Sexta Sei: Todos faz uó: espírito pop, acrobracias vocais e coreografias no retorno da banda que marcou os anos 10

De Goiânia para o mundo, trio que encantou Diplo retorna com shows em turnê que passa por Hopi Pride Festival, Festival Sensacional! e Festival Turá

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Quando a Banda Uó chegou, em 2011, era tudo mato no pop nacional. Formada na cidade de Goiânia pelos amigos Candy Mel, Mateus Carrilho e Davi Sabbag, ela fez  história, servindo coreografias, clipes e performances vocais em dois álbuns: “Motel” (2012) e “Veneno” (2015). Seis anos depois de terem se separado e seguido carreiras solo, eles estão de volta aos palcos com a turnê “O Reencontro”, que começa no dia 20, no Hopi Pride Festival, e ainda tem mais dois shows confirmados, no Festival Sensacional!, em Belo Horizonte, em 22 de junho, e no Festival Turá, em São Paulo, em 29 de junho. Como mega fãzoca, já coloquei uma pilha em novas canções, “Sobre composições novas, não queremos gerar ansiedade no nosso público, mas tudo pode ser. Talvez algo aconteça em breve. Talvez algo venha por aí. Como diz a Xuxa, Tudo pode ser, só basta acreditar / Tudo que tiver que ser, será””, responde Mel.

O flyer da Bootie Rio com Davi Sabbag vs, Justin Timberfake e o da Bootie POA com Diplo vs. Mateus Carrilho: uma música só nunca é o bastante

Moreira – Nem preciso dizer como fico feliz com essa notícia da turnê de celebração de seis anos de Banda Uó. Eu fui muito bandauover, desde a primeira versão,”Shake de amor”. Me lembra de uma época muito boa e feliz, claro, dos muitos mashups que fizemos, na Bootie Rio, com as sources que vocês mesmo nos forneciam. Algum desses mashups marcou vocês? Faziam e fazem sucesso nas festas… Teve até produtor americano e alemão processando…

Davi Sabbag – É, muito massa os inícios, né? A gente sempre guarda no coração, assim, como uma recordação muito boa. No início, ali, tiveram várias pessoas que gostavam muito, que apoiavam e tal. Você era uma delas. Muito massa. Mas os mashups, eu lembro que teve vários. Não lembro porque, nossa, há tanto tempo. Minha memória não é tão boa, mas a gente curtiu muito, com certeza. Porque a gente zoou ali com seriedade, claro, né? Sempre por trabalho, mas a gente se divertia.

Moreira – Como foi o fim da Banda Uó? Vocês preparam terreno para toda uma geração de artistas queer, né? Quando a Banda Uó chegou, era tudo mato, risos… Quais as contribuições da Banda Uó pra cultura nacional? E quais elementos entravam no processador de vocês?

Mel – Na verdade a Banda Uó realmente teve um hiato. Desde o início, tínhamos noção que não seria um final. A Banda UÓ é um projeto muito importante pra gente. Fizemos nossa construção individual a partir dela, né? Viemos num período onde o que fazíamos musicalmente e esteticamente não era tão disseminado aqui e ficamos felizes em perceber o impacto que tivemos para toda uma cena do pop nacional. Pela nossa ousadia, cativamos os fãs e nos tornamos referência. Trouxemos uma certa antropologia irreverente que hoje é contemporânea de muitos artistas que são inclusive, também são nossos fãs. Em nosso radar entra uma grande mistura de referências nacionais e internacionais. É esse sincretismo que faz o caldo da Uó.

FVotos de Rogger Cordeiro

Moreira – Queria falar um pouco dos caminhos as e escolhas nas carreiras solos. Mateus me parece que foi o que manteve uma linha mais próxima a da Uó, enquanto Mel se aventurou pela spoken word e por versões de brasilidades, e Davi Sabbag parece ser quem mais experimentou, mergulhando em novas sonoridades. Nossa, eu passo mal naquele look de crochê de “Carta pra mim”. Um príncipe do pop.

