Segundo trabalho solo, gravado em solo português, sozinho, ganhá filme dirigido pelo artista com imagens de Daryan Dornelles
por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com
“A assembleia extraordinária” (Café8 Music), o segundo álbum solo do gaúcho Rod Krieger, 41 anos, ex-Cachorro Grande, é uma obra artesanal, produzida em modo solitário na pequena aldeia de Sobral do Parelhão, no interior de Portugal, com uma narrativa introspectiva e irônica, que também sairá em filme dirigido por ele com images de Daryan Dornelles, como adiantam os clipes já divulgados para “Cai o sol e sobe a lua”, “Este comboio não para em arroios”, “Cabelos longos” e “Era”, que chega hoje. A nave que voa entre space rock e colagens surrealistas vai levantar vôo, com shows do novo volume em Portugal e no Brasil, em 11 de dezembro no Rio de Janeiro, no Audio Rebel, e 14 em São Paulo, no Bar Alto. Batemos um papo, por e-mail, sobre como a temporada em Portugal não só lhe deu uma nova casa, como ampliou a sua percepção sobre a língua portuguesa, o amor pelos ternos italianos na capa do álbum e sobre a experiência de fazer tudo sozinho, em uma assembleia extraordinária de si mesmo. “As assembleias extraordinárias são criadas a qualquer momento para resolver os mais diversos assuntos. E esse nome surgiu para o disco quando eu me deparei comigo mesmo criando uma série de coisas ao mesmo tempo e tendo que me transformar em vários Rod’s. Então, fiz uma piada interna durante os registros sonoros, dizendo que eu estava criando uma assembleia extraordinária de mim mesmo”, conta.
Moreira – Este belo álbum foi composto em Portugal, na pequena aldeia de Sobral do Parelhão. Como as novas influências de música portuguesa de José Cid, Sérgio Godinho e Jorge Palma se encontraram com velhas influências, como Aphrodite’s Child, Beto Guedes, Arnaldo Baptista (amo), Bob Dylan, The Pretty Things e Kraftwerk? O space rock é definido muito pelas texturas instrumentais e as melodias vocais psicodélicas?
Rod Krieger – Obrigado pelo “belo álbum”! Então, sobre a música portuguesa ter me influenciado, penso que o principal ponto é o fato de ter ampliado a minha percepção sobre a língua portuguesa, não porque as músicas tenham sido escritas em português de Portugal, mas mostraram outros caminhos tanto na fonética, como na maneira que a soma de palavras formam as poesias. Me agrada muito como os artistas citados na questão compuseram suas obras. Os arranjos e texturas são muito similares aos que venho procurando na “Assembleia Extraordinária”, disco que batizei carinhosamente de Space Rock, exatamente por essa mistura do analógico com o digital que dá uma onda atmosférica nas faixas.
Moreira – Sou muito fã do trabalho do Daryan Dornelles, como tem sido a troca entre vocês? Vocês já tinham trabalhado juntos antes? Está bem chique essa identidade em preto e branco dos singles… E a capa? As inspirações são Twin Peaks, Sopranos, O Poderoso Chefão? Bem bonita também.
Rod Krieger – Eu também sou muito fã do trabalho dele, e o mais legal é que ele tem um ponto muito forte que é a paixão por LP’s, então, fica muito fácil a comunicação no momento quando estamos clicando. É natural citarmos nomes de discos ou capas icônicas na hora de decidir os backgrounds e as poses. Sobre a identidade visual ter essa cara, muito se passa pela minha admiração pelas bandas Mod inglesas dos anos 60 como os Kinks e os Small Faces, que também implementaram ternos italianos em sua identidade visual, o que acabou refletindo de alguma forma. Casualmente, o Léo Sandi, que trabalhou comigo na direção de arte, durante o processo de criação das capas, se mostrou também um entendido de Sopranos, Twin Peaks e O Poderoso Chefão, que são referências para mim. Então, a coisa acabou fluindo naturalmente entre os três lados, mesmo que o Leo e o Daryan não tenham se conhecido.
