Sexta Sei: É fagulha e gasolina, labaredas de prazer, é perfeição e feitiço no bailão sedutor de Samuca e a Selva

Big band paulistana mostra a força da criação coletiva em disco criado a partir de motes enviados, pelos fãs, pela Internet

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Fotos: Carolina Ferreira

Eu sou completamente apaixonado pela big band paulistana Samuca e a Selva, que tem sonoridade dançante e multicultural que mistura música regional, pop, jazz e ritmos latinos. Eles acabam de lançar seu terceiro álbum de estúdio, “Ditados Populares Dançantes”, que marca o retorno do coletivo ao trabalho autoral, depois de “Tudo Que Move é Sagrado”, uma homenagem ao compositor Ronaldo Bastos.  O disco foi composto a partir de palavras enviadas, como mote, pelos fãs, amarradas pelo grupo em uma imersão de 11 dias em um sítio em São Roque.

O resultado dá pra conferir no show de lançamento, que eles fizeram, no último dia 6, na Casa Natura Musical. Bati um papo com o Samuca, pelo e-mail,  para falar do processo de criação colaborativo do disco, e de como saíram canções profundas disso, da união da Selva, feita por músicos que se encontram todas as semanas para trocar, e como tudo isso culminou no disco mais coletivo do grupo. E não podíamos deixar de falar e da festa, da delícia, da coletividade e do doce balanço presentes nos clipes de “Jussara”, que mistura a culturas caipira e dos bailes boogies e “Feitiço”, que sai “dançando, contagiando todo mundo, enfeitiçando geral”.

Moreira – Como foi esse processo de composição de “Ditados Populares Dançantes”, composto e produzido em apenas 11 dias a partir de palavras soltas enviadas pelo público pelas redes sociais?

Samuca e a Selva – Foi um processo intenso, desafiador e divertido. Começou despretensiosamente, naquela fase mais dura da pandemia. Todo mundo em lockdown, e a gente se revezava nas redes sociais pra seguir gerando conteúdo e engajamento com os fãs, no momento em que os shows pararam. Um belo dia sugeri aos fãs que enviassem palavras para escrever uma canção e compus “Reflertar” em 1h, costurando 35 palavras. O resultado me surpreendeu e surpreendeu o grupo. A partir de uma brincadeira, um desafio de internet, saiu uma canção tão profunda. Foi aí que acendeu a lâmpada de compor um disco inteiro nessa mesma dinâmica. Fomos para um sítio em São Roque e ficamos 11 dias imersos, em uma espécie de reality show, com o público interagindo e, diariamente,  enviando palavras pelos nossos canais. E foi a partir dessas palavras que, diariamente, a gente escrevia uma nova canção, com todo grupo participando ativamente. Em 11 dias, escrevemos, arranjamos e gravamos 11 músicas. Foi uma loucura. Mas uma das experiências mais deliciosas que já vivemos nesses quase oito anos de estrada com a Selva.

Moreira – Como vocês são muitos, 13, né, passa essa ideia de um grande senso coletivo, como vocês se organizam, como é a troca e a forma de compor? E quais são as principais inspirações e influências nesse último disco?

Samuca e a Selva – A gente realmente é bem unido e se encontra toda semana, pelo menos uma vez, para debater os temas em pauta — shows, projetos, etc.  No “Madurar” (2016) e nos singles (“Coragem”, “Jussara”, “Passeando em Mim”) as canções já vieram escritas por mim. Arranjamos em grupo e gravamos. Em “Ditados Populares Dançantes”, eu só comecei o processo. Que teve seu ápice na imersão de São Roque, com todo o grupo participando do processo de composição. Foi uma novidade pra gente, a gente não sabia se ia dar muito certo. O resultado foi melhor do que a gente imaginava e o “DPD” é o disco mais coletivo e o mais maduro da Selva. Estamos bem felizes!

Moreira – Como foram as escolhas das participações especiais no disco, Onã, em “Haja Axé” e Illy, em “Lambe Lambe”. Como se deram esses encontros?