Davi Sabbag – Cada um experimentou da forma que fez sentido pra si no momento. Acho que, por mais que tenha sonoridades parecidas, acho que todos os três carregam um pouco de Banda Uó nos seus trabalhos solos também, em diferentes formas. meio que a bagagem do que a gente fez também ali na banda, a gente fez solo, porque tem de tudo, né? Na Banda Uó tem de tudo. Então, foi realmente um desmembramento ali e cada um pegou uma vertente também um pouco, né? Explorando novas coisas, porque acaba que música é uma coisa só, né? E aí, acho que poder explorar outros gêneros assim, mais individualmente, é… Foi o diferencial mesmo, né? Porque eu fui mais pra um lado R&B romântico, né? Eletrônico. A Mel foi pra um lado mais MPB, né? O Matheus, ele continuou nos ritmos populares ali também, mas eu também fiz ritmos populares, né? Eu tenho músicas no meu repertório que também são MPB. Então a Banda Uó também tem de tudo, né? A Banda Uó tem axé, a Banda Uó tem brega, a Banda Uó tem MPB, a Banda Uó tem eletrônico. Então, a gente acaba englobando tudo ali no final.

Moreira – Quantos shows vão ser nessa turnê? Vai ser um formato voz e violão mesmo? Temos chances de esses encontros para shows renderem novas composições? O povo quer, vocês sabem, né?O povo implora. Vida longa pra Banda Uó.

Mel – Por ora, podemos dizer que temos alguns festivais pela frente. Anunciamos o Hopi Pride, o Sensacional e o Turá. Outras datas vamos divulgar assim que acordarmos com os contratantes. Voz e violão? Ahaha você acha que a Banda UÓ vem assim? Talvez, momentos… Mas podem esperar um show com vários momentos e muita energia. Sobre composições novas, não queremos gerar ansiedade no nosso público, mas tudo pode ser. Talvez algo aconteça em breve. Talvez algo venha por aí. Como diz a Xuxa, Tudo pode ser, só basta acreditar / Tudo que tiver que ser, será”.

Abaixa que é tiro!💥🔫

Rodrigo Braga e MP4

Eu adoro bandas vocais como Boca Livre, MP4 e Quarteto em Cy que, definitivamente, formaram meu caráter musical. Ouvi à exaustão o álbum “Amigo é pra essas coisas – ao vivo” (1984), que tinha uma música bem jocosa “A nível de”, do João Bosco, “cuja proposta é cada um come que gosta”, que já abria perspectivas afetivas na minha adolescência. O álbum trazia grandes canções formadoras de caráter de Milton Nascimento, Chico Buarque, Beto Guedes e Cazuza. Pois os “velhinhos” (forma carinhosa usada por Big Charles para falar dos maiorais) estão em grande forma no single “Ancestrais”, de Rodrigo Braga, que chega dia 12 às plataformas. O lançamento de Rodrigo Braga marca o início de uma nova fase do artista e chega a tempo de celebrar o aniversário de seis décadas de carreira do MPB4.

“A presença do MPB4 na faixa ressalta esse encontro de gerações, que por força do destino fluem na mesma direção, como afluentes do mesmo rio”, reflete Rodrigo. “Ancestrais” foi concebida como um experimento de composição dodecafônica e serialista, desafiando os limites do formato popular, com uma harmonia complexa e um jongo estilizado, tocado na bateria. O single inaugura um novo capítulo na trajetória de Rodrigo Braga, cuja carreira possui parcerias criativas como músico de Luiz Melodia, Vanessa da Mata e Leila Maria. Cria de Campo Grande, na Zona Oeste do Rio, Rodrigo se destacou na cena do subúrbio no fim dos anos 90 com a banda Caixa Preta. O artista trabalhou também como professor de música no Grupo Cultural AfroReggae e na Companhia de Teatro do projeto Galpão Aplauso. Além disso, Rodrigo Braga traz em sua trajetória a experiência nos palcos ao lado de Gabriel o Pensador, Almir Guineto, Moacyr Luz, Vander Lee e Jair Rodrigues, ampliando sua versatilidade como artista e produtor, indo do piano bar à música de concerto, passando pelo hip hop, samba e rock.