Moreira – Como ex-integrante de banda de rock, como foi fazer esse álbum praticamente sozinho? Trabalhar sozinho é mais gostoso? Deve ser divertido decidir tudo. Como diz o Arnaldo, “Singin´alone”…
Rod Krieger –Tive muitos up ‘s and down’ s no processo de construção do álbum. O fato dele ter sido gravado em casa, permitiu explorar lados que eu não conhecia, muito pela rotina desregrada de gravação. Algumas músicas foram escritas e gravadas ao mesmo tempo, ou seja, o take da criação é o do disco, e outras eu fiz e refiz diversas vezes em situações diferentes: como acordar de madrugada e gravar um solo ou de manhã cedo, acordar e compor algo. Ter tudo montado no home studio me fazia circular entre os instrumentos e ia registrando cada sonoridade que me chamava a atenção. Foi uma experiência mágica.
Moreira – E de onde veio a inspiração para a escolha do nome do álbum, da faixa “A assembleia extraordinária”, que é instrumental…. É um belo nome de álbum. Dá a ideia de que coisas importantes serão discutidas.
Rod Krieger – As assembleias extraordinárias são criadas a qualquer momento para resolver os mais diversos assuntos. E esse nome surgiu para o disco quando eu me deparei comigo mesmo criando uma série de coisas ao mesmo tempo e tendo que me transformar em vários Rod’s. Então, fiz uma piada interna durante os registros sonoros, dizendo que eu estava criando uma assembleia extraordinária de mim mesmo. Neste disco, além de gravar cerca de 90% dos instrumentos, também fui meu engenheiro de áudio e produtor musical e, nos intervalos, criei muitas sonoridades instrumentais que não achei justo deixar de fora, no álbum anterior já me arrisquei um uma faixa e mantive a estética nesse.
Moreira – Você está de volta ao Brasil, ao Rio de Janeiro, né? O Brasil dá muitas saudades? Como foi a experiência portuguesa?
Rod Krieger – O Rio de Janeiro me sugou, já era um desejo antigo morar aqui, ma,s por diversos motivos, os ventos sempre me levaram para outros lugares, porém tudo na hora certa, né? Agora, está sendo gostoso curtir a cidade maravilhosa depois de cinco anos fora do país. Ainda não consegui curtir o Brasil como gostaria, mas vou deixar para a tour que estou desenhando para a divulgação do disco. Portugal ainda continua sendo minha casa, estabeleci uma conexão com o país que a cada dia que passa aumenta, é para toda a vida. Fui muito acolhido pelos portugueses e criei amizades lá que são para sempre. Tive experiências incríveis naquele pequeno país que acabaram me influenciando em várias formas de pensar e ver as coisas de um outro ponto de vista. Já posso dizer que é minha segunda casa.
Abaixa que é tiro!💥🔫
Ricardo Siri é personagem sextante desde o ano 1 da página, e tenho acompanhado seu trabalho desde a época da TransCultura, no Globo. Ele, agora, volta a atacar com um trabalho muito bacana e questionador com a mulher, a também artista plástica Deborah Engel. Eles apresentaram a exposição “Arapuca”, no Centro Municipal de Arte Hélio Oiticica, no Rio, e agora, têm montado a instalação em espaços públicos ao ar livre, como o Aterro do Flamengo. Com inspiração na proposta artística dos penetráveis de Hélio Oiticica, as obras de até cinco metros convidam o público para integrar de modo ativo as arapucas. Os artistas estão juntos há 27 anos, mas essa é a primeira exposição em conjunto. As arapucas refletem sobre momentos de captura e liberdade, de tensão e harmonia, e questionam se as presas dos dispositivos poderiam ser nós mesmos. “O trabalho do Siri é a arapuca, e o da Deborah, é a isca. A Deborah te distrai enquanto Siri te coloca dentro de uma situação”, destaca o curador Marcello Dantas.
