Sexta Sei: Charme! Dedé Santaklaus ? lança disco “1MBO”, 1 Milhão de Barras de Ouro, como nosso presente da Natal, aceita e recebe

Segundo trabalho do artista mineiro reúne singles lançados este ano e três músicas inéditas. Na segunda, saem dois clipes e uma faixa bônus. Santaklaus ? não deixa a gente sem presente nesse ano de bads.

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

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Contracapa
Água
OK
Mozão
Dá Trabalho

Capa com foto de Diulia Fialho e arte de Dedé

Eu já tinha falado do Dedé Santaklaus aqui, no começo da coluna, sobre a novíssima e agitada cena musical de Beloryhills. Honrando o sobrenome Santaklaus ?, hoje ele nos presenteia com seu segundo disco, “Um Milhão em Barras de Ouro – 1MBO “, hohoho, que traz um apanhado dos singles lançados durante a quarentena e três faixas inéditas. “O álbum mistura música pop, eletrônica, ritmos latinos, trap e sons das pistas que frequento. “1MBO” fala sobre esse ambiente onde me divirto, pesquiso e ganho dinheiro. É um disco sobre festa e sobre viver da festa, com a carinha loka que eu gosto de por”, me conta, pelo e-mail.

Playlist com os clipes de músicas do disco já lançados

O disco conta com as participações de Oreia, da dupla de rap Hot e Oreia, Titi Rivotril, Marcelo Tofani, do Rosa Neon, Bélico e KMZ, rapper de Sete Lagoas, de onde veio Dedé. As músicas falam de vida noturna, festas, romance, “contas a pagar” e sonhos. As faixas inéditas são Um Milhão em Barras de Ouro”, “1000 Planos 100 Din” e “Ricos – feat BÉLICO, Junqqq”.  As duas primeiras ganham clipes na segunda-feira, quando sai também uma faixa bônus do disco no YouTube. “Vai lá ouvir antes que eu tome strike”, avisa.

Dá Trabalho
Dá Trabalho

Charme! (ele repetiu isso bastante combinando tudo, rs)

Um Milhão em Barras de Ouro” trata desse sonho brasileiro, midiático e filosófico, de ter sua vida transformada pelo dinheiro. É socialmente visível, num país com alta desigualdade social,  ver que crescemos com esta busca“, resume. O primeiro disco, “HAHAHA”, saiu em 2017 pelo selo Fiasco. Dedé também foi baterista da boa banda Absinto Muito. Nós batemos um papo massa, pelo e-mail, cata aqui. E Feliz Natal ?.

Moreira – O disco tem participação do Marcelo Tofani, do Rosa Neon, e de Oreia, da dupla de rap. Vi que você também produziu a boa “Fama”, do Rosa Neon. Esta nova cena de Beloryhills está explodindo, hein? É um momento especialmente criativo por aí? Um novo Clube da Esquina, mais transante? 

Santaklaus ? – Pois é, acredito que tá geral trampando massa pra rolar essa explosão, mas, na real, os sons do disco são mais reflexo da nossa amizade do que uma coisa de cena. Somos migos mesmo, sabe, aí os sons aparecem. Mas, sim, acredito que a cultura aqui tá, de certa forma, “explodindo”, eu diria “se explodindo”, por conta que as pessoas tiram uma força de dentro pra, da melhor forma, fazer da sua arte ser vista. Ainda falta muita visibilidade e investimento pro que é feito aqui. É um momento, sim, massa, curto muito tá fazendo parte, minhas migas e migos tão deitando, tá sendo legal ser fã de quem eu conheço, muitas vezes colou aqui em casa já (fhgsdjgfasdf). Com certeza, não somos um novo Clube da Esquina, aceito a projeção e respeito demais, mas não acredito nisso de novo num sei o quê, nós somos artistas trabalhando e levando muito a sério nosso trampo, falamos de outras coisas e vivemos em um outro tempo. A gente sempre volta lá no Clube da Esquina quando fala de música aqui em Minas, isso é um sintoma de falta de visibilidade, muita coisa massa já rolou aqui desde 60/70.

Moreira – O disco é um apanhado de EPs que você veio lançando, no ano, e que mostram um amadurecimento seu como artista, algo que é perceptível do som ao visual e clipes. Eu tenho adorado acompanhar. O que mudou desde a estreia em  “Hahaha”, em 2017? Este jeito de trabalhar, com singles, é um novo caminho para a indústria? 

Santaklaus ? – Muita coisa mudou, essa profissão é uma questão de vivência. Em 2017, era meu nascimento como carreira solo, estava começando a entender como seria cantar, como seria minha voz, meus timbres mesmo, minhas músicas, aí experimentei bastante. Nesse disco novo ,”1MBO”, os sons tão mais diretos, mais pra pista, direcionados pra onda do pop, mas ainda assim com uma carinha loka que eu gosto de por. Esse amadurecimento é reflexo das pistas que colei, dos sons que ouvi, do que absorvi mesmo, me instigou e senti vontade de jogar no meu trampo.

