Músico carioca lança EP autoral, “Asa”, criado durante a quarentena, em novos formatos, mais intimistas e adequados aos tempos
por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com
Fotos: Fernando Young
O cantor e compositor carioca Pedro Mann, 36 anos, lança, hoje, o EP “Asa”, com quatro de suas composições. Em duas delas, divide os vocais com novos nomes da MPB, como carioca o Caio Prado, em “Tudo que a gente pode ser”, com tocante clipe na praia de Piratininga, em Niterói, e a brasiliense Laura Petit, em “Fiz Uma Canção de Amor”, que ganhou clipe gravado de forma remota, mas com projeções que aproximam. O EP conta a história de uma relação, fala das diferentes formas de afeto e ainda traz as canções “Faz Um Bem” e “Asa”.
“Fiz Uma Canção de Amor”, com Laura Petit e projeções que aproximam
Batemos um papo, por e-mail, no qual falamos sobre criar e fazer arte em tempos pandêmicos, no turbilhão, e de como isso tem tornado a sua música muito mais intimista e também profunda e poderosa, além de compartilhada em lives. Falamos também da amizade com o excelente cantor Caio Prado, explícita no clipe pra lá de feliz e afetuoso, e também da parceria com Laura, indicação do selo Pomar Cultural que rendeu.
“Faz Um Bem”
Moreira – Tenho acompanhado os últimos lançamentos, é um trabalho com tanta verdade, tão real, humano… Tenho curtido muito. Quais têm sido as suas inspirações pra compor? “Estou vivo” em tempos pandêmicos emociona demais, mas não vai estar no EP, apesar de ser a primeira dessa era…
Pedro Mann – Que legal ouvir isso! Muito obrigado! Eu me inspirei com a vida, tem aquele ditado clichê “a arte imita a vida” (risos), mas acho que é por aí mesmo. Geralmente, tenho mais o impulso de sentar pra escrever quando estou passando por algum turbilhão emocional, alguma fase de transição, sabe? Mas isso não é regra. A inspiração pode vir de um filme que vi, um sonho que tive, de um livro que li, ou de alguma história que alguém me contou ou que presenciei. Realmente, “Estou Vivo” veio desse momento de pandemia, ao sentir a morte tão perto a gente acaba se conectando também com a vida. Assim como “Pela Janela”, “Estou Vivo” surgiu desse momento social e também íntimo que estamos vivendo.
“Tudo que a gente pode ser”, com Caio Prado
Moreira – Você e Caio Prado se conhecem há muito tempo? O clipe passa ideia de amizade antiga, sólida, um negócio bonito de se ver. Aonde ele foi gravado? Parece uma ideia simples que deu muito certo, ficou emocionante, o lance dos espelhos, o afeto…
Pedro – Que bom que gostou! Fico feliz. Eu realmente conheço o Caio há bastante tempo. A gente já havia se cruzado no meio musical carioca algumas vezes, fiz uma temporada de shows de dois meses no Espaço Cultural Laura Alvim e chamei o Caio pra participar. Deu super certo! Foi a primeira vez que cantamos juntos. Depois disso, ele virou meu vizinho, aqui em Copacabana, e veio aqui no meu estúdio pra gravar umas vozes de um outro projeto. Nesse dia, mostrei a canção “Tudo que a gente pode ser” pra ele e ele adorou. Daí, chamei pra fazer o feat e a química rolou legal. Ele é um ser de muita luz, um cara amoroso e criativo, além de ter uma voz única e incrível. O clipe foi filmado numa diária lá em Piratininga – uma praia quase deserta em Niterói. Tudo fluiu lindamente. A ideia era passar essa sensação de um amor leve, livre, que vem de dentro de nós e não do outro.
