Novo videoclipe do Alles Club traz a versão da banda da clássica Gnossienne No. 1

A banda juizforana Alles Club lançou videoclipe com a sua versão da clássica Gnossienne No. 1, de Erik Satie. O filme foi dirigido por Francisco Franco, do Inhamis e do Baixo Centro, e mergulhado no mundo do cinema, incluindo referências de filmes clássicos, b-siders e undergrounds, além de clipes de música pop.

O roteiro foi escrito pela cineasta Bruna Schelb (Filmes do Mato), que buscou trazer o tom de estranheza das composições de Satie, além de uma autorreferência a seus filmes: um personagem cavando. “Personagens que cavam por motivos diferentes terminam por se encontrar no fundo do buraco, fazendo surgir a pergunta: por que estavam cavando? A resposta vai sempre variar e isso é o que há de mais legal nas narrativas – elas pertencem a cada um que as assistem (muito mais do que ao seu autor).”, explica.

O diretor Francisco Franco conta que uma de suas ideias para o videoclipe veio da fascinação pela sequência inicial do filme The Chase (1966), um clássico do diretor americano Arthur Penn com Marlon Brando e Jane Fonda no elenco. “Também fui afetado com o intensivão da Madonna que minha garota me apresentou. A Madonna já fez tudo em videoclipe, fiquei bolado. Depois veio a máscara, que é igual do Trash Humpers (2009) [dirigido pelo cineasta underground Harmony Korine].” O trabalho de criação do videoclipe teve como ponto de partida algumas das ideias do guitarrista Rodrigo Lopes.

Franciso Franco, da produtora Inhamis, também cineasta e músico, dirigiu outros trabalhos da banda, como o videoclipe de “Quanto Tempo” e as sessões Alles Club: Graminha Session e Alles Club – Décollage ao vivo no Museu Ferroviário de Juiz de Fora. “Para mim o videoclipe tem sido libertação. Mas isso não significa que é fácil. Eu sofro em todos. O clipe me aproxima de músicos e eu gosto de músicos pois são todos doidos”, diz Francisco.


Bruna Schelb, da produtora Filmes do Mato, já escreveu e dirigiu 10 curtas-metragens e um longa, o IMO (2017), e criou também roteiros para clipes de artistas de diversos gêneros musicais. “Por mais que cada música tenha uma narrativa contida em si”, ela relata, “existem muitas outras que se formam dentro da gente a partir delas, e o videoclipe é uma boa oportunidade de explorar essas bifurcações que aparecem.” Sobre seu processo de criação, Bruna diz pensar com cuidado nos vários elementos presentes: “a imagem, o que está na imagem, os símbolos contidos nas imagens, o som, a memória do som, as ações que abraçam essas duas coisas e, por fim, tudo aquilo que não tem nome, mas está lá. Cada processo de criação é um processo de descoberta cheio dessas coisas inefáveis.”