Sexta Sei: Um motorhome, o sol na cabeça, e as NPKN fazendo música na estrada

Casal de talentosas musicistas argentino-brasileira formado por Kimberlly Arce e Nattana Alvarenga  o lançará o álbum “Amor, Aventura e Música” em outubro

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

NPKN por Mai Luize

Quem acompanha aqui as playlists sextantes e a página mensal na Revista Híbrida já deve ter esbarrado no som alternativo pop da dupla de namoradas Kimberlly Arce (argentina e brasileir, piano e synths), 30 anos, e Nattana Alvarenga (brasileira, voz e guitarra), 32, que formam o duo mais que cool NKPN. Em plena pandemia, elas alugaram um motorhome e atravessaram mais de 20 estados dos Estados Unidos, fazendo boa música e amor até mais tarde. O resultado é o EP “Amor”, que já está no ar, e o EP  “Aventura”, que vem aí. Juntos, eles vão compor o segundo álbum do duo, “Amor, Aventura e Música”, com gosto de liberdade e aquela sensação do vento no rosto, que chega em ouubro. No meio da turnê pelo Sul do país, elas arrumaram um tempinho para falar com este lobo da imprensa, por whatsapp, esbanjando simpatia. Falamos de composições em português, que, finalmente, estão vindo aí, nas parcerias com Lucas Silveira, da Fresno que eu amo, JUNE, Rod Krieger, da Cachorro Grande, e Vivian Kuczynski  e também de visibilidade lésbica.

Moreira – Vocês começaram uma viagem pelos EUA em julho de 2021, em plena pandemia? Como foi esse rolê? Foi em um  motorhome, carinhosamente chamado de Nine, e com o cachorrinho de vocês, Tyler, né? Contem mais, por quantos estados passaram e como foi essa experiência.  Deve ser demais… Mil filmes americanos passam na cabeça…

Kimberlly Arce – Foi uma viagem realmente inesquecível. Passamos por volta de dois meses viajando e passamos literalmente pelos quatro cantos dos Estados Unidos. No trajeto, passamos por várias cidades e atravessamos mais de 20 estados, mas foram 14 cidades as principais que paramos para visitar e produzir o material para o projeto: Atlanta, Nashville, Washington, D.C., New York, Columbus, Chicago, Keystone, Yellowstone, Seattle, San Francisco, Los Angeles, Las Vegas, Grand Canyon, Austin.

Moreira – Dessa viagem, vai sair o segundo álbum e também uma série? Como vai ser o álbum? Vocês mesmo produzem a parte visual? Eu adorei o clipe de “Sol En Mi Piel”, tem um perfume 80’s… 

Kimberlly Arce – A gente registrou toda a viagem para, justamente, produzir essa minissérie mostrando como foi toda essa loucura, e isso nos ajudou e inspirou a criar as músicas novas. A gente foi criando as músicas a partir das experiências que tivemos em cada rolê. Já lançamos alguns singles e um EP, mas, em breve, chegarão mais um single e um EP, para finalizarmos tudo isso no álbum “Música”. E a minissérie também já está prontinha pra ser lançada! A minissérie foi toda captada por nós mesmas durante a viagem. Já os clipes, a gente sempre conta com um time pra somar em toda a criação.

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Moreira – Vocês pensam em compor em português depois desta  primeira composição totalmente em espanhol, “Sol En Mi Piel”?  Porquê essa preferência pelo inglês? Quais as principais influências musicais de vocês?

Kimberlly Arce – Sim, inclusive, teremos músicas em português chegando no próximo EP, “Aventura”. Nossa preferência por inglês vem muito da ideia de um idioma em comum que possa ser entendido em outras partes do mundo, incluímos o espanhol por ser minha língua materna para abranger os países hispânicos. O inglês também vem por nossas referências de banda da adolescência. A gente passou a essa época ouvindo desde os emos até os pop, e isso acabou ajudando a naturalmente ir pra esse lado. 

NPKN por Nicole Alvarenga

Moreira – Como foi a troca com os produtores Lucas Silveira, JUNE e Rod Krieger? Vi também que a Vivian Kuczynski fez a mix e a master de algumas canções, nossa, sou muito fã dessa moça. Recentemente, assisti a um show do Fresno, mano do céu, foi demais, eles são muito maneiros, sou um emo recentemente convertido, comecei a gostar muito deles, Supercombo, Scalene e de uma  banda aqui de Jufas, Obey! Depois que eu saquei que tava virando emo kkkk…

Kimberlly Arce – Hahahaha, o emo é assim, vai indo, quando percebe já foi. hahah . A TTana sempre foi MUITO fã de Fresno e Cachorro Grande. Imagina como ela se sentiu produzindo com o Lucas e o Rod! Hehe Não dá nem pra descrever o incrível que foi trabalhar com essa galera toda. Todos eles foram únicos e incríveis nas produções de músicas, e a Vivian também mandou muito, a gente admira muito o que ela tem feito e foi um orgulho poder contar com ela nesses trabalhos. Trabalhar com esses produtores ajudou a enriquecer demais as músicas. E ainda temos Dudu Marote, Gustavo Brier e Maria Otero que virão nos trabalhos a seguir. A gente nunca tinha tido produtores trabalhando junto conosco, e pra essa primeira experiência a gente já foi logo chamando um time de peso. Não tinha como o resultado disso não ser incrível!

