães, Chico Chico, Castello Branco, Mahmundi, Rubel,  Gulherme Held, Arthur Nogueira, Barbara Eugenia e Bruno Berle.

Nara Pinheiro no Festival Jazz de Montanha. .Foto: Marcella Calixto
Laura Jannuzzi no Festival Jazz de Montanha
MC Xuxú no Festival Mulheres no Volante
Ensaio para o Especial Caetano Veloso 80 anos com Tom, Moreno, Maria Bethânia e Zeca
Baapz no Café Muzik
Renato Cohen nos 5 anos da Danke

Como prometido na última sextada, trago a continuidade da programação da quarta edição do Festival Jazz de Montanha, que segue com shows de artistas que acabam ou vão lançar disco, no Sensorial Art. Hoje (5), às 20h, dois artistas juiz-foranos apresentam, ao vivo, discos recém-lançados, com o saxofonista e clarinetista Caetano Brasil e “Pixinverso – Infinito Pixinguinha” e a cantora Laura Jannuzzi e “Sede da Manhã”. No sábado (6), às 20h, Nara Pinheiro antecipa o repertório de seu disco de estreia,  “Tempo de Vendaval”, que tá vindo aí (ansioso), e Carolina Serdeira apresenta o disco “Pra ver o sol”.. Ingressos aqui.

O festival feminista Mulheres no Volante segue celebrando seus 15 anos, até 7 de agosto, com o tema  “Todo recomeço é uma forma de resistência”. Tem exposição só delas rolando no Teatro Paschoal Carlos Magno com trabalhos de Zaira Tarinn, Fernanda Mansur, Flavita e Nina Mello até 22 de agosto.  No sábado (6),  no Parque Halfeld, das 14h às 22h, tem shows de Mc Xuxú, Tata Chama e as Inflamáveis e Laura Conceição. Hoje, sexta (5), tem mostra de curtas no Anfiteatro João Carriço, às 19h. No domingo, às 14h, na Praça CEU, em Benfica, rola o encerramento, com batalha de slam e oficinas de skate e colagem, A programação completa está no site, passa lá.

Hoje (5), às 22h, a Danke comemora 5 anos com shows de Felp 22 e RT Mallone. No sábado, no mesmo horário, tem Renato Cohen e a dupla Capute & Moa.

No domingo (7), às  às 20h30, Caetano Veloso comemora 80 anos trabalhando em live com os filhos Moreno, Zeca e Tom e a irmã Maria Bethânia. Tudo com apresentação da IZA e transmissão no canal Multishow e na Globoplay. Os presentes, ele pede em doações para a TV Pelourinho.

Mostra fotográfica, debates, performances, exibição de filmes, lançamento de livro, espetáculo teatral e feira de artesanato estão entre as atrações do “Agosto Multicor”. Já dá pra visitar a mostra “JF + Cor”, no Espaço Cidade, com 32 imagens da história do Miss Brasil Gay até o dia 29. Nos dias 9 e 10, às 19h, tem exibição de filmes na temática no Anfiteatro João Carriço. No dia 11, às 19h, no mesmo local, tem lançamento dos livros “Direitos e Transexualidades – Alteração de nomes, seus papéis e negociações”, da escritora e advogada Luiza Cotta, e “Dez anos da política nacional de saúde integral,” organizado por Marco José de Oliveira Duarte e Pablo Cardoso Rocon.

A cantora e compositora Bia Bedran e o cantor e compositor Rubinho do Vale se apresentam no domingo (7), às 16h, no Teatro Solar, com entrada franca. Ingressos pelo app do Diversão em Cena.

Está rolando a 19ª Campanha de Popularização do Teatro & Dança, com 15 espetáculos, no Teatro Paschoal Carlos Magno.

Na quinta (11), o talentoso Baapz comemora nova idade e faz show, às 22h, no Café Muzik. A noite também tem apresentação da banda Irmão Victor.

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Ainda tem as playlists de 2021 e 2020.

Playlist de clipes com Fado Bicha, Two Door Cinema Club, Ciara + Coast Contra, Samuca e a Selva, Orbital, Comanavago, Grag Queen + Rani Kor-HE-Nu, Chet Faker, Sam Redmore, Víper, João Gordo, Maneskin, Stela Cole, Blackpink + Pubg Mobile, Eminem + Dr Dre + 50 Cent, The 1975, Drake, Vitão, Blondie e Bryann.

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