Eu falei aqui do lindo single que Alvaro Lancellotti lançou com seu Mateus Aleluia, “A Calma”, e também dei na playlist “Maneira de ver”. Nesta sexta, chegou o volume completo, “Arruda, Alfazema e Guiné”, o terceiro álbum do ex-integrante do Fino Coletivo, que leva título de plantas com princípios anti-inflamatórios e sedativos. Imerso nas tradições da umbanda, o cantor e compositor lapidou suas experiências no terreiro para criar o seu novo trabalho, que une o universo espiritual e musical como peças fundamentais para sua concepção. A sonoridade é embalada pelas cantigas de terreiro, com fortes referências ao disco “Krishnanda”, tropicália experimental de Pedro Santos com 12 canções ligadas à espiritualidade afro-brasileira.
Os primeiros singles lançados já declaravam, em formato de canções, a admiração e a fissura do artista pela história do conjunto musical Os Tincoãs. Ele produziu o espetáculo “Pra Gira Girar”, que celebra a obra do grupo. Outras influências são Jorge Ben e Bill Withers. A tracklist ainda traz as músicas “Canção de Paz”, “O Canto Lá de Pedra”, “De Luanda e Aruanda” e “Ando de Bando”, que completam o álbum apresentado pelo Amor in Sound – novo selo liderado por Mario Caldato Jr. (que também assina a co-produção do disco) e Samantha Caldato, com o objetivo de lançar projetos cuidadosamente selecionados que ressoam com significado sincero. “A interferência de Mário na co-produção traz para o disco uma contemporaneidade singular. O uso que ele faz dos efeitos ao longo do projeto chegam como um reflexo dessas mil interpretações que podemos ter sobre a concepção de terreiro”, finaliza Alvaro.
“Nem tudo é amor” é o terceiro álbum da goiana Bruna Mendez, um trabalho que experimenta limites entre diferentes sonoridades latinas, indo do reggaeton à MPB, para construir uma narrativa confessional e complexa sobre o amor entre mulheres em dez músicas, com participações de Lay, do trio Tuyo, em “Imenso Mar”, e Bebé, em “Risco”. Bruna divide a direção musical do volume com Lucs Romero (Tuyo e Fresno), e esse é o álbum mais maduro e experimental da discografia da artista. O disco retrata o amor como algo que também pode ser contraditório e multifacetado, fruto de sentimentos de raiva e de conflito. “E esse amor também passa pelo ódio”, explica. A mixagem é de João Milliet. A Radar Energia Dykezona, grupo criativo que desenvolve narrativas entorno da cultura dyke (sapatão) e dissidente na cultura pop, participou da elaboração do álbum, sobre um relacionamento entre duas mulheres. A capa reverencia a obra “Le Chevalier aux fleurs”, do artista francês Georges-Antoine Rochegrosse, que pertence ao acervo do Museu D´Orsay, em Paris, que retrata um herói adornado com flores, simbolizando uma fusão de nobreza e beleza, evocando uma Joana d’Arc sapatão. As imagens são de Alile Dara Onawale.
Bruninho Mars, esse querido, está de volta ao Brasil em tour que passa por São Paulo (4, 5, 8, 9, 12 e 13), Rio de Janeiro (16, 189 e 20) e Curitiba (31 de outubro e 1 de novembro).
O Spotify realiza o tributo “This is Marília Mendonça” no sábado (5), no Allianz Parque, em São Paulo. Esse será o maior show ao vivo que o Spotify já organizou, mundialmente, em homenagem à artista que alcançou mais de 10 bilhões de streams. No line-up, Alok, Jão, Ludmilla, Luísa Sonza, Péricles, Thierry, Xamâ, Marcos & Belutti e mais.
Cancelado por causa da previsão meteorológica, o baile Charme da Mata tem nova data, e acontece no sábado (5), às 17h, na praça do bairro São Pedro, com os os DJ’s HRKN e @djnonojf, pocket show da Dona Chapa, e com a performance de dança com a @cialapso. O after é no Afrobeer, às 22h, com HRKN
O musical “Mar e Ana”, da Entreato Produções, tem última apresentação no Cine-Theatro Central, no domingo (6), às 20h. O espetáculo é inspirado na canção de mesmo nome do projeto O Teatro Mágico.
