Sexta Sei: Muito suor e pouco PIX no rolê da banda Biltre

Banda que tem a irreverência como maior marca faz show em Jufas, no Sensorial, antecipando o clima de seu próximo disco,  emulando anos 80 e o Clube da Esquina

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Fotoss: Bel Junqueira

A #sextasei hoje é um gif no papo bacana com os meninos da banda Biltre, que fazem show, sábado (17), no Sensorial, com novo integrante no coletivo, Dani (Alladin do Pife), que entrou substituindo Dioclau, agora na equipe de Duda Beat, integrando o grupo formado por Vicente Coelho, Arthur Ferreira e Diogo Furieri. Batemos um papo, por email, e falamos do terceiro disco da banda, que tá vindo aí, como anunciou o belo single “Lá fora”, revelando uma nova era com menos piadas e mais poesia, mostrando que a Biltre não quer ser só uma banda de comédia. O novo disco tem ecos dos anos 80 e do Clube da Esquina. Também falamos do carnaval, da Bananobike, essa pequena revolução sobre rodas, que esteve tantas vezes na porta da minha festa, a Bootie Rio, na Fosfobox, e do Minha Luz é de Led, bloco criado por integrantes da banda que ganhou autonomia.

Moreira – Como está sendo pra banda completar dez anos? Passou muito rápido, né? 

Biltre – Na verdade, são 11 anos de banda Biltre, e muito mais de Caraminholas, que é a banda que a gente tinha antes do Biltre. Com esse tempo todo de banda, vem uma certa maturidade também, a gente se sente mais à vontade na hora de compor as músicas, um entrosamento que vem com o tempo. 

Moreira – E como estão processando a saída do Dioclau, o que rolou? 

Biltre – Dioclau saiu porquê cansou de ser Braddock. Na banda, é muita ralação e pouca grana. Muito suor e pouco pix. Ele está trabalhando com a Duda Beat, e isso exige muito dele, ele não queria usar seu tempo livre para ter mais um projeto de música. Pra gente é de boas, afinal, no Caraminholas já éramos esses mesmos 3, tamo até pensando em tocar alguma música dessa banda da adolescência. Claro que sentimos muita falta das piadas do Dioclau, de sua irreverência, mas ainda queremos queimar muita lenha! E a irmandade e amizade continuam.

Moreira – Já encontraram substituto? Como vai ser no show aqui em Jufas? 

Biltre – A gente ja conta a um tempo com apoio do Dani (Alladin do Pife) que justamente por conta da agenda apertada do Dioclau, já vinha substituindo e agregando com Biltre, foi um irmão mais novo que a banda ganhou, super talentoso e musical, então o show de Jufas será com essa formação.

Moreira – E como vai ser esse disco que tá vindo aí? 

Biltre – Os discos são como fotografias do seu tempo, então esse disco é um pouco um retrato desses dois anos de pandemia. É um disco mais maduro. Menos hilário, mais musical. Menos piadas, mais poesia. É um disco feito na pandemia, mas “cada um no seu canto”, diferente do “Nosso amor vai dançar” que foi um disco feito coletivamente. É  um aprofundamento, outra perspectiva. Nunca seremos uma banda fofa, mas também não queremos ser só uma banda de comédia. Agora, por mais diferentes que sejam as letras, os beats estão ali fazendo a gente dançar, só muda a motivação. Agora, mais ácida, como diz uma das músicas “difícil de engolir”.

“Lá fora”

Moreira – A gente se falou em outubro último, quando saiu o primeiro single, o bom “Lá fora”, e o plano era lançar o disco ainda ano passado. Tá vindo aí? Essa faixa mostra um amadurecimento da banda, né, o humor vem refinado como crítica social e política… É um caminho do novo disco?

Biltre – Sim. Vida de banda independente pós pandêmica é assim: você programa um lance e ele sai de outro jeito. Parece que em novembro vem o disco: é verdade esse bilhete! “Lá fora” é um hit gostosinho, a primeira música que a gente fez na pandemia que justificou a existência desse disco. Depois dela vieram as outras. E, de certa forma, por conta do isolamento, o processo remonta a um período pré-biltre quando a gente ficava fazendo música por e-mail sem se encontrar. As ideias vão surgindo e cada um vai botando um tempero, aí, cada música acontece de um jeito. Uma batida que alguém manda o outro bota letra, aí falta um refrão, depois alguém faz um solo… Nesse sentido, a concepção do disco é mais parecida com o primeiro (“Bananobikenologia”) como um apanhado de músicas que retratam um momento, sem compromisso com alguma unidade poética ou temática, mais livre. É mais uma camada que a gente acrescenta nessa lasanha. Além de humor e beats, agora a gente vai se emocionar também.

“Pissaicou”

Moreira – Fazer humor é pra poucos, né? Como vocês buscam equilibrar a presença desse elemento no trabalho e quais são as principais influências?