Foto: Nicole Alvarenga

Moreira- Como vocês se conheceram? O que veio primeiro, a banda ou o relacionamento de vocês? Acho importante falarmos de visibilidade lésbica. Porquê as meninas ainda estão menos visíveis e enfrentam mais preconceito? Acho que algumas das melhores matérias que eu fiz foi sobre visibilidade lésbica, como entrevistas com o Sapabonde e o Isoporzinho das Sapatão, na época da página Transcultura.

Kimberlly Arce – A gente se conheceu  por meio de uma banda que umas amigas decidiram montar, o nome era bem sugestivo “The Big Boots Band”, hahahah. Antes, a gente até se conhecia por amizades, e eu sabia que  TTana tocava, mas ela não sabia que eu tocava piano e, nessa banda, ela ficou sabendo dos meus talentos ahhah 

Aí a gente começou a ficar e, com o tempo, nasceu a NPKN, bom, na verdade a NPKN como ela é hoje nasceu em 2019, mas lá em 2013 a gente começou a compor e criar nossas músicas. E foi muito massa esse processo nosso de desenvolvimento pessoal pra chegar até onde estamos hoje. No começo, a gente mal assumia que era um casal e, principalmente, a TTana era muito mais reservada. Acho que toda essa pressão social e medo do preconceito fez a gente ficar mais reprimida. E acho muito importante essa reviravolta que demos em 2019, porque lá, entendemos de verdade como é importante o que fazemos. Nós somos duas minas, um casal sapatão, e a gente tá no palco, tocando um monte de instrumentso, cantando, dominando o palco. Fãs e pessoas ao nosso redor nos fizeram entender a importância disso. Com certeza, a gente se inspirou lá trás em um monte de mulheres que estavam representando dessa forma, como Alanis Morissette, Paramore, Amy, Pitty, Rita Lee… Hoje em dia, a gente pode fazer essa roda continuar girando e trazendo essa representatividade para as mulheres e para a comunidade LGBTQIAP+ fazendo o que fazemos. A gente tem muito orgulho de ser quem somos, e mais orgulho ainda de poder inspirar as pessoas e encorajar elas a serem elas mesmas.

Abaixa que é tiro!💥🔫

Black Pantera de graça, na praça, YEAH 🤘. Foto: sete77sete

O Festival Dia de Rock acontece na Praça da Estação, no sábado (17), a partir das 16h, com showzaço gratuito do Black Pantera, que já sextou por aqui, da Pense, da Inoutside, da Traste, e da Insannica, e domingo (18), a partir das 12h, com Martiataka e Venice, em batalha “Beatles vs. Stones”, Libertá, Powertrip, Bigdog Daddy, Luma Schiavon, 

Sábado (17), às 18h30, te inauguração da Reforma da Praça Antônio Carlos, cpm how da Bangalafumenga.

A banda Muamba inicia turnê de seus 25 anos com show sábado (17), às 18h, no Clube Cascatinha.

O espetáculo teatral “Seu Zé”, inspirado em Zé Pelintra, do diretor Gabriel Bittencourt, segue em temporada na Estação Cultural, sexta (16), às 20h.

Artistas de Duque de Caxias se apresentam nesta sexta (16), às 21h, no Maquinaria com shows de Lettié e Maui e DJ sets de CL fez o beat e Roko. No sábado (17), rola mais uma edição da Get it on + 18 kilates, com entrada liberada até 00he os DJs Ruan Lustosa e Snupin.

Sexta (16) tem festa junina, no Beco, às 20h, com shows de Roça Nova , Maracaju de gaveta, quadrilha com casório e correio do amor. Achei bem bom o show do Roça Nova no Parque Halfeld.

Zélia Duncan e Paulinho Moska apresentam o show  “Um par Ímpar”, sábado (17), às 20h, no Cine-Theatro Central.

O Circo Escola Lá na Lona promove o Micro Festival Circo com várias oficinas. No domingo, às 16h, no Parque Halfeld  tem apresentação do espetáculo “Circo de Famílai”, da Companhia Circunstância, de Beloryhills.

Na segunda (19), às 19h, tem Mostra Encontro de Compositores, no Beco, com apresentações de Alice Santiago, Pedro Teixeira, Laura Conceição, Laura Jannuzzi, Sil Andrade, Imbapê, Renato da Lapa, Pedrada, O Legítimo e mais . Quem comanda a noite é o clarinetista e compositor Caetano Brasil. Ingressos gratuitos no link.

