Dossiê Ratos na Praça

por José Hansen

A festa Ratos na Praça, criada no ano de 2013 por jovens moradores do bairro São Mateus na cidade de Juiz de Fora (MG), sempre teve como objetivo principal a diversão. Surge como uma contraproposta aos preços assustadores praticados por bares e boates na cidade e com a finalidade de realizar eventos mais afinados com os gostos dos jovens skatistas que faziam e frequentavam o evento.

Os ratos

_É festa!

Estamos aqui para analisar e inventariar uma festividade, uma celebração, uma reunião de seres humanos, presente, de diferentes maneiras, em qualquer espécie de organização social/cultural. Desde que começamos a ritualizar a morte, as sociedades passaram a desenvolver os mais variados tipos de ritos e comemorações e estas são parte inerente da própria “humanidade” como à compreendemos a muito tempo.

Refletir sobre a trajetória, evolução, importância e os diferentes temas abordados por festividades se apresenta como uma primeira etapa para o desenvolvimento e a criação de um dossiê que aborda uma festa. Compreender a importância deste tipo de acontecimento social e sua potência, enquanto representação, e sobretudo expressão de um grupo, marca a importância deste tipo de trabalho. Ao pretender demonstrar sua importância e garantir o direito de continuidade a manifestações legítimas, por vezes carregadas de preconceitos e incompreensão, este processo se faz ainda mais importante, além de se visar o legado da memória.

Podemos enumerar aqui os mais diversos ritos e festas, amplamente aceitos pela sociedade, tais como festas de ano-novo, juninas, aniversários, datas de morte ou nascimento de pessoas tidas como importantes, e esta lista poderia se alongar por páginas. Não pretendemos aqui questionar a importância destes eventos, mas como diria o historiador e cientista político Benedict Anderson, muitas destas são tradições inventadas, a fim de gerar uma espécie de unidade nacional e social, geralmente atendendo aos interesses políticos em voga. Todas as tradições são inventadas.

Dito isto podemos adentrar no tema das festas “marginais”. No Brasil observamos diversos exemplos de festividades que se enquadram neste campo, desde ritos religiosos de matriz africana, até eventos “não oficiais” que utilizam o espaço público como receptáculo. Estas quando julgadas sob aspectos “morais”, acabam não encontrando respaldo de parte significativa da população, que por visões mais conservadoras, buscam meios políticos e coercitivos para repressão destas. Neste quadro podemos encaixar o “Ratos na Praça”, organizado por jovens, marcado pelo consumo de álcool, drogas e a prática do skate

Cartaz do Primeiro RnP

Vocês se lembram como o Ratos começou?

Gut: Pô, começou um dia que tava eu o paulim (Pablo) sentado na praça, igual sempre fazendo aquele localismo hahahaha e aí a gente começou a conversar sobre a falta de eventos na rua grátis que envolvesse skate e som e drinks. A gente sempre andava de skate na quadra da PSM então resolvemos movimentar o primeiro ratos, que foi um game of skate com uma caixinha ratazana de som (que o magot emprestou) e cerveja.

Pablo: Lembro mais ou menos, o nome surgiu dos nossos rolês andando pelo centro procurando diversão.. “sair de ratos”. Ficamos um tempo saindo como ratos, só indo de porta em porta de balada sem entrar, daí decidimos fazer nosso próprio rolê com do nosso próprio jeito, Ratos na Praça. Uma versão São Mateus e mais guitarra das festas que rolavam no vitu. Era muita falta de opção, só festa ruim com DJ ruim, nem as festas da UFJF a gente aguentava mais. Resumindo, fazer nosso evento com as coisas que a gente gosta o que era raro na cidade.

Verdade, era a galera do murinho e tinha um lance que a gente era come lixo, eu tenho na minha cabeça que isso deu uma influenciada nesse termo “sair de ratos”.

Pablo: Total, a nossa galera do skate era sempre a mais trash da night.

E depois disso, como o evento o foi tomando sua forma?