Biltre – O humor, certamente, sempre estará presente no nosso trabalho, mas a gente se sente mais livre pra falar de outras coisas e abordar outros gêneros também, esse disco novo tem um pouco disso. São muitas influências, mas esse novo trabalho tem uma pegada mais oitentista, tem toques de Minas Gerais com a influência gigante que o Clube da Esquina tem na nossa vida, tem canção de amor…É uma grande mistureba que vai de Marina Lima ao Trap, entre esse universo de músicas que a gente escuta.

A Bananobike na porta da minha festa Bootie Rio na Fosfobox
Rolou karaokê com gás hélio

#TBT do amor da Bananobike na porta da minha festa, a Bootie Rio, na Fosfobox

Moreira – A Bananobike faz parte da história da banda e dos shows nas praças e nas ruas. O nome do bloco “Minha luz é de led” já aparecia na letra de “Pissaicou”. Vocês deixaram a organização do bloco? Tomou proporções gigantescas, né? A Bananobike é uma pequena revolução.

Biltre – Vicente e Dioclau saíram do LED. Mas esse “filho” já é emancipado. Já vive sua vida adulta! Sim, a Bananobike é uma revolução em nossas vidas, fato! Como aparelho cultural, ela também ajudou o carnaval alternativo do Rio voltar a ser um circuito, isso porque, a bike virou o “carro de som” de vários outros blocos. Carnaval sem marchinha, carnaval com música eletrônica, vale tudo!

“Pessoas Fritas”

Moreira – A pandemia foi um rolo compressor nas nossas vidas, né? Vicente se transformou em Billy Crocanty e meteu logo dois EPs, (“Pessoas Fritas” e “Verão Frito”,) eu adoro o som, o visual, a guitarrinha envolta em papel alumínio, “preciso estar perto de pessoas crocantes”, a Bananobike presente… Como foi fazer esse rolê solo, quais são os planos?

Vicente – Em algum nível, a pandemia também foi um acelerador de partículas. O trabalho solo serve como um desafogo do coletivo. Uma forma de abrir mais uma aba, de abrir os horizontes justamente quando o confinamento nos obrigava a mantermos distância. Eu, Vicente, sempre fiz mais músicas do que cabiam na banda, uma gaveta farta de ideias. Arthur também, já já vem com um disco solo. A gente aprendeu que não precisa acabar a banda pra fazer carreira solo. Aliás, uma das grandes responsáveis desse disco novo é a Sabrina Bueno, nossa produtora. Que chegou junto e nos fez acreditar que valia à pena. Num dos papos que tivemos que a banda quase acabou várias vezes, foi que nosso show é muito foda! Nossa entrega no palco é diferenciada e essa montanha russa não precisa ter fim, afinal, nosso amor nunca foi um gif.

Abaixa que é tiro!💥🔫

Montagem

A Hiato Galeria, única da cidade, vai celebrar 20 anos de atuação com a exposição “20 anos em 22”, que reúne mais de 80 artistas e tem abertura nesta sexta (16), às 20h. A ideia é contemplar a multiplicidade de vozes, origens, gerações, técnicas e discursos que a galeria abraça, com nomes nomes veteranos das artes no país, como Manfredo de Souzanetto e o casal Fani e Carlos Bracher, até uma novíssima geração, expressa por Josimar Freire, Nickolas Garcia e Francisco Brandão. “Fazemos um recorte interessante e instigante da arte contemporânea brasileira, tanto nas faturas, nas práticas, quanto nos referenciais”, avalia Petrillo, coordenador da Hiato. A galeria chega aos 20 anos ampliada em seus dois pavimentos. 

A exposição vai até 8 de outubro e reúne pinturas, desenhos, esculturas, cerâmicas, gravuras, instalações, fotografias e muitas outras técnicas. Entre os artistas que terão trabalhos expostos, estão Afonso Rodrigues, César Brandão, Fernanda Cruzik, Fernando Priamo, Flavio Ferraz, Gerson Guedes, Guilherme Melich, Henrique Lott, Nina Melo, Pedro Guedes, Ramon Brandão, Sandra Sato, Valeria Faria e muitos outros (lista completa na imagem). A galeria fica na Rua Coronel Barros 38, em São Mateus, e funciona de segunda a sexta, das 13h30 às 18h, e aos sábados, das 10h às 13h.

Simone Mazzer por Gabriela Perez

A cantora paranaense Simone Mazzer avisa que está vindo disco novo aí, “Deixa ela Falar”, que chega no dia 30, pela Biscoito Fino. Ela lança,nesta sexta (16), single de mesmo nome, antecipando o trabalho. Ela ouviu à canção de Lydia Del Picchia e Luiz Rocha antes do  espetáculo “Outros”, do grupo Galpão, há três anos. O clipe chega amanhã. “A canção é um dos gritos importantes deste trabalho. Ela fala sobre a quebra de padrões, sobre esse sistema furado, regido por um padrão que não contempla a todos. Eu, mulher que sou, no auge dos meus 54 anos, sei direitinho o que é ser uma mulher gorda, artista, morando na Zona Norte do Rio de Janeiro”, pontua. O quarto álbum reunirá músicas dos parceiros Eduardo Dussek e Luiz Carlos Góes, Capinan e Jards Macalé, além de inéditas de Bernardo Vilhena, Duda Brack e Iara Rennó.

