Sexta Sei: A toada de amor e compreensão de Roger Resende e Juliana Stanzani

Disco “Nossa toada” foi composto durante relacionamento de um ano e chega às plataformas digitais

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Fotos: Marina Costa

Roger Resende, 50 anos, e Juliana Stanzani, 32, foram namorados no final de 2010, quando se apaixonaram e compuseram as nove faixas que estão em “Nossa toada”, lindo disco de amor e compreensão que chega hoje às plataformas digitais. Quando o álbum foi gravado, o namoro já tinha acabado. “Conseguimos transfigurar tudo, essa simbiose amorosa cooperou na composição do disco”, me conta Juliana, pelo whatsapp. Ela fez as letras, e ele, as melodias.

O disco, que tem direção musical de gênios da raça locais, Ricardo Itaborahy e Caetano Brasil, em parceria com Roger, promove um desfile de ritmos brasileiros, passando por samba canção, valsa, bolero, bossa e MPB, tendo a canção como grande protagonista. Quem acompanha a coluna já tinha ouvido aqui a belíssima e tocante “Samba pra morrer” e “Canção da Despedida”, a única composta apenas por Roger, com acordeon sensível de Kiko Horta.

“Somos de cidades do interior e trouxemos um pouco desse clima para o disco”, resume Roger, que veio de São João Nepomuceno, enquanto Juliana partiu de Leopoldina. Roger tem 35 anos de estrada e uma história de parceria com vozes femininas. Eu o conheci nas quartas de samba que fazia com a Fernamda Ca, quando me apresentou repertório de samba da melhor qualidade, incluindo compositores da cidade. Ele também fez trabalhos com Alessandra Crispim, Maíra Delgado e Teresa Bessil, dentre outras.

Sobre a participação de Caetano Brasil, indicado ao Grammy pelo disco “Cartografias”, Juliana, que também integra a boa banda feminina Matilda, conta que ele era considerado uma espécie de filho afetivo do casal. “”Ele participou dos primeiros arranjos, tinha uns 16 anos, éramos muito amigos, ele estava começando, vivia atrás da gente, ficava nas nossas casas, e o Roger incentivou muito o trabalho dele”, conta.

Arte da capa, Thiago Assis

A capa, do artista plástico, ilustrador e fera Thiago Assis Felisberto, de Carangola, traduz toda essa mineiridade. “O disco tem um tom de encontro, uma terceira margem de rio que nasce entre Juliana e Roger e se ramifica em outras margens. A capa foi vindo nesse diálogo que também me encontro, residente da ruralidade. O processo envolveu técnicas distintas: do entalhe à pintura a óleo, da colagem à fotografia e ao digital”, me conta, por e-mail.

Não tem como ficar indiferente à beleza de um disco que invoca a plenitude do amor em tempos de cólera. O disco foi viabilizado com recursos da Lei Murilo Mendes de Incentivo à Cultura e distribuído pelo selo Sensorial, aonde foram gravados dois vídeos que ser∫ao lançados em breve para “Nossa Toada” e “Samba pra morrer”. As canções foram gravadas no Estúdio Versão Acústica, de Emmerson Nogueira, que participa em “Samba da Despedida”. A cantora Laura Januzzi também fez participação.

Abaixa que é tiro!??

A 10ª edição do Festival Novas Frequências, de música experimental e arte sonora acontece entre os dias 1° e 13 de dezembro. A estratégia do festival é de não fazer lives, mas buscar novos formatos de apresentação, com vídeos pré-produzidos e conteúdos multilinguagem, trabalhos audiovisuais, vídeo-ensaios, experimentos com som imersivo e podcasts.

O tema central e o conceito é a letra “X”. Referência imediata ao número romano, mas também o ‘X’ de indefinição, de incógnita, de oposição, de enfrentamento, de ruptura, de negação, de colaboração, de pluralidade, de feminino, de não-binarismo e de tantos significados imbuídos neste símbolo tão rico e potente”, comenta o curador Chico Dub.