Gut: O ratos na praça sempre prezou pela diversão, então a gente viu que tinha potencial, resolvemos seguir com outras edições. Começamos a divulgar mais o evento e melhoramos os equipamentos de som.  No começo conseguíamos emprestado equipamentos tipo caixa de som, extensões. O Inhamis sempre fortaleceu com as extensões hahahaha. E aí a gente tinha conseguido um palco da AJS que era um palco do Diogo groselha eu acho hahaha, não lembro como a gente tinha ficado com ele hahahaha, mas isso foi tbm um grande atrativo para atrair os skatistas vagabundos que queriam andar. Além disso ia a galera que curtia escutar um som e tomar uma latinha no sábado a tarde. O evento sempre foi bem desorganizado, fora da lei, mas sempre deu certo. Ah, sem contar que depois começamos a chamar bandas, então começou a virar um evento não só de skate, mas também musical, pela primeira vez na praça são mateus, onde os moradores no odiavam.

idealizadores

João Pedro Castanheira (GUT)

Pablo Pessanha (Paulim)

José Hansen (Meleca)

A festa Ratos na Praça apresenta uma forte conexão entre seus organizadores e suas práticas e concepções ideológicas sobre diversão. Nesse dossiê, vamos relacionar seus principais eixos do Ratos: o skate, a música e a diversão gratuita, com as pessoas e suas experiências no evento.

_Bateção, Barulho e Vagabundagem 

Como o primeiro dos três eixos supracitados, o skate se apresenta mais como uma prática catalisadora de sentimentos do que um mero “esporte”, influenciando muitos de seus praticantes na formação de seus gostos, estilo de vida e caráter.

Mais do que um hobby, o skate leva seu praticante a compreender e explorar a cidade de uma nova maneira. A praça se torna mais do que um espaço de confluência na selva urbana ou de local para a prática do skate, é uma extensão da vida como um todo.

Sob esta perspectiva, a escolha de um espaço aberto, público, para a execução de uma festa torna-se óbvia, inevitável. Me lembro da primeira vez que em uma festa de skate, a primeira edição da lendária Burn Side Skatesounds, e o local de escolha foi uma balada. Tudo ocorreu bem, até que parte do público pegou alguns dos skates espalhados com fins “decorativos” para andar pelo lugar, resultado: os produtores ficaram mais mal vistos do que já eram, isso sem contar com o preconceito social e mercadológico com a turma do skate.

Divagando aqui pela história da Burn Side, ela surgiu pra levantar verba para a construção de novos obstáculos na pista do bairro Vitorino Braga (Vitu), em Jufas, e mais que rapidamente se mudou para lá.

Fechamento Ratos X Burn Side

Esta foi uma lição que já veio dada para os Ratos na Praça, a escolha da praça Jarbas de Lery, localizada no bairro São Mateus em Juiz de Fora, aconteceu de forma natural pois já era utilizada pelos organizadores do evento como um ponto de encontro. A praça se encontra em bairro central da cidade, este sendo constituído por moradores de classe média e classe média alta em sua maioria. O local é alvo de constantes disputas entre seus usuários e moradores mais próximos, pois, por sua localização privilegiada, atinge um público diverso que inclui moradores de zonas mais periféricas. O tráfico de drogas se faz presente no local, o que alimenta opiniões extremadas e maniqueístas sobre o uso do espaço.

Skeije / foto: Isabela Campos

Nosso segundo eixo de análise é subsequente ao skate por uma razão, a prática não existe distante da cultura que a circunda. Logo que o skatista começa a explorar o mundo por suas novas lentes de madeira, ferro e poliuretano, seu gosto musical é fortemente influenciado. Se antes, era basicamente moldado pelo de nossa família e a grande mídia em geral, ao adentrar  este novo mundo, um grande portal se abre, para o comportamento do grupo.

Uma das mais importantes formas de comunicação do skate, enquanto entidade, é o vídeo, dando dinâmica às manobras e mostrando um pouco do dia-a-dia dos praticantes. Estes vídeos, obviamente, eram sempre acompanhados de música. Não conheço um skatista que não tenha moldado seus gostos musicais a partir de vídeos de skate, desde a época das fitas VHS e do acesso difícil ao material. Esse meio de comunicação é tão importante, que a primeira versão da Burn Side Skatesounds era baseada trilhas sonoras de vídeos de skate.