“Deixa ela Falar”,

Hoje (16) a banda ucraniana Gogol Bordello lança o disco “Solidaritine”, o oitavo de sua carreira. A banda é expoente máximo dos Balkan Beats, e o seu líder, Eugene Hutz, é um tremendo boa-praça e já se jogou na pistinha  da minha festa, a Bootie Rio. A banda fará turnê pelos Estados Unidos de outubro a novembro. “Esta é uma música de sobrevivência e perseverança. Essa sempre foi nossa principal força motriz”, declara Eugene sobre o novo álbum, inspirado no enfrentamento da pandemia e da guerra em sua terra natal, a Ucrânia.

“Soliraritine”

“O rock ‘n’ roll vem de um lugar real. Pegue um grupo de pessoas que sofreram traumas e deslocamentos de imigrantes. Eles criam música, fazem sucesso juntos, tornam-se mais barrocos e experimentais e experimentam alguns anos de relativa calma. De repente, a humanidade encontra esses problemas como a pandemia e a guerra. É quando o rock ‘n’ roll é mais necessário e onde temos o melhor desempenho”, dispara. O som do grupo mistura punk, cigano, dub, folk, swing latino e magia do Leste Europeu, com produção do ícone underground Walter Schreifels, de Nova York. 

'Întimo"
"Retomada"

Recentemente, conheci, no Instituto de Artes e Design (IAD), o jovem artista Bruno Henrique de Souza, 20 anos, estudante de Arquitetura e Urbanismo na Universidade Federal de São João del-Rei (USFJ), cidade aonde nasceu e reside no bairro Tejuco. A dica para conferir o seu trabalho veio de amiga Mariana Bretas, sempre atenta aos sinais, em busca de algo além. Bruno faz pinturas sobre telas, papel, paredes ou mesmo madeiras e materiais reaproveitados, sempre atrelado à ideia de ancestralidade e da construção de uma iconografia negra.A escolha da iconografia e da iconologia presentes no meu trabalho se relacionam com a construção de uma narrativa que parte, sobretudo, da urgência de gerar identificação e reafirmação para mim e para os meus. Resgate, retomada, reconstrução e continuidade são alguns dos termos que norteiam minha pesquisa no que tange à representação de corpos negros, visando situá-los num lugar de sujeitos protagonistas de suas próprias histórias“, me conta, pelo e-mail.

Zudizilla
Sabotage
Vô Chico
O artista em ação
Diogo Veiga na Da Casa de Mãe
Laura em foto de Natalia Elmor e direção de arte de Radha Damasceno
Slam da História no Viaduto Hélio Fadel

O Coala.FSTVL rola de hoje a domingo (16, 17 e 18), no Memorial da América Latina, em São Paulo, com transmissão, ao vivo, pelo YouTube. Entre os shows, tem Tasha & Tracie, Liniker, Gilberto Gil e Djavan (hoje), Ana Frango Elétrico, Alceu Valença, BK’, Bala Desejo e Gal Costa com participação de Rubel e Tim Bernardes (sábado/17)  e Chico Chico e Juliana Linhares, Nego Bala, Marina Sena, Rodrigo Amarante e Maria Bethânia (domingo/18).

Músico, capoeirista, arte-educador e pesquisador da cultura popular brasileira, Diogo Veiga vai puxar um samba de roda na Da Casa de Mãe, no Mariano Procópio, no sábado (17), às 14h. Entrada franca com contribuição espontânea.

No domingo (18) às 14h, tem Slam da História no Viaduto Hélio Fadel, com inscrições na hora e prêmios de R$ 350.

Sete artistas da cena LGBTQIAPN+ de Juiz de Fora disputam o reality show “Rainbow Queen – Drag”, de Bruna Hildebrando, em cinco episódios no YouTube, aos domingos, sempre às 19h, com estreia dia 18.

Laura Conceição faz show, dia 22, às 22h, no Café Muzik.

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Ainda tem as playlists de 2021 e 2020.

Playlist de clipes com Björk, Fresno, Bomba Estéreo + Manu Chao, Kali Uchis, Selena Gomez + Rema,  Vitão + Pabllo Vittar, IZA, Kaike, Moby + Nicola Sirkis (Indochine),  Demi Lovato,  Michael Love Michael,  Protoje + Lila Iké, Panic! at the disco, midwxst + BabyTron, Hans Pucket, Latto, LUIZGA + iZem + Txana Tuin Hunikuin + Oreia, Antonio Sobral,  Ozzy Osbourne + Eric Clapton, WILLOW,

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