Samuca e a Selva – Foi muito natural e tranquilo. Sendo bem sincero, a gente não tinha grandes intenções de chamar outros artistas pra participar. Fizemos o “Tudo Que Move é Sagrado” (álbum em homenagem ao compositor Ronaldo Bastos) com várias participações e queríamos um disco mais fechado dessa vez, mais nosso. Mas quando escrevi “Haja Axé” eu pensava muito em Onä, somos muito amigos. Dividimos casa e compartilhamos muitas coisas juntos. Muitas ideias. Ele já colaborava conosco desde 2019, participando em shows. Então era uma vontade dos dois lados de registrar essa parceria. Com Illy foi parecido. A gente ficou com vontade de ter uma voz feminina em “Lambe-lambe” e somos fãs da Illy. Acho que ela é uma das cantoras mais interessantes que o Brasil revelou nesses últimos anos e uma amiga muito querida que conhecemos por intermédio do Ronaldo Bastos, na época do lançamento do “Tudo que Move é Sagrado”. Quando ouvimos a música gravada pensamos nela na hora. Achamos que tinha tudo a ver. Convidamos e ela topou na hora. Foram feats com dois artistas que são amigos. Isso deixa tudo mais real, mais valoroso e mais gostoso!

“Jussara”

Moreira – Caras, eu adoro a música e o clipe de “Jussara”, passa uma vibe muito alto astral. Vocês são de Taubaté? Eu nasci ali ao lado, em São José dos Campos, e adorava passear lá. O clipe de “Feitiço” também é muito bacana, passa essa energia lá no alto, aonde o clipe foi gravado? Pessoal tava bem animado, né? Contem as histórias dos dois filmes…

Samuca e a Selva – Eu sou valeparaibano de Guaratinguetá! E escrevi Jussara lembrando das noites de forró em Tremembé, distrito de Taubaté. Íamos lá aos domingos. Acho que ela só não é um forró porque na época eu tava ouvindo muito boogie, muita música dos anos 80, as coisas do Lincoln Olivetti e, um belo dia, a canção me ocorreu, assim do nada. Escrevi em 15 minutos pensando nessa história de amor caipira, inspirada nessas domingueiras que vivi mais jovem. O clipe propõe essa transa entre a cultura caipira e a cultura dos bailes boogies e fala sobre essa mulher forte que é Jussara. De espírito livre, independente, empoderada. 

“Feitiço”

Já o clipe de “Feitiço” narra uma paixão avassaladora, daquelas que dão sede de viver. Que deixam a gente bobo. Cantando pela rua. Radiante. A ideia é que esse personagem central está numa onda tão boa, brilhando de paixão, que sai por aquela vila cantarolando, dançando, contagiando todo mundo, enfeitiçando geral. Eu acho que são clipes que funcionam bem, né?! São músicas dançantes, com temáticas, roteiros e personagens que estão de alguma forma no nosso inconsciente. Acho que fazer clipe é buscar esse lugar de identificação com as pessoas mesmo. No nosso caso, isso acontece pelas histórias, pelo convite a dançar e pelo clima que ambos os clipes imprimem. Os sets de gravação foram uma verdadeira festa. Só gente amiga, gente querida que tava doida pra se ver depois desse tempo todo de isolamento e muito afim de fazer a diferença, algo relevante, com esses filmes. Deu nisso!

Abaixa que é tiro!💥🔫

Eduardo Yroxe, percussionista da banda, em foto de Pedro Carcereri na capa do single "Herança"

A banda juiz-forana Tata Chama e as Inflamáveis lança, hoje (9), o single “Herança”, parceria com a artista Laura Jannuzzi e segundo aceno para o seu disco de estreia “Fogo-Fátuo”, que chega no dia 30 deste mês, com audição, no Café Muzik, no dia 29. Antes de “Herança”, a banda lançou o belo single “Histérica”. “Herança” fala sobre sabedoria ancestral em uma roupagem sintetizada e contemporânea, com colagens e misturas de timbres e influências do funk brasileiro. O disco trará composições de seis dos integrantes e produção da banda e de Henrique Villela. O resultado é mistura elementos sintéticos experimentais com os ritmos da música brasileira e latino americana.

Está um bailão o álbum de estreia do carioca IZRRA, “Coisas de Amor”, que acaba de sair, pela Universal, com clipe recheado de cenas quentes com o ator Ícaro Silva para a linda “Céu Lilás”. O clipe foi gravado na Cruzada São Sebastião, conjunto habitacional popular carioca no Leblon,  símbolo de resistência. São oito clipes ao todo, como “Naquele quadro”. “Neon”  e “Sabor e paixão”. O cantor, que afirma estar se descobrindo sexualmente, começou a cantar na igreja e no metrô e fez um disco que fala de amor em todas as suas nuances e da liberdade de ser quem se é. O artista, que diz estar se descobrindo, beija Ícaro no clipe e insinua “grandes lábios” em “Todas as canções”..