Estas músicas, presentes no mundo do skate deram vida a diversos grupos, que não negam suas origens e falam sobre suas práticas nas letras e poesias. São de tipologias mais específicas e não encontram espaço tão facilmente nas mídias e festas convencionais. Uma festa para skatistas como o “Ratos na Praça” sempre teve uma natural atenção para este aspecto. É notória a vinda da banda carioca Acid Drop para a festa, trazendo seu rótulo de “Skate Rock” e suas suas letras, que tratam basicamente de skate e drogas.

Me lembro que a gente ficava meio chocado que as festas enchiam, você lembra de todas? Eu não, hahahahha. 

Pablo: Lembro de todas sim, não consigo escolher a melhor mas a primeira foi a mais chocante pq até então era só uma boombox, nós e o skate. A praça ficou lotada e não sentimos a obrigação de continuar. E muita bebida, é claro. Nem tínhamos página, você fez o cartaz mais ratazana do mundo e criamos um evento no Facebook.

Como eram os corres da energia elétrica? No começo a gente pulava no estacionamento vizinho da quadra… 

Pablo: Então, a partir da segunda edição começamos a colocar bandas pra tocar, precisava de energia elétrica. A primeira tentativa foi puxar luz do prédio do gut, deu certo mas o síndico ficou muito bravo, os moradores de lá não gostavam muito do evento já até tamparam ovos na quadra,  entendo o motivo. Ia tocar a banda do Walner e Vandrei, Killer Avocado, mas o Vandrei passou mal e não rolou. Na terceira edição tentamos pedir luz no estacionamento ao lado o dono não deixou. Esperamos eles fecharem pulamos o muro e ligamos a extensão na tomada SUCESSO!

Cartaz da II edição do RnP

Por último, mas não menos importante, subsequente aos eixos tratados acima, surge o que aqui chamo de “diversão gratuita” e a vagabundagem. Este termo pretende tratar o comportamento nas festas, diferente de qualquer padrão esperado em uma festa normal. Se considerarmos o padrão normativo de festas para um público jovem, esperamos pessoas bem arrumadas, perfumadas, consumindo álcool de forma “moderada” ou não tanto, em uma festa como o “Ratos na Praça” um visitante desavisado encontrava literalmente os ratos na praça. O skate sempre teve lugar de prestígio, o centro da quadra. Você que tome cuidado com ele, e não o contrário.

Toda a gestão financeira do evento era baseada na venda das latas de cerveja, vendidas o mais barato possível, as bandas não recebiam nada, algumas das “competições” tinham alguma espécie de premiação, geralmente uma cerveja morna. Mas tudo era feito do jeito que dava, o melhor possível. Lucros irrisórios de 30 reais e alguns latões grátis levantavam suspeitas sobre caixas 2 e a exploração monetária da “cena”, só sei que era trabalhoso, afinal ser vagabundo da trabalho pra caralho. 

Cartaz do lendário RnP fantasiado

Qual foi a sua edição favorita; e você já ganhou alguma coisa com a festa?

Gut: Pra mim a melhor edição foi o Halloween, geral foi fantasiado, rolou competição de fantasia completamente alcoolizados e bandas. Foi demais. O ratos sempre teve problemas com registros das festas, mas a do Halloween tem alguns vídeos na internet que são bons. O que a gente ganhava dividimos em 3 eu meleca e Pablo e acabava que normalmente acabava no mesmo dia porque continuávamos bebendo.

Agora vamos falar de treta, rolou alguma mais séria? E o lance das picuinhas com outros grupos ou gangues, atrapalhou ou ajudou no fim das contas?

Pablo: Vamos lá. Era muita gente querendo colar a nossa festa não era uma panelinha mas a gente não era obrigado a colocar oq a gente não gostava pra acontecer no evento. Era marca de cerveja artesanal querendo vender cerveja no nosso evento, era banda de stoner rock, era pessoas vendendo comidas com carne… Às vezes as pessoas se ofendiam por a gente não topar. 