Marta Supernova
Irmãs Brasil
Jocy de Oliveira
mexo
Flora Holderbaum

A programação é 100% brasileira, pela primeira vez na história do festival. São 46 atrações. 46 projetos comissionados, 46 experimentos em busca de novos formatos, cata aqui dia e horário de tudo

Há nomes bem conhecidos, como Negro Leo, O Grivo, Tantão e os fita⁣ (que lançou disco novo, “Piorou”, hoje) e EVEHIVE⁣⁣⁣⁣. Entre os destaques, estão Jocy de Oliveira e Lilian Zaremba⁣, com propostas sonoras multilinguagem, a interpretação da atriz, dramaturga e diretora de teatro Grace Passô,  a leitura de trechos do diário de J.P. Cuenca com trilha sonora de Barulhista e as performances de Irmãs Brasil e Ventura Profana.

A lista completa traz ainda Abençoada,⁣ Aya Ibeji, b-Aluria, Camila Proto⁣, Cássio Figueiredo, DEAFKID, DrendielaFlora Holderbaum, Marina Mapurunga, Nanati Francischini e Tania Neiva, ⁣Fronte Violeta, G. Paim,⁣⁣⁣ Isabel Nogueira⁣, Kakubo,⁣ Luiza Schulz Vasquez e Celina Kuschnir, Mahalpita, Manuel Pessôa de LimaLola Lustosa,⁣ Marcela Lucatelli, Marta Supernova⁣, May HD, Maya Dikstein⁣⁣⁣, Mexo, ⁣⁣Monasstereo, Pedro Sodré e Nathalia Cipriano,⁣ MYMK, Naves Cilindricas, Paulo Dantas Thiago Rocha Pitta⁣, Paulo Vivacqua⁣, Radio DiasporaPaola Ribeiro, ⁣Renata Roman, Sofia GalvãoHenrique Vaz,⁣ Test, ⁣⁣⁣Thessia Machado, Thiago Nassif⁣, ERAM x Pininga Veneno x Novas Frequências (Acaptcha vs. Desampam, Carla Boregas vs, Akin, Eramexp, ERAM e Podeserdesligado.

O festival terá ainda uma programação educativa composta por seis conversas e um curso de imersão em arte sonora com quatro aulas, pelo Zoom.

A Festa Literária Internacional de Paraty (Flip)  acontece entre os dias 3 e 6 de dezembro, pela internet, a primeira Flip Virtual. Estão confirmados autores internacionais, como a britânica Bernardine Evaristo, vencedora do Booker Prize 2019, a colombiana Pilar Quintana e o brasileiro Itamar Vieira Junior para as mesas ao vivo. A lista ainda tem Caetano Veloso. A programação e tudo acontece no site.

O sonho da incansável jornalista Kamille Viola sempre foi escrever um livro, desejo realizado com o e-book “África Brasil: Um dia Jorge Ben voou para toda a gente ver”, que conta a história do clássico de Jorge Ben, lançado em 1976, no qual o artista troca o violão acústico pela guitarra elétrica. Kamille entrevista músicos, produtores e pesquisadores para reconstruir os bastidores. 

O livro traz depoimentos de artistas como Gilberto Gil, Marcelo D2, Lúcio Maia, Jorge Du Peixe, Dadi, Gustavo Schroeter, BNegão e Mano Brown. “Gil, Mano Brown, Chico Science: todos tiveram Jorge Ben como farol. O tropicalismo, o rap nacional e o mangue beat, três das mais importantes expressões musicais do nosso país, beberam na fonte do alquimista”, resume Kamille.

Pilar do punk rock nacional,  a Ratos de Porão chega aos 40 anos e celebra com live sábado, dia 28,  às 19h. O especial será dividido em quatro blocos, uma década por vez, de ‘Crucificados pelo Sistema’ até ‘Século Sinistro’.

E tem mais lives rolando sim…. Hoje, 27, tem Dua Lipa Studio 2054, na plataforma LIVENow, com ingressos a partir de 8,99 libras esterlinas. Ainda nesta sexta, 27, tem Otto, às 19h.

No sábado, a cantora e compositora baiana Xênia França comanda live do festival paraense Se Rasgum, às 18h, e o quinteto paulistano Sandália de Prata faz live às 19h.

Também no sábado, rola Virada SP Online, cata a programação no link. Entre os destaques, tem Francisco, el Hombre, 17h,  Benito Di Paula  e Rodrigo Vellozo, 21h30, e Supla, 23h30.

Encerrando, Paulinho da Viola faz live, às 22h, no Globo Play.

Playlist com as novidades musicais da semana. ALERTA muitas novidades. Clique aqui para todas as playlists.

Essa edição trazemos inovação com playlist dos clipes lançados, tá babado.

Sexta Sei, por Fabiano Moreira