Artista lança, nesta segunda-feira, clipe para a faixa “Chega Devagar”, que fala sobre ansiedade do alto de um paraquedas
por Fabiano Moreira
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Foto: Caio Deziderio
Conhecido pelo trabalho com diretor artístico da MC Xuxú, com quem atuou por seis anos, Matheus Engenheiro, 29 anos, lançou-se como cantor, no ano passado, com a faixa “Mente pra mim”. A ideia era lançar um EP mas, com a quarentena, ele quer soltar mais uma música, ainda este ano, em uma série de singles, bem ao sabor do novo mercado fonográfico de streaming.
Na segunda-feira, sai o clipe do segundo single, “Chega Devagar”, sensível e leve como a música que gruda feito chiclete. O filme tem coreografia do Thiago Williams ensaiada pelo Zoom e figurinos do estilista David Lee, tudo com direção de Matheus e Rodrigo Coelho. As cenas foram gravadas em Antônio Carlos, interior de Minas Gerais, e traduzem o clima atmosférico da canção.
Foi uma história que Baby do Brasil contou em uma entrevista sobre a composição de “Um auê com você” que inspirou o clipe. Baby contou que, na Praia de Ipanema, viu um paraquedas voando ao longe fazendo círculos. Ela pediu por boas energias e os ventos se acalmaram. O filme tem na imagem de um paraquedas o fio condutor da história. “Eu entendo o paraquedas como um símbolo da proteção e sensibilidade que a música propõe. A delicadeza e empatia com o outro podem salvar vidas“, explica o artista.
A gente bateu um papo, por e-mail, para falar dessas novidades, e de como ele tem se soltado como bailarino e cantor.
“Mente pra mim”, primeiro single
Moreira – O clipe para “Chega Devagar” sai no dia 21, na segunda-feira. O que podemos esperar? Teve que adaptar à pandemia para gravar? O primeiro clipe, de “Mente pra mim”, ficou muito lindo.
Matheus Engenheiro – “Chega Devagar” é um clipe solar e leve, apesar de contar do pouso problemático de um paraquedista; e não sou eu o paraquedista, rs. Escrevi o roteiro do clipe já durante a pandemia. Então ele foi pensado para realização nesse esquema quarentena. Mas não deixou de ser desafiador gravar assim. A coreografia foi toda ensaiada pelo Zoom; por exemplo.
Você dança há quanto tempo? Interessante a performance no primeiro clipe…
Eu danço desde criança; já dancei clássico, jazz contemporâneo… Mas sempre com muitas pausas, o que me impediu de seguir essa carreira profissionalmente. Eu queria essa profissão, mas tinha muito medo do julgamento das pessoas e acabei me desviando. Nesse aspecto, acho que a homofobia ganhou. Mas, hoje, eu resgatei isso, tou dançando e pretendo continuar me mexendo em todos os meus trabalhos. “Mente pra mim“ foi justamente esse reencontro.
O último single fala de ansiedade, “como a mente ansiosa cria previsões pessimistas diante de qualquer micro futuro”, como está sendo enfrentar a quarentena? Sofre de ansiedade?
Eu achava que seria tranquilo para mim a quarentena, porque eu sempre fui mais caseiro e reservado. Mas tenho sentido muita falta dos encontros, abraços, ver gente, ser visto… Eu tenho descoberto que muita coisa que eu sentia/sinto são sintomas da ansiedade; foi até um alívio saber.
Você está trabalhando em um disco? Ou o plano é de lançar singles? Li que sai mais um esta ano, já pode antecipar algo? Eu tô bem curtindo.
Estava trabalhando em um EP com os produtores de “Chega Devagar”, mas a pandemia mudou um pouco as coisas. Meu plano agora é uma série de singles, que habitam o mesmo universo. Finalzinho do ano, provavelmente, teremos mais um capítulo, mas ainda tá sem título.
Fevereiro de 2018, com a MC Xuxú no Bloco Minhoqueens, em São Paulo
eu vi que ela te agradeceu na última live. Conta o que você fazia e se, nessa época, já tinha a vontade do trabalho solo? Lembro que nos conhecemos quando pedi stems para fazer mashups com músicas dela para a trilha do Fernando Cozendey e você foi muito bacana conosco.
Poxa, trabalhar com a Xuxú foi a realização de vários sonhos que eu tenho. Dirigi alguns vídeos dela, e esses trabalhos chegaram em muita gente. O nosso primeiro clipe juntos foi o “Bonde das Travestis”, maravilhoso. Viajei em tour com ela como DJ e produtor; o que era incrível. Produzimos o álbum “Senzala”, fizemos vários ensaios, websérie, capas de single, até atriz do meu filme ela foi, “Grave”, meu TCC na faculdade de Comunicação. Sou muito orgulhoso dessa parceria. A Xuxú é uma artista de verdade e eu sempre me senti fazendo algo importante e revolucionário ao lado dela. Ela também sempre me incentivou investir no meu som; eu que demorei para conseguir assumir isso, apesar de querer muito.