Eu já planejava soltar alguns singles antes do álbum, de repente, veio a pandemia e segui lançando os sons, mensalmente, foi uma forma massa de manter a atividade, já que parou tudo. Achei legal, pude trabalhar clipes e separar bem as ondas de cada música. Não sei se vou fazer sempre assim.

Moreira – E de onde veio essa ideia de lançar no dia do Natal? 2020 não foi um ano muito comum mesmo. Você falou, pelo Instagram, que, na segunda, sai o clipe de 1MBO e 1000planos 100 Dim e também uma faixa bônus do disco. Fala mais dos clipes e dessa faixa.

Santaklaus ? – Então, Santaklaus, né ?. Nesse ano bad, eu não podia deixar geral sem presente. Eu queria que fosse a vacina, mas eu só tinha Um Milhão em Barras de Ouro, (fjdshafhsdlfhasd). O disco sai no dia do Natal às 00h nas principais plataformas de streaming, e na segunda, 28, sai o clipe de “1MBO”, que relata uma materialização real de ouro vindo de dentro da minha cabeça,  e de “1000 Planos 100 Dim”, uma animação falando sobre sobrevivência. A faixa bônus é um remix/versão de um som que amo, não vou falar muito, mas assim que lançar, vai lá ouvir antes que eu tome strike.

Moreira – Você mesmo produz as suas músicas? Como trabalha? Quais equipamentos e programas usa? Tudo tem autotune? Porquê?

Santaklaus ? – Sim, trabalho na madrugada, beck, pc, placa, microfone e programas piratas. Tudo tem autotune por que eu amo, acho lindo  (fdsjlfhadshfasdhf). Acho massa isso de poder lançar uns efeitos e explorar minha voz com eles. Além do mais, meus ídolos lançam tune, minhas idolas lançam tune, porque não vou lançar? Acho que fazer música é sobre levar quem ouve prum lugar loko, e o tune tem essa estética.

DiBetim, Swing Safado

Moreira – Quase esqueço de perguntar do Swing Safado. Amo “DiBetim”, você de shortinho na coreô. Nem sabia que tinha carnaval por aí, risos.

Santaklaus ? – Ô se tem, o melhor do mundo é no Conjunto Santa Maria! Swing Safado é monstro, aoua que saudade, nem fala. É uma banda que tenho o prazer de fazer parte e onde aprendo muito sobre a questão que trato no disco, viver da festa. A letra de “Deixa” foi escrita depois de um show do Swing.

Abaixa que é tiro!??

Noelia Maffiold
Gray
Michèl Felgner
Marcos MPC Digitaldubs
Telefunksoul

DJ MAM faz festa virtual, hoje, dia 25, a partir das 17h, para lançar o álbum Sotaque Carregado Outernational – St. Nicholas Project, com 30 artistas fazendo releituras de canções tradicionais natalinas. Brasileiros, europeus, africanos e sul americanos apresentam o resultado do processo colaborativo na Rádio Cafuné e no Instagram. Cata o EP aqui.

O lançamento propõe um Natal tão sonoro quanto reflexivo ao abordar temas como os sem-teto e os refugiados. Durante a transmissão, o público poderá fazer doações à Paróquia São Miguel Arcanjo, coordenada pelo Padre Júlio Lancellotti. Chique.

As oito faixas passeiam por ritmos afro-latinos, como a cumbia, o afro house e o funk carioca, passando por future bass ao lofi hip-hop e deep house. Participam do álbum nomes como Ruxell, Yamí, 615BOI, Digitaldubs e o rapper dinamarquês Pharfar, Lucio K, Salvador Araguaya, Carlos Malta e meus amigos Furmiga Dub e Telefunksoul, dentre tantos outros.

O que pode ser mais maneiro que um festival de rock de Natal produzido pelos Autoramas? O Garage XMAS 2020 reunirá Autoramas e Paralèlle, do Brasil, King Salami & The Cumberland Three, Black Mekon, Oh!Gunquit, Jack Cades e Cherry Pickles, do UK, Guitar Wolf e The Let’s Go’s, do Japão, Messer Chups, da Rússia, Ugly Beats, dos Estados Unidos, Los Retumbes, da Espanha, Reptilians From Andromeda, da Turquia, Scaners, da França, e Thee Cha Cha Chas, Austrália. Começa às 17h no YouTube. “Cada banda toca 15 minutos, como se fosse um programa, um filme. São bandas que conheci nas tours do Autoramas. Tem muita banda, né, ano que vem vai ter mais”, me contou o querido Gabriel Thomaz, vocalista e guitarrista boa-praça de quem sou fã desde a época do Little Quail and The Mad Birds.