Imagens lindas do clipe de “Tudo que a gente pode ser”
Moreira – O disco anterior foi produzido por Rodrigo Vidal, agora você mesmo assina a produção? Parece que há um foco nas parcerias com outros artistas, como Caio e a Laura Petit… Como foi a parceria com Laura? O clipe é bem pandêmico, com as soluções encontradas para não haver encontro…
Pedro – Sim , o disco “Salineiras” teve produção do Rodrigo, que é um amigo que admiro muito. Foi um processo super legal, aprendi bastante. Adoro trabalhar com outros produtores para ter uma visão de fora do meu trabalho e para ter essa troca tão importante. Na pandemia, resolvi assinar as produções gravando tudo no estúdio que mantenho na minha casa. Claro, contando com muitos parceiros, todos gravando remotamente. Está sendo um processo maravilhoso pra me desenvolver como produtor musical. A parceria com a Laura veio por indicação do meu selo, a Pomar Cultural. As meninas tiveram esse insight que teria tudo a ver e realmente foi muito acertado. Conheci o trabalho dela e me encantei. Descobri uma artista muito talentosa e especial. Como ela mora em Curitiba e eu moro no Rio, a gente bolou um roteiro que funcionasse remotamente. Ela gravou tudo da casa dela e eu da minha. Usamos meu projetor para passar essa ideia do término de “um amor que nem nasceu”. Aquela saudade de alguém que tá perto e tá longe, um amor inalcançável. Acabou ficando muito legal, adorei o resultado.
Capa do EP “Asa”
Moreira – Vejo que você sempre faz lives, quais têm sido os desafios de se fazer música e arte na quarentena? Sua música ficou mais intimista?
Pedro – Sim, as lives foram a salvação da minha quarentena. Durante quase um ano, fiz lives semanais no meu canal do YouTube e daí surgiu uma conexão muito legal com o público e meu primeiro fã-clube, o Fãmilia Mann. Uma tribo de pessoas muito especiais em torno do meu som. Sim, meu trabalho ficou mais intimista. Eu, que sempre fui acostumado com banda grande, peguei o gosto de me apresentar voz e violão. Descobri que esse formato tem uma potência incrível..
Abaixa que é tiro!??
Salma e Mac é o novo projeto acústico do casal que deu origem à banda Carne Doce, de Goiânia. Na verdade, o formato antecede à banda: o casal mora junto há 12 anos e faz música com voz e violão desde 2011. Agora, com a pandemia, resolveram assumir a simplicidade do formato acústico. As sete canções do EP foram gravadas em março desse ano, sendo três delas inéditas. O novo EP “Salma e Mac”, gravado com voz e violão, em casa, traz canções que falam de intimidade, vida a dois, cotidiano e a experiência de dividir a vida.
Fotos:Luciano Viana
O festival pernambucano No Ar Coquetel Molotov faz seu segundo aporte em terras mineiras, no museu a céu aberto Instituto Inhotim, nos dias 29 e 30. Serão dois programas gravados e exibidos, às 19h, no YouTube, com recorte do que há de melhor na cena mineira atual.
No primeiro dia de exibição, acontecem as apresentações de Bernardo Bauer, JOCA, Marina Sena (ex Rosa Neon), Jhê e a nossa Amanda Chang, daqui de Jufas. Já no dia 30, é a vez de Nath Rodrigues, Paige (da Fenda), Best Duo e Falsa Luz. Em ambos os dias, o line conta com a participação de Lázara dos Anjos.
Amanda Chang preparou uma apresentação especial para o festival inspirada na orixá Nanã, que representa a morte e a vida. Todas as músicas foram criadas no improviso. “Fiz uma composição musical naquele momento, com sintetizadores modulares analógicos, simulando gotas de água, borbulhas, terra, respiração, vida, além de ter tido uma conversa com a natureza em tempo real, o microfone captando o som ambiente, o que foi inédito”, pontua.
Eu adoro uma boa versão de uma música já conhecida, mas vista de uma nova perspectiva. Tem um tempo que tenho alimentado essa playlist com versões que eu gosto, a ideia é sempre ir acrescentando mais coisas. Tem Luana Carvalho cantando funk lindamente com arranjo de Kassin, Caetano Veloso sempre com as melhores versões, como “Jokerman”, uma Sade cheia de brazilian boogie, Alice Caymmi cantando Latino e MC Marcinho e muito mais, as releituras impecáveis da bossa de Marcelinho da Lua, só vir.
Foto: Alfredo Alves
No dia 1º de julho, Marisa Monte lança seu novo álbum, “Portas”. Vai rolar uma audição coletiva solidária, às 20h, uma hora antes do lançamento oficial. As doações, a partir de R$ 20, serão revertidas para os profissionais de cultura. Link da audição aqui.
Nesta sexta tem live de Ed Sheeran, às 17h, no TikTok. No mesmo horário, o longa documentário “Lula Lá, de fora pra dentro”, da juizforana Mariana Vitarelli Alessi, terá exibição no Santos Film Fest. Logo depois, tem Diogo Nogueira, às 19h30. Alceu Valença faz show no palco do Teatro Bradesco, às 20h. O canal Arte1 exibe “Um Show Só”, de Adriana Calcanhotto, a partir das 21h30, com repertório do álbum “Só”. Sexta ainda é dia de Circo Voador no ar, às 22h, com show que o Raiz do Sana fez, em 2019, celebrando 21 anos de forró.