Essa semana, abre, no sábado (5),a partir do meio-dia, oficialmente, o Espaço Ziriguidum, em sobrado revitalizado na Rua Mariano Procópio 478, um luxo só, com o bar Beberico dentro, estúdio de tatuagem, agência de comunicação e mais. Vai funcionar de segunda a sexta, das 17h às 00h, 17 as 00, sábado, de meio-dia às 00h, e domingos, das 12h às 20h. No sábado, o DJ ZappaZ toca forró , enquanto rola a Uai feira e será aberta a exposição de arte “Sonhos e Quimeras”, da artista juiz-forana Jurassol, que fica em cartaz por um mês
A banda Onze:20 faz show com nova formação no Cultural, sexta (4), às 22h. No sábado (5), por lá, tem funk de BH com o DJ Rick.
Sábado (5), às 17h, acontece, no Clube Necessaire, a segunda edição da festa “O que fazemos nas sombras”, com as bandas Gótia (SP) e Permaneço Deitada, os DJs Rafael Cloudwave e Matinta e performance com Alice Ruffo.
O 4° Festival Sala de Giz de Teatro acontece de 5 e 13 de outubro, no Espaço Cultural Sala de Giz, no Granbery, no Teatro Paschoal Carlos Magno e no Centro Cultural Bernardo Mascarenhas (CCBM)..Entre os destaques, está a apresentação do Lume Teatro, de Campinas (SP), com “O Não-Lugar de Ádaga Tchainik”, com a atriz Naomi Silman, no sábado (5), às 20h, no Teatro Paschoal Carlos Magno. Todos os espetáculos custam R$ 20.
Nesta sexta (4), tudo o que eu queria era estar na Lapa, no Circo Voador, tietando demais o Don L, que faz showzera. às 22h, com participação de Jean Tassy. Eles acabaram de lançar a bela “Dias Melhores”, com Iuri Rio Branco, anunciando álbum do brasiliense Jean.
Gabriel Acaju, atração do especial de TV de um ano de Sexta Sei, lançou vídeo para “Desapareco”, último episódio de “A história de criança em Sagacidadinheiro”, álbum com uma narrativa distópica com temas como poluição, opressão e busca por liberdade. O vídeo foi gravado no Estúdio Inhamis com apoio da Locadora Manchester, com direção de Luan Azevedo.
No sábado (5), às 19h30, Jards Macalé faz show do belo álbum “Coração Bifurcado”, no Teatro Rival Petrobras. Também por lá, uma das grandes vozes da música brasileira, a cantora Joanna faz única apresentação.na quinta (10), às 19h30, cantando Roberto Carlos, Chico Buarque, Gonzaguinha, Moraes Moreira, Caetano Veloso, Lulu Santos e Arlindo Cruz, além dos clássicos que marcaram uma geração, como “Descaminhos”, “Recado”, “Amor bandido”, “Amanhã talvez”, “Nossa Senhora” e “Doce Prisão”.. Ela foi a primeira a gravar “Eu nunca sofri por amor”, de Cazuza, depois também imortalizada por Brunno Mpnteiro no projeto “Agenor”. Ccazuza nâo chegou a gravar essa,,
Playlist com as novidades musicais da semana, que consolida às 2h da sexta. Todas as playlists de 2023, 2022, 2021 e 2020 nos links
Para melhores resultados, assista na smart tv à playlist de clipes com WhoMadeWho + Adriatique, Bruna Mendez, Billie Eilish, Robin Thicke + DreamDol, La Cruz, FBC + Pepito + Dougnow + Fernanda Valadares, Lali, Bastille, Laura Pausini, Uana, Sant, Ruger, Legrand, The Marías, Tierra Whack, The Weeknd, Kalli, Jadakiss, Benny the Butcher + Scar Lip, Papisa, Momo, Jacob Collier+ Aurora, e WhoMadeWho + Blue Hawaii.
A campanha de crowdfunding da coluna continua, já atingimos 29,9%. Prefere fazer um PIX? O pix da coluna é sextaseibaixocentro@gmail.com