Sexta Sei: Hoje é fechamento com Morenna, a cantora fashionista do pop nacional

Artista usa a moda como veículo para entregar sua música de qualidade, feita com bons nomes da cena nacional, como RDD, do ÀTTØØXXÁ, Tropkillaz e BK’, entre outros

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

Morenna imprimindo Cleópatra em “Me acabo”

Eu descobri a cantora capixaba fashionista Morenna no lançamento de “Acaí”, faixa produzida por Ruxell. Sintonizei na rádio da gata e não perdi mais nenhum lançamento, e só veio pedrada, como a maravilhosa “Me acabo”, com o baiano RDD, idealizador do ÀTTØØXXÁ e produtor do momento na cena nacional, “Euro”, com o rapper africano naturalizado carioca BK’, no qual ela veste um conjuntinho de crochê apenas icônico e um cover de “Malamente”, de Rosalía, outra artista pra prestar atenção, com um vestido vermelho de milhões.

Girando em “Me acabo”

Batemos um papo legal, por e-mail, e falamos sobre o pagodão baiano futurista de “Me acabo” e o orgulho dos parceiros, da relação com a moda, que a acompanha desde criança e é mais uma forma de passar a sua mensagem, dos artistas capixabas pra gente prestar atenção, como Budah, Afronta, PTK, da relação familiar com a música e do desejo de retomar a vida em 2022.

“Me acabo”, com o baiano RDD

Moreira – Sua lista de parceiros é bem especial, com nomes como Tropkillaz, BK’, RDD, que é o momento (sou louco pelo ÀTTØØXXÁ), Filipe Papi, Jade Baraldo. Como você escolhe esses nomes e como têm sido essas colaborações?

Morenna – Fico feliz que goste, também sou apaixonada pelas colaborações que fiz, em especial com RDD que, desde quando descobri o ÀTTØØXXÁ não saiu da minha mente. Eu, que cresci na Bahia, pude acompanhar a tradição do pagodão, e ver esse movimento com uma roupagem futurista é incrível, conseguimos traduzir isso em “Me Acabo”. Já com Tropkillaz, sempre foi um sonho ter um remix do duo, me sinto muito realizada por isso ainda mais em “BLÁ BLÁ BLÁ”, meu primeiro single lançado em carreira solo, e o BK., meu feat mais recente, é um orgulho pra mim, sempre foi uma referência muito grande como letrista, quando nos conhecemos nos palcos, em 2018, já sabia que nosso som combinaria muito juntos. Minhas decisões são bem orgânicas, escolho meus feats pelo que gosto de ouvir, o que tá nas minhas playlists, principalmente pela qualidade musical, claro, e sempre buscando o que acredito que vá combinar bem com minha estética sonora. É quase um casamento entre duas estéticas, precisa fluir naturalmente.

Servindo vestidinho de crochê em “Euro”

Moreira – A moda parece ter papel primordial no recado que você quer passar com o seu trabalho. Em “Me acabo”, a moda é quase um personagem, Leo Belicha rocks! Fala da sua relação com a moda.

Morenna – Sim, a moda me acompanha desde pequena, meu primeiro curso de modelo tinha seis para sete anos. Acabei crescendo nesse meio de desfiles, fotos, campanhas publicitárias, minha mãe foi modelo nos anos 8090, então, foi natural conviver nessa rotina. Acredito que a moda, assim como a música, são meios de expressar o que queremos trazer para o mundo, nossa mensagem, e sempre acompanhei as tendências dentro dos videoclipes das grandes cantoras pop na fase de ouro dos vídeos. A imagem faz parte do artista pop, né? Isso sempre me fascinou: como envolver o público não só com a música, mas pela imagem também e poder contar uma história mais completa. Por conta disso, acabei buscando outras formas de me especializar em criação, com minha formação em Arquitetura e Urbanismo. Procuro trazer o máximo de estética, design e moda para dentro da minha videografia e fico muito satisfeita que esteja conseguindo passar essa identidade visual, colaborando com designers da moda que potencializam esse olhar dentro dos videoclipes, cada single é um universo pra mim.

Cantando Rosalía, “Malamente”

Moreira – Você continua morando em Vila Velha? Quais são os artistas que a gente deve prestar atenção no Espírito Santo, além de Silva, Jota3, Dead Fish, Mukeka di Rato? Como a música daí te influenciou?