“Céu Lilás”

Esbanjando calor, sensualidade e swing,  IZRRA mostra como aprendeu a ter um olhar mais amoroso sobre as situações e sobre ele mesmo com suas canções dançantes.  Ele aborda temas como autoestima, homoafetividade preta, descobertas, liberdade, relacionamento e amor. São oito faixas inéditas e “Vênus”, single que antecipou ao disco.

Festa do Borboleta
Show “Violivoz – Chico César & Geraldo Azevedo”
Trupicada
Espaço Hip Hop
ETC. Foto: Gabriel Venzi
Marcos Marinho no monólogo “Infância – Caixas de Memória”

A tradicional festa alemã do Bairro Borboleta, que acontece desde 1969 e é bem imaterial da cidade, faz a sua 28ª edição, até 18 de setembro, na Rua José Lourenço. 

“A pandemia acabou, e o TQ volta à praia“, sexta e sábado, às 22h,no Sensorial.

O Espaço Manufato faz a sua primeira feira de fotografia, no sábado (10), com curadoria de Eridan Leão e Sérgio Neumann e entrada franca, das 14h às 20h. 

Neste sábado (10), às 20h, o Cine-Theatro Central recebe o show “Violivoz – Chico César & Geraldo Azevedo”, com o encontro desses dois nordestinos, já anunciado na faixa “Dia Branco”.

Também no sábado (10), tem as bandas ETC, Madhu e Vermin, às 18h, no Cultural.

No domingo (11), a boa e divertida Banda Trupicada festeja 15 anos com show no projeto Música para Crianças, na programação do Diversão Em Cena ArcelorMittal, no Teatro Solar, às 16h. Os ingressos, gratuitos, podem ser retirados pelo app do Diversão em Cena ou uma hora antes na bilheteria.

No domingo (11), das 13h às 18h, a juventude volta a ocupar o vão da Viaduto Helio Fadel, carinhosamente batizado de Espaço Hip Hop, com batalhas de dançarinos de break e MCs.

Marcos Marinho apresenta o monólogo “Infância – Caixas de Memória”, nos dias 14 e 15, às 20h, no Beco.

A terceira edição da Feira do Livro de Juiz de Fora (FLIJUF) acontece até domingo (11), no Parque Halfeld e no Teatro Carlos Magno. Entre as atrações, estão contação de histórias, lançamento de livros, palestras, painéis temáticos, shows e exposições de editora e livrarias. O destaque é a participação do autor baiano Itamar Vieira Junior, sábado (10), às 18h, no teatro. Na programação cultural, tem shows com Liara Reis, hoje (9), às 18h, Bela Gomes e Chico Nandes e Beto Teixeira, sábado (10), às 17, e Yan Gomes, domingo (11), às 15h, sempre no Parque Halfeld. O evento é organizado por  Fernanda Vizian e Priscilla Thevenet

Fotos: Guilherme Nabhan

IZA é um raro caso de artista que alcançou  imenso sucesso sem ter um bom álbum lançado. Este é o desafio ao qual a artista se entrega com os recentes lançamentos, que vão compor este álbum, como o recente EP “Três”, lançado na última sexta, com “Mole”, “Mó Paz” e “Droga, que ganharam um filme, e  os lindos singles “Gueto”, “Sem Filtro” e “Fé”.

O filme “Três”

Bem, o problema do disco parece resolvido. O curta traz muita dança contemporânea, visuais de cinema e retrata diferentes fases das relações amorosas. O filme traz IZA ainda anônima, em casa, sonhando em ser cantora, no vagão de metrô e em um apartamento abandonado.

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Ainda tem as playlists de 2021 e 2020.

Playlist de clipes com ​​Björk, Rosalía + Romeo Santos, IZZRA, Doechii + SZA, Nicki Minaj, Demi Lovato + Royal & The Serpent, Meghan Thee Stallion, Latto, GA31, Milky Chance, Two Door Cinema Club, Betty Who + Pabllo Vittar, Adriana Calcanhotto (Bossindrama remix), The 1975, Ava Max, MC Lucy + Duzz + Sobs, Rashid, Gangrena Gasosa, Fernanda Porto e Zé Manoel.

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