A 18ª CineOP – Mostra de Cinema de Ouro Preto acontece entre os dias 21 e 26 de junho, com programação gratuita, programão sempre.

No Palxo Central do Roger Resende, fomos brindados com a participação luminmosa de Sol, novo cantor da cidade qu está gravando com produção do nestre e se aperesentaq uinta (22), as 20h, no Espaco Contemporao.

Sem título, da série Cartas, 2010
Digital, 2009

Autora da capa do livro “Inventário do ir-remediável”, de Caio Fernando Abreu, de quem era amiga próxima, a artista expressionista gaúcha Maria Lídia Magliani (1946-2012) terá a sua primeira exposição individual em terras mineiras com “Magliani – Gráfica”, que abre ao público nesta sexta (16), no nosso Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM/UFJF), detentor de seis trabalhos da artista e restaurador de outras três obras. Na mostra, estarão mais de 80 títulos, apresentando algumas de suas derradeiras séries, como “Cartas”, “Um de Todos” e “Procura-se”, feitas no Rio de Janeiro. Magliani viveu em Tiradentes (MG) entre 1990 e 1996, quando ficou impactada com a abundância dos pigmentos terrosos e resolveu usá-los em seu trabalho, o que possibilitou a série “Em Gerais”.

Magliani durante o 17º Arte de Portas Abertas, 2007
Idina na foto da capa de “Drama Queen”, que chega em agosto. Fotos : Steven Gomillion

Eu confesso que sabia muito pouco sobre Idina Menzel além de ela ser a voz da Elsa, o personagem da animação “Frozen”, e cantora de “Let it go”, a atualização da Disney para aquele pagode do “Deixa acontecer”. Lendo agora, percebi que ela estava em “Glee” como mãe da protagonista vivida por Lea Michele, e  no filme “Rent”. Até que o algoritmo começou a sugerir faixas de seu próximo álbum, “Drama Queen”, o quinto da carreira, que chega em 18 de agosto, com um delicioso perfume disco. Gostar de disco entrega a idade? Porquê eu amo disco, ahahaha, e desde os anos 80, que fui criado ao som do compacto As Patotinhas na discoteca, de patins, e da Gretchen e Os Três Patinhos. Bem, tem algumas semanas que Idina passou por aqui pela playlist sextante com o clipe deliciosamente kitsch de “Move”,  um hino de alta energia electro-dance-pop, com grooves divertidos. Semana que passou, chegou “Dramatic”, colaboração com Jake Shears, do Scissor Sisters, e produção de Jim Eliot (Kylie Minogue, Ellie Goulding). A mensagem é sobre abraçar sua essência mais autêntica. Já é, deixa acontecer, Idina.

Arquétipo Rafa e Alessandra Leão. Foto: José de Holanda

Músico, produtor e compositor pernambucano, Arquétipo Rafa já trabalhou com diversos artistas, como Marcelo Jeneci, Chinaina, Lúcio Maia (Nação Zumbi), Di Melo, Bia Ferreira, Rodrigo Campos, Ayrton Montarroyos e outros. Depois de sua estreia solo, em 2018, com o EP “Ode ao Óbvio”, ele se prepara para lançar seu álbum de estreia, este ano, marcando sua nova fase artística. Reverenciando seu berço por meio de um resgate estético da cultura pernambucana, ele acaba de lançar “Feito Ladeira”, com participação especial da também pernambucana Alessandra Leão. A faixa parte do mote de uma paixão repentina, daquelas de tirar o fôlego, um encontro inesperado e cheio de desejos urgentes nas ladeiras de Olinda. A faixa traz elementos rítmicos típicos da cultura popular pernambucana, como o maracatu nação e o xote, mesclados com sintetizadores e violões. 

Capa de Pedro Hansen

Na próxima sexta (23), chega ao streaming “No Tempo da Intolerância”, disco de inéditas de Elza Soares, com produção de Rafael Ramos, da Deck, que já havia assinado “Planeta Fome” (2019), com capa de Pedro Hansen. Na tracklist, “Feminelza”, feita para ela por Pitty,  “Rainha Africana”, de Rita Lee, “Mulher pra Mulher (A Voz Triunfal)”, de Josyara, “Quem Disse?”, de Isabela Moraes, um álbum que trata de feminismo, empoderamento, negritude, pobreza e desigualdade social.

Playlist com as novidades musicais da semana. Todas as playlists do 2012, 2021 e 2020 nos links. A playlist do streaming consolida lá pelas 2h de sexta.

Playlist de clipes com Skrillex + Nai Barghouti, , Devendra Banhart, Melanie Martinez, Queens of the Stone Age, P!nk, Rosalía, Day Limns, Anohni + The Johsons,  Amaarae, Urias,Terno Rei,  Jaden, Tiwa Savage, Maluma, Antonia + Giovani Sidreira, Juliano Gauche, Alhocca,  Madeline Kenney, Gaab + MC Livinho e Elimadorzinho

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