Gabriel Acaju

A untuosidade do primeiro beijo

Gabriel foi o primeiro entrevistado pelo Baixo Centro há dois anos. Pabllo Vittar, conservadorismo, homossexualidade, arte, artesanato, tropicália e performance foram os assuntos abordados em uma conversa descontraída e descamisada.

O primeiro registro da canção Você me fez egoísta descabaçou a produção do músico, que, hoje, desfila com o novo disco Brasil Lofi, gravado em um celular.

Brasil Lofi

Clara
foi composta com Aldravias do livro “Poesia em Instante”, de Mônica Hortegas, poeta psicóloga de Juiz de Fora. Aldravias são poesias escritas apenas com 6 palavras.

Sei Que Vai Gostar
diz sobre a fusão de ritmos que criaram a música popular brasileira, que vai desde o batuque e o Lundu, até a bossa nova.

Ninguém Fala Deus Deus
é sobre colocar uma religião na frente de Deus. Porquê estão sempre querendo colocar uma religião na frente ou coisa assim?

Solitude
Solitude é aquela que te faz refletir. Eu devia estar muito sozinho quando escrevi essa. Solitude não é solidão.

Transe
é sobre a saudade dos tempos que eu não vivi, fala da influência de grandes estrelas na vida de um músico iniciante.

Meu Amigo João Gabriel
surgiu do nada. Eu tava pensando no “Paulsen” (sobrenome/apelido do JG) e surgiu essa música, João Gabriel é um grande escritor e amigo de anos, achei necessário fazer ele lembrar que duro mesmo é o chão.

Você Me Fez (Egoísta)
escrevi depois de uma noite com um boy. Eu já tinha o instrumental todo pronto, pelo visto só faltava a inspiração pra letra. Ela é a faixa mais pop do álbum na minha opinião. Brasil Lofi


Me conta do seu sucesso

Você está bastante ativo nas redes sociais fazendo um corpo a corpo para ouvirem sua música, qual o seu pensamento estratégico?
Nossa eu tô botando a cara no sol como nunca, a estratégia é: me ouça, e logo mais me veja. O álbum já está pronto, e estou preparando os videoclipes dos singles Ninguém Fala Deus Deus e Solitude.  É provável que eu faça clipes para algumas outras músicas do disco

Como é ser músico aqui em Jufas?
Olha hoje em dia eu não vejo muito a influência que uma cidade possui por conta da internet, mas eu gostaria de tocar mais na cidade que eu moro,  de fazer mais shows, entrevistas… sinto falta de divulgação apropriada para os artistas, ainda são poucos meios de divulgação que temos na cidade. Em compensação a vibe dos shows é foda, a galera que vai compra a ideia.

Você acha que a internet realmente facilita hoje em dia? Não faltam lugares seguros para postarem uma crítica coerente e não só a reprodução do release?
Hoje em dia existem softwares de produção online, tudo salvo na nuvem. Você tem seu espaço e inúmeras chances de acertar. Por outro lado tem o excesso de informação que sufoca todos os músicos ao mesmo tempo, o espaço mais disputado do momento.

Você acha que a internet te dá um feedback real das percepções do público com sua intenção artística?
A internet realmente facilita hoje, ainda mais nesse tempo em que a gente tem que saber fazer tudo nós mesmos, ajuda muito na reprodução das músicas. 

Como as pessoas interagem com seu trabalho na internet?
Me mandam mensagens diretas no IG

E esse clipe novo feito pela internet, me conta uma fofoca.
Esse clipe foi uma parceria/brincadeira com a Gabriela Costa, que surgiu com o tédio e reuniões de Skype, e que deu muito certo, tão certo que a gente vai gravar o clipe de solitude juntos.

Você não acha que na internet muitas vezes mensuramos o impacto do nosso trabalho somente pelo número de likes? que isso não traz uma resposta à altura que o artista merece?
Acho que a crítica não, mas a resposta com certeza é influenciada pelo seu número de likes na postagem e/ou a quantidade de seguidores que você tem.

Na nossa entrevista “Papo Cabeça” a pauta girou pela questão de gênero e artistas que falavam disso, mas o seu som não aborda essas questões né? Você tem um universo próprio.
Eu acho importantíssimo abordar questões de gênero, principalmente no Brasil, pois é um assunto muito cru na cabeça da maioria da população do nosso país, mesmo não abordando até então esse assunto em minhas músicas. Quando escrevo eu apenas digo o que penso ou observo, sempre escrevi para mim e eu gosto de escrever assim, acredito ter muito o que explorar em mim mesmo e muito o que transmitir na minha linguagem.

Me fala um pouco desse universo íntimo, o que tem dentro de você ?
Eu tenho dentro de mim uma espécie de tradutor que catalisa e traduz para uma linguagem musical os sentimentos sentidos que me inspiram.

E como é essa atividade mental? você estimula isso, tem alguma rotina? Tipo, você anota durante o dia, ou você senta de noite para psicografar?
Como eu disse, eu não forço pra criar porque eu nunca sei quando a inspiração vem, então eu sempre tenho que estar preparado pra quando ela vem. Ai vou anotando no celular, uso o gravador pra não esquecer dos ritmos ou das letras, depende de onde eu estou.

Bjo amigo, sdds, obrigado!
Adorei passar esse tempo com você, já estava com saudades. Um beijo pra todos do Baixo Centro e aos meus fãs . Amo vocês!

Gabriel ao vivo

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