Sexta Sei: Inveja da longevidade e dos orgasmos múltiplos

Bordados com profundidade de Avieira, cerâmicas de Maria Eduarda Gurjão e a marca Uterinas, que nasceu sangrando, esfregam na nossa cara o poder do sagrado feminino.

por Fabiano Moreira
sextaseibaixocentro@gmail.com

A gestão masculina do mundo deu ruim. Quando vamos entregar pras minas? A partir da criação da marca Uterinas, da minha amiga Babi Gouvêa, busquei projetos que exaltassem o sagrado feminino, como Avieirabordadeira e os maravilhosos Úteros de Barro. Vem comigo.

Avieirabordadeira

A juizforana Flávia de Almeida Vieira, 43 anos, de Avieirabordadeira, experimentadora curiosa de mãos inquietas e olhar observador, borda desde 2005, autodidata. “Criar é um momento só meu. Apenas meu universo. Claro que tem a música que embala a alma, playlist perfeita vem do amigo Tuta Discotecário“, conta.

Desses momentos surgem as imagens, o feminino sempre, desde o início. São elas, sou eu, essas mulheres que me teceram, que me encantam, que eu admiro. A natureza. Bichos, plantas, galhos, cheiros, folhas, flores, frutos, terra, ossos, vida e morte, são trazidos pelas linhas da memória para formar esses bordados. Os trabalhos são feitos em tecido 100% algodão, com fios de espessuras variadas, o que enriquece com diferentes texturas, criando a profundidade necessária para estabelecer o vínculo com o observador”, explica. 

Útero de Barro

No Vale do Bonfim, em Petrópolis, Maria Eduarda Gurjão, 25 anos, criou a Útero de Barro. “Do contato com a cerâmica, me veio uma uma paixão forte por modelar argila em movimento no torno e, desde as primeiras formas, já enxergava silhuetas femininas e modelava, manualmente, seios. Um processo intuitivo que vem de um lugar de prazer, de criação primitiva com lama nos dedos e de um tesão por estar viva”, conta a artista, que cria este vasos-úteros.

A artista passa os dias  “observando o tempo da terra”. “O útero, que foi minha nave para esse planeta há quase vinte anos, já trocava com a terra”. Essas formas vieram primeiro de uma intuição movida pelo prazer de ver aquilo se moldar. Hoje, acredito na importância de refazer na matéria e multiplicar representações do feminino“, conta, pelo whatsapp.

Feijão guandu, açafrão da terra e tetas

“Útero de barro” pariu uma coleção de cerâmicas para honrar o divino feminino. “As cerâmicas são de alta vibração, a argila foi umidificada com essa mesma água poderosa e ela secou no ar puro de altitude”, conta a artista. 

As peças também podem ser encontradas no Instagram de A Terra que deu.

Uterinas

Criada pela designer de moda Babi Gouvêa, 40 anos, a Uterinas ainda está em fase embrionária, mas começou com o pé direito com essas imagens sangrantes, dramáticas, que mostram o primeiro produto da marca, uma calcinha com um útero bordado de maneira ultra feminina. A ideia é ser um coletivo multidisciplinar de criação, com 28 integrantes e uma linha de produtos que vão de vestuário a perfumaria, cerâmica e muito mais.

“As uterinas é um grande portal de incentivo e acolhimento coletivo a todas as úteras que reverenciem e honrem o seu poder de criação, que respeitem a sua ciclicidade, o lugar do seu feminino no mundo, a sua vulnerabilidade de expor a sua verdade e, sobretudo, que o eterno ciclo de renascimento e morte, de si mesmas, ao longo da sua jornada”, explica Babi.

Abaixa que é tiro!??

Emicida faz o show de encerramento do B2W SUMMIT, hoje (28), às 16h30. Logo depois, 18h, tem talk com Lázaro Ramos. Hoje 19h ainda tem live da Tássia Reis. Sábado é a vez de Zizi Possi, 19h, e de Os Paralamas do Sucesso, que vão tocar na sua primeira live, às 19h. O Danke Club comemora 3 anos com live, sábado, 23h, com Leonardo de Freitas e Fabiano, Ousasamba, Vermim, Vanna V, Guif e Júlia Torres.

O Circo Voador no ar não falha, sempre às 22h, com Perotá Chingó, hoje, e Otto, amanhã.

Rebolando e sacudindo, essa é a Paradiso…. Edinho e Tito Figueiredo seguem se reinventando e fazem edição hoje (28), às 20h, no Twitch da Casa da Matriz, on line, live e drive-in. Vai ter bate-papo com Duda Pedreira, contando a história da Comuna, e com Cabbet Araújo, do Fosfobox, que analisa o momento e anuncia o enterro de velhos paradigmas. Quem contribui no Sympla ganha ecobag Paradiso. Vai até às 2h.

O Festival Sarará, em Belloryhills, faz edição virtual neste sábado, 16h, com Rosa Neon, Hot e Oreia, Black Alien, Fenda, Coyote Beatz, Kdu dos Anjos, Linn da Quebrada, bem a galera que falei nessa coluna aqui. Vai ser transmitido ao vivo do Mineirão.

A V de Viadão completa 7 anos de música, amor, dança e sodomia com festa no Zoom, ao som de Educastelo, Barbie2K e Antonio Cruz e com drag performances de Samira Kyarostami e Iryna Leblon.

A festa safadeenha Hole faz edição virtual, sábado, das 21h às 5h, a CamxCam #2. “Não subestimem o estímulo visual e sonoro que nossa equipe é capaz de entregar”, ameaça a divulgação. O som é com os DJs JP, Valdo S., Juno, Renan Macedo e Ledah. E tem show virtual, exhibizzom, com Petrick Garcia, Lucas Mancinni, JP, Altivo e Robis Ramires. A sua câmera deverá estar ligada, mesmo sem mostrar o rosto. O ingresso é colaborativo.

O mestre Calbuque, do Rio Fanzine, estreia o #Resenhasmiudas, com críticas musicais no Instagram, em parceria com Pérola Mathias, do Poro Aberto, Lorena Calábria e Leonardo Lichote, com design de Biba Habka. Estreia domingo, dia 30, no instagram @Resenhasmiudas

Geral sentiu as partidas do cineasta e chef Alexei Divino, do músico Luciano Calvário e do artista gráfico Arnaud Gribel. Meu parceiro da época do fanzine Bat Macumba, Leo Ribeiro fez esse registro sensível lá da Noruega. Eta mundo besta!

Playlist com novidades musicais dessa sexta


Sexta Sei, por Fabiano Moreira