Neste final de semana, vai rolar o Jufa’s in concert, com shows de hoje a domingo. Na programação, tem a boa banda ETC, Rafael Cardoso e Afrodite, hoje (25), às 21h, ZonaBlue, Zero Balla e Fábio Paulista, no sábado (26), às 20h, e Leonardo de Freitas & Fabiano, Edson & Lucas, Wender Santos, Grupo Glicose, Rode e Matheus, no domingo (27), às 16h.
No sábado (26), tem as lives de Maiara & Maraisa e Fernando & Sorocaba, às 18h, Almério, também às 18h, Zeca Baleiro, às 19h, no Sesc em Casa, e Xand Avião, às 20h.
A 16ª Mostra de Cinema de Ouro Preto tem série de lives organizada pelo Sesc MG, com Mauricio Tizumba e Everton Coroné, hoje, às 21h, Zélia Duncan, dia 26, às 21h, e Flávio Venturini, dia 28, às 21h.
O festival Eco Subterrâneo, de Oandardebaixo e Sensorial continua com Alice Santiago, de Tatá Chama e as Inflamáveis, que lança single e clipe de “O Que Não Tem Nome”, em parceria com Pedro Luís, hoje e amanhã, com pocket show no domingo (27). No dia 28, o festival chega ao fim com o documentário “Festival Eco Subterrâneo”. Tudo sempre às 18h.
Oandardebaixo está fazendo a segunda edição do mini-festival “Performação”. Hoje, sexta (25), rola a ocupação “Correr para o Jardim”, às 16h, e a peça “Stonewall 50”, da carioca Companhia de Teatro Íntimo, às 21h, ambas no Instagram. No sábado (26), tem “Como os Ciganos Fazem as Malas”, às 19h, do Grupo Galpão, pelo Telegram, com retirada de ingressos aqui. Logo depois, ainda no sábado, às 21h, tem “La Marilym”, dos chilenos do TeatroPuerto, no YouTube. No domingo (27), a programação termina com com o Projecto Eco, dos portugueses do Teatro Playback do dISPArteatro, às 17h, pelo Zoom, com retirada de ingressos aqui.
A SPFW rola, mais uma vez, em esquema digital, no YouTube, com desfiles que rolam a partir das 19h. Hoje tem Gloria Coelho (19h), Juliana Jabour (20h15), Apartamento 03 (21h10) e João Pimenta (21h40). No domingo, tem Wilson Ranieri (19h) e Walério Araújo (21h40). Line up completo aqui, cheio de novas marcas.
No domingo (27), às 18h, As Baías comandam live com Gloria Groove, Linn da Quebrada, MC Rebecca e Tássia Reis.
O Now United faz show virtual “Now Love Live Show”, no dia 1º de julho, em horário a confirmar.
A Itaú Cultural Play foi lançada no dia 19 de junho, Dia do Cinema Brasileiro, com um catálogo diverso com mais de cem títulos gratuitos. São filmes, séries, programas de TV, festivais e mostras temáticas e competitivas, além de produções audiovisuais de instituições culturais. É só fazer cadastro para acessar de forma gratuita. O streaming fez sua estreia com 135 produções, dentre elas 56 longas e 50 curtas-metragens, com atenção às obras independentes. A cada 15 dias, novas produções serão adicionadas ao serviço. Na estreia, duas mostras especiais marcam a chegada da plataforma, uma voltada para o cineasta Glauber Rocha e outra em homenagem à carreira de Luiz Carlos Barreto, por meio de obras que relacionam cinema e futebol.
Playlist com as novidades musicais da semana. Nesse post, tem todas as playlists do ano. Aqui tem as playlists de 2020.
Playlist de videoclipes com A Travestis, Gloria Groove, Banks, Joy Crookes, Jessie J, Giulia Be, Luan Santana, Matheus Engenheiro, Imbapê e Marcos Suzano, Zé Vaqueiro, São Yantó, Seventeen, Anoraak, Jottapê + Kevinho + Aron, Sidoka, Don Toliver, MC Pedrinho, Paul McCartney e Diplo + Damian Lazarus