A faixa  “Barro nos Pés” passou aqui na playlist sextante na semana passada, revelando o primeiro single de um álbum que chega este mês, celebrando as raízes do samba de roda.  O cantor e compositor J. Velloso se uniu ao coletivo Recôncavo Experimental em “Barro nos Pés” , que ganhou videoclipe filmado no Quilombo do Kaonge. “Barro nos Pés” é uma colaboração entre J. Velloso, Gustavo Caribé, idealizador do coletivo Recôncavo Experimental, e Mirella Medeiros, diretora desse projeto. Em uma verdadeira imersão nas origens das rodas de samba, a faixa reverbera influências baianas potentes como Cuncum, Tião Motorista, Alumínio, João do Boi, Edith do Prato, Nicinha do Samba, Batatinha, Riachão e Roque Ferreira. 

Gustavo Caribé e J. Velloso,. Foto de Mirella Medeiros

Citando a canção “Isto é Bom”, primeira gravação fonográfica do Brasil, e interpretada pelo santamarense Baiano, o single honra o passado em um ato de preservação da nossa cultura, sem deixar de mirar no futuro. O projeto “J. Velloso e Recôncavo Experimental” foi contemplado pelo edital Gregórios – Ano III, com recursos financeiros da Fundação Gregório de Mattos, Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, Prefeitura de Salvador e da Lei Paulo Gustavo, Ministério da Cultura, e Governo Federal. “A música é uma imersão nas raízes do samba de roda, impregnada com a essência do Recôncavo da Bahia. Com sua batida envolvente e letra evocativa, a composição nos conduz por uma jornada onde tradição e inovação se entrelaçam em perfeita harmonia.” J. Velloso é natural de Santo Amaro da Purificação, médico veterinário e músicos. Já foi gravado por Maria Bethânia, Gal Costa, Mariene de Castro, Daniela Mercury, Beth Carvalho, Jorge Vercillo, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Joana, Zezé Motta, Vânia Abreu, Belô Velloso, Illy e Mariana Aydar, entre outros.

Quem acompanha aqui o sextamento sabe que eu sou pra lá de fãzoca de Samuca e a Selva e do príncipe da guitarra paraense Felipe Cordeiro, filho do grande Manoel Cordeiro. Pois a cantora italiana Aramà não podia ter acertado mais no divertido feat de “Cê Quer? Eu Quero!”, uma celebração ao empoderamento feminino com os divos. Como não amar o clipe kitsch com esses gigantes hibiscos coloridos, em direção de arte da própria artista, ao lado de Vinny Araújo. Na música, uma mulher se vê diante do convite para sair com dois homens ao mesmo tempo e, decidida a seguir seu próprio caminho, opta por não comprometer sua independência. A mensagem é de autoconfiança e liberdade. E muito fechamento. “Esse som é sobre ser dona de si mesma, recusar os padrões impostos, seguir sua própria rua e se divertir da maneira que preferir. A ideia é curtir a vida do jeito que a gente quiser”, conta a artista, autora da faixa do lado de Marianna Eis. A faixa mistura elementos do tecnobrega somados e a vitalidade dos metais da quentíssima banda Samuca e a Selva.

por la vereda tropical: Felipe Cordeiro, Aramà, \\ e Samuca e a Selva
Os mineiros da banda Velejante
Imperdível o Antônio Neves no Maquinaria
Vai ter o art punk dos cariocas da Glote na Canil Recs. Foto: Hiago Farias
Os cairiocas da banda Casuarina estão nb cidade
Ballroom por Natalia Elmor
Supercombo por Renato Peres
Jaloo nas Gerais
Jethro Tull em Beagá
"A edição do Nordeste"(2023), de Pedro Fiuza;, na edição online do "É Tudo Verdade"

Nesta sexta (5), tem Roça Nova no Beco, recebendo a banda Velejante, de BH, às 21h30. Eles são empresariados pela querida Clara Borges, a mesma que cuida do menino-luz Kaíke.