Perdeu as lives da semana passada? Teve bom, eu não deixaria passar a de Natal do Caetano, a live-happening da Ava Rocha, vanguarda total, e o galego Otto, deslumbrante, interpretando Martinho da Vila. Também ficou on o doc Carlos Bracher 80 anos, e os bons shows do festival Porão, de Brasília. Assisti e curti Autoramas e BNegão, Marcelo D2, Tuyo e Realleza. Bem legal. No Youtube da Procult da UFJF, tem muitos vídeos interessantes de aprovados no edital Janelas Abertas, com registros ao vivo de Tatá Chama e as Inflamáveis, Eminência Parda e RT Mallone.  Chique demais mesmo está a série “Samba na intimidade”, com o sambista Roger Resende contando a história do samba em Jufas, coisa fina, falando sobre Ministrinho, João Cardoso, Ernani Ciúfo, Djalma de Carvalho, Alfredo Tosci e Biné. A série foi postada agora condensada, com todos os episódios juntos.

Hoje, 25, tem live especial de Natal da Potyguara Bardo, às 19h, com participação de Luísa Nascim e Kaya Conky. Na sequência, a banda de Luísa, assunto recente nosso aqui na coluna, faz live no Youtube, às 20h. Ainda na sexta, 22h, Edu Castelo, CEO da V de Viadão, faz set tradicional de Natal da M de Melancolia, às 22h, no Twitch, cata a arte linda aqui.

No sábado, amanhã, 26, 20h, tem live do RBD. Há quem curta. Na quarta, dia 30, 19h, o projeto #emcasacomsesc exibe apresentação gravada, inédita, do Conjunto de Música Antiga da USP.  O Sesc SP ainda oferece uma boa seleção de filmes, com clássicos de Alfred Hitchcock (“O Homem que Sabia Demais” ) e Jean-Luc Godard (“Acossado”), além de doc de Alice Riff (“Eleições”), Cesc Gay (“Truman”) e Ema Edosio (“Kasala!”). Recomendo o documentário “Meu amigo Fela”, sobre o músico nigeriano, também no acervo.

Com problemas de esquecimento? A Rébus lançou um  Calendário 2021 com colagens canábicas e datas importantes de descriminalização e/ou legalização da  cannabis medicinal na América Latina. “Fazer essa pesquisa foi muito importante, afinal, a cannabis medicinal é uma questão de saúde pública e democracia, e é interessante ver como estamos em relação a isso. O cultivo da cannabis medicinal já não é mais crime na Argentina, Colômbia,  Chile, Paraguai, Peru e Uruguai”, conta a criadora, Thaís Medeiros. Tem tiragem limitada e preço amigo de R$ 40. As vendas acontecem pelo e-mail rebuspress@gmail.com.

A Pró-reitoria de Cultura da UFJF está com inscrições abertas para artistas visuais de Juiz de Fora, Zona da Mata Mineira e Governador Valadares interessados em participar da mostra “Renda-se Como Eu Me Rendi – 100 Anos de Clarice”, que será montada no Espaço Reitoria em 2021 e exibida virtualmente nas plataformas da Procult.

A exposição será uma homenagem ao centenário de nascimento de Clarice Lispector e um incentivo ao diálogo entre literatura e artes visuais. As obras deverão ter como ponto de partida um fragmento literário da prosa clariceana. Cada artista pode se inscrever com até três obras de sua autoria, que devem ser inéditas e produzidas com exclusividade para a mostra. 

O edital completo está aqui. A data da exposição ainda será divulgada. As inscrições vão até 29 de janeiro de 2021, pelo e-mail cultura.ufjf@gmail.com. O resultado sai em 19 de fevereiro de 2021, no site da Procult. Lembra que falei, nessa edição da coluna, sobre o site sobre Clarice do IMS? Pode ajudar na pesquisa.

Playlist com as novidades musicais da semana. Clique aqui para todas as playlists.

Fiz uma playlist de novidades em clipes de Natal, hohoho, com as drags Alaska Thunderfuck e Manila Luzon, Meghan Trainor com Eart, Wind & Fire, Barry Manilow, Elvis Presley, Stacey Kent e o trio formado por Mariah Carey, Jennifer Hudson e Ariana Grande, Paralamas do Sucesso, Porta dos Fundos e mais.

E uma playlist com os lançamentos da semana, com Gorillaz, Pabllo Vittar, Anitta e Luisa Sonza, Letrux, Criolo e Tropkillaz, Chico Chico e Fran, Kamau,  Ludmilla e Orochi, Paul McCartney, Maluma, RD da NH e MC Kevinho, Puro Suco, MC Pew, DejaVilla, Mad Star Base & Runkus Gravy

Sexta Sei, por Fabiano Moreira