Morenna – Por enquanto, continuo nessa ponte, Vila Velha é uma cidade que tem qualidade de vida muito grande, Vitória, a capital, está em segundo lugar no ranking do IDH de capitais do Brasil. O que precisamos é de mais visibilidade artística mesmo. Temos muitos artistas por aqui, é uma incubadora enorme. Vamos prestar atenção na Budah, Afronta, PTK, são artistas que vem crescendo muito na música urbana. A música do Espírito Santo me influenciou diretamente, principalmente o movimento do reggae que, aqui, é tradicional. Cresci ouvindo Casaca, Macucos, Herança Negra, etc. Além do reggae, tem o congo, que é nosso patrimônio cultural de tradição muito forte por aqui, então, espero trazer na minha música bastante dessas referências.

“Acaí”, com Ruxell

​​Moreira – Li que, aos 10 anos, você já era solista do coral da escola. Como você se envolveu com a música? Seu avô tocava acordeon, né? Qual a sua formação, quais são as suas influências e como é o seu processo criativo?

Morenna –    Sim, na verdade vim de família de músicos dos dois lados, do lado paterno, meu avô era violinista na orquestra de Santo André, e minha avó era cantora, tinha uma dupla de música sertaneja tradicional. Já do lado materno, meu avô era um instrumentista versátil de banda de marinha, tocava acordeão e percussões no geral, meus tios acabaram seguindo a tradição cantando, tocando violão e um pouco de tudo. A família por parte materna sempre fez grandes rodas de samba e MPB. Cresci nessa comunhão de referências e, como sempre foi muito presente na minha vida, acabei seguindo naturalmente. O coral foi um presente para mim. Gravei meu primeiro CD de estúdio sendo solista com 10 anos, e também aprendi meu primeiro instrumento, a flauta doce, que veio dar sequência à minha paixão pelos instrumentos de sopro, logo depois, segui no saxofone, que sempre tive vontade de aprender, espero seguir aprendendo outros instrumentos. Minhas influências na música são muitas, sou bem eclética, mas é muito forte para mim a presença da cultura pop, sempre fui vidrada no Michael Jackson. Na minha infância, minha casa não tinha TV a cabo, então meu pai comprava os DVD’s do Michael, e eu assistia todos os dias repetidamente, era minha diversão. Depois, com a fase da Destiny’s Child e a Beyoncé, foi a virada de página para mim – ali, eu soube o que eu queria fazer para o resto da vida. Meu processo criativo depende muito do momento que estou vivendo, mas, principalmente, o instrumental da música me conduz para o que vou falar, escrevo sobre minhas vivências e o que quero transmitir nas letras seja em músicas mais autobiográficas ou músicas mais animadas de pista.

Moreira – E quais são os planos pra 2022? Tá vindo o disco de estreia?

Morenna –  2022 é um ano que promete muito. Esperamos muito por esse ano e, com isso, nossa vida retomar de onde paramos. Estamos bastante ansiosos para lançar as músicas novas, surpreender o máximo meus fãs com as novidades e seguir expandindo minha carreira. Quem sabe um EP ou um álbum? Não descartamos as possibilidades, vão ser as cenas dos próximos capítulos. Aguardem!

Abaixa que é tiro!💥🔫

A 25ª Mostra de Cinema de Tiradentes teve que mudar os planos de uma edição presencial, por causa da Covid, e faz versão totalmente on-line, pelo site, de hoje (21) ao dia 29. A mostra abre o calendário audiovisual brasileiro exibindo 169 filmes, homenageando o cineasta Adirley Queirós e discutindo o cinema em transição. A programação é totalmente gratuita.

Produções cinematográficas de Jufas marcam presença na edição, com três curtas-metragens de criadores daqui. Dois deles estão na Mostra Foco Minas. O primeiro é o filme experimental “Trabalho é campo de guerra”, dirigido por Pedro Carcereri, coprodução Juiz de Fora-Goianá que é um manual futurista que critica o sucateamento do trabalho em um híbrido entre o documentário, ficção científica e videoarte. A exibição é no dia 22, às 16h, até o mesmo horário no dia 23.

“Olho além do ouvido”, de Bruna Schelb Corrêa e Luis Bocchino

“Olho além do ouvido”, que tem direção de Bruna Schelb Corrêa e Luis Bocchino, é uma coprodução Cataguases-Juiz de Fora. No curta, dedicado a todos professores e pesquisadores do Brasil, Menina faz pesquisas secretas em uma terra onde todos escolheram ficar de olhos fechados. O filme será exibido no dia 22, às 15h, até o mesmo horário do dia 23.