Você já fez trabalhos como designer gráfico para artistas como Elza Soares, Alice Caymmi e Luciana Mello, assinando vídeo-lyrics e vídeos gráficos. Fala mais sobre esses trabalhos, com links, só artistas que admiro, trabalhei com a Alice divulgando “Louca”, gosto muito dela…
Eu trabalho com vídeo desde antes da faculdade. É algo que eu gosto muito; eu edito e dirijo meu próprios vídeos e isso faz parte do meu processo. Produzir para essas artistas é algo muito louco. Eu sou apaixonado na Elza, por exemplo, desde muito tempo; não imaginava nunca que, ainda que com tão pouco, eu conseguiria fazer parte da carreira monumental que é a dela. Eu animei e restaurei algumas capas de álbuns antigos dela para o canal dela no YouTube, como estes 1, 2, 3, 4, 5., e muito mais. Para a Luciana Mello, foi esse aqui. Para a Alice, eu acredito que tenha saído do ar; eu animei a capa do álbum “Alice” para o full álbum dela.
Update 22.09
Abaixa que é tiro!??
A WME Conference RMX, a conferência delas, será transmitida ao vivo da Casa Natura Musical, entre os dias 18 e 20, com shows das minas Maria Rita Stumpf (18h) e Larissa Luz (20h), na sexta, Rakta (18h) e As Baías (20h), no sábado, Xênia França (18h) e Céu (19h30), no domingo. Os shows são gratuitos, e a participação nas conferências custa R$ 15.
O Festival MUCHO!, de música latino-americana, chega à sua terceira edição, dessa vez on-line, de grátis, hoje e amanhã, dias 18 e 19, a partir das 16h. O line é up é bafo, com os brasileiros-mexicanos do francisco, el hombre e nossa Ellen Oléria. Completam o line-up os hermanos Dayme Arocena (Cuba), Señor Flavio, dos Fabulosos Cadillacs (Argentina), Santa Mala (Bolívia), Villagrán Bolaños (Paraguay) e Pascuala Ilabaca A. (Chile).
Haja coração, o Circo Voador no ar vai exibir um show da Cássia Eller, hoje, 22h! Me abraça! É muita emoção de quarentena! No sábado, é a vez de Lenine, no mesmo horário. E tem live, tem sim, fiquem em casa com Drik Brabosa, nessa sexta, 19h, e com o mestre Black Alien, 21h. No sábado, Chico César faz pocket show, às 19h, no festival A Vida no Centro, mesmo horário da live de Paulinho Boca de Cantor. Na segunda, às 17h, tem Moacyr Luz e o Samba do Trabalhador. Com um elenco que reúne o melhor que já passou pelo TQ, Gueminho Bernardes apresenta a peça “Notícias da “Tia Quarantina”, terça, dia 22, às 20h, no YouTube.
A Manie Dansante e o Cabaret Virtual é o acontecimento deste sábado, 19, das 17h às 6h da manhã. O cabaret colaborativo tem muito som, performances e interatividade. No lipne up, Manie Gang, Kiwistar (FRA), Elisa Amaral, DJ Juca e XX Circus Show.
Figura icónica do movimento punk em Jufas, a Fernanda Tabet atua no mercado de moda com o divertido brechó “Vem comigo, no caminho eu explico“, inspirado pela canção de Cazuza. Estas camisas lindas desmaiar são únicas, feitas a mão, e custam só R$ 50. Amava os cartões que ela fazia na mesma filosofia e vendia no Marrakesch, uma das memórias de Jufas que mais gosto.
A Pró-reitoria de Cultura (Procult) da UFJF lançou o Prêmio Janelas Abertas para apoiar projetos artísticos. Serão 150 propostas levando R$ 105 mil em recursos. Podem se inscrever artistas com materiais já produzidos ou a produzir. As inscrições são gratuitas e vão até 26 de outubro, pelo site. O resultado sai no dia 20 de novembro.
Estão abertas até o dia 30 as inscrições para o edital “Na Nuvem”, da Funalfa, que irá premiar 102 projetos de arte e cultura. Serão R$ 77.520 em recursos, emenda parlamentar da deputada federal Margarida Salomão (PT). Cada contemplado receberá R$ 760. Se joga, gente.
Arte do edital com obra de Victor Vasarely