_eventinho hipster

Pablo: Nós éramos e somos muito bairristas, sempre damos moral pra quem dá prá gente tinha banda querendo tocar que nem colava no evento, tinha gente querendo vender produtos que a gente não curtia. Tinha gente que achava que nós estávamos ganhando dinheiro e a RNP era uma empresa.

Lembra da mina que pediu pra vender umas coxinha vegana e nos topamos? Ela nunca colou no evento mas topamos, daí ela vendeu fora da quadra achei super oportunista! Tem que colar na banca!

O xim fez até um vídeo “panelinha do são Mateus” aqui tinha ou tem uma associação de skate, eles achavam que tudo que acontecia sobre o skate na cidade eles tinham que estar envolvidos. Recebi uma mensagem de um menino da arquitetura chamando a gente de hipster e dizendo q nós estávamos ganhando grana. Ele me ameaçou só pq não topei fazer uma parceria em um campeonato de skate na uf.

E a empresa, realmente dava alguma grana?

Pablo: Então, quem via de fora achava que sim. Talvez se a gente fosse organizado poderia dar grana, mas nossa ideia era a diversão. No final a gente sempre distribuía as cervejas que sobravam para os nossos. Acho que a única vez que deu grana foi uns 90 reais, com esse “lucro” nos fomos pro Krismara e pagamos bebida pra geral que tava com a gente. Lembro de um dia que nós pagamos um táxi pro Chico ir pra casa, acho que investimos nas camisetas também mas não lembro se isso foi com dinheiro das festas…

Minha memória tá ruim, mas lembro q a cobrança era muito grande. Sempre tinha alguém cobrando, ficou muita pressão isso foi um dos motivos do “rachos na cara” acabar, mas não foi o principal. Lembro tbm que o Jefim fez a compra das bebidas pra festa, foi uns 300 reais e pouco e no final não tinha isso no caixa a gente bebia muito mais.

Cartaz da III edição do RnP

_Lembra quando a gente era tudo amigo?

Em sua primeira edição, a festa contava apenas com uma pequena caixa de som e um isopor para cerveja, com o passar do tempo foi crescendo, contando com atrações de outros estados e a presença de bandas importantes no cenário alternativo juizforano. Neste meio tempo foram lançadas na festa, diversas produções audiovisuais relacionadas ao skate, produtores independentes e artistas locais foram convidados a expor e vender seus trabalhos e um videoclipe do Lê Almeida foi gravado pelo Inhamis durante o evento.

A segunda, já um pouco maior, chamava a atenção dos transeuntes, que olhavam com ar de curiosidade para um grupo de jovens andando de skate, com latas de cerveja em punho e ouvindo uma música “barulhenta”, mais uma vez sem grandes problemas. Na terceira e quarta edições o evento tomou forma, com música ao vivo, independente, muita gente e muita cerveja. Graças a desorganização dos organizadores, as pessoas nunca foram contabilizadas, muito menos as cervejas. Com o apoio de uma Associação de Bairro jovem e progressista, os eventos ocorriam com autorização legal, mas não sem receber visitas da polícia e alguns ovos dos vizinhos, moradores de prédios de alto padrão. Isto não era nada, e a festa continuou sem problemas até sua quinta edição.

E logo na segunda já rolou a página do Ratos? Eu achoo que essa era uma das partes mais organizadas, mesmo não sendo organizada. A galera prezou muito pela divulgação online na época, teasers e tal, e os flyers no começo tinham um lance de ter ma estética não convencional.

Pablo: Sim, vimos o potencial do evento. Hoje em dia um pouco mais velho acho que a festa era bem organizada sim pela nossa idade. A gente alugava banheiro químico com nosso dinheiro, limpávamos a praça pós evento. A página ajudou e deu um toque mais sério, a divulgação ajudou muito, tanto que muitas bandas de fora queriam vir tocar no evento. E a estética não convencional nós adoramos, anti design.