“Bulha”, dirigido por Daniel Couto 

O curta juizforano “Bulha”, dirigido por Daniel Couto, foi selecionado para a Mostra Regional e mostra as causas e as consequências do fechamento de uma passagem de nível do Poço Rico. O filme será exibido no dia 22, às 15h, até o mesmo horário do dia 23.

Estou de olho no perfil Arte no Armário, no Instagram e no Twitter, desde que foi criado, no ano passado, com artes ao mesmo tempo safadas e delicadas. O autor se identifica como Mário e é um cearense de 24 anos de Fortaleza. “Olá, sou Arte no Armário, ou podem me chamar só de Mário, prometo não comer vocês e nem ser comido atrás de nenhum armário (mentira, não prometo). Meus pronomes são ele e dele (isso não é uma bio do Grindr, eu prometo) até porque nem mencionei que posição prefiro 🙊. Essas artes eróticas traduzem todos os sentimentos safados que tenho. Eu acho absolutamente incrível o fato das pessoas se identificarem tanto com elas, pois eu achava que seriam totalmente desaprovadas, mas me arde o coração ver tanto apoio de quem acompanha o Arte no Armário, e meu maior fetiche virou servir exatamente tudo o que vocês querem e pedem“, me conta, todo safadinho, pelo Whatsapp.

Rafael Tristão é uma das pessoas mais alegres e gentis que conheço. Nos conhecemos nas apresentações do Teatro de Quintal, de seu irmão, Gueminho Bernardes, em uma pizzaria no Granbery. Eu tinha uma amiga no elenco e fui incontáveis vezes assistir. A formação em biologia e uma herança familiar artística o levaram a pintar peixes e paisagens submersas. “Já fui para a Amazônia, mergulhei nos rios Solimões e Negro. Depois, morei muitos anos em Arraial do Cabo. Lá tem muitas formas de vida, mergulhei com baleia, tubarões e arraias. Meu trabalho é a união da biologia com arte. Tem gente que pinta natureza morta, eu faço um trabalho que chama natureza viva“, me contou, por áudios, no chat do Instagram. “Minha mãe desenhava e pintava muito, Meu avô, Antônio Tristão, é um escultor fantástico. Nós fizemos, na Mascarenhas, alguns anos atrás, uma exposição que chamava “Arte na família Tristão”, com 18 representantes de artes plásticas. É um agradecimento à vida“, completa.

A “3ª Residência Artística da Makoomba: Baile do Futuro” oferece a 15 jovens a oportunidade de participar de oficinas relacionadas às áreas de produção cultural, audiovisual e discotecagem. As inscrições podem ser feitas até às 18h do dia 24, e as vagas são prioritárias para jovens negros e/ou racializados, moradores dos bairros periféricos da cidade e LGBTQIAPN+ a partir de 16 anos. O projeto foi aprovado no edital “Cultura da/na Quebrada”.

Os artistas do coletivo Mercúrio Líquido também estão com inscrições abertas, até o dia 25, para a seleção de dez artistas para participarem da performance “Praia”, a ser realizada, durante duas manhãs, no Parque Halfeld, com direção de Leticia Nabuco. O projeto foi aprovado no edital “Pau Brasil”.

A banda de synth-pop do Recife Sargaço Nightclub lançou um clipe de animação prá lá de político, “A Dança do Caos”, com roteiro inspirado no clássico “A Revolução dos Bichos”, do escritor inglês George Orwell. O filme satiriza a atuação do governo no combate à pandemia, e o single anuncia o segundo disco do grupo, previsto para chegar ao mercado no segundo semestre de 2022, refletindo sobre esses tempos pandêmicos sombrios. O vídeo foi produzido e dirigido pelo artista plástico Vito Quintans, do estúdio Narsvera, de Campina Grande (PB).

A dor da gente não sai no jornal: como viver em um Brasil sem Elza Soares? Alguns shows pra assistir no canal dela: #ElzainJazz, “Onda Negra”, com Renegado, e “A voz e a máquina”

Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano.  Aqui tem as playlists de 2020.


Playlist de clipes com Urias, Christina Aguilera + Azume, Johnny Hooker + Chameleo, Lali, Aluna + Diplo + Durante, FKA Twigs, Claudia Manzo + Bayanasystem, Pabllo Vittar + Dilsinho, Rebecca + Danny Bond + Pocah + Lexa, Illy + Marina Sena, Filipe Catto, Almério + Céu, Héloa, Terno Rei, Thami, Chris Brown, Halsey, Earthgang, Os Barões da Pisadinha, Mundo Livre S/A + Doralyce

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