O Maquinaria recebe, neste sábado (6), show do multi-instrumentista, trombonista de nomes como Marisa Monte e Alaíde Costa, produtor musical e compositor Antônio Neves. Ele lançou dois álbuns pela gravadora inglesa Far Out Records, “PA7” e “A pegada agora é essa”,e outro pela Krep Pek Records, “Nóve Míden”. A banda traz as feras Eduardo Santana (trompete), Pedro Fonte (bateria), Paulo Emmery (baixo) e Gus Levy (efeitos e guitarra). Vai ser lobo comendo lobo, imperdível, do samba de gafieira ao jazz. 

Nada esse ano vai ser mais Jufas esse ano do que o Torresmofest, que acontece até domingo (7) no Jardim Norte, das 12h às 22h, com o melhor da proteína suína, com leitão, pururuca, torresmo, torresmo de rolo,  e recheado, costela, pernil, panceta e mais, com entrada franca.

Sexta (5), a partir das 18h, o Canil Recs recebe os cariocas art punk da Zona Oeste da Glote e os mineiros da local roxo camaleão, de psicodelia e art rock, para  finas tarde e noite de rock.

Eu falei do Mathias João aqui quando entrevistei o Thomé, e falamos da participação deles como backing vocals do Jão. Pois nesta sexta (5), às 22j, ele sobe ao palco do Cultural para encantar com o repertório de Djavan, ao lado de Berilo e Celsin.  

A banda carioca Casuarina faz show, no sábado (6), às 22h, na Versus

Todo mundo sabe que sou entusiasta do ballroom, que rendeu uma das páginas mas acessadas aqui da Sexta Sei.  Pois a nave do Ballroom Kunt JF  vai decolar 🛸 no sábado (6), no Centro Cultural Dnar Rocha, às 14h, com participação da Batalha de rap do Bandeirantes,

No sábado (5), a banda que eu amo demais Supercombo toca o álbum “Rogério” (2016) ao vivo, às 20h, no Circo Voador, no Rio, com abertura da Sound Bullet.

Em Beloryhills, tem o histórico Baile da Bôta com a iconic Jaloo, essa explosão de talento, no sábado (6), às 22h, na Autêntica.

A banda de rock progreesivo inglesa Jethro Tull faz show na terça (9), em BH, na Arena BH.

O É Tudo Verdade – Festival Internacional de Documentários, realiza a sua 29ª edição., até 14 de abril, no Rio de Janeiro e em São Paulo com entrada franca. À distância, rola uma programação online por streaming, com dez curtas, no Itaú Cultural Play, de 15 a 30 de abril.

Durante todo o mês de abril, rola a segunda edição do “Circuito 1964”, uma iniciativa transdisciplinar para debater esse período triste do Brasil.

A Travestis e Lia Mersi : faz essa xereca

Lá na Revista Híbrida,  são as bibas de março fechando o verão com os lançamentos LGBTQIA+, do mês que passou com álbuns de Deize Tigrona, Ariana Grande, Shakira, Caio Prado e Leo Cavalcanti, EP das Irmãs de Pau, e singles de Zerzil, Pabllo Vittar, Gabo Maré, A Travestis e  Lia Mersi

Playlist com as novidades musicais da semana, que consolida às 2h da sexta. Todas as playlists de 2023,  2022, 2021 e 2020 nos links

Para melhores resultados, assista na smart TV à playlist de clipes com Pedro Sampaio, Dornelles + DJ RD, Deize Tigrona + Larinhx, Borgore + Careless Castle + Capleton Doechii + JT, Fuz Aka + Ella Voa, Kelela + DJ Manny, Camila Cabello + Playboi Carti, Twenty One Pilots, Francisco, el Hombre, Shakira + Grupo Frontera, Mdou Moctar, Laura Aufranc, Murilo Chester + Rachel Reis, Jovem Dionisio, Vampire Weekend, Bia Ferreira, Travis Scott + Playboy Carti, Tuyo + Arthur Verocai

A campanha de crowdfunding da coluna continua, já atingimos 76.1%. Prefere fazer um PIX? O pix da coluna é sextaseibaixocentro@gmail.com