_o dono da praça

A partir da sexta edição os problemas mais sérios começaram a ocorrer. Com a mudança de gestão na Associação do Bairro, começamos a enfrentar dificuldades com um “presidente” de bairro com visões retrógradas e conservadoras. A sexta edição aconteceu com um alvará “forjado”, com assinatura da antiga gestão, e este fato gerou um distanciamento ainda maior. Já na sétima e derradeira edição, a associação foi relutante em ceder a autorização. Em uma segunda tentativa os organizadores acionaram uma advogada e um vereador para fazer pressão perante a associação, até a possibilidade de transformar a festa em um ato político passou pelos planos, seria o “Atos na Praça”.

E por que a festa acabou, foi culpa do Romero (presidente retrógrado do bairro)?

Gut: Claro! Culpa dele. O que rola, no bairro São Mateus existe a associação do bairro São Mateus que antes a presidência era de uns malucos que achavam maneiro o ratos, mas depois, a presidência passou para um coroa, que nem na praça mora mas tá sempre por aqui. Ele sempre odiou o ratos e  as pessoas que frequentavam, assim como os outros moradores velhos.

Gut: Acho que eles tinham antes do problema com o barulho era um preconceito com as pessoas, pq vinham pessoas de todos os tipos, e lugares de Jufas. Era um.evento na rua e aberto então qualquer um que passasse na praça podia colar. Já teve um argumento falando  que tinha pessoas de cabelo azul na praça.

E isso rolou quando a gente estava começando a conseguir alvarás para fazer o evento, pra tentar evitar problema com a polícia. O evento tinha barulho mesmo maconhada desenfreada, muita bebida, mas era pacífico. Teve  uma vez que teve até aqueles banheiros públicos, químicos, um só. É no final, completamente alcoolizado, a gente juntava os lixos e deixava a praça não tão suja, diferente dos eventos de igreja.

Autorização feita à mão pelo “presidente” da praça

Uma vez batendo um papo com a Anelise (que já foi “advogada” do Ratos) ela comentou sobre uma professora da geografia da UFJF que pirava na festa justamente por esse lance social, de trazer pro bairro uma galera mais periferia, você pensava nisso na época? 

Gut: Acho que no inicio não pq começamos a fazer a festa pq sentíamos necessidade de ter algo pra fazer, mas dps vimos que era um evento que movimentava a cidade pq tinha pessoas de.todas as áreas. Como o evento tinha a ver com skate e  som, ele já integra todas as classes então acabou sendo um lance social mas sem ter a pretensão de ser considerado isso, o que é muito massa. 

Quem fechava com os Ratos?

Pablo: Pug records, Dealerrr, Inhamis, Covil e Papelote (que fez um fanzine sobre a festa). A Foo Socks também fechou e nossos amigos que sempre ajudaram. Tiveram também  umas lojas de skate que davam uns apoios que foram a Soma, NSSB e Tricks skate shop, a casa do Fumante também ajudou, fora todos que expuseram trampos, exibiram vídeos e venderam coisas, muita gente pra lembrar certinho.

Premiere / foto: Isabela Campos

A dificuldade em continuar produzindo, aliada à trabalheira e novas perspectivas de vida dos organizadores acabou por esfriar os ânimos e produzir um hiato que está de pé até os dias de hoje. O Ratos, como é carinhosamente conhecida a festa, ainda vive no coração de muito jovem que descobriu a bebida e a vadiagem ali, além de, certamente, ter influenciado alguns dos movimentos contemporâneos da cidade.  

Vídeo da última edição

Alguns eventos paralelos foram feitos, como as edições da festa Ratos na Pista, que nada mais era do que discotecagens executadas por meio do Youtube pelos organizadores e agregados. Estas eram tentativas de ganhar alguma coisa ao mesmo tempo que aliviavam a pressão exercida pelos aficionados fãs do evento por um volume maior de festas. Também ocorreram algumas versões “pop-up” em outras praças da cidade, com caixas de som e discotecagens em pen-drives multlaser. 

A memória do Ratos continua viva na mente estragada pelo álcool de muitos jovens transviados de Jufas, é só perguntar para qualquer um com mais de 20 anos e uma roupa esquisita se já ouviu falar dos Ratos na Praça. 

*José Hansen, autor deste Dossiê, também foi um dos organizadores do evento, mas tentou manter uma distância profissional em seus relatos, até onde deu…

 

Gostou? Não? Que pena…

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